segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Bruxas... Bruxas... Bruxas... [Top 5 Bruxas e Feiticeiras]

"Sua mãe lera para ela, quando era pequena, e depois ela leu para si. E todas as histórias tinham, em alguma parte, a bruxa. A velha bruxa malvada.
Tiffany pensara: Onde estão as provas?
As histórias nunca dizem por que eram malvadas. Bastava ser mulher, velha, totalmente sozinha e com aparência estranha, já que faltavam dentes. Era o que bastava para ser chamada de bruxa.
Pensando assim, o livro nunca dava provas de nada. Ele falava sobre "um belo príncipe"... Era belo mesmo ou só porque era príncipe as pessoas o chamavam de belo? E a "menina que era tão bela quanto o amanhecer"... Bom, que amanhecer? No solstício do inverno, quase não havia luz ao amanhecer! As histórias não queriam que você pensasse, só queriam que acreditasse no que contavam...
De qualquer modo, preferia as bruxas aos príncipes belos e convencidos, e especialmente às princesas burras e de sorrisos falsos, que tinham menos inteligencia que um besouro." [PRATCHETT, Terry. Pequenos homens livres: uma história do disco. São Paulo: Conrad, 2010. pg. 30.]
Só pela citação já da para perceber o quanto sou simpática e o porquê sou simpática as bruxas da ficção néh!?!? Talvez pelo fato do dia das bruxas está chegando, talvez pelo fato de adorar relembrar a adolescência a Mi do Notas de Rodapé resolveu fazer um Top 5 Bruxas e Feiticeiras e eu estou indo na onda.


5. Morgana do Castelo Rá Tim Bum: fez parte da minha infância, sempre vinha com informações divertidas é quase uma inspiração de Tia para mim que sou cheia de sobrinho graças a Deus! E ainda tem o bônus de ter tido um namorico com o Leonardo da Vinci!


4. Luna Lovegood, amiga do bruxinho Harry Potter sempre teve algo que me encantou. Certa tenacidade misturada com uma leve loucura... A Luma é inteligencia temperada com imensa capacidade de voo e abstração. Não sente estranhamento diante de situações estranhas e por isso é estranha... Enfim, eu a amo, acho que ela também tem um ar de geminiana em sagitário, mas a Aleska é mais indicada para dar o diagnostico.


3. A Morgana das Fadas do "As Brumas de Avalon" da Marion Zaimmer Bradley, não é simpática ou bonita, em suas analises ao menos não, mas conduzida por suas memórias dos tempos do Rei Arthur, suas conquistas e derivativos eu aprendi muito e refleti muito sobre minha posição no mundo como mulher e cristã. Eu amei, odiei e voltei a amar a Morgana da Marion, ela quase faz parte de mim, como só os bons personagens conseguem.


2. Yuko, a Feiticeira Dimensional do mangá e anime X-Hollic da CLAMP, uma mistura de mistério, sarcasmo, bom humor e sabe Deus o que mais. Ela tem uma loja na qual pessoas podem encontrar ajuda para realizar qualquer desejo. Bem, qualquer desejo com a condição de esterem dispostas a pagar o preço, pois no Universo além de não existir acaso nada é de graça, tudo tem um preço.


1.  Esme Cera do Tempo ou Vovó Cera do Tempo, da Série Discworld do Terry Pratchett, nada do que eu possa falar da Vovó faria jus a ela. Uma mulher sem meias palavras, dura, sincera, meio solitária, mas... sei lá... Ela é especialista em "cabeçologia", detesta usar a magia, tem a melhor "primeira visão" de todos os tempos, entende de histórias e domina como ninguém a arte de ter "o pensamento melhor".

Ainda sobre a Vovó, deixo essas palavrinhas do Terry, as quais me fazem querer na próxima vida vim parecida com ela:

"E assim porque as pessoas são dominadas pela Dúvida. Esse é o motor que as impulsiona ao longo da vida. É o elástico na hélice do aviãozinho de plástico da sua alma, e passam o tempo enrolando-o até dar um nó. As primeiras horas da manhã são o pior momento — aquele breve momento em que você sente medo de ter vagueado para longe durante a noite e alguma outra coisa tenha se alojado em seu corpo. Isso nunca acontecia com Vovó Cera do Tempo. Ela passava direto do sono profundo para o funcionamento instantâneo a seis cilindros. Nunca precisava se achar porque sempre sabia quem estava procurando."

"Ela odiava todas as coisas que predestinassem as pessoas, que as fizessem de bobas, que as tornassem pouco menos que humanas." [Terry Pratchet]
Eu não sou tão boa quanto a Mi em fazer listinhas praticas e rápidas, mas fiz a minha. Isso não é tag, meme ou blogagem coletiva, mas se alguém quiser fazer seu "Top 5 Bruxas e Feiticeiras" faz e deixa o link, eu vou adorar conferir.



quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Culpa de carnívora...

Não sei como ou porque nos últimos tempos ando sendo atormentada por um estranho sentimento de culpa por ser carnívora. Uma culpa capaz de se manifestar nos mais diversos e inusitados momentos.

A ultima manifestação dela foi suficientemente inquietante para merecer um post. Ela ocorreu depois do livro "Flop - a História de Um Peixinho Japonês Na China" com as crianças na creche.


A história contada através de imagens por  Laurent Cardon em Flop fala sobre a amizade de um garoto e um peixe e como as vezes o verdadeiro amigo precisa aprender a abrir mão de algo para deixar o outro ser feliz. A partir do livro a gente fez roda de conversa e alguns trabalhos no que eu chamo de "oficina criativa".


Como minha casa é lar de muitos peixinhos dos mais diversos tipos e estágios de desenvolvimento [tanto Rafael pai quanto Rafael Jr criam peixes] para concluir as discussões nascidas da leitura do livro eu pedi a meu irmão para me deixar levar um dos muitos peixes dele para mostrar as crianças. A presença do novo amiguinho gerou uma série de novas questões por parte das crianças. Coisas como:

"Ele é bonzinho tia?"
"Tia ele escuta?"
"Ele come o que tia?"
"Ele gosta da gente tia?"
"Onde ele mora tia?"
"A mãe dele gosta dele tia?"
"Ele é feliz tia?"
"Ele sente dor tia?"
"Tu vai deixar ele voltar para os amiguinhos dele néh tia?"

Enquanto as questões eram respondidas por mim e pelas próprias crianças envolvidas no momento me ocorreu um medo atroz e inquietante das crianças perguntarem algo do tipo "Se ele é bonzinho, sente dor e tem amigos, tia por que a gente mata e come ele ?".

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

De como fui a IX Bienal do Livro de Pernambuco, meti o pé na jaca literária e ganhei a coleção de mangás da Sakura.

Para pessoas como eu, apaixonadas pelas histórias velhas e jovens contadas nos "papeis pintados com tinta" conhecidos popularmente como livros, a Bienal do livro é O EVENTO. Eu já aprendi ano passado a não esperar muito dela, mas ainda assim fui a ela bem motivada. Afinal, além de tudo havia a promessa do bônus dos educadores oferecido pela prefeitura e governo do estado de Pernambuco. Mas, no final das contas não foi nada do que deveria ter sido.

Tive a impressão que rolou um grande boicote a bienal por parte do insuportável do Eduardo Campos e dos seus capachos prefeitos das cidades vizinhas a Recife. Os professores do estado não receberam o dito bônus, como nas bienais anteriores, várias cidades vizinhas também não deram ou só disponibilizaram o dinheiro, como fez Recife, nos últimos dias dificultando para os professores gastarem o dinheiro com livros na Bienal.

Confesso que só gastei na bienal porque é de meu habito gastar com livros, se tivesse esperado pelo bônus não teria ido pelo simples fato do centro de convenções fica muito distante mesmo da minha casa, o bônus só saiu no dia 11 em dinheiro e é mais fácil e barato comprar nos sites e na Estante Virtual [mesmo com frete]. E sim, reconheço haver algo de incomodo com educadores que só se mobilizam para ir a um evento assim quando recebem incentivo do estado, mas há algo de mais incomodo ainda em um estado que tem consciência disso e tira o incentivo dos professores boicotando a feira do livro.

Mas, apesar da distancia considerável, da ausência do bônus e derivativos eu fui a IX Bienal do Livro de Pernambuco na companhia do Alexandre e não foi uma experiencia das piores não.

Eu estou muito gordaaaaaaaa!!!

Não houve boas promoções, a exceção da EDUSP que estava com 50% de desconto, tinha menos livreiros que no bienio passado, mas a companhia do Alexandre fez valer pelo passeio e como sou consumista literária deu até para sapecar alguns livros interessantes.


Destaco dessa compra os quadrinhos feitos a partir de clássicos da literatura brasileira "O cortiço" e "Memórias Póstumas de Brás Cubas". Esse livro sobre as "Escolas Republicanas" de São Paulo custa coisa de R$ 100,00, mas comprei por R$ 54,00 valeu muito a pena, os livros sobre culinária e o quadrinho de Joaquim Nabuco foram presentes da Fundação Joaquim Nabuco.



Porém o livro que me fez feliz mesmo foi a primeira Hellcife, uma coletânea de quadrinhos publicada pela Livrinho de Papel Finíssimo reunindo divers@s desenhistas e ilustrador@s da cidade. Nessa edição muitas das histórias girou em torno do calor da cidade e os seus efeitos sobre as pessoas e eu me identifiquei com muitos dos personagens. Com outros nem tanto, mas tudo o que foi expresso no texto desse livro é possível ver nas ruas e nas gentes de Recife e considero legal ver isso ocorrer em um livro.



Então, como se pode supor por essas criticas, não foi devido a Bienal de Pernambuco que meti o pé na jaca literária. Estimulada pelo bônus depositado em minha conta eu resolvi realizar alguns sonhos literários antigos e mergulhei no consumismo adicionando seis títulos a minha estante de uma vez só.


Contudo, alguns estavam em promoção e outros como "Os livros da Magia" e "A casa de Hades" eram aquisições essenciais a minha vida de leitora. Não podia viver sem eles... Tá, eu podia, mas a tentação foi maior, apesar do frete não ser zero. Para piorar eu ainda comprei uns dvds...


Enfim, já tinha comprado livros na Bienal, somando os custos pendentes de meu fim de semana em São Paulo com outras imprevidências eu fiquei mais falida que o falida pode ser. Meti o pé na Jaca e estou sentindo calafrios só de pensar em quando a fatura chegar. Vou pedi a Deus para meu pai não está por perto quando eu for abrir, porque meu amado pai não paga minhas contas e nem abre os documentos que chegam, mas pergunta quanto estou devendo, sabe quando eu mito, porém quando digo a verdade passa incrivelmente rápido de preto para verde Hulk.

Lembra dessa foto Mi? hahah

E por fim, depois de tanto "lero lero" chegamos ao melhor acontecimento dos últimos dias, finalmente o bookcrossing blogueiro está chegando, a Luma como sempre está puxando o primeiro fio do movimento. No blog dela já consta um post explicando como funciona, no face já tem uma página dedicada ao evento e eu já estou me organizando para participar. E inspirado pela ideia do libertar um livro o inesperado ocorreu na minha vida.


Acontece que o Alexandre [que também tem blog "Do que eu quero"] resolveu praticar o desapego me doando toda a coleção de mangás da Sakura Card Captors dele. Quando ele me disse eu nem acreditei. Que coisa mais inacreditável! Como ele está de casamento marcado, descobriu não ter espaço na nova casa para acomodar essa coleção e decidiu me oferecer a guarda da coleção. Os mangás vieram assim para minha estante voando como uma Carta Clow! A doação do Alexandre me deixou em alfa, omega, delta.... enfim... eu nem mereço um presente tão legal. Mas agradeço! Realmente todas as minhas teorias estavam certas, ser amiga do noivo é muito mais fácil que ser amiga da  noiva.


E sim, além de desapegar de sua coleção, o Alexandre com todos os seus TOCs ainda fez um tipo de box de colecionador para minha pessoa:



E para concluir deixo a imagem dentro do box, o Alexandre disse que foi para ele, mas serve para todos os colecionadores de livros do mundo!

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Leituras simultâneas...

Como sempre estou lendo dois ou mais livros ao mesmo tempo... Embricada entre vários mundos paralelos ao meu. Sim, eu já tentei ficar no meu presente vinte quatro horas por dia, sete dias por semana, todos os dias do mês... o ano inteiro com pretensões de seguir pela vida e então eu acordava, olhava em volta "e o mundo era a terra inteira,  mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido" e eu voltava a precisar dos meus chocolates literários.

Atualmente as leituras que mais chamam minha atenção são velhos moradores de minha estante: "O príncipe e o mendigo" do Mark Twain, "Eu, robô" do Isaac Asimov e "A tormenta das espadas" do George R. R. Martin... Os três juntos formam uma sopa em minha cabeça e me deixam anestesiada desse "sono íntimo do que cabe em mim".

O Mark Twain, autor do século XIX, tem me surpreendido muito em sua excursão pelo século XVI. Tenho a impressão que ao enveredar pelo passado ele conseguiu falar muito bem sobre seu presente. Muito interessante o retrato da pequena infância carente pintado por ele. A família do Tom, o mendigo que por uma série de coincidência vai usurpar por um tempo o lugar do Príncipe de Gales, é um retrato pouco romântico e bem realista de uma família pobre do século XIX, ele me lembra muito "A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra" de Friedrich Engels.

Outro autor cuja lembrança me vem a mente quando leio "O príncipe e o mendigo" é o Lord Dumas. De alguma forma acho a escrita de ambos parecida, cada capitulo tem uma história que fecha em si mesmo com um final antevendo reviravoltas prendendo o leitor. Por outro lado a visão que os autores possuem da realeza é completamente oposta. 


Twain ver príncipes e reis com certa generosidade exaltativa [essa palavra existe?], Dumas com uma ironia zombeteira. O príncipe de Twain é um menino culto, falante de vários idiomas, preparado para governar, sua corte é como um corpo do qual ele é a cabeça e sem ele nada funciona. O Rei de Dumas é um homem cujo comportamento lembra um menino mimado, caprichoso, infiel, um boneco de sua corte guiado pelo cardeal ou por outras pessoas. Eu adoro o humor zombeteiro de Dumas, eu amo o retrato do lado b de Londres criado pelo Twain.

Já o "Eu, Robô" do Asimov é um livro carregado de ternura. Uma leitura que flui como um rio. Cada página lida gera um encantamento diante da genialidade desse autor. Ele não é nada menos que MARAVILHOSO. Consegue ser brilhante, generoso e divertido. Estou curtindo muito essa leitura.

Talvez pela breve introdução esclarecedora do Jorge Luiz Calife, para mim tem sido impossível não pensar muito no monstro de Frankenstein. Eu sou totalmente fã do "Mostro" é um dos seres mais carentes de amor, desamparados e injustiçados por seu próprio pai já inventados dentro e fora da literatura. Acho o doutor Victor Frankenstein simplesmente asqueroso.

Apesar de achar a Mary Shelley incrível e sempre me impressionar em como já tão jovem ela era tão culta, brigo com ela em cada linha na qual ela exalta "as boas qualidades" do Dr. Frankestein e as vezes me pergunto se todas as virtudes dele não são boas ironias. A única coisa de boa no Victor Frankestein é sua cultura, seu conhecimento cientifico e criatividade impressionante.


Em síntese, os robôs de Asinov me provocam a mesma ternura que o "Mostro", eles amam a humanidade e querem se aproximar dela enfrentando sempre a dureza do preconceito, da incompreensão e do medo. As vezes tenho a impressão que Asimov tinha um sentimento semelhante ao meu em relação a criatura de Frankenstein e seus robôs queridos recebem o reflexo desse amor através das três leis da robótica. Pena que a humanidade não consegue confiar nas maquinas que ela mesma criou e condena suas criaturas a fins trágicos.

Por fim, sobre o terceiro livro de minha atual saga por outros mundos, o "A tormenta das espadas", volume 3 das "Crônicas do Gelo e Fogo" do sacana do George R. R. Martin, preciso dizer: através dele tenho me reconciliado com a Daenerys. Ela tem sido tão humana em suas decisões! Tão justa! Tem saído do lugar de menina de boa vontade para mulher de boas decisões e ações. Até aqui ela me incomodava em vários momentos, mas agora me pergunto se meu sentimento por ela não tinha um que de magoa pelo Drogo.

Além da Dani, continuo morrendo de amor pelo Tyrion, além de ser o único personagem intelectualizado capaz de se interessar francamente por mulheres comuns, demonstrou misericórdia pela Sansa Stark... E, além dele, o Jaime Lannister também anda ganhando espaço em meu coração... Nunca pensei que isso fosse possível, não tenho nenhum fraco por loiros de olhos azuis,  mas... o Jaime está mudando... está virando um homem de verdade.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Pausa para um desabafo fútil!

Pois é, eu abri esse post para fazer um registro fútil o qual não pretendo explicar... Sim... esse tipo de registro fica mais adequando em diários fechados e coisas do gênero... mas me deu vontade de fazer o registro aqui mesmo por motivos de "estou chatiada" e claro: o blog é público, mas também é meu "diário de bordo" e eu posso fazer um desabafo bobo vez ou outra.



Enfim, roubando as palavras do querido Felix, eu devo ter salgado a Santa Seia ou jogado chiclete na cruz... Só atos assim explicam a quantidade de homens com a inteligencia emocional de uma criança de três anos que eu sou capaz de atrair.