Fernando Pessoa é meu poeta favorito. Favorito até no sentimento de solidão que certas horas nos trazem, na revolta contra atitudes hipócritas que enchem nossa rotina na forma de descrever a si, na forma de falar do amor e em tantos outros aspectos a pessoa que eu sou se identifica com aquilo que ele escreve em seus versos de fingidor, que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente...
Aaaaaahhhhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
"Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada."
Esses versos de Fernando, que eu recito intimamente varias vezes diante da janela do quarto onde dormi por anos, descreve bem a sensação que tenho ao escrever essa postagem, acho que pensando direitinho até faz sentido né???
Sinto que esse blog é uma janela de meu quarto de dormir, através dele vejo a rua dos blogs dos outros passando.... e nessa rua, real impossivelmente real, certa desconhecidamente certa, onde tantas pessoas passam que é a blogosfera vejo o mistério das coisas por debaixo das pedras... e tantas coisas mais...
Ah, também tenho a impressão que esse blog, da mesma forma que me possibilita ver a rua oferece aos passantes uma imagem da bagunça terrível na qual mergulha o meu quarto de dormir...
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Em 1 de Setembro de 2010, fiz algumas alterações nessa postagem de maneira a deixa-la mais clara!!!