domingo, 18 de novembro de 2018

Adão, Eva e Sete...



"Adão, Eva e Sete em algum lugar festejando a vida que continua mesmo depois das mais dolorosas tragédias domésticas."
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Em outubro visitei a cidade do Rio de Janeiro e tive a oportunidade de ir ao Museu Nacional de Belas Artes e encontrei a arte de Léon Pallière. Fiquei encantada, impactada, enquanto me aproximava da tela lembrava de Adão e Eva, de sua tragédia familiar, de suas perdas e também do nascimento de Sete como uma nova chance, um novo recomeço, um "talvez agora algo dê certo".

Me perguntei se enquanto Sete crescia em algum momento, em alguma festa de colheita ou depois da chuva ou na Primavera, essa família não chegou a dançar celebrando unicamente o agora, a sobrevivência, a vida resistindo as priores tragédias domésticas.

Ao me aproximar descobri o nome da tela,"Fauno e Bacante", o fluxo do sonho se rompeu, o devaneio se foi. Entendi o quanto minha interpretação diferia radicalmente da intencionalidade do autor da obra. Ainda assim, para mim, Léon Pallière pintou: "Adão, Eva e Sete em algum lugar festejando a vida que continua mesmo depois das mais dolorosas tragédias domésticas" e eu até me vejo lá, dançando com eles.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

"Caro Michele" de Natalia Ginzburg

"Desejo-lhe todo o bem possível e espero que você seja feliz, admitindo que a felicidade exista. Eu não acredito que exista, mas os outros acreditam, e ninguém disse que os outros não têm razão." (O Pelicano In: "Caro Michele" de Natalia Ginzburg, pág. 114).
Em "Caro Michele" encontramos um romance quase epistolar, ele começa com a mulher chamada Adriana escrevendo uma longuíssima carta para seu filho Michele. O rapaz acabou de sair meio fugido da Itália deixando para trás sua mãe, seu pai moribundo, seu melhor amigo (Osvaldo), duas irmãs (Angelica, Viola e "As Gêmeas"), enquanto ele foge essas pessoas escrevem cartas e é essa correspondência o somada a breves descrições do que acontece antes ou depois das pessoas escreve-las que se faz o livro. Todas as cartas são de uma sinceramente tocante, de uma lucidez incrível, um exercício de expor feridas sem procurar achar culpados ou acusar inocentes, todos parecem fazer terapia através da escrita, especialmente Adriana.

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Livros sobre a História da África

Outro dia no meio de uma aula sobre "Reinos e Impérios" existentes na África enquanto Europa vivia sua "Idade Média" surgiu entre meus alunos a pergunta: "Professora, como a senhora sabe disso?". Esse tipo de pergunta faz minha professora interior dá saltos triplos, soltar fogos de artificio e se inspirar. Esse post é produto dessa minha inspiração, pois a pergunta me fez tirar a poeira de minha estante e kindle e mergulhar uma vez na História do continente no qual a aventura humana na terra teve inicio há cerca de 100 mil anos atrás.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

"Mamãe e Eu e Mamãe" da Maya Angelou


Quando um livro nos emociona muito se torna difícil escrever sobre ele, "Mamãe & Eu & Mamãe" é justamente esse tipo de livro emocionante. Maya Angelou tem uma escrita clara, assertiva, não faz drama ou usa meias palavras para falar de sentimentos inteiros quando ela conta sobre a grandeza, a ternura e a resiliência de sua relação com sua incrível mãe não existe um caminho através do qual um leitor não se sinta tocado.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

"Ligeiramente Perigosos" de Mary Balogh


Em "Ligeiramente Perigosos" Mary Balogh concluir a séries "Os Bedwyns" com chave de ouro ao contar a história de Wulfric e de Christine. Ele, o Duque de Bewcastle, um homem que aprendeu a ser frio e preciso em suas decisões a ponto de aparentar não ter coração. Ela, uma viúva jovem, sobrevivente de um casamento psicologicamente abusivo, tem uma vivacidade interior incrível, é um pequeno sol para os que estão em volta.

De muitas formas Christine e Wulfric são pólos opostos e podem se completar e se completam. Achei apaixonante a forma como Mary Balogh contou essa história. Os personagens se equivalem, vivem um romance incrível, cheio de cenas impagáveis e muita ternura. Como não amar?

Perdi a conta de quantas vezes li esse livro desde abril de 2017 e não canso dele de jeito nenhum. Agora mesmo estou aqui me apaixonando novamente por esses dois. O livro novo da Mary está ali pronto para ser lido junto com tantos outros, mas eu só quero reviver essa história. Wulfric, Christine, toda a família, sorrisos, um pouco de drama e um final incrivelmente feliz!

O Mundo Ardendo nesses dias intempestivos, eu sentido as queimaduras, pois não estou indiferente ou fora da guerra. No entanto, para equilibrar os desmantelo emocionais, releio meus velhos romances, procuro neles uma dose de alento.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

"O Exílio e o Reino" de Albert Camus


Quando eu estava no 1º ano do Ensino Médio tive um professor de Filosofia excelente, capaz de figurar entre os melhores professores da vida, uma inspiração para mim. Um belo dia ele escreveu no quadro 5 livros o quais, na opinião dele, todo mundo devia ler ao menos uma vez na vida:

sexta-feira, 20 de abril de 2018

"Manual da Demissão" de Julia Wähmann


"Manual da Demissão" é um livro narrado em primeira pessoa no qual Julia Wähmann descreve, entre o dialogo e parodia com com manuais de autoajuda e "faça você mesmo" as várias facetas da vida de uma pessoa recém demitida no Brasil entre esses dias de Crise Econômica, Impeachment, Golpe, Fora Temer etc e tal. Se valendo de humor ela conta sobre o desamparo que acompanha a pessoa demitida, a tristeza do pós-demissão, as burocracias legais e o mar de vazio e autopiedade no qual uma pessoa recém demitida pode se deixar mergulhar.

terça-feira, 10 de abril de 2018

"O Bestiário Particular de Parzifal" de Hiro Kawahara


Em "O Bestiário Particular de Parzifal" Hiro Kawahara conta a história tocante de Parzifal, uma mulher que cresceu isolada na floresta protegida por uma gama de amigos imaginários. Quando nós a encontramos pela primeira vez, ele tem 24 anos, está grávida e seus amigos estão lhe informando que ela precisa saí da floresta e enfrentar o "Mundo lá fora" e, de fato, é isso que nossa heroína faz.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Cadê o banheiro das estações?


Ser usuária do Metrô Recife sempre rende histórias. Algumas são até ternas, a maioria é aflitiva. Como sou do tipo que conversa com as pessoas, meus encontros tendem a serem temperados por confissões inusitadas, questionamentos e situação meio esquisitas.

quinta-feira, 29 de março de 2018

"One Week Friends" da Matcha Hazuki


One Week Friends é um mangá no qual se conta como a Kaori e Yuuki constroem uma relação de afeto e amizade enfrentando o fato de Kaori não consegui preservar memórias relacionadas a amizades por mais de uma semana. Depois de um acidente, ela passa a acordar em todas as manhãs de segunda-feira sem nenhuma lembrança referente a seus amigos e por isso termina se isolando de todas as pessoas com exceção de seus familiares até o dia no qual Yuuki decide se torna amigo dela e enfrentar essa dificuldade.

domingo, 18 de março de 2018

"O Beijo da Lua" de Nana Valenttine


Romance Histórico é aquele gênero literário que em minha vida funciona como um cobertor quentinho para noites de tempestade e um ventinho bom em dias de sol causticante. Leio por prazer e vivo tentando descobri novas autoras para não correr o risco de ficar sem nada para ler e nessas procuras acabei encontrando a Nana Valenttine e sua série "Lendas de Amor". disponíveis em e-book na loja Kindle.

terça-feira, 13 de março de 2018

Fugitiva de Alice Munro


Estou lendo "Fugitiva" da Alice Munro, é um livro de contos no qual o protagonismo pertence a mulheres nos diversos estados da vida de um mulher. Tenho visto e vivido, através dos olhos da Alice mulheres vivendo a experiência de ser filha, esposa, mãe, viúva, profissional, estudante, solitária, companheira, amiga de alguém.

sexta-feira, 9 de março de 2018

Dias imensos, Lua, Café, Ratos, Alturas, Bolo e um Presente em 8 de Março de 2018


Meus dias tem sido imensos. Parece que mil coisas conseguem acontecer a todo instante e definitivamente desisti de prever o próximo movimento. Adotei recentemente a estrategia de viver um dia por vez, mas no ritmo atual vou acabar radicalizando e vivendo um instante por vez. Não tem sido raras as vezes nas quais me pego ao fim do dia vivendo algo inimaginável as 4:30 da manhã. Aliás, já que citei o horário no qual acordo, as vezes até o céu da madrugada me prega peças.

domingo, 25 de fevereiro de 2018

O plano era só ver o mar, mas...


Fui a praia sem pretensão nenhuma de entrar na água.
O plano era só sentar, desfrutar da brisa marítima, da visão, da companhia... terminar de ler um livro...

MAS o mar me chamou.

Não sei explicar como foi essa força, esse imã, esse chamado.

Não sei o que deu em mim, apenas deixei o livro no canto e fui...

Não tinha como não ir de roupa e tudo, de óculos e tudo, com tudo o que sou, sonho, desejo, espero, não espero, acredito e desacredito, fui de TODO JEITO!


A Claudineia fez o favor de registar minha corrida para a imensidão... e preservou esse momento inesquecível e magico... Na volta, só consegui deixar o óculos e o livro de lado para apenas sentir essa coisa que o mar deixa na gente.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

John Constantine, Hellblazer: Origens, Vol. 2, Triângulos Infernais


Tenho já há um bom tempo curiosidade de conhecer um pouco mais a história de John Constantine, tanto devido ao filme de 2005 estrelado por Keanu Reeves quanto pela aparição do mago em "Os livros da Magia" de Neil Gaiman. Quando a Panini passou a publicar "Hellblazer - Origens",na qual são reunidas as primeiras edições da série "John Constantine, Hellblazer" não resisti e passei a mergulhar em mais esse HQ.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Minha recente descoberta sobre o amor...


Tenho a leve impressão de está prestes a escrever uma obviedade sem tamanho, mas as vezes me ocorre que viver é uma experiencia de reinventar a roda, redescobrir velhas novidades. Então me perdoem se minha  recente descoberta soar meio velha.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

"Lendas do Universo DC: Mulher-Maravilha", vol. 3 de George Pérez


Quando Gal Gadot roubou a cena no filme "Batman Vs Superman" e a expectativa para o tão aguardado filme da "Mulher-Maravilha" cresceu começou a pipocar publicações de HQs dela. E lindamente sai fazendo a coleção com a "Mulher-Maravilha dos Novos 52", a "Terra Um" e lendária série do George Pérez anunciada por todos como "a melhor coisa já escrita sobre a Princesa das Amazonas".

O trabalho do Peréz realmente é muito bom, foi publicado no Brasil pela Panini em quatro volumes sob o selo "Lendas do Universo DC", em minha coleção tenho os quatro, mas hoje, aproveito o pedido de um amigo, e vou falar sobre o vol. 3 no qual estão compiladas as histórias originalmente publicadas na Wonder-Woman 15-19 e na Action Comics 600 em 1988.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

"Rei Lear" de William Shakespeare


"Rei Lear" de William Shakespeare é uma peça teatral, uma tragédia escrita em 1606. Nela se conta a história do que aconteceu a família do Rei Lear quando ele, já idoso, decide dividir seus bens entre suas três filhas (Goneril, Regana e Cordélia) e viver sob a tutela delas o resto de seus dias.

O plano de Lear era brilhante, conferindo independência as filhas ele desejava poder gozar de seus últimos anos de vida com tranquilidade e sem o peso das responsabilidades, no entanto, os resultados de sua ação são catastróficos para todos e infinitamente mais para ele.

sábado, 20 de janeiro de 2018

"Lovely Complex" de Aya Nakahara: 12 volumes e dois anos de amor!



Lovely Complex é um mangá escrito por Aya Nakahara. Sendo um mangá shoujo tem como como público alvo mulheres entre 12 e 18. Foi publicado no Japão entre os anos de 2001 e 2006. Posteriormente a série foi compilada em 17 volumes e aqui no Brasil seu vol. 1 veio a publico em fevereiro de 2016 pelo selo Planet Mangás da Editora Panini e desde então se tornou o meu mangá favorito em corculação.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

A paisagem da janela enverdeceu lá no Agreste...


Essa foto foi tirada da beira de uma janela, não parece, mas ela já apareceu nesse blog. Ela chegou aqui em março do ano passado quando eu voltei de uma visita aos parentes de minha amiga Claudineia lá Lagoa do Ouro (localizada no Agreste de Pernambuco) trouxe ela comigo, mas nessa ocasião tudo estava muito diferente.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

"Sono" de Haruki Murakami


Escrito em primeira pessoa, "Sono" de Haruki Murakami e Kat Menschik é um livro ilustrado no qual texto e imagem se juntam para contar para conta a história do que ocorreu a uma mulher quando ela passou 17 noites sem dormir. Palavra de honra: assim como "Sono" não tem mais de 800 páginas e sim um pouco menos de 120, essa resenha não vai ser tão longa quando a de "Anna Kariênina".

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

"Anna Kariênina", de Liev Tolstói


Quando se trata de clássicos nada é fácil. Ler é uma aventura e escrever sobre eles um desafio, uma temeridade. Em um mundo como o nosso, no qual guerras se alastram, cidades são construídas e destruídas desde a Antiguidade até agora, uma coisa frágil, como uma pilha de "papel pintado com tinta" sobreviver ao tempo e ao desgaste não é algo corriqueiro ou comum ou vulgar. Clássicos permanecem sendo lidos, mesmo não sendo fáceis, e na mesma medida que encantam, desafiam e intimidam.

Ao menos eu, sempre me sinto desafiada, intimidada e encantada quando encaro um clássico e não foi diferente com "Anna Kariênina" de Liev Tolstói. O livro tem coisa de 800 páginas dividas em 8 partes, foi escrito na década de 70 do século XIX ao longo de três anos em um país cuja história, geografia e cultura não são a coisa mais corriqueira para mim. A Russia é tão fria quanto o Nordeste é quente, tem metade do território na Europa e metade na Ásia, foi palco de uma das mais importantes revoluções da História, A Revolução Russa, e eu pouco sei sobre esse gigante, o maior país do mundo.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Infância, vestidos, sonhos: Ana Giovanna Moda Infantil e Feminina


Fui uma criança com a cabeça nas nuvens, meu avô me chamava (ainda chama) de menina passarinho. Queria ser Sindbad, sonhava em ser a Bela do clássico "A Bela e a Fera", me sentia Rapunzel em uma torre com suas tranças. Sonhava em fazer as 7 viagens de Sindbad e valsar com aquele vestido amarelo em um salão de baile. Se pudesse fazer as sete benditas viagens de Sindbad com o vestido da Bela seria tipo a perfeição!