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domingo, 9 de novembro de 2014

Paço do Frevo [Desafio 12 Lugares #07]

Se houve um lugar no qual, desde o inicio desse desafio, eu quis ir foi o "Paço do Frevo", um museu dedicado ao frevo, ritmo característico do carnaval pernambucano e reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como patrimônio cultural e imaterial brasileiro. O Paço existe para preservar e difundir a memória do que é o frevo e de como ele foi sendo construído pelas pessoas dessa cidade ao longo do último século.

 

Sempre fiquei me perguntando como os organizadores teriam feito para criar um local no qual uma coisa fluida e sem materialidade como um ritmo e uma dança carnavalesca poderia ser preservado e difundido. E sinceramente, não sai frustrada.


O "Paço do Frevo" é um espaço dinâmico como o frevo e ferve de vida como um carnaval. É um local incrivelmente movimentado, durante todo o tempo no qual eu e o Alexandre andamos por lá vimos crianças, sorrisos e aquele barulhinho característico de espaço frequentado por crianças felizes e em momento de felicidade.


Eu me apaixonei pelo espaço pela dinâmica do espaço. Embora deva admitir que o acervo não é tudo o que eu esperava. Atualmente o espaço conta com fotos e videos nos quais as pessoas comentam a história do frevo de forma didática para que as crianças possam compreender de onde vem o frevo e quais foram as pessoas que o construíram, além de um espaço magnifico no terceiro anda no qual nós podemos conferir inúmeros estandartes das agremiações.


Eu senti muita falta de ver os objetos materiais ligados ao frevo: roupas, sombrinhas, instrumentos de sopro, moveis das agremiações. O "Paço do Frevo", apesar de ser tudo de bom, padece da mesma fragilidade do "Museu da Língua" em São Paulo, ou seja, falta de acervo material. E apesar de amar ambos os espaços, acho importante lembrar: "A humanidade faz os objetos e os objetos fazem a humanidade.". Os objetos que cercam nossas vidas são documentos que informam sobre nós, os objetos que cercavam as pessoas que fizeram o frevo também fazem parte e eu sentir falta deles.


Mas, por outro lado é preciso ter paciência, o espaço está aberto há menos de um ano e consequentemente seu acervo está em construção. Sem contar que quem se ocupa de investigar as pessoas não abastadas da sociedade sempre tem que lidar como o fato de que essas pessoas tem serios problemas para conservar objetos por muito tempo.




O frevo é uma criação das pessoas que vivem no lado B da cidade, usando as palavras de Terry Pratchett, o frevo é uma invenção dos:
"desabrigados. Os famintos. Os silenciosos. Aqueles que tinham sido abandonados pelos homens e pelos deuses. O povo das névoas e da lama, cuja única força estava em algum lugar do outro lado da fraqueza, cujas crenças eram tão instáveis e caseiras quanto suas casas. E o povo da cidade — não os que moravam nas grandes casas brancas e iam aos bailes em belas carruagens, mas os outros...".


Essas pessoas da nevoa e da lama, que vivem no lado b da cidade eram e são as "que fazem o reino mágico funcionar" são as que preparam suas refeições, varrem o chão, carregam suas sujeiras à noite, dirigem seus carros, fazem com que a luz acenda e por ai vai... Suas vidas muitas vezes passam sem serem percebidas ou registradas, a menos claro, que eles façam greve ou decidam eleger um presidente ou presidenta. É muito bom visitar um espaço que existe em função de preservar um feito dessas pessoas.

As pessoas desqualificam favelados, analfabetos, pobres com muita facilidade e se esquecem de que nós não somos acéfalos ou incapazes. Nós conhecemos a força que existe do outro lado da fraqueza e deixamos nossa marca nesse mundo e as vezes essa marca é tão grande, lustrosa e imponente que nada consegue apagar, como o frevo, só para citar um exemplo.

Ah, o Alexandre foi comigo ao Paço e graças a ele as fotos ficaram PERFEITAS! Inclusive essa foto fofa com  Antônio Maria, autor do Frevo Número 1 e claro, para não variar estou meio sem jeito cutucando o poeta... 


Esse post pertence ao Desafio 12 Lugares proposto pelo Blog "Aceita um Leite?"


quinta-feira, 31 de julho de 2014

Centro Cultural Correios – Recife [Desafio 12 Lugares #6]

Se eu fosse uma blogueira mais disciplinada, hoje deveria ser o dia no qual se falaria sobre o lugar número 7 do "Desafio 12 Lugares", proposto pela Lu Tazinazzo do blog "Aceita um leite?"Mas como eu sou como eu sou¹ vou falar sobre o lugar número 6, a saber: "O Centro Cultural Correios - Recife", localizado na Av. Marquês de Olinda, 262, centro antigo da cidade, uma área tombada pelo IPHAN, considerada Zona Especial de Proteção Histórica desde 1997.


O centro funciona em um prédio é uma construção do início do século passado e foi adquirido pelo ainda "Departamento de Correios e Telégrafos – DCT" em 1921 e tornou-se sedo dos Correios em Pernambuco. Como muitas coisas no Brasil foi vitima de um bom período de deterioração de uma reforma superfatura [uma micharia de 5 milhões], mas em julho de 2009 foi devolvido a população com direito salas de exposição, auditório, restaurante (bistrô), agencia postal e uma históricas permanentemente aberta a visitação gratuita.



O lugar por mim visitado foi justamente a "Sala Histórica", nela estão guardados todos os tipos de objetos antigos relacionado a história das comunicações no Brasil, consistindo assim em um prato cheio para mim, uma historiadora de profissão.


Como estava com tempo e sem ninguém para me apressar, passei uma boa parte da minha tarde explorando com paciência e calma a sala inteira e seus objetos. Os historiadores cujo objeto de estudo é a cultura material, costumam dizer: "o homem faz o objeto e o objeto faz o homem".


Os objetos preservados nessa sala falam de uma época na qual as coisas eram feitas mais lentamente e a vida não corria como corre hoje. Não que não houvesse pressa, mas é que não havia a possibilidade de se comunicar com os extremos do mundo com a velocidade que temos hoje, era preciso ter paciência para esperar as cartas chegarem através de profissionais que não usariam avião ou carras velozes.







Os objetos também falam da ânsia constante do ser humano em diminuir suas esperas consolidado na figura do telefone e outros aparelhos.



O telefone, assim como o computador não reduz distancias, mas nos possibilitam a divina dadiva da comunicação, o que não é pouco definitivamente. Ah, bom notar também o quanto esses aparelhos são sólidos, falando de um tempo quase pré-industrial no Brasil no qual objetos como esses eram feitos de forma quase artesanal. 





Observando a solidez desses aparelhos, que parecem ter saído de obras steampunk², [obviamente é o contrario, eles inspiram os autores desse gênero] penso nessa época na qual não se produzia ferozmente produtos descartáveis. Eu entendo os autores de steampunk, é fabuloso pensar em tempo no qual os objetos eram feitos para atravessar gerações e havia tanta esperança na ciência e sua potencialidade para criar coisas capazes de melhorar nossa qualidade de vida.

A segunda metade do século XIX e o inicio do século XX foi uma época de muitas expectativas e esperanças. Basta olhar para a ficção cientifica da época. Os olhos sensíveis dos escritores desse gênero anteviam grandes descobertas e a possibilidade da melhora da qualidade de vida de uma parcela significativa das pessoas do mundo, o ideal positivista estava no auge, havia fé na potencialidade da humanidade evoluir para o mais e o melhor.

Nossa época não costuma produzir muitas coisas capazes de durar até a próxima geração, talvez seja mesmo verdade a máxima "o homem faz o objeto e o objeto faz o homem". Nós costumamos nos perguntar se haverá uma próxima geração, então para que produzir coisas solidas? Há guerras, pragas, fome e crianças morrendo gritando no momento no qual escrevo esse texto e possivelmente no momento no qual alguém o ler... Quem não olha para suas crianças e sente medo atire a primeira pedra! Talvez não haja nem humanos no planeta daqui a 100 anos, não há mesmo sentido em produzir coisas duradouras.

E como o pessimismo tomou conta de mim, eu vou me  jogar nele com fé. Sempre que visito o passado anterior a década de 1930 através dos vestígios por ele legado a nós eu vejo por toda parte tanta esperança, tanta fé em qualquer coisa chamada humanidade e então me recordo de duas guerras mundiais, uma bomba atômica, o rastro de doença, fome e peste deixados pelos europeus durante da descolonização da África e da Ásia e as catástrofes do presente me sinto em uma pavorosa distopia.
_________
¹ Essa expressão foi tirada de um post da Lu Tazinazzo

²A Sybilla responde muito bem a pergunta "O que é steampunk?"

Essa foi a minha participação no Desafio 12 Lugares do blog "Aceita um leite?"



domingo, 20 de julho de 2014

Terry Pratchett, meu autor favorito [Desafio Calendário Literário]

O tema de junho do "Desafio Calendário Literário" do "Aceita um leite?" foi um livro de seu autor favorito, eu estou atrasadinha com as postagens, mas hoje é o dia. Vamos lá!

Quem me conhece sabe, tirando Fernando Pessoa, não tenho um autor favorito, eu tenho vários autores e autoras favoritos(as). Cada época da minha vida foi povoada por um autor ou autora favorito e atualmente, ou melhor, nos ultimo 8 anos, Terry Pratchett tem ocupado esse posto com uma convicção e garra nunca antes visto na história desse país.


Há quem pense que meu autor favorito é o Gaiman ou a Jane Austen. De fato eu gosto muito do Gaiman, ele é mistico, lirico, romântico, poético, mas nadica de nada de irônico, sarcástico e dado a trolagens. A Jane Austen é minha autora favorita, ela é perfeita, mas decidi falar do Pratchett, pois apesar de ter muito dele fragmentado por esse blog, nem de longe falei tanto dele quanto falo de Janezinha do meu coração e preciso fazer justiça ao meu amor por ele.

Sir Terence David John Pratchett, é um escritor inglês, mais conhecido pelos seus livros da série Discworld, cujas histórias se passam em um mundo parecido com um disco, localizado em cima de quatro elefantes que por sua vez ficam em cima de uma gigantesca tartaruga a "Grande Atuin".


Discworld é o paraíso para todo o tipo de sátira possível e imaginaria ao mundo real. Começou como uma sátira a histórias de jovens magos super-poderosos e promissores, depois virou uma tiração de onda genial com praticamente tudo que existe. Quem curte "O guia do mochileiro das galaxias" corre o risco de descobrir um paraíso nos livros de Terry Pratchett, porque a avacalhação aqui jamais tem fim.

O livro da série escolhido para ser lido no desafio foi "A cor da Magia", o vol. 1 da Série. Nele começamos a conhecer o Mundo do Disco através da "cidade formada pela orgulhosa Ankh e pela pestilenta Morpork, da qual todas as outras cidades no tempo e no espaço são mero reflexo" e nenhuma outra cidade do mundo da fantasia vai lembrar tanto as cidades reais.

"Os poetas a muito desistiram de tentar descrever a cidade. Os mais espertos disfarçam. Dizem que... bem... talvez ela seja malcheirosa, talvez ela seja superpovoada, talvez ela seja um pouco como o Inferno seria se controlassem o fogo que queima por lá e formassem um curral cheio de vacas com problemas intestinais durante um ano. Mas é preciso admitir que ela é cheia de vida pura, dinâmica e vibrante. E é verdade, apesar de serem os poetas quem dizem isso. E as pessoas que não são poetas dizem: e daí? Os colchões também tendem a ser cheios de vida, mais ninguém escreve odes a eles. Os cidadãos odeiam morar lá e, se são obrigados a mudar para outra cidade por causa do trabalho, por aventura ou, o que é mais comum, para esperar que algum astatuto de limitações expire, não vem a hora de voltar para que possam sentir um pouco mais do prazer de odiar viver lá. Eles colocam adesivos na parte de trás da carroça dizendo: "Ankh-Morpork - Odeia-a ou deixe-a"... (...) Ela sobreviveu a enchentes, incêndios, multidões, revoluções e dragões." (Terry Pratchett, A magia de Holy Wood, p. 12-13)

Ankh-Morpork são separadas/unidas por um rio cuja água é "incrivelmente pura... qualquer água que tivesse passado por tantos rins tinha que ser, de fato, muito pura." .

Qualquer semelhança com Recife é mera... genialidade!

O personagem principal da história é o Mago Rincewind. Ele não é jovem, não sabe nenhum feitiço, aliás foi expulso da Universidade Invisível na qual os magos são formados por ter mexido em um feitiço perigoso. Ou seja, o Rince é um mago covarde, velho e fracassado, além de um pouquinho amoral cujo único talento é ser fluente em várias línguas e se meter em encrenca com uma facilidade horrorosa. #TeamRicewind



A confusão história começa quando o Rinc. encontra com o Duasflor, o primeiro turista a aparecer no Disco vindo de outro mundo. Duasflor é uma criatura totalmente inocente e rica perdida no meio de uma cidade pestilenta, na qual até os ratos sentem cheiro do ouro e correm para ele e vai meter o mago fracassado nas mais loucas e ilarias aventuras.

Eu sou apaixonada "Mundo do Disco", viciada no humor, na forma como o Pratchett dobra a nossa realidade e nos faz ri com ela, como é realista em suas analises e vai direto no ponto. Como o Gaiman ele tem lá seu romantismo, lirismo, roubo descarado do universo do Shakespeare e derivados, mas soma a isso sarcasmo, acidez e é uma delícia. Infelizmente, não faz no Brasil tanto sucesso quanto Gaiman, é ruim achar livros dele, eu tenho alguns, o Kobo me ajuda com tantos outros digitalizados na base do "de fã para fã".


Ah, o Pratchett é amigo do Gaiman e escreveram juntos o divertido e incomodo "Belas Maldições", só indicado para pessoas não-cristãs ou cristãs capazes de ri e ter senso critico com suas próprias crenças. O humor acido do Pratchett e sua visão avacalhada dos deuses sobrepõe-se a visão do Gaiman, um pouquinho mais leve e romântica da coisa toda chamada fé. Segundo Pratchett "uma chave para compreender todas as religiões é que a ideia de diversão para um deus é jogar “Cobras e Escadas” com os degraus oleados." (Terry Pratchett).

Voltando ao Discworld, depois de "A cor da Magia" vieram muitos outros livros, o Disco foi pouco a pouco povoado com vários personagens. Bruxas, pequenos homens [gnomos], heróis, ladrões, Bobos da Corte e por ai vai. De todos os personagens o meu preferido é a Vovó Esmeralda Cera do Tempo, produtora de um dos meus lemas de vida:
"As estrelas não estão nem aí pro que você deseja, a magia não torna as coisas melhores e ninguém deixa de se queimar quando põe a mão no fogo. Se você quiser chegar a algum lugar... tem que aprender três coisas. O que é real, o que não é real e qual a diferença." (Quando as Bruxas Viajam, Vovó Cera do Tempo, p. 145)

Esse post faz parte do desafio:


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P.S.: No finado Orkut, uma das coisas mais legais eram as comunidades voltadas para os fãs do Terry nas quais a gente podia postar nossas frases preferidas do Disco. Eu já pensei mil vezes em abrir um post só para as frases memoráveis de Terry Pratchett, mas fui protelando, então vou aproveitar esse post e deixar algumas frases aqui. A pretensão é ir aumentando a lista gradualmente a medida que eu for relendo os textos, então essa parte do post é tipo leia por sua conta e risco, pode não ser tão interessante.

"se você confiar em si mesma... 
– Sim? –...e acreditar nos seus sonhos... 
– Sim? – ...e seguir a sua estrela... [...] 
– Sim? –...ainda assim vai ser derrotada por pessoas que gastaram o tempo delas dando duro, aprendendo coisas e que não foram tão preguiçosas." (Os pequenos homens livres, Terry Pratchett)

"...cê e sempre como aquela pessoa na festa segurando a bebidinha num canto que num consegue se enturmar. Tem uma pequena partezinha dentro de você que num quer derreter e derramar." (Os pequenos homens livres, Terry Pratchett)

"As pessoas pensam que dão forma às histórias. Na verdade, é o contrário. As histórias existem apesar de seus participantes. Se você sabe disso, esse conhecimento é poder. Histórias, grandes fitas vibrantes de espaço-tempo modelado, agitam-se e desenrolam-se pelo universo desde o início dos tempos. E evoluíram. As mais fracas morreram e as mais fortes sobreviveram, engordando a cada vez que eram recontadas..."(Quando as Bruxas Viajam, Terry Pratchett)

"E assim porque as pessoas são dominadas pela Dúvida. Esse é o motor que as impulsiona ao longo da vida. É o elástico na hélice do aviãozinho de plástico da sua alma, e passam o tempo enrolando-o até dar um nó. " (Quando as bruxas viajam, Terry Pratchett)

"Ela odiava todas as coisas que predestinassem as pessoas, que as fizessem de bobas, que as tornassem pouco menos que humanas." (Quando as Bruxas Viajam, Terry Pratchet).

"A realidade não e digital, algo que se liga e se desliga, mas analógica. Gradual. Em outras palavras, a realidade é uma qualidade que as coisas possuem, da mesma forma como possuem, digamos, peso. Algumas pessoas são mais reais que outras, por exemplo. estima-se que existam apenas cerca de 500 pessoas reais em cada planeta, motivo pelo qual elas vivem se encontrando inesperadamente o tempo todo." (A magia de Holy Wood, Terry Pratchett)

"... com a quantidade certa de cebolas fritas e mostarda, as pessoas comiam qualquer coisa." (A magia de Holy Wood, Terry Pratchett)

"Guarda sempre tinha o cuidado de não intervir muito cedo numa briga, antes de as vantagens ficarem solidamente do seu lado. O emprego oferecia pensão e atraia esse tipo de homem cauteloso e prevenido." (A cor da Magia, Terry Pratchett)

"Pitoresco significava - concluiu ele depois de uma profunda observação dos cenários que inspiravam Duasflor a se valer do termo - que a paisagem era terrivelmente íngreme. Exótico quando usada para descrever os ocasionais vilarejos por que passavam, queria dizer assolado por doenças e caindo aos pedaços. Duasflor era um turista.. Turista, concluiu Rincewind, queria dizer idiota." (A cor da magia, Terry Pratchett)

"O que os heróis mais gostam é deles mesmos." (Terry Pratchett).

domingo, 6 de julho de 2014

Sugestões - TAG

A Mari B. do "Devaneios e Desvarios" me indicou a tag "Sugestões" e eu resolvi embarcar na brincadeira. Ela consiste em realizar algumas missões, a saber:
1. Mostrar qual o blog que te indicou.
2. Sugerir um filme, uma comida, uma música, uma série e um livro.
3. Sugerir duas outras coisas do item 2.
4. Indicar 10 blogs para essa tag.
Preciso dizer que não sou muito de sugerir coisas as pessoas, afinal meus gostos são "bizarramente contraditórios", mas vou fazer o meu melhor.

FILME: "Crash"


Em Crash são retratados os dramas do cotidiano paranoico das grandes cidades do mundo. Eu me reconheço nos conflitos e pesares dos personagens desse filme. Na vida real, não existe heróis e vilões, todos são humanos e isso é violento, brutal, lirico, dramático, desalentador... Quando eu estou no meu limite escuto minha mãe dizendo: "Jaci, todo mundo tem uma história!",  "Crash", para mim, é como uma mãe gritando para o mundo: "Acordem, todos vocês possuem uma história!" e repentinamente me ocorre que talvez nós poderíamos, se quiséssemos, para de viver certos ciclos, deixar de acordar para o mesmo dia para o qual tínhamos dormido.

COMIDA: Banana Frita


A melhor coisa para se comer de manhã ou a noite, para mim, é um belo prato com três bananas fritas na manteiga com açúcar por cima e devidamente acompanhadas de uma xícara de café fumegante! É simples, é gostoso, é delicioso, é a minha cara.


MÚSICA: "20 anos blues"

Para explicar porque indico essa música uso as palavras da própria Elis no programa Ensaio da TV Cultura de 1973: "Essa música é da Sueli Costa, a letra é do Vitor Martins. Eu gosto dessa música porque tem muito haver comigo as coisas da letra, eu também tenho mais de vinte muros, também tenho mais de vinte anos, aliás quase trinta. É aquilo ali, aquilo ali é muito parecido comigo."



SÉRIE: Todas as inspiradas na obra de Jane Austen!


São românticas, sem serem muito melosas, bem ambientadas no século XIX, possuem personagens femininas marcantes, são lindas, possuem uma trilha sonora cativante e eu posso, para desespero da minha família, rever qualquer uma delas mais 10, 20, 30 vezes.

LIVRO: "Jantar no restaurante da saudade" de Anne Tyler


Essa foi a sugestão mais difícil, são tantos livros, escolher um parece uma missão impossível. Especialmente um sobre o qual eu ainda não tenha comentado por aqui. Li "Jantar no restaurante da saudade" pela primeira vez em 2005, é um susto constatar que faz quase dez anos, parece ter sido ontem. Ao falar sobre seus personagens e escolhas Anne Tyler tem a incrível capacidade de me fazer pensar sobre minha vida e a de meus semelhantes. Ela me leva a olhar para o outro e me reconhecer nele. Ninguém é herói ou vilão, todos somos apenas frágeis seres humanos, o que não nos impede de cometer incríveis enganos ou sermos vitimas de terríveis crueldades.
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3. Sugerir duas outras coisas do item 2: Minhas sugestões são: "Um lugar" e "Uma imagem marcante".
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4. Indicar 10 blogs para essa tag: Quem achar interessante pegar sinta-se a vontade. E caso alguém resolva responder a tag me avisa para que eu possa linkar aqui e ir lá conferir.

sábado, 7 de junho de 2014

Sorvete, andanças no Recife Antigo e algumas coisas encontradas por lá! [Desafio 12 Lugares #05]

Em 1995 eu tinha nove anos, cursava a terceira série do "Ensino Fundamental 1", estudava no turno da tarde na Escola Gilberto Freyre localizada Alto Treze de Maio. De todos os meus anos escolares esse tenha sido o mais feliz.

Eu amava a Tia Rita, a sala, a vista para a praia de Olinda proporcionada pelos combogós da sala. Costumava terminar meus exercícios rápido porque a tia me permitia ficar olhando o mar ao longe e quase todos os dias tomava uma bola de sorvete de casquinha. O sorvete custava R$ 0,30, toma-lo era um ato ilegal, pois eu era proibida terminantemente de tomar qualquer coisa gelada, mas ele elevava meu humor melancólico e devaneante as alturas.

E eu fui bombardeada com essas reminiscencias de quase vinte anos atrás porque em Casa Amarela há uma sorveteria na qual há mais de 70 anos se produz vários sabores de sorvetes artesanais muito famosos eu eu fui lá provar o danado.


Realmente, o "Sorvetes Artesanais" merece toda fama! O danado é delicioso! E eu não sou uma pessoa fácil de elogiar comida não. Quem me conhece sabe o quanto sair comigo para fazer qualquer refeição pode ficar entre uma experiencia irritante e constrangedora. Mas, eu amei o sorvete de cajá e acerola. Tinha gosto de infância!

Sou péssima com fotos, bem se ver a carteira no fundo e o guardanapo #Aff

Como eu não cumpri o "Desafio 12 Lugares de Maio", acabei aproveitando a energia do sorvete e troquei a ida ao cinema por um passeio ao centro do Recife para adiantar o de Junho! Fui visitar o "Espaço Cultural dos Correios", lá tem uma "Sala Histórica" aberta a visitação constante daqui para o fim do mês escrevo sobre isso, mas por hora só preciso registrar que andar pelas ruas do Recife Antigo é muito legal.

Dei uma passada pelas Rua do Bom Jesus, a Antiga Rua dos Judeus! Já visitei a Sinagoga, mas daqui para o fim do ano perigo fazer isso de novo só pelo prazer de está lá e depois contar!


Encontrei com o Antônio Maria, autor do "Frevo nº 1 do Recife", um hino do nosso Carnaval, um simbolo dessa cidade antiga, complicada e tão amada que basta ficar longe dela por um curto período para desejar voltar!


E na volta ainda dei de cara com a sugestão criativa de "colar na rua os meus medos". Fiquei pensando quais são os meus medos!


Ah, o medo colado lá em cima era o seguinte:


Perto disso meus medos são insignificantes!
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Esse post faz parte do Desafio 12 Lugares do blog "Aceita um leite?
"

sábado, 24 de maio de 2014

Romance Contemporâneo [Desafio Calendário Literário]

No Calendário Literário montado pela Lu Tazinazzo a ordem do mês de Maio é um romance contemporâneo, então lindamente chutei o pal da barraca literária e resolvi mês ler apenas autores atuais ou no minimo que entraram no foco do mercado editorial nessas primeiras décadas do século XXI e foi um dos melhores meses literários dos últimos tempos.

De entrada li os três primeiros livros da série de romances históricos "Os Bridgertons", escritos pela Julia Quinn.


Alguém pode dizer que tais textos não contam como romances contemporâneos pois as histórias se passam no século XIX, no entanto, eu vou ser chata e lembrar uma vez mais que romances históricos, independente da profundidade da pesquisa feita pelo autor, falam muito mais sobre o presente do que sobre o passado e essa regra vale muito para a Julia Quinn.

A autora de “O duque e eu”, “O visconde que me amava” e  “Um perfeito cavalheiro” sabe como construir um texto engraçado, leve, com uma fluidez perfeita e um toque de sensualidade no ponto, sem ser pornográfica. Fica claro o quanto ela é fã de Jane Austen, domina bem o gênero romance histórico e é competente para crescer como autora dentro dele Me tornei fã confessa da Julia, de seus rapazes apaixonados, de suas heroínas cheias de personalidade e sensualidade e do luminoso século XIX inventado por ela.

De saída terminei de ler a trilogia "A Seleção" da Kiera Cass e comecei a ler a trilogia "Estilhaça-me" da Tareheh Mafi, nada mais atual que séries cujo final estão saindo do forno.


Eu tenho inúmeras criticas a história da Kiera Cass, ela negligenciou a distopia e tem um discurso politico extremamente e irritantemente conservador, através do qual parece reafirmar a necessidade de hierarquias sociais. Honestamente considero danosas histórias infanto juvenis carregadas de conservadorismo, esses texto tem, mesmo que não seja a intensão das autoras e autores, um caráter pedagógico para os leitores em formação. Mas, eu precisava ir até o fim com "A Seleção" pois me identifiquei com a protagonista dividida entre dois amores com a capacidade única de falar duas vezes antes de pensar.

Na idade da America passei por uma situação semelhante, a diferença é que eu tinha três pentelhos no meu pé. Pois é, eu também acho um absurdo ter sido uma adolescente de alto-estima tão fragilizada. Brinquei muito ao longo da leitura da série dizendo que, se fosse a America, chutava os Maxon e Aspen e ia lutar com aos rebeldes. É claro que ela não fez isso, algumas pessoas preferem mesmo casar aos 17 anos em vez de ir a universidade, arrumar uma profissão, viajar, escrever um blog, ter sua própria renda mensal.

Eu tenho fama de ser péssima conselheira sentimental, mas ainda assim me sinto tentada a deixar aqui três avisos para a America, e qualquer menina de 17 anos a beira de se comprometer pela vida toda com um homem:
Primeiro: O príncipe pode ser o tipo de pessoa que não lida bem com rejeição e capaz de uma crueldade impressionante;
Segundo: O carinha intoxicantemente bonito, pode se revelar uma pessoa assustadoramente sem senso de limites;
Terceiro: Aquele cara que te jurou amor eterno 5 vezes [eu contei] pode 10 anos depois oscilar entre te olhar com ódio mortal e fingir que não te conhece [ainda não acredito que ele não superou essa história, a namorada dele é muitoooo mais alta, magra e bonita que eu, só não tem tanto busto, não se pode ter tudo.].
Muito mais promissora foi a experiencia de ler "Estilhaça-me" da "Tareheh Mafi". A história desse livro se passa em um futuro no qual os recursos da Terra estão quase totalmente esgotados e há uma ditadura opressora reinando no mundo. Nesse contexto pós-apocalíptico emerge a figura de Juliet, uma moça cuja vida não foi nada fácil até o momento e começa a história presa em manicômio. Ela é aparentemente uma criatura perigosa superpoderosa, capaz de criar uma grande devastação salvar o mundo.

Tareheh Mafi, tem um senso critico penetrante, é envolvente, carismática, possui um lirismo capaz de me fazer vibrar a cada paragrafo. Em um primeiro encontro, simplesmente amei a Juliet, apesar dela ser meio maluquinha, não tenho palavras para o Adan, o seu par romântico nesse primeiro livro.

Ah, se com a America eu me identifiquei de primeira com a Juliet eu fui identificada. No meio da leitura do volume um comentei com uma das minhas estagiarias sobre o "fogo da muléstias dos cachorros" da protagonista, ela ficou curiosa e me pediu para ler o livro. Agora ela tem considerado ser a Juliet parecida comigo e ainda ler trechos do livro para comprovar. Ainda não decidi se essa comparação é boa ou ruim.

E essa foi a minha participação no "Desafio Calendário Literário", do blog "Aceita um leite".


sábado, 5 de abril de 2014

"Múltiplo Leminski" na Torre Malakoff do Recife Antigo [Desafio 12 Lugares #03]

"Múltiplo Leminski" é o nome de uma exposição cujo objetivo é trazer a luz dos olhos do público o resultado de anos de pesquisa sobre a história e a vida de Paulo Leminski. A exposição já esteve em vários lugares do Brasil e entre Abril e Maio ancorou em Recife e eu fui ver no dia 30 de março de 2014.

Para dizer a verdade, não sou uma pessoa de explorar os mil cantos de minha cidade, ir a exposições de arte ou eventos curiosos. Sempre fui mais de "escola-casa-igreja" e depois "trabalho-faculdade-casa-igreja". Mas, de muitas formas viver esse tipo de rotina não me fazia feliz, viver assim me faz sentir que acordo sempre para a mesma vida para a qual tinha dormido e assim não dar para viver. Os livros e a graduação em História me ensinaram sobre a amplidão do mundo e eu quero desfrutar dela.

Decidi abraçar o Desafio 12 Lugares da Luciana Tazina por isso e no dia 30 de março de 2014 voltando para casa depois de visitar a Torre Malakoff para ver a exposição itinerante  "Múltiplo Leminski" percebi o quão certa foi essa decisão. Se não tivesse abraçado esse desafio, por maior que seja minha vontade de deixar meus horizontes eternamente abertos jamais teria força para fazer o percurso da Zona Norte do Recife para o centro em um domingo a tarde no penúltimo dia de um mês trabalhoso.

Então, graças ao desafio tive o prazer de conhecer melhor o Paulo Leminski, curitibano que viveu durante a segunda metade do século XX e foi poeta, pensador cultural, haicaísta, tradutor, biógrafo, jornalista da impressa escrita e televisiva, ensaísta, contista, romancista, autor de experimentações verbais e visuais, "polemista", roteirista, professor, roteirista de história em quadrinhos, judoca, publicitário, compositor... Ufa... Cansei... Sinceramente não sou uma pessoa interessada na vida pessoal de meus autores prediletos, então confesso: lendo Leminski jamais pensei que sendo um ele conseguiu ser tantos.


A exposição reuniu com critério e beleza uma enorme amostra da vida do poeta conduzindo os interessados pela vida dele para dentro dela através dos textos de Leminski, de suas fotos, registros visuais, biblioteca e mesmo da sua própria maquina de escrever. São tantas informações que é possível passar horas e horas na Torre Malakoff e não consegui ver tudo com cuidado. Aliás, a sensação que tive depois de ter saído da exposição foi a de que preciso voltar a ela ante de 30 de maio para apreciar com calma o ambiente e o acervo selecionado.









A exposição em si foi um momento rico e delicioso de ter sido experimentado, mas pesando e medindo preciso confessar que o melhor do Desafio 12 lugares de março não foi bem a exposição e sim ter saído de casa no domingo a tarde na companhia da minha irmã para explorar a minha cidade. As vezes eu esqueço do quanto minha irmã é uma pessoa querida e uma boa companhia, do quanto é importante fortalecer nosso vinculo em experiencias agradáveis fora das paredes de nossa casa. Eu sou apaixonada por minha irmã e caminhar com ela pelos lugares de Recife Antigo culminando com a exposição foi uma experiencia magica e inesquecível. Nós caminhamos, brincamos, conversamos e nos fotografamos em momentos ruins só por sacanagem.




A parte o fato de minha perna está totalmente cheia de marcas eu amei essa foto.

Ah, só a titulo de registro, fiz a bondade de convidar o namorado dela para o passeio e ele foi muito solicito em nos fotografar juntas.



O Recife Antigo vibra nos fins de semana com vários espaços culturais abertos e uma feirinha na qual se encontra de tudo um pouco e um pouco de tudo. Eu não fazia noção disso! Foi uma descoberta fascinante!





O Desafio 12 Lugares é uma ideia da Lu Tazinazzo do blog "Aceita um Leite?".