quarta-feira, 24 de junho de 2015

TAG Neil Gaiman

Há algum tempo encontrei no .Livro a "Tag Neil Gaiman". A primeira coisa que pensei quando vi foi: "Isso é coisa da Lu!" e a segunda: "É obvio que vou responder!". Realmente era coisa da Lu, lá no "Aceita um leite?" é possível conferir as respostas dela e aqui vão as minhas.



1 - Coraline - Coraline: Aquela vez que você precisou tomar cuidado com o que desejava.

Tentei lembra um momento especifico para contar. Não consegui. Explico: acredito em um "Deus que realiza os desejos do nosso coração" e no poder das palavras (o próprio Deus criou o mundo a partir delas), para completar, sou o tipo de pessoa que leva TUDO a sério... assim... todos os dias tomo cuidado com meus desejos e tenho certo medo deles e onde me levarão.

2 - Richard Mayhew - Lugar Nenhum: Aquela vez que você se sentiu em casa longe de casa.

Em uma paráfrase descarada: Basicamente em São Paulo.

A parte isso, sempre que abro um livro de um autor querido me sinto em casa, por isso independente do destino levo a Bíblia, o Kobo e um livro físico comigo.

3 - Shadow - Deuses Americanos: Aquela vez que você se viu rodeado de pessoas incríveis.

Quando estou com os irmãos da minha mãe, eles são meus heróis de infância.

4 - Wednesday - Deuses Americanos: Aquela vez que você precisou batalhar por si mesmo.

Quando precisei conquistar uma profissão para chamar de minha. Uma coisa é desejar ser uma coisa, outra é conseguir ser, há todo um caminho a percorrer: conquistar uma vaga no pré-vestibular, conseguir a inscrição (na minha época era paga, cara e eu não queria pedir a ninguém #orgulhosa), o nome no listão, todo o processo da graduação, o emprego...

5 - Anansi - Os Filhos de Anansi: Aquela vez que o mundo foi seu parque de diversões.

Naqueles momentos no quais consigo envolver as crianças/adolescentes nas atividades propostas e a aula flui... Nesses momentos o mundo é um carrossel de parque de diversão... Eu rio alto e sinto o sabor do vento enquanto galopo no cavalo de madeira azul.

6 - Timothy Hunter - Os Livros da Magia: Aquela vez que você descobriu os próprios poderes.

Quando soube que meu nome estava no listão dos aprovados na seleção do "Pré-Acadêmico da UFRPE". Sentir a distancia entre mim e meus sonhos diminuir ali.

7 - Orquídea Negra - Orquídea Negra: Aquela vez que você precisou mostrar os seus poderes.

Abril de 2014, foi um mês tenso e houve dois momento, um para cada instituição na qual trabalho, nos quais todos os super-poderes foram revelados.

Foi assustador, empolgante e surpreendente colocar tudo para fora e nunca me senti tão exposta, frágil e forte. Foi épico! Houve quem dissesse "é mais macho que muito homem". Ganhei repeito, amores e ódios, alguns dos quais perduram até o momento.

Há bem e mal em mostrar seu modulo 100%,  mas todo mundo devia mostrar seus super poderes uma vez na vida, só pelo prazer de se sentir protagonista da história.

8 - Destiny - Sandman: Aquela vez que você percebeu que não dava para lutar contra a corrente.

Em novembro de 2013 meu mantra era: "A gente não pode consertar o mundo sozinha!", me sentia sufocada, caindo, desaparecendo, me afogando. O jeito foi me deixar levar pela corrente. No momento me sentir vencida, mas agora, nesse exato momento, isso não é uma metáfora, entendo o quanto parar de brigar com a corrente me fez ser capaz de reunir a energia necessária para a catarse de abril de 2014.

9 - Death - Sandman: Aquela vez que você precisou dar uma lição em alguém.

Se eu disser que agora mesmo tenho uma lista de pessoas com as quais vou ter uma conversa séria vocês acreditam? Sou professora e irmã mais velha de um cara "mala sem alça", é parte constitutiva da profissão dar lições.... hohohoho Por isso amo a Death, ela faz o trabalho dela porque é o trabalho dela e ainda se importa a ponto de se encontrar com a pessoa e dar lições.

10 - Dream - Sandman: Aquela vez que você aprendeu uma grande lição.

Quando eu vi Mainha cuidando do pai do meu pai - Voinho - durante a convalescença dele diariamente. Voinho foi um ótimo avó durante toda minha vida, mas nem sempre foi um ótimo sogro para minha mãe. E isso não fez diferença no julgamento dela. Ela me deu a maior lição de cristianismo.

domingo, 21 de junho de 2015

Volume 1 de "Os miseráveis": Fantine

Honestamente, preferia não comentar "Os miseráveis". Apenas o exercício de ler o livro em si já é doloroso, escrever então é sofrível. Chego a me contorcer contemplando a página em branco, maaaasss faz parte das regras do jogo, ou do "Projeto Victor Hugo" escrever sobre a leitura e cá estou eu. O livro é dividido em 5 volumes, os quais são: Volume I: Fantine; Volume II: Cosette; Volume III: Marius; Volume IV: Idílio da Rua Plumet e epopeia da Rua Saint-Denis; Volume V: Jean Valjean. Como o titulo do post anuncia, aqui vou falar sobre o vol. 1 "Fantine".

Segundo consta Victor Hugo levou 40 anos para escrever esse livro e se ele escreveu sem pressa é melhor ler sem pressa também. Como o livro já tem lá seus 153 anos é fato publico e notório ser a trajetória de Jean Valjean o coração da obra e senti uma enorme ansiedade pelo encontro com ele, porém minha ansiedade foi devidamente trabalhada, para não dizer martirizada, pisada, oprimida e assassinada, até o ponto de definhar e morrer.

Antes de conhecer Jean Valjean, somos apresentadas ao Bispo Myriel, Dom Bienvenu. Cristão consciencioso, ele é capaz de transforma a confortável casa paroquial em hospital, doar a maior parte de sua renda para os pobres, jamais fechar a porta da sua casa, viver unicamente para servir e servir para viver. Fica claro o porquê desse homem ser capaz de abrigar Jean Valjean, então um "mal elemento" recém saído de um carcere de 19 anos anos, com tendencia a violência, ares de louco, fedegoso e desesperado.

Assim como a trajetória do Bispo Myriel, a vida de Jean Valjean é descrita longa e detalhadamente. Nenhum ponto é ignorado: sua vida dura como irmão de uma mulher com muitos filhos e nenhum marido, o fatídico episódio do roubo de um misero pão, o castigo desproporcional e desumano como trabalhador forçado galés por 19 longos anos, as fugas, a dolorosa consciência de ser vitima de injustiças, a construção da brutalidade no coração daquele homem e transformação que ocorreu após o seu encontro com o Bienvenu.

Amo a Fantine da Anne Hathaway 
Só depois de vislumbrar a vida desses dois sujeitos, e o seu encontro, nos é dado a conhecer a trajetória da moça Fantine.  Um moça órfã, de origem desconhecida, que se envolve com um mauricinho rico e prepotente e herda dessa relação uma filha sem pai. Mãe conscienciosa, ela faz todo tipo de esforço possível e imaginável para manter essa filha... quando não tem mais o que vender para manter a menina Fantine vende a si e encontra a degradação... É no meio da degradação assim como Jean Valjean encontrou a benevolência do Bispo Myriel ela vai encontrar a dele.

Uma velha máxima diz: "Todos possuem uma história.", tal máxima parece que a força motriz de Victor Hugo ao escrever. Em sua narrativa nenhum caráter fica descoberto ou descrito superficialmente, todos os personagens a entrar na história tem sua trajetória contada em detalhes. Não há pontas soltas ou detalhes não revelados. Os pobres, os ricos, os oprimidos, os opressores... as misérias humanas são exploradas enquanto os miseráveis levam suas vidas até o seu limite.

Não canso de contemplar absurdada a atualidade dessa história, como em 153 anos o Ocidente caminhou tão pouco na direção da diminuição das desigualdades sociais, da miséria humana, da fragilidade da infância, da hipocrisia dos que possuem muito.

A miséria humana denunciada no século XIX é atual no século XXI.

E no Brasil a comissão Câmara dos Deputados que discute a maioridade penal aprovou no ultimo dia 17 o relatório do deputado Laerte Bessa (PR-DF) que reduz de 18 para 16 anos a idade penal para os crimes considerados graves.

Por favor me belisquem, me acordem, eu estou tendo um pesadelo terrível. O "momento presente" é uma distopia, o texto escrito por Victor Hugo continua sendo necessário e eu gostaria que não fosse.
"Enquanto, por efeito de leis e costumes, houver proscrição social, forçando a existência, em plena civilização, de verdadeiro infernos, e desvirtuando, por humana fatalidade, um destino por natureza divino; enquanto os três problemas do século - a degradação do homem pelo proletariado, a prostituição da mulher pela fome, e a atrofia da criança pela ignorância - não forem resolvidos, enquanto houver lugares onde seja possível a asfixia social; em outras palavras, e de um ponto de vista mais amplo ainda, enquanto sobre a terra houver ignorancia e miséria, livros como este não serão inúteis." (Victor Hugo, Hauteville-House, 1862).

Esse texto pertence ao "Projeto Victor Hugo"


sábado, 13 de junho de 2015

A leitura da vez [Blogagem Coletiva do Sábado]

A Ana Paula e a Tina, propuseram uma vez por mês, nos sábados, um dia meio parado na blogosfera, a realização de uma "Blogagem Coletiva". Funciona mais ou menos como se a blogosfera fosse um varal no qual as pessoas interessadas podem pendurar coisas nele. Essa semana é a primeira experiencia, para ela a ideia é pendurar "A leitura da vez".

Não costumo ler um livro só por vez, leio alguns livros ao mesmo tempo. Então vou citar aqui apenas os livros que monopolizaram minha atenção durante essa semana.

Os infantis foram "Tem bicho que sabe..." de Toni & Laíse e o "Meu coração é um Zoologico" de Michael Hall.


Ambos pertencem ao acervo da creche na qual trabalho e foram lidos e relidos durante essa semana. Confesso, enjoo dos livros primeiro que as crianças, aos dois anos elas gostam muito de repetição, eu também gosto, mas... essa semana vou para uma temática nova. [Mentira, quando as crianças lembram de uma história a ponto de saber pedir com clareza, fico tão emociona e reconto. #Molenga]

Quanto aos adultos os lidos durante essa semana foram:


"Noites sem fim" do Neil Gaiman, trata-se de uma coletâneas de contos sobre os cada um dos Sete Irmãos Perpétuos (Death, Sandman, Delirium, Destino, Destruição, Desejo, Desespero). Para mim o Gaiman é um autor amigo, sempre tenho um livro dele não lido na estante para quando eu preciso de um ombro amigo e nessa semana precisei.

"Cordeluna" da Élia Barceló é uma aventura na qual presente e passado se encontram por meio de magia. Parte dela se passa na Península Ibérica na época das Guerras das Reconquistas e parte dela na Espanha atual. Solicitei ele através da parceria do "O que tem na nossa estante" como a Editora Biruta justamente por essa jogada da autora.

"Os miseráveis" do Victor Hugo está sendo lido a trocentos anos atrás devido ao meu projeto com o Alexandre do #DoQueEuLeio. Essa semana finalmente desatolei de Waterloo. O livro é dividido em 5 volumes, o "Volume 1: Fantine" é sofrido, mas tem uma história cativante do inicio ao fim. Já o "Volume 2: Cosette".... Noooooossaaaaaa... O Victor Hugo começa esse voluma com uma narrativa densa e quase espiritual da Batalha de Waterloo. Gente, não estudei "História da Educação" por amar narrativas de guerras! Foi sofrido ler sobre Waterloo, mas finalmente vou avançar na história. #Aleluias
_______

Essa foi minha participação, se você quiser participar pode pendurar sua leitura, a forma é livre, nas palavras da Ana Paula é:
"Tudo livre e leve, feito vento a balançar o varal - vale resenha, foto do livro, revista, frase, motivo da leitura, o que você quiser. Sob o sol da blogosfera, vamos espiar os comentários, chamar um vizinho a participar!"
E se não deu para participar hoje,  no primeiro sábado de julho tem mais. No dia 04 de Julho o tema será comida.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Projeto Victor Hugo 2015


No inicio de 2015, livrarias acima... livraria abaixo... eu e o Alexandre atinamos de falar dos clássicos da literatura universal... Conversa vai conversa vem decidimos ler "Os miseráveis" de Victor Hugo, virou nosso projeto pessoal e, depois de uma ou duas protelações aqui e ali, acabamos chamando a nossa experiencia de "Projeto Victor Hugo 2015".

Esse projeto tem se revelado uma verdadeira aventura literária, uma Odisseia literária particular e agradável na qual estamos descobrindo a velha novidade desse autor francês tão comprometido com os problemas sociais e as possibilidades de resolução para eles. Nós nos encantamos a cada capitulo e faze da história e talvez por isso de repente nos vimos na iminentes necessidade de partilhar com o mundo nosso entusiasmo.

E o Alê resolveu convidar os nossos companheiros de virtualidade a ler conosco, fez um banner e me convidou a escrever com ele sobre essa viagem. O nosso post em dupla está disponível no blog dele #DoQueEuLeio

E a proposta eu roubo as palavras do Alê para explicar
"A proposta não é que você pare de ler todos aqueles maravilhosos livros que você já está lendo ou pretende ler e focar só em Os Miseráveis, muito pelo contrário, decidimos fazer uma leitura lenta, degustando a narrativa, e claro, intercalando com outros livros que por acaso deseje ler...
SE você não tem Os Miseráveis, não tem problema, é só uma sugestão. Pode ler outro do autor. E então, escolheu um livro? Ou já está lendo algum desses? Posta no teu Intagram uma foto do teu livro com a hashtag #ProjetoVictorHugo2015 , mas se você já leu, então conta aqui pra gente sua experiência com esses clássico, e se quiser participar dessa jornada com a gente, é só começar. " 
Endossando as palavras dele, deixo aqui o meu convite aos companheiros de virtualidade a encarar essa experiencia.

Em tempo, preciso dizer, tenho consciência de que ano de 2015 não tem sido frutífero em experiencias de escrita aqui nesse blog. Sempre fui uma blogueira sem muita pressa para escrever sobre as coisas, sem agenda fixa, amante da slow blog, mas tenho a impressão de está levando esse descompromisso as rais da loucura... Desculpem as ausências amigos!