quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Enquanto Recife foi se tornando um lugar de passagem...


Falhei, confesso! Estamos em vésperas de Natal e falhei no objetivo era manter o blog atualizado ao longo do ano inteiro e não consegui esse feito. Novembro, por aqui, passou em branco, um grande hiato de coisas não registradas. A correria de aprender a cuidar de uma casa sozinha, lidar com as coisas de minhas dez turmas de História do Fundamental 2, minhas amigas e amigos tentando me ajudar com as coisas de minha mudança, a nova rotina com meus pais, a dolorosa ausência cotidiana do meu gato e vê minha cidade natal, Recife, se tornando um ponto de passagem.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

O Velho e o Mar de Ernest Hemingway

 

Sou uma pessoa leitora bastante colecionista, gosto de ler e de ter o objeto livro. Não só compro muitos livros como ganho e, não raro, livros comprados ou recebidos de presente ficam anos na estante esperando para serem lidos. "O Velho e o Mar" do Ernest Hemingway é um desses livros que ganhei e ficou anos na estante esperando para ser lido. E não, dessa vez não foi a Ana Seerig a responsável por trazer o livro a minha vida, esse foi presente de Tia Helena em Julho de 2007, nessa época eu ainda morava em Recife, na casa dos meus pais em Nova Descoberta e cursava o 5º Período do curso de História na UFRPE.

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Aluguei Uma Casa, Saí Da Casa Dos Meus Pais

Aluguei uma casa, finalmente. Na verdade, não foi uma casa e sim um apartamento, mas acho que a palavra casa sintetiza melhor a ideia por trás das minhas pretensões com esse ato, a saber: a construção de um espaço de liberdade e proteção no qual eu possa viver plenamente a experiência de ser uma pessoa adulta.

sábado, 4 de setembro de 2021

Livros Recebidos [Setembro de 2021]

Por esses dias aconteceu de minha humilde pessoa receber um pacotão de livros e não, não foram comprados. Aceitei fazer parceria com a Mylena do blog "Gata Leitora" e através dela, que faz um trabalho ótimo no instagram falando de livros e afins, recebi esse pacotão lindo recheado de livros da Penguin Companhia das Letras e Companhia das Letras .

terça-feira, 24 de agosto de 2021

A Enxada e a Lança: a África antes dos portugueses de Alberto da Costa e Silva [40 Livros Antes dos 40/3]


Ler "A enxada e a lança: a África antes dos portugueses" do Alberto da Costa e Silva foi uma experiência extremamente difícil e cansativa, poucas vezes um livro me cansou tanto nos últimos 28 anos de vida leitora. Esse calhamaço de 940 páginas sobre a História da África desde o surgimento da humanidade até o ano de 1500 da Era Comum (1500 depois de Cristo) consumiu muito da minha paciência, experiência e tenacidade acumulada ao longo das décadas.

Muitas resenhas anunciam esse livro como delicioso, linguagem ótima, acessível, envolvente, verdadeira viagem ao passado da África sem precisar de Maquina do Tempo. Minha experiência foi totalmente diferente e minha opinião diverge dessas. Para mim esse foi um livro de leitura acidentada, dificilmente é possível lê-lo em um único folego, impossível concluir a leitura em curto espaço de tempo.

terça-feira, 10 de agosto de 2021

Caminhando por Igarassu

Igarassu foi, como já comentei aqui, um dos primeiros lugares a ser alvo do processo colonizador do Império Português no Brasil, mas ao longo dos séculos não alçou grande importância dentro do Brasil. Atualmente fica no limite da Região Metropolitana do Recife a dois passo da Zona da Mata Norte. Minha família mora bem no finzinho da cidade em um bairro no qual não passa ônibus ou qualquer forma de transporte publico, o Serviço de Correios e Telégrafos não faz entrega e a rua de nossa casa ainda não foi asfaltada ainda.

sábado, 7 de agosto de 2021

A Origem do Mundo: uma história cultural da vagina ou da vulva vs. o patriarcado de Liv Strömquist [40 Livros Antes dos 40/2]


Mesmo uma pessoa desatenta consegue perceber o quanto as relações entre os gêneros feminino e masculino são desequilibradas de maneira a deixar os homens em situação de vantagem em relação as mulheres. Existe uma estrutura social milimetricamente construída para favorecer uns e colocar outras em situação de submissão. Até da para negar isso, mas não da para negar isso e ser considerado uma pessoa honesta.

Se as relações entre os gêneros foram estruturalmente CONSTRUIDAS para serem desiguais é possível SIM desconstruir essas desigualdades. No entanto, como desconstruir uma estrutura sem conhecer as formas como ela foi feita, suas engrenagens, métodos e formas? Até para dinamitar um prédio com sucesso é preciso conhecer o mínimo das estruturas de desse prédio. É dentro dessa perspectiva de necessidade de conhecer que o trabalho da Liv Strömquist em "A Origem do Mundo: uma história cultural da vagina ou da vulva vs. o patriarcado" ganha importância, é fundamental ter acesso ao conhecimento de nós mesmas não só como sujeitos históricos no mundo, mas também como um corpo no mundo.

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

As vezes o mundo é imenso, as vezes é só meu gato e eu

Lion chegou a minha vida no Natal de 2014. Júnior, meu irmão consanguíneo, pegou ele da última ninhada de Renato, meu irmão do coração. A ideia de Júnior era que Lion fosse o gato dele, mas, depois de termos passado o Natal juntos, o gato cismou com minha cara, se tornou a sombra d4a minha sombra e desde então somos parceiros nessa vida.

domingo, 1 de agosto de 2021

Enrolados, Rapunzel e Eu

 

Vi "Enrolados" pela primeira vez no cinema. Parece ter sido ontem e ao mesmo tempo em outra vida, uma vida beeeem distanteeee. Lembro bem do impacto desse filme no meu coração, me identifiquei muito com a personagem, fiquei encantada com os efeitos especiais em 3D, foi um dos primeiros que fui vê sozinha no cinema. Lembro te ter ido sem nenhuma expectativa, só estava fugindo da possibilidade de passar mais uma tarde em casa arriscando uma briga fenomenal com meu pai, encontrei o filme em cartaz, fiquei maravilhada com a possibilidade de ver essa história, pois gosto bastante da história da Rapunzel.

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Capela de São Sebastião, em Igarassu



A cidade de Igarassu, onde moro atualmente, é uma das cidades mais antigas do Brasil, a cidade é um dos primeiros núcleos de povoamento português no Brasil. Reza a lenda, mentira não é lenda não, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)  diz que aqui se localiza o templo católico mais antigo do país: a Igreja dos Santos Cosme e Damião. Como boa cidade fundada no período colonial, Igarassu possui muitas igrejas católicas com arquitetura barroca característica do século XVI (o século no qual o processo colonizador da América começou a mover suas engrenagens). Já visitei algumas vezes o Centro Histórico de Igarassu e nessas visitas sempre chamou a minha atenção uma igrejinha pequenininha, sempre fechada, solitária no meio de um pátio aberto e deserto. Essa igrejinha  que me lembra a "capelinha de melão" da cantiga infantil é a Capela de São Sebastião que finalmente encontrei aberta, fiquei emocionada com o encontro e decidi fazer um registro.

terça-feira, 27 de julho de 2021

Debaixo Do Vulcão de Malcolm Lowry

"Quauhnahuac era como o tempo sob esse aspecto, para onde quer que alguém se voltasse o abismo estava à espera logo depois da esquina."

"Debaixo do Vulcão" do Malcolm Lowry foi um das melhores e mais difíceis leituras que fiz nos últimos tempos. É um livro com pouquíssimos personagens, apenas quatro: Cônsul britânico Geoffrey Firmin, o protagonista, seu meio irmão Hugh, seu amigo de infância M. Jacques Laruelle e sua esposa Ivonne. Toda ação acontece na cidade mexicana fictícia de Quauhnahuac no "Dia dos Mortos" de 1938 e o nome do livro se deve ao fato da cidade ser sombreada por dois vulcões, o Popocatepeth e o Iztaccihiath.

quinta-feira, 22 de julho de 2021

A Igreja Matriz de Santo Antônio, no Recife

O centro do Recife guarda algumas igrejas barrocas, nobres sobreviventes dos projetos modernizadores do inicio do Século XX responsáveis por destruir o patrimônio histórico para construir avenidas que partem de "Lugar Nenhum e vão para "Nenhum Lugar". Antes do Covid 19 eu gostava muito de vagar pelo Centro do Recife visitando essas Igrejas, as vezes saia de casa só para isso. As Igrejas Barrocas são obras de arte de paredes largas e portas abertas nos transportam do presente para o passado, de um mundo mais material para um mundo de fé e esperança de perdão e passe livre para o Paraiso depois das dores dessa existência.

domingo, 4 de julho de 2021

Jogos de Amor de Helena Vieira


De todos os livros eu gosto, mas de alguns eu gosto mais. Um romance bem temperado, gostosinho, com muito humor, casal com muita química e final impreterivelmente feliz como "Jogos de Amor" da Helena Viera é justamente o tipo de livro do qual eu gosto mais, muito mais mesmo.

domingo, 13 de junho de 2021

"O Pássaro Secreto" de Marilia Arnaud


"O Pássaro Secreto" da Marilia Arnaud é um livro pesado. Ao longo da leitura pensei muito no quanto a adolescência pode, e com frequência é, uma época claustrofóbica da vida. Quando somos adolescentes pode existir um planeta com milhares de culturas e milhões de habitantes, mas se nossa experiência se reduz aos espaços da casa e da escola e nossas pessoas são apenas a família e os colegas de sala reunidos pela força do acaso e das condições da nossa classe social o mundo todo fica pequeno, o plural se torna singular, as nossas perspectivas não conseguem se esticar para se ampliar, a vida pode se tornar muito claustrofóbica.

sábado, 5 de junho de 2021

Agora sei como o Dragão se sente em relação a seu Tesouro...


O Dragão existe em muitas culturas e, de uma para outra, varia a forma como ele é mostrado. Em algumas ele é mostrado como um acumulador de tesouros, alguém consciencioso com a manutenção de sua fortuna, de suas moedas de suas coisas, vigiando seu tesouro, com medo de perder ele para algum aventureiro, ultimamente tenho me identificado muito com essa versão da lenda. Agora sei como o Dragão se sente em relação a seu Tesouro.

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Volta Ao Mundo Em 52 Histórias de Neil Philip e Nilesh Mistry

Comecei maio com a intenção de ler livros russos. Fui na estante vê quais tinha, fiz uma bela pilha na minha mesa de estudo, tirei uma bela foto, publiquei nas redes sociais minha expectativa e simplesmente não fluiu de jeito algum. Na primeira página de "A morte de Ivan Ilitch" senti um peso danado, larguei tudo lá no canto e me agarrei com essa edição linda de "Volta ao Mundo em 52 Histórias" narradas por Neil Philip e lindamente ilustrada por Nilesh Mistry.

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Talvez Esther de Katja Petrowskaja


"Eu acho que ela se chamava Esther, disse meu pai. Sim, talvez Esther. Eu tinha duas avós, e uma delas se chamava Esther, isso mesmo.
Como assim, 'talvez'?, perguntei indignada. Você não sabe o nome da tua avó?
Nunca a chamava pelo nome, ele me respondeu. Eu a chamava de 'babucha', e meus pais de 'mãe'." (pag. 172/173)

Eis um livro difícil de definir: "Talvez Esther" da Katja Petrowskaja. Nele se encontram tanto tipos diferentes de narrativas literária quanto diferentes sentimentos e emoções em relação a família, história e identidade étnica. Nele Katja tenta sistematizar em forma de escrita a história de sua família formada por judeus que ao longo do século XX, por escolha ou medo, abriram mão ou perderam sua identidade cultural e étnica como judeus ao migrar, por escolha ou falta de opção, para a União Soviética, atual Rússia.

segunda-feira, 29 de março de 2021

POPS: A vida de Louis Armstrong de Terry Teachout


"Pops: a vida de Louis Armstrong" escrito pelo Terry Teachout chegou a minha estante em maio de 2018 como presente de aniversário da Ana Seerig. Sim, esse, assim como o "Joana D'arc: médium" do Léon Denis, foi mais um presente dela. Sim, a Ana Seerig é apaixonada por biografias, fora essa ainda tem mais uma biografia na pilha dos livros com os quais ela me presenteou ao longo dos últimos dez anos e em breve, se Deus quiser, estarei lendo e resenhando. E com essa paro de falar de nossa amizade pontuada por livros e vou começar a falar do livro, do Louis Armstrong e das escolhas do Terry Teachout na feitura dessa biografia.

domingo, 21 de março de 2021

Só penso em café

 

Alguma coisa tomou conta da minha família toda. Não afirmo categoricamente: "Foi Covid." pois o resultado do teste ainda não saiu. Todos nós ficamos bem ruins e meu pai ficou pior. Meu irmão está aparentemente recuperado enquanto eu, Mainha e Painho ainda lutamos com náuseas, fraquezas e, no meu caso especifico, ausência total de paladar e olfato.

Na total falta dos odores e sabores só penso em café. Meu dia pode ser resumido a catalogação de todos os cafés da minha vida.

segunda-feira, 1 de março de 2021

A satisfação de transferir livros da pilha dos não lidos para as dos lidos

Passei um tempo entre 2014 e 2018 me sentindo muito vazia. Lidei com esse sentimento comprando e lendo livros. A velocidade com a qual comprei superou e muito a velocidade com a qual li, consequentemente faz parte da minha vida atual pilhas e pilhas de livro não lidos, centenas de livros não lidos. Tenho tentado lidar com essa pilha da única forma possível: lendo um livro por vez. Ainda falta muito para diminuir essa pilha, mas fevereiro chegou ao fim e nesse primeiro dia de março olho para minha mesa, vejo espaço vazio e constato que estou lendo os livros comprados, emprestados, presenteados durante esse longo tempo de vazio. 

Me sinto tão SATISFEITA! Passei de pessoa tão ansiosa por preencher espaços vazios com letras e histórias, ferrenha construtora de barricadas de tijolos feitos de papel pintados com tinta, a alguém satisfeita com a visão do espaço vazio na mesa. É muito satisfatório transferir livros da pilha dos não lidos para a pilha do lidos, conferir as lobadas, relembrar as histórias, conferir as prateleiras da parte interna do coração e sentir nela novos moradores.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Responda em cinco linhas: "O que a pandemia transformou em minha vida pessoal?"

O Sindicato dos Trabalhadores/Trabalhadoras em Educação do Jaboatão dos Guararapes (SINPROJA), cidade na qual trabalho, convidou algumas trabalhadoras para responder a pergunta titulo desse post. A resposta precisava ser curta (cinco linhas), pois ela vai integrar uma sessão do jornal do sindicato.

A primeira versão da minha resposta não passou pelo crivo da redatora, precisei reescrever, mas gostei de minha própria resposta, bem narcisista. Gostando da resposta, resolvi deixar ela aqui como mais uma memória desse dias, desse momento, desse tempo.
"Para fugir de aglomerações urbanas, mudei meu endereço residencial junto com meus pais. Como nunca tinha mudado de endereço na vida essa mudança acarretou para mim um profundo sentimento de desagregação afetiva e social. No meu antigo endereço conhecia todo mundo, tinha vários vínculos de solidariedade, afetividade e irmandade, já aqui nem a vizinha do lado conheço."

Quando a redatora do jornal me pediu para reescrever, ela perguntou: "Qual o sentimento e significado dessa mudança, em fica isolada?".  Seguindo essa a questão norteei minha segunda resposta.

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Tentei financiar um imóvel, não deu certo.

Tentei financiar um imóvel. Era um daqueles apartamentos parecidos com uma caixa de fosforo com nomes de plantas, mas sem nenhuma árvore dando sinal de vida, aliás, desconfio que muitas árvores foram cortadas para construir aquele condomínio em Jaboatão Centro.

Fiz tudo de forma bem temerária. Fucei no site da construtora, tentando entender as condições de financiamento do lugar, deixei meu telefone em uma das caixas de não sei o que do site e passei a receber ligações dos corretores espaçadamente até o dia no qual meu pai teve um daqueles momentos explosivos tão corriqueiros e cai lindamente na conversa da corretora.

Achei sinceramente que cabia no meu orçamento. Acreditei que estaria indo em busca da qualidade de vida mental faltante em minha vida domestica e profissional. Não é um exercício fácil morar há várias cidades de distancia do trabalho, muito menos viver em uma casa na qual a vida oscila de acordo com os  humores de alguém que altera legal. E quando eu digo legal é legal mesmo! Coisas difíceis e fáceis de confessar, depende de a quem se confessa... De alguma forma vida doméstica acidentada é situação corriqueira.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Um ano conversando com a Lua

 

Tem uma de Lua no céu do entardecer. A medida que a luz do Sol fenece ela ganha mais e mais brilho, da mesma forma, quando o inverso ocorrer e o Sol voltar a brilhar ela se tornará opaca.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Das flores do quintal

 


As vezes estou lendo ou estudando ou preparando material didático para alguma aula, sinto que terminei um arco narrativo, levanto e vou lá fora da uma olhada nas coisas pequenas do "Jardim do Meu Irmão".

Meu irmão plantou um jardim no quintal e cuida dele com um constante e comovente fervor. Não sou dada a me dedicar a jardinagem, mas passei a entender quem se dedica a esse tipo de atividade. Cada vez mais, gosto de acompanhar das flores, de observar os ciclos das plantas, de repousar nesse pequeno jardim.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Presentes Quase Displicentes

 

A época das mangas já passou, mas tem uma mangueira no quintal onde meu irmão trabalha. E, com seus 31 anos, meu irmão ainda não esqueceu como se faz para subir em um pé de manga e colher os frutos pendurados nos lugares mais difíceis.

Como ele consegue se recordar das artes de moleque, há manga rosa na mesa da cozinha. O perfume dessas frutas não tem palavras que descreva e a cor não tem câmera que guarde. São lindas e cheirosas. Um presente oferecido desse jeito quase displicente que meu irmão tem de presentear.

Recife, 27 de março de 2020.

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As mangas estavam no escorredor de macarrão idoso da minha mãe, postas em cima da mesa da cozinha. A mesa na qual escrevi a mão me primeiro trabalho acadêmica de "Introdução aos Estudos Históricos" e também minha dissertação de mestrado inteira. A mesa das muitas refeições. Rafaela, minha irmã mais nova, ficou morando com o companheiro dela na casa de Nova Descoberta. Recentemente ela jogou o escorredor fora, a mesa permanece sendo palco das refeições de uma nova família de dois. Finalmente comprei uma mesa especifica para escrever meus trabalhos, ela vive em uma eterna bagunça de livros, cadernos, canetas e Lion.

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Longuíssimo Balanço Emocional


Tenho descoberto novas vozes alienígenas a cada novo dia enquanto observo as estrelas do céu noturno de Igarassu e converso com as plantas do Jardim do Meu Irmão e a mangueira do quintal vizinho. Escrevo grandes desabafos em meus cadernos escolares originalmente comprados para fichamentos de textos sobre Egito, Grécia, Primeira Guerra Mundial, Racismo, Antirracismo e todas as coisas com as quais se preenche 120 horas aulas em um ano letivo de turmas do 6º, 7°, 8° e 9º anos.

As vezes me sinto tão velha. Todas as pessoas nadando no mar da sua trigésima década de vida, com ou sem pandemia, se sentem assim? As vezes toda essa sensação de velhice e experiência de vida parecem meras ilusões de ótica, prepotência sobrevivente da adolescência que não nos abandona nos vinte anos e parece voltar a vida nos trinta. As vezes toda essa sensação de velhice e experiência de vida parecem direitos naturais das sobreviventes de suas próprias loucuras dos vinte anos.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Joana D'arc: Médium de Leon Denis [40 Livros Antes dos 40/1]


Incluí "Joana D'arc: médium" do Léon Denis na minha lista de "40 livros antes dos 40" por ele ser parte da lista dos muitos livros com os quais a Ana Seerig me presenteou ao longo de pouco mais de década de amizade. Esse livro chegou na minha casa em Janeiro de 2020 em circunstâncias muito especiais, a dedicatória, a carta e toda história na qual essa edição está envolvida é muito tocante e um dos episódios mais especiais da minha vida adulta. Só de olhar para esse livro me sinto de alguma forma reconfortada dos muitos males do mundo.

domingo, 3 de janeiro de 2021

40 LIVROS ANTES DOS 40 ANOS


01. O grande massacre dos gatos: e outros episódios da história cultural francesa -  Robert Darnton.

02.  A Enxada e a Lança: a África antes dos portugueses - Alberto da Costa e Silva.

03. Villete - Charlotte Bronte.


05. As Aventuras de Tom Sawyer - Mark Twyn

06. Os Maias - Eça de Queiros

07. A Odisseia - Homero

08. História - Heródoto


10. Fernando Pessoa: uma quase autobiografia - Jose Paulo Cavalcanti Filho

E, no entanto...

Aos meus olhos parece incrível um ano ter se passado assim e, no entanto 2020 se foi e já estamos em 2021. Um genocida no poder, incertezas e descobrindo como se vive uma pandemia. A Peste Negra parecia tão longe e, no entanto, cá estamos nós com nossos muitos lutos, covas rasas, vivendo um dia de cada vez.

Para quem, como eu, saiu da vida de estudante para a vida de professora, passar um ano sem as quatro unidades, cadernetas empilhadas, avaliações por todos os lados, cansaço incrível, Pascoa, São João é uma coisa tão despropositada.

Eu acreditaria mais facilmente no fim do mundo causado pelo impacto do um cometa errado do que numa vida sem o cotidiano escolar e, no entanto, desde  março não piso numa sala de aula concreta. Minha vida pelo avesso, a falência momentânea do eixo no qual minha vida se organiza. Não sei nem como sobrevivi a esses meses.