Tenho lido, aos poucos e sem pressa, "Todas as Crônicas" de Clarice Lispector e é um deleite para o coração. Essa Clarice quotidiana, contando detalhes do seu dia-a-dia, se abrindo texto a texto, despretensiosamente sincera, traz uma sensação de intimidade, de não ser sozinha no mundo, de ter uma fonte de pequenas alegrias.
"E que não se esqueça, nessa minha fina luta travada, que o mais difícil de se entender é a alegria. Que eu não esqueça que a subida mais escarpada, a mais à mercê dos ventos, é sorrir de alegria. E que por isso e aqui é que menos tem cabido em mim: a delicadeza infinita da alegria." (PRIMAVERA AO CORRER DA MÁQUINA, Jornal do Brasil, 23 de Setembro de 1967).