quarta-feira, 24 de abril de 2013

Eu devia ter colocado um livro na bolsa antes de sair de casa...

Eu devia ter colocado um livro na bolsa antes de sair de casa, mas a pressa de sair me fez esquecer de muitas coisas hoje e entre elas estava o livro destinado a caminhar comigo.

E o ruim não é nem o esquecimento e sim as consequências dele, graças a isso estou aqui sentada em uma mesinha de um shopping qualquer do Recife, sem vontade nenhuma de voltar para casa, sem dinheiro para ir ao cinema ou vontade de fazer outra coisa qualquer.

Estou levemente embriagada de tristeza e solidão, sem vontade de falar a respeito e querendo apenas esquecer de mim. Como solidão, tristeza e mudismo cansam rápido decidi tentar não me deixar envolver, olho em volta e procurar algo sobre o qual tenho vontade de escrever no meu caderno.

O lugar no qual estou sentada é uma praça de alimentação, diferente da que existe no último andar próxima ao cinema e salão de festas esta é dominada pela presença de um piano e em vez de sanduíches insossos as pessoas consomem cafés, tão insossos quanto os sanduíches do andar de cima, cervejas artesanais ou licores. Acho o espaço meio elitista, nunca me sinto vestida adequadamente para ele e uma das balconistas já me perguntou se eu trabalho aqui, mas o som do piano me pediu para ficar e é tão raro que a música me peça algo que achei melhor atender e fiquei.

Quem toca a música é um senhor de cabelos brancos. A música é meio antiga e também doce... Uma pena eu não saber a quem pertence, o que tem de especial ou o que revela sobre o tempo no qual foi composta. No fundo acho que o que me irrita nas músicas e me faz escuta-las menos do que deveria é essa minha incapacidade de ler o que elas me informam, esse maldito analfabetismo musical irritante.

Mas, não é minha ignorância que vai me impedir de continuar a observar o entorno do pianista... Ao lado do pianista há mais três senhores e nos intervalos entre uma canção e outra eles papeiam como se não houvesse amanhã.

É bonito, me deu vontade de especular, eles são amigos de longa data ou de ocasião? Talvez tenham cursado a universidade juntos, comparecido um no casamento do outro, batizado ou consagrado os filhos e agora pós aposentadoria em plena quarta-feira podem sentar ao pé de um piano em um templo do consumo para falar de música, beber licor e chamar atenção de jovens desocupadas.

Ou talvez a história deles não tenha nada haver com minhas especulações... Não tenho como saber porque não vou perguntar e porque quero acreditar que o quarteto animado de senhores grisalhos são amigos de longa data, partilharam muitas coisas e conseguiram conservar a amizade. E acreditando nisso posso sonhar com um dia em qualquer lugar do futuro no qual eu e minhas amigas de agora estaremos sentadas ao pé de qualquer coisa semelhante a um piano rindo e conversando com a mesma intimidade desses senhores.

Opa! Como foi que esse texto chegou até minhas expectativas com amizades? Meu Deus! Como até conversando comigo mesma eu tenho o dom de mudar de assunto?

Mas os senhores começaram a organizar suas coisas e estão prestes a ir embora... Me ocorre que não da para evitar o inevitável e tenho mesmo de voltar para casa hoje... Vou aproveitar a deixa, fechar esse caderno e me  preparar para partir... Quando chegar em casa talvez escreva isso no blog...

quarta-feira, 17 de abril de 2013

6º BookCrossing Blogueiro e as Vantagens do desapego


Faz um tempo, que li um comentário da Tita, conhecida também como Dona Coisinha, sobre doações de livros para bibliotecas lá no blog do Christian, o "Escritos Lisérgicos", e guardei para usar em um post sobre o BookCrossing Blogueiro, 6ª edição.

As vantagens da doação:

- treinar o desapego (mais fácil começar com objetos)
- disponibilizar para todos algo que ficaria restrito a mim

Algumas vantagens egoístas mas que valem também:

- desocupar espaço na minha casa;
- não precisar tirar pó dos livros;
- ter os meus livros organizados por uma bibliotecária (um luxo);
- ter meus livros disponíveis e facilmente localizáveis se eu resolver ler (bom para pessoas bagunceiras que nunca lembram onde guardaram as coisas);
- deixar na estante de casa somente o que realmente me interessa no momento;
- ir na Biblioteca pra pegar "meu" livro emprestado para reler e acabar descobrindo outras coisas maravilhosas.


Esse espirito de desapego é uma ideia legal, como diz minha mãe, caixão não tem gaveta e daqui a gente não leva nada, nem mesmo os livros, no máximo, talvez, levemos a memória das leituras... Mas isso é apenas um talvez no infinito conjunto de "talvez" que povoa nossa vida.


Como comentei com a Luma em outro contexto, quando leio um livro e gosto minha primeira reação ainda é guardar para ler de novo, mas me propus aprender a desapegar e estou alcançando algum sucesso nisso. Não um sucesso indiscutível (Luma, sobre seu comentário no post dos 200 anos de "Orgulho e Preconceito" eu tentei, mas ainda não tenho coragem de deixar meus Jane Austen para outra pessoa), tenho muito a aprender na arte de ser menos acumulativa e mais compartilhativa, mas isso é um caminho, uma filosofia de vida, algo a ser construído passo a passo e as vezes correndo.

Para quem está em seu primeiro bookcrossing e sofrendo, falo de minha experiência pessoal: cada doação torna a próxima mais fácil, no meu primeiro bookcrossing sofri tanto para doar que hoje até acho graça.

E vamos aos livros escolhidos para o bookcrossing abril de 2013, o primeiro a ser escolhido foi o livro "O herói perdido", volume 1 da "Série Os heróis do Olimpo" do Rick Riordan foi escolhido para ser deixado em um lugar público por ser um livro leve, divertido, tem uma interpretação interessante dos mitos gregos e uma narrativa envolvente desde a página 1.


Deixei ele em um dos bancos do terminal integrado da Macaxeira e corri para meu ônibus. Deu tempo de ver uma pessoa se aproximar meio desconfiada, pegar o livro, sentar e começar a ler... Espero que ela tenha gostado, que tenha sido um bom encontro.

Também desapeguei da minha edição de "P.S Eu te amo" que veio através de uma de minhas parcerias com o Luciano do .Livro.

Desapegar desse livro foi o grande desafio do bookcrossing desse ano por todas as coisas pelas quais passei enquanto lia essa história, por isso decidi enviar a um destino certo. Mandei pelos correios para uma pessoa super querida que eu sabia ter vontade de ler o livro. Espero sinceramente que ela goste da história e que seja uma boa leitura.

Também escolhi um livro para ficar em um ônibus, e este vai ser o vol. 1 do livro "O conde de Monte Cristo" do Alexandre Dumas. Foi escolhido porque elementos dessa história estão sendo utilizados na novela das seis da Globo e eu li em algum lugar que Revenge também é uma adaptação dele.

Acho impressionante como as tramas de Dumas conseguem continuar populares até hoje. Amo essa característica do texto dele e decidi deixar um pouco dele pela minha cidade na esperança que livros também se tornem populares como Dumas.

Enfim, é isso gente! Esse foi meu bookcrossing blogueiro vol. 1 de 2013, em novembro tem mais bookcrossing e durante o resto do ano a prática continua, sempre que possível desapegue.

Ah, li isso em algum lugar, dizem que é do Caio Fernando Abreu, eu não sei ao certo, mas gostei da ideia:

"E se me perguntarem como estou, eis a resposta: Estou indo. Sem muita bagagem. Pesos desnecessários causam sempre dores desnecessárias. Esvaziei a mala, olhei no fundo dela, limpei, e estou indo... preenche-la com coisas novas. Sensações novas, situações novas, pessoas novas. Tudo novo!" 

(Caio Fernando Abreu)

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Despedida da Trilogia do Mago Negro, Podcast sobre Quadrinhos.

Oláááááá! Tem alguém por ai?!?!


Sei que já faz um tempinho que não posto e acho que essa não é necessariamente uma postagem de verdade, me desculpem... Esse post vai ficar mais para convite/aviso/registro que post de verdade.

E vamos a eles:

1 - Despedida da Trilogia do Mago Negro: Hoje o Luciano está me recebendo pela quarta vez lá no seu blog, o .Livro, estou falando sobre o volume 3 da Trilogia do Mago Negro, o livro "O Lorde Supremo" da Trudi Canavan.

Como ler essa trilogia foi uma experiência significativa precisei registrar aqui e interrompo minha pausa para convidar a quem quer que ainda esteja por aqui para conferir.

"O Lorde Supremo, Vol. 3 da Trilogia do Mago Negro"


2 - O podcast sobre Quadrinhos: A Mi (Michele Lima para os não intimos), prefeita querida do PodCast das Meninas dos Livros me pediu para avisar aqui sobre o novo cast, nele falamos a respeito de algumas de nossas histórias em quadrinhos favoritas (Hana Yori Dango, Turma da Mônica, Yu Yu Hakusho e Aya de Yopougon). Dessa vez eu não arenguei (briguei) com ninguém (#Milagre) e eu convido todos a ouvirem nosso papo literário e compartilharem conosco suas opiniões, criticas e sugestões.





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E já que estou aqui, vou aproveitar para adicionar ao post alguns fanarts dos meus personagens favoritos da Trilogia do Mago Negro, acrescidos por comentários. Levei mais de seis meses lendo essa história... E como se diz em português não-formal "a gente se apega".

Sonea, protagonista da série com seu visual fim de série, no começo ela é uma adolescente magricela que se veste de menino para evitar o assedio dos homens enquanto faz entregas na cidade. O que ocorre para transforma a menina magricela nessa mulher segura só lendo para saber.

Imagem daqui

Dannyl e Tayend, por sua inteligencia, perspicácia e tenacidade, o Tayend se tornou um dos meus amores literários, é um personagem muito digno, bem resolvido, corajoso e cativante. Não a toa o casal é frequente e muito bem representado nos fanarts.

"Palavras são mais afiadas que espadas, elas só não destroem a mobília"
(Tayend, In: CANAVAN, Trudi. A Aprendiz. p. 377)





Akkarin, Lorde Supremo do Clã dos Magos: se ele é vilão ou não só lendo até o volume final para saber.


Imagem daqui

Rothen e Dorrien: não privilegiei muito ambos nas resenhas, mas foram marcantes também. Rothen é o melhor professor que um aluno poderia ter e Dorrien é um profissional e tanto, se todo médico fosse como ele as pessoas sofreriam menos.

Imagem daqui

Cery e Savara: na verdade queria uma imagem só do Cery, mas na falta dela vai ele com a Savara mesmo, ela não é um personagem dos menos cativantes, vou dar um credito. Mas ambos estão muito infantilizados nessa imagem, Savara é uma mulher feita, sexy, segura, poderosa e o Cery também é mais seguro.

Imagem daqui
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No mais, se demorar mais um mês para aparecer atualizações aqui... continuem não estranhando...