sábado, 27 de julho de 2024

"A Parábola dos Talentos" da Octavia E. Butler


Depois de ler o maravilhoso "A Parábola do Semeador" não me aguentei e corri na estante para pegar a continuação da história, "A Parábola dos Talentos", para saber mais sobre a as venturas e desventuras de Laurem, seus amigos, a comunidade que eles estavam formando e sua nova religião. Ainda estou absurdada com o fato da Octavia E. Butler ter conseguido não só manter o nível de excelência como elevar a qualidade de seu trabalho. Inexplicável uma obra tão visionária, cirúrgica em suas analises e previsões para o futuro e perfeita em sua execução não constar em várias listas de 100 melhores livros do século XX.

Apesar de ter sido um livro de leitura rápida, foi difícil escrever sobre ele. Muitas das coisas sobre as quais me senti instigada a comentar revelam detalhes da histórias que você pode desejar conhecer por si durante o momento da leitura. Esse texto talvez seja mais interesse a quem já tenha lido o livro ou a quem não se incomoda em conhecer detalhes sobre as histórias antes de lê-las. Para quem quer manter a sensação de surpresa talvez seja melhor passar reto.

quarta-feira, 24 de julho de 2024

O pôr do sol doura todas as coisas


A casa 65-A da Rua Maraú em Nova Descoberta não só é localizada numa área elevada da cidade do Recife como está virada para o oeste, para o poente. Morando nela aprendi cedo a admirar as cores do pôr do Sol, do crepúsculo, desse momento no qual o dia e a noite se encontram, no qual não é dia nem noite e o céu encanta os olhos com suas luzes enquanto o azul luminoso do dia da lugar as estrelas.

sábado, 20 de julho de 2024

"A Parábola do Semeador" de Octavia E. Butler


Sábado, 20 de julho de 2024

Tive meu sonhos recorrente na noite passada. Acho que era esperado. Ele acontece quando eu reluto - quando me debato dentro de uma prisão pessoal e tento fingir que nada incomum está acontecendo. Ele acontece quando tento ser a filha de meu pai.
Hoje é nosso aniversário - o meu décimo quinto e quinquagésimo quinto do meu pai. Amanhã, vou tentar deixá-lo contente - ele, a comunidade e Deus. Então, ontem à noite, sonhei com um lembrete de que tudo é mentira. [...] (pág. 12 de "A Parábola do Semeador")
As palavras acima não são minhas, mas sim o início do livro "A Parábola do Semeador", vol. 1 da "Duologia Semente da Terra", da Octavia E. Butler. E sim, este é um livro cuja história começa a ser contada a partir do dia de hoje, 20 de julho de 2024. A Octavia escreveu esse livro no início da década de 90 do século XX, mas a história começa exatamente na data de hoje, por isso, escolhi essa data para postar a resenha e se alguém decidir começar a ler esse livro exatamente hoje pode ser que esse alguém comece a ficar um tanto assombrado com a capacidade da autora de fazer previsões muito exatas sobre o atual estado não só dos Estados Unidos como do mundo inteiro.

quarta-feira, 17 de julho de 2024

"Recruta Zero, nº 1" de Mort Walker


Ao longo da minha vida foram poucas as vezes que meu pai incentivou de alguma forma meu hábito de leitura. Mesmo agora meu Painho, em nossos momentos de atritos ideológicos ataca bastante meus pobres livros, mas um dia em algum momento da minha infância ele presenteou a mim e a meu irmão com uma revista em quadrinhos do Recruta Zero.

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Dançar na chuva enquanto a chuva vem...


Por esses dias fui convidada por minha amiga Claudineia para conhecer sua nova sobrinha e passar uns dias em Garanhuns com ela e a família da irmã dela. Essa foto que abre o post é resultante desses dias. Claudineia é a de camisa azul, a sobrinha dela, Clara é a mocinha, eu sou a pessoa de bermuda preta, camisa de gatinho e moletom do Batman.

quinta-feira, 4 de julho de 2024

Muitas vistas panorâmicas de Recife

Se eu fosse descrever Recife eu roubaria as palavras que meu saudoso e amado Terry Pratchett usou para descrever Ankh-Morpork em "A Magia de Holy Wood":

"Os poetas a muito desistiram de tentar descrever a cidade. Os mais espertos disfarçam. Dizem que... bem... talvez ela seja malcheirosa, talvez ela seja superpovoada, talvez ela seja um pouco como o Inferno seria se controlassem o fogo que queima por lá e formassem um curral cheio de vacas com problemas intestinais durante um ano. Mas é preciso admitir que ela é cheia de vida pura, dinâmica e vibrante. E é verdade, apesar de serem os poetas quem dizem isso. E as pessoas que não são poetas dizem: e daí? Os colchões também tendem a ser cheios de vida, mais ninguém escreve odes a eles. Os cidadãos odeiam morar lá e, se são obrigados a mudar para outra cidade por causa do trabalho, por aventura ou, o que é mais comum, para esperar que algum estatuto de limitações expire, não vem a hora de voltar para que possam sentir um pouco mais do prazer de odiar viver lá. Eles colocam adesivos na parte de trás da carroça dizendo: "Ankh-Morpork - Odeia-a ou deixe-a"