Como eu já disse em outros momentos, cinema não é uma arte cujos caminhos e descaminhos eu domine bem. Não conheço a história do cinema, os grandes diretores, atores, atrizes, a importância desse ou daquele premio e derivativos...
Quem é o máximo, quem é o minimo nos caminhos da Sétima Arte são conhecimentos que me escapam, como a areia escapa de um lado para o outro na ampulheta e o mesmo serve para questões musicais.
Quem é o máximo, quem é o minimo nos caminhos da Sétima Arte são conhecimentos que me escapam, como a areia escapa de um lado para o outro na ampulheta e o mesmo serve para questões musicais.
Mas, vez ou outra eu assisto um filme ou escuto uma música e gosto muito e nessas horas bate uma vontade de cometer a temeridade de escrever e registrar o fascínio do momento.
Quando terminei de assistir A dança das Paixões ou Dancing at Lughnasa foi exatamente isso que sentir: "uma vontade de cometer a temeridade escrever e registrar o fascínio do momento".
A dança das paixões não é um filme que conta uma história imprevisível ou fora do comum, não é um escanda-lo de efeitos especiais, não é épico, um triunfo gráfico ou um drama mexicano Shakespeariano, nem tem aquele ator, como o Chris Hemsworth, que só de ver algo em você faz clic... E acima de qualquer coisa A dança das paixões não é um produto descartável no mercado das histórias contadas através do cinema.
Ele conta uma história cujo maior destaque na minha opinião é ser possível. A forma como ele conta a respeito do ultimo verão que cinco irmãs viveram juntas em uma comunidade rural da Irlanda é totalmente lirica, emocionante e possível de ter ocorrido com várias pessoas em diversas comunidades rurais espalhadas mundo a fora.
Ele conta uma história cujo maior destaque na minha opinião é ser possível. A forma como ele conta a respeito do ultimo verão que cinco irmãs viveram juntas em uma comunidade rural da Irlanda é totalmente lirica, emocionante e possível de ter ocorrido com várias pessoas em diversas comunidades rurais espalhadas mundo a fora.
Nenhuma das irmãs está vivendo a primavera de sua vida no momentos que nós as encontramos. A mais velha é uma professora primaria nada querida pelos seus alunos, a mais nova tem uma deficiência cognitiva, as irmãs dizem que ela é uma pessoa simples, uma é mãe solteira, e outras ajudam nas finanças da casa tricotando luvas de algodão e também há um irmão mais velho, o padre Jack Mundy que passou a vida inteira na África e volta para casa um tanto quanto diferente.
Ele foi para a África catequizar os nativos e voltou a Europa lindamente catequizado, também tenho a impressão que ele sofre de Alzheimer e a certeza de que Michael Gambon construiu um dos personagens mais fofos que tive a honra de conhecer.
Através do rádio elas escutam a música e uma das cenas mais lindas do filme é quando, no meio das crises financeiras e tempestades psicológicas que assolam as irmãs, toca uma música tradicional irlandesa e pouco a pouco elas vão entrando no ritmo e de repente não mais que de repente se vêem dançando juntas dentro da casa, ganhando o jardim, enchendo todos os espaços como se não houvesse o hoje ou o amanhã apenas a dança em um momento muitooo lidooo, tocante e real.
O filme todo é delicadamente real, simples e cativante o que talvez o torne complexo, perfeito e digno de ser épico. Realmente não é algo feito para ser um produto descartável no mercado cinematografico e deve ter dado um trabalho terrível a atores, diretores, produção de arte e derivativos.
Vê-lo me fez recordar uma fala de Terry Pratchett sobre as histórias que nos são contadas das mais diversas formas... Ele diz que:
"Os desabrigados. Os famintos. Os silenciosos. Aqueles que tinham sido abandonados pelos homens e pelos deuses. O povo das névoas e da lama, cuja única força estava em algum lugar do outro lado da fraqueza, cujas crenças eram tão instáveis e caseiras quanto suas casas... As histórias nunca eram sobre eles."
Bem, grande parte das história que vejo contadas nos cinemas através dos filmes realmente não são sobre essas pessoas, de fato:
"As histórias (ou os que contam e leem as histórias) não estão, de modo geral, interessadas em guardadores de porcos que permanecem sendo guardadores de porcos, com pobres sapateiros humildes cujo destino é morrer um pouco mais pobres e muito mais humildes."
Mas, ver A dança das paixões me fez pensar que há quem se interesse por falar a respeito de pessoas comuns que vivem vidas comuns lembrando de dizer que mesmo mulheres pobres perdidas no meio de uma comunidade rural esquecida no passado da Irlanda, cujo destino realmente foi morrer um pouco mais pobres do que nasceram, dançaram a dança das paixões e tiveram momentos e histórias que valem a pena ser contados em grande estilo com grandes atores lhes conferindo vida.
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Ah, antes que eu me esqueça, A dança das Paixões chegou até minhas mãos sob a forma de presente oferecido pela Menina das Ideias, Aleska!
fiquei curiosa e com vontade de ver o filme!! bj
ResponderExcluirTenho a impressão de que o filme ficou mais interessante depois que vc contou kkkkk. Mas sem dúvida é um filme lindo. Sobre seu comentário, eu não culpo vc, afinal vc só esqueceu de me mandar a sua entrevista teve gente que me prometeu textos e mais textos e esqueceu de fazer, ou ficou me enrolando. Obrigada pelas palavras de incentivo, mas se ocupe agora dos seus afazeres acadêmicos. Vá ser uma boa mestra! kkkk e não esqueça nunca de que eu posso ter boas idéias, mas você sabe muito melhor como realizá-las.beijos!
ResponderExcluirAh, mas só por ter a Meryl Streep já vale uma olhada. Eu não sei lendo o texto o filme não me pareceu estranho, mas também não me lembrei de nada pontual. Acho que em algum momento, quando criança, me deparei com ele. Pode ser.
ResponderExcluirE deu uma vontade de assistir - faz um tempinho já que não assisto filmes, ando meio sem dsposição pra isso.
Adorei ot exto, de vez em sempre também me arrisco a falar sobre o que não domino. É o mais perto que eu chego de viver perigosamente, rs.
Grande abraço.
Jaci, eu não conhecia esse filme, mas sua resenha despertou meu interesse. Além dos que, filme com a Meryl Streep dificilmente é ruim!!! E eu já falei pra vc que vc é ótima escrevendo resenha de filmes!!!!!
ResponderExcluirBjs, Mi
Fiquei com vontade de assistir, bom acho que com uma resenha dessa você me convenceria a assistir qualquer coisa.
ResponderExcluirBeijos
Oie,
ResponderExcluirSabe que meu marido é músico, aí as vezes ele me pede pra ouvir sua músicas e dar minha opinião. Eu não entendo nada de música, mas entendo de ouvir pq adoro. Quando ele não aceita minhas criticas sempre manda algo como: é que vc não entende disso.
Aí um dia falei pra ele: pow vc não faz música pra entendedores, vc vai para ouvintes, e eu sou uma boa ouvinte, posso te dizer com propriedade o que soa bem o que me toca ou não. E com filmes é a mesma coisa, um cineasta ou critico não vê um filme como nós, leigos. Pq a gente tem a possibilidade de estar livre de preconceitos, de olhares tecnicos, que muito raramente eles conseguem. Na maioria das vezes aprecio mais opiniões assim do que aquelas cheias de referencias e termos que desconhecemos.
bjocas
Oi Jaci,
ResponderExcluirobrigada pela visita lá no blog. Fiquei feliz.
E, Camões, realmente, é especial e lindo.
Beijinhos.
Ola Pandora,
ResponderExcluirSabe, eu também não sou um profundo conhecedor de filmes e "adjacências". E exatamente por isso muitas vezes acabo não seguindo o que dizem os críticos e tal. Quando intuo que algo pode ser bom vou lá e vejo. E geralmente não gosto de super produções (a não ser os épicos) acabo mesmo gostando daqueles que são singelos porém com uma boa história, e parece que o filme por você aqui relatado seja assim. Anotada aqui a ideia.
Abraços, Flávio.
--> Blog Telinha Crítica <--
Olá! Eu encontrei legendas para esse filme (Dancing at Lughnasa) só em inglês. Baixei algumas, mas estavam sem sincronia. E neste site aqui, estava perfeita
ResponderExcluirhttp://sub.mvip1.in/subtitles/dancing-at-lughnasa/english/315095
Espero ter ajudado...