"Todas as Crônicas" de Clarice Lispector

"Todas as Crônicas" de Clarice Lispector foi, sem sombra de dúvida, a minha leitura mais importante de 2025. Comecei a leitura em 25 de Janeiro e segui com Clarice ao meu lado navegando pelos desafios grandes e pequenos que tem feito parte da minha vida ao longo desse ano imenso. A pneumonia do meu pai, os dias de internamento, a morte, o luto, a decisão de comprar um apartamento em um lugar mais próximo do trabalho, a troca de uma vida ancorada na parte central de uma cidade do interior para uma vida em um condomínio dentro da Região Metropolitana do Recife. Toda loucura e sanidade desse ano tão intenso, vivi ao enquanto lia as crônicas de Clarice Lispector nas manhãs maravilhosamente solitárias de meus dias de folga. Uma experiência incrível!

"Orgulho e Preconceito" de Jane Austen [Audiolivro #001]

Recentemente recebi uma promoção de três meses grátis do aplicativo de audiolivros da Amazon, fiquei curiosa. Decidi testar e viver a experiência. Fui navegando pelo catálogo, testando alguns títulos e nada estava me instigando até que, do nada, enquanto eu fazia meus afazeres domésticos, lembrei de um conjunto de livros do século XIX escritos não só para serem lidos no silêncio do quarto como em voz alta nos salões onde senhoras costuravam ou bordavam e fez-se a luz.

Emma Woodhouse, eu e minha "Lista dos 50 livros para reler antes dos 50"

Um dia eu era jovem e queria ser audaciosa, franca, corajosa como Elizabeth Bennet, protagonista de "Orgulho e Preconceito" da Jane Austen, no outro acordei com 39 anos e subitamente me sinto Emma Woodhouse, protagonista do livro "Emma" também de autoria da Jane Austen.

"Rita Lee: outra biografia" de Rita Lee

Recentemente fui surpreendida positivamente quando um dos meus estudantes chegou para mim uma edição de "Rita Lee: outra biografia" em mãos. Ele trouxe o livro para me emprestar. Gostou muito da leitura e achou que eu também iria gostar, então trouxe para me emprestar. Não consigo nem mesmo expressar o quanto essa atitude me emocionou em camadas, senti o doce, muito doce, sabor da vitória. Eu perco muitas batalhas como professora, mas, vejam só, não perco todas. Meus estudantes leem e me emprestam livros. Isso foi tão legal!

"Sou uma Pergunta" [Provérbios de Clarice Lispector 002]

Acabei de termina as crônicas de "Todas as Crônicas" de Clarice Lispector referentes ao ano de 1971 e é sempre uma mistura de satisfação diante de fechar um ciclo de leitura e saudades. Falta tão pouco para terminar... em fevereiro pareciam tantos os textos.

Assim como 1971 passou, o ano de 2025 também está passando, muitas vezes passando por cima de mim, mas passando. E hoje decidi trazer umas das crônicas que transpira candura e franqueza. Um conjunto de 101 perguntas, algumas respondíveis outras nem tanto. As perguntas me inquietaram, me fizeram pensar. Algumas foram um soco no estomago, outras me fizeram sorrir. Umas respondi automaticamente em um impulso que herdei da criança metida a sabichona que fui um dia outras me intimidaram pois como pessoa adulta entendo que certas coisas possuem camadas e mais camadas de mistério. O conjunto delas me fez amar ainda mais Clarice Lispector.

"O Fim do Mundo Entre Nós" de Helena Vieira

Existe algo mais comum para nós que vivemos o fim do século XX e/ou o início do XXI que as discussões sobre o "Fim do Mundo"? Aliás, para nós que somos frutos do Processo Colonizador Português orquestrado com todo o apoio da Igreja Católica Apostólica Romana, essa ideia de Fim do Mundo talvez sempre tenha sido uma constante, chego até a ter impressão de que subitamente o Fim do Mundo está deixando de ser uma ansiedade para se transformar numa expectativa esperançosa para alguns. Enfim, são essas as coisas que passaram pela minha cabeça quando vi o título do romance "O Fim do Mundo Entre Nós" da Helena Vieira.

Os Provérbios de Clarice Lispector

Tenho lido, aos poucos e sem pressa, "Todas as Crônicas" de Clarice Lispector e é um deleite para o coração. Essa Clarice quotidiana, contando detalhes do seu dia-a-dia, se abrindo texto a texto, despretensiosamente sincera, traz uma sensação de intimidade, de não ser sozinha no mundo, de ter uma fonte de pequenas alegrias.

"E que não se esqueça, nessa minha fina luta travada, que o mais difícil de se entender é a alegria. Que eu não esqueça que a subida mais escarpada, a mais à mercê dos ventos, é sorrir de alegria. E que por isso e aqui é que menos tem cabido em mim: a delicadeza infinita da alegria." (PRIMAVERA AO CORRER DA MÁQUINA, Jornal do Brasil, 23 de Setembro de 1967).

"O Castelo Encantado" de Edith Nesbit

Conheci a Edith Nesbit através do conto "Melisande" publicado em e-book pela Sociedade das Relíquias Literárias. Fiquei encantada com a prosa alegre, dinâmica, cheia de magia e aventura que a autora conseguiu apresentar em um conto. Fui atrás de conhecer outras obras dela publicadas em português e assim encontrei "O Castelo Encantado", minha primeira e tão maravilhosa leitura de 2025.

"Mao, vol. 18" de Rumiko Takahashi

Comecei a colecionar o mangá "Mao" em Outubro de 2021, justamente quando vim morar em Vitória de Santo Antão sozinha. Conscientemente escolhi esse mangá pelo fato da Rumiko Takahashi ser uma autora que faz parte da minha vida desde a infância, passando pela adolescência. Queria ela para fazer parte da minha solitude, dos meus dias de folga, desse arco da minha vida adulta, dessa minha aventura pessoal e foi uma escolha muito acertada.

"O Feiticeiro de Terramar" e "As Tumbas de Atuam" de Ursula K. Le Guin

Entre as leituras que fiz ao longo de 2024 sem dúvida nenhuma "O Feiticeiro de Terramar" e "As Tumbas de Atuan" Ursula Kroeber Le Guin se destacam de uma forma única como símbolo de excelência, do melhor que a literatura pode oferecer a pessoa leitora em termos de aventura envolvente e reflexiva. Devorei ambos os livros, um atrás do outro em questão de poucos dias e não posso deixar esse ano se findar sem ao menos falar um pouco sobre eles.

"InuYasha, vol. 1" de Rumiko Takahashi

Rumiko Takahashi é uma autora de mangás japonesa das mais famosas no mundo inteiro, das mais ricas e fundamental a minha formação como pessoa leitora. O primeiro mangá que li na vida foi Ranma ½ lá pelos idos de 1996/1997 sendo a obra responsável por me mostrar o quanto ler pode ser absurdamente divertido. Fui uma criança e uma adolescente muito séria, mas a Rumiko me arrancou gargalhadas e não só sou grata a ela por isso como me tornei uma colecionadora de mangás e fã incontestável. Quando a JBC trouxe o seu mangá mais famoso InuYsha, apesar do alto preço, me prontifiquei a colecionar, não pude deixar de mergulhar em mais esse universo criado por essa autora tão fundamental em minha vida.

"O que o Sol faz com as flores" de Rupi Kaur

Conheci Rupi Kaur através do livro "Outros jeitos de usar a boca" e fiquei encantada tanto com o estilo de poesia simples e claro que ela utiliza para se expressar quanto com os assuntos que ela escolhe abordar. A leitura de "O que o sol faz com as flores" foi minha segunda experiência com a autora e foi tão linda quanto a primeira, esse é o tipo de livro que me fez sofrer, pensar, amar, chorar e desejar recomeçar coisas das quais eu já tinha desistido.

"Véspera" de Carla Madeira

Não fazia ideia da dimensão da Carla Madeira dentro do cenário da Literatura Brasileira atual até terminar de ler "Tudo é Rio" e ir atrás de mais informações sobre a autora e ficar ciente dos vários debates que sua obra acabou gerando virtualmente através das redes sociais e na realidade concreta através dos grupos de leitura Brasil a fora. Particularmente, gostei de "Tudo é Rio" e, como acho que "uma vez é nunca, uma vez é nada" peguei "Véspera" para ler e mergulhar ainda mais no universo narrativo dessa autora.

"Possuída: a Casa das Bonecas" de Olivia Lautre

Conheci a Olivia Lautre através de uma amiga que me falou muitoooo sobre o livro "O Peso do Vazio", um dark romance com mistério cuja leitura me intoxicou da cabeça aos pés provocando todo tipo de sensação aflitiva e uma baita catarse no final. Durante o Dia de Halloween essa mesma amiga me falou sobre o "Possuída: a Casa das Bonecas", um conto com os mesmos personagens de "O Peso do Vazio". Fiquei curiosa, considerei que um conto tende a ser uma leitura rápida, vesti minha armadura para histórias pesadas e fui lá lutar mergulhar no mundo sombrio criado por essa autora tão peculiar.

"Mansfield Park" de Jane Austen [40 Livros Antes dos 40/09]

Heráclito disse:

"Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou."

Ler "Mansfield Park" pela segunda vez, passadas quase duas décadas desde a primeira leitura, me fez pensar que livros são rios, palavras são águas e meu próprio ser se modificou com a passagem do tempo. A leitura que 18 anos atrás considerei arrastada, hoje me pareceu dinâmica, vibrante, cheia de situações interessantes. Me senti cúmplice de Jane Austen, entendendo tão bem o que ela queria dizer e qual o propósito dela na escrita desse livro.

"O mistério do coelho pensante e outros contos" de Clarice Lispector

Já estamos em Outubro, quarto e último bimestre do ano letivo, daqui a pouco as luzes de Natal serão acesas, 2024 vai chegando ao fim e não sei se vivi ou apenas li os livros de contos de Clarice Lispector. Foi, claro, uma experiência muito boa, fui muito feliz em todos os momentos no quais estava lendo essa autora incrível e quando vi "O Mistério do Coelho Pensante e Outros Contos", coletânea dos contos que ela escreveu para crianças, por um preço acessível tive que trazer ele para a minha coleção.

Dois Romances de Época: "O Destino de Sophie" de Kate Silver & "Um Duque Para Diana" de Sabrina Jeffries

Romances Históricos são uma grande paixão de minha vida leitora, chego a fazer estoque de volumes desse gênero literário tanto no formato físico quanto em e-books. Gosto deles para quando estou feliz e quero permanecer assim e também quando estou triste e quero encontrar alguma leveza.

Hoje em dia diversifico estilos de livros que leio, mas já passei por momentos onde só lia esse tipo de livro e não tenho nenhum arrependimento por ter sido assim. Quando leio romances de época sou feliz e sei. Por esses dias li "O Destino de Sophie" da Kate Silver e "Um Duque Para Sophie" da Sabrina Jeffries. Dois livros ótimos a ponto de me fazer sentir vontade de escrever sobre eles.

"A Legião Estrangeira" de Clarice Lispector

A experiência de ler Todos os Contos de Clarice Lispector foi envolvente e apaixonante, me trouxe uma forma muito particular e única de conhecer essa autora tão marcante para a Literatura Brasileira. De todos os livros de contos dela, "A Legião Estrangeira" se tornou o preferido, então de repente, quando menos esperei, me veio a vontade de ler ele separadamente e cá estou eu tentando escrever um pouco sobre meus sentimentos em relação a essa obra.

"Apenas Mais Uma Chance" de Helena Vieira

Como é bom ler um romance! Meu coração é um romance fofinho onde independente de como a realidade possa vir a ser desafiadora as pessoas terminam felizes para sempre. Sendo como sou, a história de amor entre Dalila e Patrícia contada pela Helena Vieira em "Apenas mais uma chance" iluminou muito meu coração nesses dias turbulentos de Agosto.

"O Auto da Maga Josefa" de Paola Siviero

Ser nordestina, na maioria dos casos, é sinônimo de ter orgulho de crescer e viver dentro de uma cultura muito rica, plural, fantástica e ao mesmo tempo se perceber como alvo de xenofobia por parte de boa parte do povo brasileiro. Lembro de ter lido no meu livro de geografia na 7ª série, atual 8º ano, a Região Nordeste sendo caracterizada como "região problema do Brasil", já senti o peso do preconceito algumas vezes pelo Brasil a fora.

Realmente, como todas as regiões do Brasil, nós temos nossas questões dolorosamente problemáticas, mas nada nem ninguém é apenas um emaranhado de problemas, nós também somos um povo altivo, divertido, trabalhador, constantemente em busca de solução para nossas dores e criadores de uma cultura cheia de elementos incríveis. E no livro "O Auto da Maga Josefa", a Paola Siviero criou uma história abordando justamente o maravilhoso e o fantástico contido na Cultura Nordestina.