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domingo, 1 de agosto de 2021

Enrolados, Rapunzel e Eu

 

Vi "Enrolados" pela primeira vez no cinema. Parece ter sido ontem e ao mesmo tempo em outra vida, uma vida beeeem distanteeee. Lembro bem do impacto desse filme no meu coração, me identifiquei muito com a personagem, fiquei encantada com os efeitos especiais em 3D, foi um dos primeiros que fui vê sozinha no cinema. Lembro te ter ido sem nenhuma expectativa, só estava fugindo da possibilidade de passar mais uma tarde em casa arriscando uma briga fenomenal com meu pai, encontrei o filme em cartaz, fiquei maravilhada com a possibilidade de ver essa história, pois gosto bastante da história da Rapunzel.

domingo, 26 de março de 2017

Jonas e o Circo Sem Lona


Por esses dias a Tina, que conheci através do Blog da Tina, me contou através das redes sociais a respeito do filme-documentário "Jonas e o Circo Sem Lona" em cartaz no Cinema São Luiz. Obviamente não me permitir perder a chance de ir e, como a experiencia foi significativa, também não me permito deixar de fazer um registro.

O documentário aborda como Jonas, um adolescente cuja família nasceu e cresceu no circo, porém decidiu deixar a lona e seguir outro rumo. Ele simplesmente não se adapta a essa vida sem circo, então, estimulado por seu desejo e apoiado pela avô, decide montar um circo no quintal de casa junto com seu grupo de amigos.


Ao longo do filme nós acompanhamos a experiencia mágica do Jonas de criar e administrar seu circo no quintal em meio ao banho de água fria do cotidiano vivenciado no subúrbio de uma grande cidade colonial.

Nos subúrbios as mães conscienciosas como a do nosso garoto sabem que crianças não podem ser entregues unicamente ao luxo de viver seus sonhos, elas precisam bem cedo encarar as realidades da vida, como por exemplo a necessidade urgente de obter o máximo de educação escolar possível. Toda a rotina vivenciada pelo menino e sua família me foi muito familiar, eu me senti em casa na verdade.


É comovente acompanhar a luta da mãe do garoto para prover sua família e manter Jonas na escola regular. Ela parece está constantemente nadando contra a maré dos desejos dela e dele, mas permanece firme na direção que considera a melhor possível para ele.


É desamparador perceber o quão infeliz o menino é na escola que não desperta nele interesse algum. A educação escolar para ele é um grande blá blá blá sem utilidade muito clara e, naturalmente, ele vira as costas para a escola. Aliás, acho compreensível uma criança/adolescente não compreender a importância da escola ou o quanto ter acesso a ela é um direito duramente conquistado e não uma imposição difícil de suportar. Porém, é muito irritante ver educadores não compreenderem a importância de crianças como Jonas para a escola e simplesmente optarem por carimbar ele com um "não é exemplo para ser seguido".

É muito forte o momento no qual uma das educadoras da escola convida a cineasta para ter uma conversa sobre o Jonas. É triste como o menino por não ter interesse pelos conteúdos escolares é desqualificado por ela. Também acho pesado sobrecarregar adolescente ou crianças com bom desempenho escolar como "exemplos a serem seguidos".

Sempre penso que a crianças e adolescentes deviam ter liberdade para SER e PONTO. Unicamente SER já devia bastar e Jonas É. Só isso já faz dele um personagem e tanto.

O filme está em cartaz até 29 de março nas principais capitais!


sábado, 11 de outubro de 2014

Os dez melhores filmes da Sessão da Tarde [ #ListasRápidas 2]

O Luciano criou uma tag/meme chamado "Listas Rápidas" no blog dele .Livro, eu gostei da ideia e resolvi aderir a lista dOs 10 melhores filmes da Sessão da Tarde, pois até o presente momento eu ainda não consegui cansar do meu Top 10 desses filmes.

Boa parte deles fiz questão de adquirir em DVD para ter "na minha estante" e a outra estou em processo de ter, pois vivo eternamente procurando eles por ai!


Os dez melhores filmes da Sessão da Tarde!


01. Curtindo a vida adoidado
02. Os Trapalhões e o Mágico de Oróz
03. Dirty Dancing - Ritmo Quente
04. De Volta a Lagoa Azul
05. Elvira: A Rainha das Trevas
06. Gost: do outro lado da vida
07. Mudança de hábito 1
08. Os Fantasmas se Divertem
09. Família Buscapé
10. A.I. Inteligencia Artificial
_____________

Pequenas Notas:

* Quando estava na graduação confessei aos meus amigos que chorava muito quando assistia "A lagoa Azul" e eles me sacanearam com isso durantes 4 anos e 6 meses, literalmente até o ultimo dia de curso. Então agora eu não choro mais vendo como duas pessoas conseguem ficar em uma ilha a vida toda e só aprendem como fazer menino kkkk.

** "Curtindo a vida adoidado" é um dos meus filmes preferidos no multiverso até hoje a música "Twist And Shout" ainda está em meu celular. Em 2011 eu tive uma turma de "Grupo 2" que simplesmente A.M.A.V.A essa música. Eu colocava para dançar com eles quase todos os dias!

*** Nunca entendi como uma evangélica pode gostar tanto de filmes espiritas como eu gosto de "Gost" e derivativos. Poderia encher um oceano com as lágrimas que choro assistindo.

****Eu amava os filmes dOs Trapalhões nos quais apareciam, por ordem de apreciação minha  Mussum, Zacarias, Dede e Didi!

Confiram também a lista do Luciano "Os 10 melhores filmes da Sessão da Tarde"

domingo, 6 de julho de 2014

Sugestões - TAG

A Mari B. do "Devaneios e Desvarios" me indicou a tag "Sugestões" e eu resolvi embarcar na brincadeira. Ela consiste em realizar algumas missões, a saber:
1. Mostrar qual o blog que te indicou.
2. Sugerir um filme, uma comida, uma música, uma série e um livro.
3. Sugerir duas outras coisas do item 2.
4. Indicar 10 blogs para essa tag.
Preciso dizer que não sou muito de sugerir coisas as pessoas, afinal meus gostos são "bizarramente contraditórios", mas vou fazer o meu melhor.

FILME: "Crash"


Em Crash são retratados os dramas do cotidiano paranoico das grandes cidades do mundo. Eu me reconheço nos conflitos e pesares dos personagens desse filme. Na vida real, não existe heróis e vilões, todos são humanos e isso é violento, brutal, lirico, dramático, desalentador... Quando eu estou no meu limite escuto minha mãe dizendo: "Jaci, todo mundo tem uma história!",  "Crash", para mim, é como uma mãe gritando para o mundo: "Acordem, todos vocês possuem uma história!" e repentinamente me ocorre que talvez nós poderíamos, se quiséssemos, para de viver certos ciclos, deixar de acordar para o mesmo dia para o qual tínhamos dormido.

COMIDA: Banana Frita


A melhor coisa para se comer de manhã ou a noite, para mim, é um belo prato com três bananas fritas na manteiga com açúcar por cima e devidamente acompanhadas de uma xícara de café fumegante! É simples, é gostoso, é delicioso, é a minha cara.


MÚSICA: "20 anos blues"

Para explicar porque indico essa música uso as palavras da própria Elis no programa Ensaio da TV Cultura de 1973: "Essa música é da Sueli Costa, a letra é do Vitor Martins. Eu gosto dessa música porque tem muito haver comigo as coisas da letra, eu também tenho mais de vinte muros, também tenho mais de vinte anos, aliás quase trinta. É aquilo ali, aquilo ali é muito parecido comigo."



SÉRIE: Todas as inspiradas na obra de Jane Austen!


São românticas, sem serem muito melosas, bem ambientadas no século XIX, possuem personagens femininas marcantes, são lindas, possuem uma trilha sonora cativante e eu posso, para desespero da minha família, rever qualquer uma delas mais 10, 20, 30 vezes.

LIVRO: "Jantar no restaurante da saudade" de Anne Tyler


Essa foi a sugestão mais difícil, são tantos livros, escolher um parece uma missão impossível. Especialmente um sobre o qual eu ainda não tenha comentado por aqui. Li "Jantar no restaurante da saudade" pela primeira vez em 2005, é um susto constatar que faz quase dez anos, parece ter sido ontem. Ao falar sobre seus personagens e escolhas Anne Tyler tem a incrível capacidade de me fazer pensar sobre minha vida e a de meus semelhantes. Ela me leva a olhar para o outro e me reconhecer nele. Ninguém é herói ou vilão, todos somos apenas frágeis seres humanos, o que não nos impede de cometer incríveis enganos ou sermos vitimas de terríveis crueldades.
__________

3. Sugerir duas outras coisas do item 2: Minhas sugestões são: "Um lugar" e "Uma imagem marcante".
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4. Indicar 10 blogs para essa tag: Quem achar interessante pegar sinta-se a vontade. E caso alguém resolva responder a tag me avisa para que eu possa linkar aqui e ir lá conferir.

sábado, 20 de julho de 2013

Cineclube Moscouzinho, quando fui convidada para um cine debate em Jaboatão e a Pandora saiu da virtualidade.

Jaboatão é uma cidade próxima a Recife, lá funciona toda sexta na Casa da Cultura - com raras exceções o "Cineclube Moscouzinho" que sem exceção alguma tem feito emergir várias discussões interessantes através de filmes e documentários. Estou falando dessa experiencia pedagógica porque essa semana a Tairine, uma das organizadoras do projeto, me convidou para participar como debatedora.

Confesso que senti um certo temor porque não sou bem uma especialista em cinema e derivativos, mas o tema foi demasiado tentador. Em parceria com a Rede Ecumênica da Juventude, o cineclube esteve dando continuidade a uma mostra cinema sobre direitos e cidadania e o tema foi a "Maioridade Penal".

Tema complexo, espinhoso, cheio de nuances responsável dividi opiniões... Como professora me senti demasiado tentada a participar e fui com fé e com gosto.

Assistimos o documentário "Juízo" de Maria Augusta Ramos, Diler Trindade e Telmo Maia, produzido em 2007. Nele se conta como procede a justiça com os "de menor" començado pelo julgamento, passando pela forma como a punição prevista no julgamento é executada até chegar ao após tudo das crianças. Como já disse, não sou cinéfila, então todo o trabalho foi uma grata surpresa. Juízo é uma coisa primorosa. Muito bem feita, deve ter demandado uma grande pesquisa, produção e derivativos. O documentário está disponível no You Tube, eu indico e deixo o link.

A parte isso tudo, assim que terminei de passar pela experiencia de participar do Cineclube fiquei super ansiosa para postar aqui porque além de ter sido uma experiencia enriquecedora aconteceu uma coisa curiosa... A Tairine, pessoa querida que me fez o convite, me conhece pessoalmente, nos encontramos nos corredores da UFPE quando eu ministrava aulas de história em um pré-vestibular em funcionamento lá, mas nossa comunicação ocorreu através do facebook graças a esse artificio ela esqueceu lindamente meu nome e no cartaz anunciando o evento o nome que constava era o Pandora e não o meu nome. A confusão de nomes foi inusitado porque geralmente para compromissos assim sou chamada pelo nome de batismo mesmo.

Todos concentrados assistindo.
Lá eu esclareci o ocorrido, mas as pessoas, mesmo assim, me chamavam de Pandora e a todo momento eu lembrava da Irena que na descrição da minha assinatura na Saleta de Leitura diz que eu sou conhecida como Pandora no mundo virtual.... Uau, agora sou também no mundo real! Que diferente! Que surreal! Gosto do meu nome, mas também gosto da Pandora, me apeguei a essa alcunha, claro que adoro quando me chamam pelo nome, mas...

Enfim, sem mas... para concluir deixo aqui algumas imagens dessa experiencia feliz. Debater é ótimo! Todos tem vez e voz no Cineclube, após o filme todos nos organizamos em circulo, os debatedores convidados comentam o filme depois todos os outros também podem se expressar de forma livre.

No melhor estilo professora!
Essa semana foi de exceção, o cine não ocorreu nem na sexta e nem na Casa da Cultura, mas eu amei tudo, fui muito bem recebida e apesar de Jaboatão não ficar a  uma distancia confortável me sinto inclinada a voltar sempre e sempre e a convidar quem mora em Recife e Região Metropolitana para está por lá sempre que possível.

Antes que eu me esqueça por lá também conheci um rapaz envolvido com o jornal independente "A Nova Democracia". Não posso dizer que conheço essa experiencia jornalistica, mas estou investigando. De toda forma é uma fonte alternativa de informação produzidas por pessoas politizadas, bem informadas e criticas. Também deixo o link do site do Jornal para quem se interessar LINK.

Foto que mais gostei!

E para encerrar uma imagem de todos os que compareceram em circulo, iguais em direitos e deveres exercendo nosso direito a cidadania debatendo um tema central para a sociedade.



Obrigada Tairine pelo convite, pela oportunidade e por tudo o mais!!!
Foi um momento maravilhoso!!!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Um filme que quero ver, Elizabeth Bishop e memórias...

Quem ou foi aluno noturno da UFRPE sabe que quando o Barro Macaxeira-Várzea ou do Rio Doce-Dois Irmãos, entre outros, são ônibus que lotam a noite e quando param lá depois das aulas surge automaticamente uma longa fila diante da qual os estudantes fazem as mais diversas escolhas.

Alguns correm para ela de maneira desesperada para garantir um lugar sentado ou próximo a porta, em troca do que eles esperam cerca de uma hora enquanto o ônibus vai enchendo; outros ignoram e esperam um mais vazio; uns terceiros comem tranquilamente sua coxinha de galinha com catupiri bebericando caldo de cana e  quando a fila esta no final pulam no ônibus; e ainda há uns tipos que ficam papeando até o momento no qual eles tem que correr desesperadamente para não perder o ônibus irritando muito quem entrou primeiro e achava que o ônibus já ia sair.

Eu geralmente fazia parte do ultimo grupo e foi em uma dessas ocasiões, em meio a um papo de "espera ônibus encher", que um amigo me contou a respeito da existência de Elizabeth Bishop, segundo ele era fundamental que eu conhecesse.

Conto essa história novamente pois hoje uma vez mais lembrei da Elizabeth, cuja lenda conta que foi uma americana, poetiza das mais importantes do século XX, em língua inglesa, e viveu cerca de 20 anos no Brasil, antes de voltar para sua terra consagrada.

Entre os poemas dela que amo encontra-se "Arte de Perder" cuja leitura sempre me emociona e me leva a reflexão... Em especial nos últimos tempos nos quais tenho perdido tantas coisas a ponto de esquecer como é ganhar...

A parte isso, acordei recordando a Elizabeth Bishop, pois acabei de ver que o Bruno Barreto fez um filme sobre a vida dela chamado "Flores Raras" e esse filme foi selecionado para participar de uma mostra de cinema em Berlim com Glória Pires e a atriz americana Tracy Middendorf no elenco... Acho que esse é um filme que entra para minha lista.

Para quem gosta de cinema e tiver interesse fica o link da matéria: Filme de Bruno Barreto é selecionado em Berlim


Para quem gosta de poesia fica o poema que amo:

Arte de perder
Elisabeth Bishop

A arte de perder não é nenhum mistério;
Tantas coisas contêm em si o acidente
De perdê-las, que perder não é nada sério.
Perca um pouquinho a cada dia.
Aceite, austero,
A chave perdida, a hora gasta bestamente.


A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
Lugares, nomes, a escala subseqüente
Da viagem não feita.
Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe.
Ah! E nem quero Lembrar a perda de três casas excelentes.


A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas.
E um império
Que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles.
Mas não é nada sério.

– Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada.
Pois é evidente que a arte de perder não chega a ser mistério por muito que pareça (Escreve!) muito sério.
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P.S.: Tinha esquecido, o terceiro podcast das "Meninas dos Livros" está no ar lá blog o assunto do mês é séries Aleska falou sobre "As Crônicas de Arthur", a Mi falou da “Academia e Vampiros”, eu falei de “Crepúsculo” e Ana sobre "Os Três Mosqueteiros" e rolou até briga rsrs... Fica o link também:


domingo, 2 de dezembro de 2012

Eu, meus tios, meu pai e os Vingadores...


Eu não sei, porém suspeito que toda menina vê em seu pai um herói em potencial. Bem, eu não sou diferente, mas adicionaria a mistura dos heróis de minha vida os meus tios, irmãos da minha mãe. Modéstia a parte, eu não tenho um herói, eu tenho um time de heróis em minha vida.

E desde que assisti ao filme "Os vingadores" venho pensando que nenhum time de heróis jamais visto se encaixa tão bem no meu time como o formado pelo Thor, Hulk, Capitão América e Iron Man, nunca vi heróis que me lembrem tanto meus tios, a começar pelo Hulk, copia esculpida e encarnada do meu pai.

Parece brincadeira, mas realmente meu pai é até fisicamente parecido com o Hulk. Sabe aquele tipo com os braços musculosos mais por genética e trabalho pesado que por malhar, perna grossa, nariz de porrote, totalmente bipolar que quando fica bravo esmaga tudo?!? Pois é. Esse é meu pai.  Quando ele fica bravo e grita "JACILENE!!!" eu tenho a nítida impressão que ele passa de preto pra verde.

Apesar do Hulk ser aquele tipo de personagem que faz a diferença em situações de crises e é melhor ter ele do seu lado do que contra você, eu definitivamente não acho esse temperamento do meu pai nada agradável. Como o Hulk, quando ele está normal é uma pessoa super legal, inteligente, agradável, educada, mas sinceramente, os momentos de explosão de painho me tiram do sério. Ele é totalmente irritante e cada vez que alguém diz "O Hulk é meu Vingador favorito!" eu tenho vontade de dizer: "Tu acha? Então porque tu não leva pra casa?" ou "Ah, tu acha? Quer o meu pai emprestado? Ele é o Hulk.". Eu tenho certeza que pessoas que amam o Hulk  se tivessem que conviver com ele por uma semana iam virar fãs inveteradas do Capitão América.

E falando do Capitão América, esse só me faz lembrar do meu tio José Edson. Sabe aquela pessoa certinha, cristã, toda trabalhada no politicamente correto que até arrecada dinheiro entre os familiares para fazer festa de Pascoa, Dia das Crianças e Natal das crianças carentes do bairro? Pois é, esse é meu Tio Zé.

Os maiores sermões que eu recebi ao longo da minha infância foram dele e sim, as vezes ele é bem chatinho, mas é um chato positivo que se importa com as pessoas e sempre me incentiva nos meus projetos. Ele é marceneiro e foi ele quem fez a minha primeira prateleira de livros, bem pequena, e a segunda enorme que domina duas das paredes do meu quarto e precisou de mil e uma gambiarras para ser erguida e ficar suficientemente firme para ele.



O contrario do Tio Zé é o Tio Wellington. Não sei como alguém consegue ser tão vaidoso em apenas uma encarnação! Sim, Tio Wellington é tipo Tony Stark. Não é muito politicamente correto, chega até a ser um pouco metido, mas é totalmente sedutor, tem um jeito inteligente e cativa as pessoas.

Ele é o irmão mais novo de minha mãe e ela é totalmente apaixonada por ele, não há nada que ele faça que ela não consiga perdoar quando ele chega todo charmoso perto dela.

E por ultimo tem aquele tio que é simplesmente fabuloso, educado, polido, fofo, preferido, perfeito, ou seja, o Thor.

Desde o meu nascimento que eu tenho um caso de amor explicito com tio Vando, segundo minha mãe ele já era apegado ao bebê que eu fui e eu já tinha preferencia por ele com meses. Quando completei um ano ele era padeiro, então o meu bolo de 1 ano, do Popeye, foi ele quem fez. Não teve festa ou coisa do tipo, foi só um bolo mesmo, para bater parabéns e tirar foto, um foto para ser exata.

Mais tarde descobriram que eu não gostava de bolo então ele passou a fazer tortas, até os sete anos ele sempre me trazia uma torta de aniversário, a medida que eu fui crescendo os presentes foram mudando.

Meu primeiro diário foi o Tio Vando quem me deu, foi a primeira pessoa que me incentivou a escrever e meu jeito nerd de ser sempre foi valorizado por ele. Nunca tivemos um desentendimento sequer, talvez porque o meu padrão de comportamento com Tio Vando sempre é o de uma criança de sete anos, acho que eu só falto miar de tanto dengo, não sinto a minima necessidade de me afirma como adulta diante do meu tio, bem ele também não deixa eu posso fazer o que néh?!?! Nem eu mesma me reconheço de tão derretida que fico, sou totalmente babona dele e painho vive dizendo que tio Vando é meu babão. Dãh, isso é ciúmes.


Táh, eu não resisti a imagem rsrsr, mas painho nunca brigou com nenhum dos irmãos de mainha, os irmãos de mainha são muito da paz, diferente dos irmãos de painho que são de guerra, Hulks em potencial.

Enfim, é engraçado pensar nesses homens, ponderar as memórias e ri sozinha enquanto escrevo. Talvez eu exagere as qualidade de uns, ou nos defeitos dos outros. Talvez Freud seja capaz de explicar, sei lá... Só sei que amo esses homens, eles são os meus heróis de verdade e antes que o mundo acabe ou que esse ano termine não queria deixar de escrever esse texto e preservar essas memórias no bloguito.
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P.S.: E sim, ainda sobre tios, quase esqueci do meu tio da virtualidade, o Sr. Verden, afetuoso, educado e querido por mim, como todo tio deve ser.

Ainda estou para decidi quais dos heróis das revistas em quadrinho o meu Tio Verden seria. Talvez o Batman, que é um ser solitário, noturno, sério e quieto.

Se Allan Poe escrevesse roteiros para revista em quadrinhos talvez o herói mais próximo a narrativa dele fosse o homem morcego e como Poe me lembra o sr. Verden, talvez a comparação seja a mais adequada.

Mas realmente não estou certa se o Senhor Verden vai gostar da comparação.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Pequenos Registros...


Hoje fiquei com vontade de fazer pequenos registros do que se passou por esses dias... Coisas simples como o último livro que li no ônibus, chama-se "11 noites insones" escrito pelo Christian V. Louis. Foi interessante ler o livro enquanto eu viajava porque tive a impressão que os personagens do livro viveram algo semelhante a uma viagem de 11 dias. Pensando na história do livro lembrei das viagens que fiz durante minha graduação.

Quando eu viajava com um grupo de alunos do curso, cada dia costumava virar um ano. Muita coisa ocorria a cada hora, as relações se desenvolviam de forma potencializada, talvez pelo isolamento da família, por está em terreno desconhecido ou pela intensidade de todos os sentimentos na pós-adolescência.

É incrível com na manhã do segundo dia você já sente que conhece todo mundo, na do quarto já brigou com alguém, na do quinto já se entendeu, no do oitavo passou a amar alguém que você desconhecia totalmente até a manhã do sétimo dia e no décimo primeiro dia tudo acaba, você sente que algo ficou por fazer/dizer e tem a impressão de ter descoberto algo que pode mudar a sua vida.

Ah, em um momento da trama, o personagem principal é comparado a Samara, personagem de um dos poucos filmes de terror que assistir na vida: "O chamado". Eu descobrir lendo o "11 noites" que "O Chamado" é uma adaptação americana de um filme japonês é uma copia da Sadako. Navegando pela net acabei vendo coisas engraçadas produzidas a partir dessas histórias de terror, como essa imagem ai do lado que peguei aqui.

Sobre o destino da minha pequena viagem eu gostaria muito de contar como "Fui a Garanhuns, não fiz nada do que queria fazer, mas ganhei uma coca-cola grátis". Infelizmente minha amiga pediu para que essa história não fosse além dos limites da vida concreta. Eu posso até contar o "causo" para quem eu quiser, mas não posso escrever no blog! É, eu fui censurada shuashuas...

Posso, no entanto, dizer que, antes da viagem, eu comemorei junto com a Aleska e um monte de pessoas legais o terceiro aniversário do Diários de Bordo com uma mega-blogagem coletiva. A Aleska fez um post com os melhores momentos com a ajuda de alguns amigos e a parte o grande ciumes que sinto de ver ela sendo ajudada por tanta gente. Também me sinto feliz, gosto muito de ver a Aleska tornando as ideias dela possíveis, o mundo é um lugar melhor quando pessoas como ela conseguem agir.

Quando cheguei em casa na segunda-feira encontrei a vida meio fora do lugar. Voinho que já não estava bem, teve uma pequena piora... Meu pai viajou para São Paulo novamente, Rafaela está meio louca com a universidade, mas meu irmão mais novo disse que trouxe o filme "Adeus minha concubina" e não perguntou se eu queria assistir com ele, mas esperou um momento no qual estávamos eu e ele na sala para colocar no DVD e dar inicio a sessão de cinema.

Pensei em falar desse filme hoje, mas acho melhor registrar a curiosa constatação de que meu irmão poderia ter visto o filme sozinho e não o fez. Será que ele ficou esperando para ver comigo? Eu não sei... Pode ser que sim, pode ser que não...

Aos 26 anos, sinto que não demorará muito para que cada um de nós três tome um rumo diferente na vida e deixe de compartilhar o mesmo teto, então aproveito esses momentos de cumplicidade intelectual com meu irmão e gosto muito...

Me pergunto quantos filmes mais vamos ver assim, comentando cena a cena, falando da historiografia do tema, do momento histórico no qual o filme foi produzido, do impacto daquela produção em nossas vidas e até que ponto o filme conseguiu ser fiel ao que é consenso em relação a época que retrata ou na possibilidade de eu ler o livro, porque Júnior realmente não gosta muito de ler.

Ah, falando de irmãos, registro que dos prazeres que descobrir a partir do momento que comecei a ter contato com as pessoas através da virtualidade foi o de ter algo como um irmão mais velho e ser algo como uma irmã mais jovem de alguém... Todo mundo tem que ter um irmão ou irmã mais velh@ para chamar de seu.

E por fim... Estou tentando me organizar para dar um pulo na loja de eletrônico mais próxima, preciso de um fone de ouvido para usar em uma coisa chamada Skype e talvez concretizar um novo projeto virtual...

terça-feira, 3 de julho de 2012

Meu romantismo combina com chapéus!


Quando a Irene falou da blogagem sobre chapéus eu tive a ideia na hora de falar sobre o romantismo que os chapéus me inspiram, mas cometi o erro de não transformar a ideia em ação e perdi o dia da postagem. No entanto, mesmo passada a data eu ainda quero falar disso.

Em dez entre dez dos meus sonhos românticos quando o príncipe encantado aparece eu estou com a minha melhor cara de heroína de romance da Jane Austen com um lindo chapéu não tem jeito. Tanto que um dia desses em uma loja de conveniência uma amiga minha flagrou em um clique um desses momentos voadores.


Saca o sorriso bobo de quem ta se sentindo a Elizabeth Bennet! Pois é, a pessoa ler uma penca de romances açucarados e fica assim boba só porque colocou um chapéu rosa na cabeça!!!

Enfim, para não ficar só com minha cara de boba sonhadora mostro algumas das personagens de Jane Austen, todas com seus chapéis mostrando que meus devaneios não são tão infundados assim!


Elizabeth Bennet, de Orgulho e Preconceito!


Emma, que é mimada de doer, mas é a mais fofa das heroínas.


Anne Eliot, a minha preferida atualmente.


As irmãs Marianne e Elinor Dashwood


As irmãs Bennet no filme Orgulho e Preconceito.

Bem, esse post deveria ser parte da "Blogagem Coletiva: O Mundo dos Chapéus" proposta pela Mamyrene em comemoração aos seus três anos.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

"Sonhos são esquisitos, idiotas e me apavoram." - Parte 3

Pois é, (toda vez que começo um post com "Pois é" pode espera leseira) já que esse é o terceiro post que escrevo com esse titulo, posso dizer que estou construindo uma série baseada na afirmação da Rose em Sandman???

Talvez, pode até ser... já que quanto mais fujo das artes produzidas sob a inspiração do universo onírico mais elas parecem me perseguir. Devo ter um imã para isso e o melhor da história é a capacidade que essas obras, por mais leves que sejam, tem de promover uma sutil bagunça na frágil organização do meu próprio mundo onírico.

O ultimo livro que andei lendo "O sonho de Eva" um romance brasileiro com elementos de suspense e ficção cientifica, que chegou a mim através da Saleta de Leitura, me fez uma vez mais refletir sobre o que mostram e escondem os sonhos...

Até cometi a temeridade de anotar um sonho e pensar a respeito, exercício que não gosto mesmooooo com muitooosss "ooos".

Enfim, para, com pleonasmo e tudo, "botar para fora" todas as lembranças que "entraram para dentro" durante a leitura resolvi fazer um post falando sobre as obras que mexeram com os meus sonhos e mexem até hoje.

A primeira produção que falava de sonhos e me fez questionar os limites e possibilidades do mundo onírico foi o filme Vanilla Sky com Tom Cruise e Penélope Cruz. O drama de David, personagem principal do filme, e o desenrolar de toda história me fez esgotar todo meu estoque de lágrimas, quase fiquei desidratada. Foi através dessa história que descobri a criogenia.


Assistir Vanila Sky não mudou minha vida, mas colocou inúmeros "e ses" na minha cabeça por muito tempo e até hoje quando digo que "Queria ter nascido gato!" lembro de Penélope Cruz dizendo: "Te vejo em outra vida quando formos gatos.".


Outro que balançou as estruturas e me fez pensar nos sonhos foi obviamente o Senhor dos Sonhos, Morfeu, popularmente conhecido como Sandman. Conheci essa obra de Gaiman primeiro pela net, só bem depois consegui adquirir parte do material impresso referente a esses quadrinhos de fins da década de 1980 a de 1990.


É impressionante como Gaiman pega referencias dos mais diversos lugares e sintetiza nessa obra: Mitologia Cristã, Psicanalise, Shakespeare, Mitologia Grega, nem mesmo a África foi esquecida em seus escritos.



Os Perpétuos formam uma família para lá de interessante, de certa forma eles são os filhos e os pais da humanidade.


Nesse ritmo outra obra que me fez refletir sobre sonhos foi o popular e recente A Origem, com o Léo DiCaprio muito fofo, interpretando o obstinado Dom Cobb.


Já assisti esse filme umas trocentas vezes sozinha e também com meu irmão, excelente cúmplice para qualquer tema e em especial os existenciais. Sempre termino desejando firmemente que ele tenha resolvido suas demandas e encontrado seu final feliz, mas, não consigo convencer a mim mesma dessa hipótese. Na minha opinião "A origem" é um filme que não acaba quando termina.


Por fim,  a coisa mais louca que já vi produzida a partir do que se pensa sobre sonhos foi o filme Waking Life.


Assisti parte desse filme sozinha, parte com meu irmão e tive a impressão que juntaram todas as conversas loucas que tivemos na madrugada e mais as de inúmeras outras pessoas e colocaram em um único lugar. Muito louco, as vezes confuso, ao mesmo tempo interessante e diferente.

Admito que grande parte das produções que vi ou li sobre sonhos foram interessantes, as vezes até emocionantes como Vanilla Sky.

Contudo, de maneira geral, com exclusão apenas para um certo sonho com Centauros, acho muito correta a fala de Rose Walker: "Sonhos são esquisitos, idiotas e me apavoram.".



domingo, 10 de junho de 2012

A dança das paixões (Dancing At Lughnasa)

Como eu já disse em outros momentos, cinema não é uma arte cujos caminhos e descaminhos eu domine bem. Não conheço a história do cinema, os grandes diretores, atores, atrizes, a importância desse ou daquele premio e derivativos...

Quem é o máximo, quem é o minimo nos caminhos da Sétima Arte são conhecimentos que me escapam, como a areia escapa de um lado para o outro na ampulheta e o mesmo serve para questões musicais.

Mas, vez ou outra eu assisto um filme ou escuto uma música e gosto muito e nessas horas bate uma vontade de cometer a temeridade de escrever e registrar o fascínio do momento.

Quando terminei de assistir A dança das Paixões ou Dancing at Lughnasa foi exatamente isso que sentir: "uma vontade de cometer a temeridade escrever e registrar o fascínio do momento".

A dança das paixões não é um filme que conta uma história imprevisível ou fora do comum, não é um escanda-lo de efeitos especiais, não é épico, um triunfo gráfico ou um drama mexicano Shakespeariano, nem tem aquele ator, como o Chris Hemsworth, que só de ver algo em você faz clic... E acima de qualquer coisa A dança das paixões não é um produto descartável no mercado das histórias contadas através do cinema.

Ele conta uma história cujo maior destaque na minha opinião é ser possível. A forma como ele conta a respeito do ultimo verão que cinco irmãs viveram juntas em uma comunidade rural da Irlanda é totalmente lirica, emocionante e possível de ter ocorrido com várias pessoas em diversas comunidades rurais espalhadas mundo a fora.

Nenhuma das irmãs está vivendo a primavera de sua vida no momentos que nós as encontramos. A mais velha é uma professora primaria nada querida pelos seus alunos, a mais nova tem uma deficiência cognitiva, as irmãs dizem que ela é uma pessoa simples, uma é mãe solteira, e outras ajudam nas finanças da casa tricotando luvas de algodão e também há um irmão mais velho, o padre Jack Mundy que passou a vida inteira na África e volta para casa um tanto quanto diferente. 


Ele foi para a África catequizar os nativos e voltou a Europa lindamente catequizado, também tenho a impressão que ele sofre de Alzheimer e a certeza de que Michael Gambon construiu um dos personagens mais fofos que tive a honra de conhecer.

O filme se passa em uma época na qual o radio ainda era o grande meio de comunicação através do qual as pessoas recebiam informações sobre o que ocorria no resto do mundo e claro ouviam música. E a música, como o titulo sugere, é algo marcante no filme.

Através do rádio elas escutam a música e uma das cenas mais lindas do filme é quando, no meio das  crises financeiras e tempestades psicológicas que assolam as irmãs, toca uma música tradicional irlandesa e pouco a pouco elas vão entrando no ritmo e de repente não mais que de repente se vêem dançando juntas dentro da casa, ganhando o jardim, enchendo todos os espaços como se não houvesse o hoje ou o amanhã apenas a dança em um momento muitooo lidooo, tocante e real.


O filme todo é delicadamente real, simples e cativante o que talvez o torne complexo, perfeito e digno de ser épico. Realmente não é algo feito para ser um produto descartável no mercado cinematografico e deve ter dado um trabalho terrível a atores, diretores, produção de arte e derivativos.

Vê-lo me fez recordar uma fala de Terry Pratchett sobre as histórias que nos são contadas das mais diversas formas... Ele diz que:

"Os desabrigados. Os famintos. Os silenciosos. Aqueles que tinham sido abandonados pelos homens e pelos deuses. O povo das névoas e da lama, cuja única força estava em algum lugar do outro lado da fraqueza, cujas crenças eram tão instáveis e caseiras quanto suas casas... As histórias nunca eram sobre eles."


Bem, grande parte das história que vejo contadas nos cinemas através dos filmes realmente não são sobre essas pessoas, de fato:

"As histórias (ou os que contam e leem as histórias) não estão, de modo geral, interessadas em guardadores de porcos que permanecem sendo guardadores de porcos, com pobres sapateiros humildes cujo destino é morrer um pouco mais pobres e muito mais humildes."

Mas, ver A dança das paixões me fez pensar que há quem se interesse por falar a respeito de pessoas comuns que vivem vidas comuns lembrando de dizer que mesmo mulheres pobres perdidas no meio de uma comunidade rural esquecida no passado da Irlanda, cujo destino realmente foi morrer um pouco mais pobres do que nasceram, dançaram a dança das paixões e tiveram momentos e histórias que valem a pena ser contados em grande estilo com grandes atores lhes conferindo vida.
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Ah, antes que eu me esqueça, A dança das Paixões chegou até minhas mãos sob a forma de presente oferecido pela Menina das Ideias, Aleska!


Obrigada bicha feia por me permitir esses momentos de pura epifania rsrs...