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domingo, 9 de novembro de 2014

Paço do Frevo [Desafio 12 Lugares #07]

Se houve um lugar no qual, desde o inicio desse desafio, eu quis ir foi o "Paço do Frevo", um museu dedicado ao frevo, ritmo característico do carnaval pernambucano e reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como patrimônio cultural e imaterial brasileiro. O Paço existe para preservar e difundir a memória do que é o frevo e de como ele foi sendo construído pelas pessoas dessa cidade ao longo do último século.

 

Sempre fiquei me perguntando como os organizadores teriam feito para criar um local no qual uma coisa fluida e sem materialidade como um ritmo e uma dança carnavalesca poderia ser preservado e difundido. E sinceramente, não sai frustrada.


O "Paço do Frevo" é um espaço dinâmico como o frevo e ferve de vida como um carnaval. É um local incrivelmente movimentado, durante todo o tempo no qual eu e o Alexandre andamos por lá vimos crianças, sorrisos e aquele barulhinho característico de espaço frequentado por crianças felizes e em momento de felicidade.


Eu me apaixonei pelo espaço pela dinâmica do espaço. Embora deva admitir que o acervo não é tudo o que eu esperava. Atualmente o espaço conta com fotos e videos nos quais as pessoas comentam a história do frevo de forma didática para que as crianças possam compreender de onde vem o frevo e quais foram as pessoas que o construíram, além de um espaço magnifico no terceiro anda no qual nós podemos conferir inúmeros estandartes das agremiações.


Eu senti muita falta de ver os objetos materiais ligados ao frevo: roupas, sombrinhas, instrumentos de sopro, moveis das agremiações. O "Paço do Frevo", apesar de ser tudo de bom, padece da mesma fragilidade do "Museu da Língua" em São Paulo, ou seja, falta de acervo material. E apesar de amar ambos os espaços, acho importante lembrar: "A humanidade faz os objetos e os objetos fazem a humanidade.". Os objetos que cercam nossas vidas são documentos que informam sobre nós, os objetos que cercavam as pessoas que fizeram o frevo também fazem parte e eu sentir falta deles.


Mas, por outro lado é preciso ter paciência, o espaço está aberto há menos de um ano e consequentemente seu acervo está em construção. Sem contar que quem se ocupa de investigar as pessoas não abastadas da sociedade sempre tem que lidar como o fato de que essas pessoas tem serios problemas para conservar objetos por muito tempo.




O frevo é uma criação das pessoas que vivem no lado B da cidade, usando as palavras de Terry Pratchett, o frevo é uma invenção dos:
"desabrigados. Os famintos. Os silenciosos. Aqueles que tinham sido abandonados pelos homens e pelos deuses. O povo das névoas e da lama, cuja única força estava em algum lugar do outro lado da fraqueza, cujas crenças eram tão instáveis e caseiras quanto suas casas. E o povo da cidade — não os que moravam nas grandes casas brancas e iam aos bailes em belas carruagens, mas os outros...".


Essas pessoas da nevoa e da lama, que vivem no lado b da cidade eram e são as "que fazem o reino mágico funcionar" são as que preparam suas refeições, varrem o chão, carregam suas sujeiras à noite, dirigem seus carros, fazem com que a luz acenda e por ai vai... Suas vidas muitas vezes passam sem serem percebidas ou registradas, a menos claro, que eles façam greve ou decidam eleger um presidente ou presidenta. É muito bom visitar um espaço que existe em função de preservar um feito dessas pessoas.

As pessoas desqualificam favelados, analfabetos, pobres com muita facilidade e se esquecem de que nós não somos acéfalos ou incapazes. Nós conhecemos a força que existe do outro lado da fraqueza e deixamos nossa marca nesse mundo e as vezes essa marca é tão grande, lustrosa e imponente que nada consegue apagar, como o frevo, só para citar um exemplo.

Ah, o Alexandre foi comigo ao Paço e graças a ele as fotos ficaram PERFEITAS! Inclusive essa foto fofa com  Antônio Maria, autor do Frevo Número 1 e claro, para não variar estou meio sem jeito cutucando o poeta... 


Esse post pertence ao Desafio 12 Lugares proposto pelo Blog "Aceita um Leite?"


sábado, 7 de junho de 2014

Sorvete, andanças no Recife Antigo e algumas coisas encontradas por lá! [Desafio 12 Lugares #05]

Em 1995 eu tinha nove anos, cursava a terceira série do "Ensino Fundamental 1", estudava no turno da tarde na Escola Gilberto Freyre localizada Alto Treze de Maio. De todos os meus anos escolares esse tenha sido o mais feliz.

Eu amava a Tia Rita, a sala, a vista para a praia de Olinda proporcionada pelos combogós da sala. Costumava terminar meus exercícios rápido porque a tia me permitia ficar olhando o mar ao longe e quase todos os dias tomava uma bola de sorvete de casquinha. O sorvete custava R$ 0,30, toma-lo era um ato ilegal, pois eu era proibida terminantemente de tomar qualquer coisa gelada, mas ele elevava meu humor melancólico e devaneante as alturas.

E eu fui bombardeada com essas reminiscencias de quase vinte anos atrás porque em Casa Amarela há uma sorveteria na qual há mais de 70 anos se produz vários sabores de sorvetes artesanais muito famosos eu eu fui lá provar o danado.


Realmente, o "Sorvetes Artesanais" merece toda fama! O danado é delicioso! E eu não sou uma pessoa fácil de elogiar comida não. Quem me conhece sabe o quanto sair comigo para fazer qualquer refeição pode ficar entre uma experiencia irritante e constrangedora. Mas, eu amei o sorvete de cajá e acerola. Tinha gosto de infância!

Sou péssima com fotos, bem se ver a carteira no fundo e o guardanapo #Aff

Como eu não cumpri o "Desafio 12 Lugares de Maio", acabei aproveitando a energia do sorvete e troquei a ida ao cinema por um passeio ao centro do Recife para adiantar o de Junho! Fui visitar o "Espaço Cultural dos Correios", lá tem uma "Sala Histórica" aberta a visitação constante daqui para o fim do mês escrevo sobre isso, mas por hora só preciso registrar que andar pelas ruas do Recife Antigo é muito legal.

Dei uma passada pelas Rua do Bom Jesus, a Antiga Rua dos Judeus! Já visitei a Sinagoga, mas daqui para o fim do ano perigo fazer isso de novo só pelo prazer de está lá e depois contar!


Encontrei com o Antônio Maria, autor do "Frevo nº 1 do Recife", um hino do nosso Carnaval, um simbolo dessa cidade antiga, complicada e tão amada que basta ficar longe dela por um curto período para desejar voltar!


E na volta ainda dei de cara com a sugestão criativa de "colar na rua os meus medos". Fiquei pensando quais são os meus medos!


Ah, o medo colado lá em cima era o seguinte:


Perto disso meus medos são insignificantes!
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Esse post faz parte do Desafio 12 Lugares do blog "Aceita um leite?
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sábado, 24 de maio de 2014

Romance Contemporâneo [Desafio Calendário Literário]

No Calendário Literário montado pela Lu Tazinazzo a ordem do mês de Maio é um romance contemporâneo, então lindamente chutei o pal da barraca literária e resolvi mês ler apenas autores atuais ou no minimo que entraram no foco do mercado editorial nessas primeiras décadas do século XXI e foi um dos melhores meses literários dos últimos tempos.

De entrada li os três primeiros livros da série de romances históricos "Os Bridgertons", escritos pela Julia Quinn.


Alguém pode dizer que tais textos não contam como romances contemporâneos pois as histórias se passam no século XIX, no entanto, eu vou ser chata e lembrar uma vez mais que romances históricos, independente da profundidade da pesquisa feita pelo autor, falam muito mais sobre o presente do que sobre o passado e essa regra vale muito para a Julia Quinn.

A autora de “O duque e eu”, “O visconde que me amava” e  “Um perfeito cavalheiro” sabe como construir um texto engraçado, leve, com uma fluidez perfeita e um toque de sensualidade no ponto, sem ser pornográfica. Fica claro o quanto ela é fã de Jane Austen, domina bem o gênero romance histórico e é competente para crescer como autora dentro dele Me tornei fã confessa da Julia, de seus rapazes apaixonados, de suas heroínas cheias de personalidade e sensualidade e do luminoso século XIX inventado por ela.

De saída terminei de ler a trilogia "A Seleção" da Kiera Cass e comecei a ler a trilogia "Estilhaça-me" da Tareheh Mafi, nada mais atual que séries cujo final estão saindo do forno.


Eu tenho inúmeras criticas a história da Kiera Cass, ela negligenciou a distopia e tem um discurso politico extremamente e irritantemente conservador, através do qual parece reafirmar a necessidade de hierarquias sociais. Honestamente considero danosas histórias infanto juvenis carregadas de conservadorismo, esses texto tem, mesmo que não seja a intensão das autoras e autores, um caráter pedagógico para os leitores em formação. Mas, eu precisava ir até o fim com "A Seleção" pois me identifiquei com a protagonista dividida entre dois amores com a capacidade única de falar duas vezes antes de pensar.

Na idade da America passei por uma situação semelhante, a diferença é que eu tinha três pentelhos no meu pé. Pois é, eu também acho um absurdo ter sido uma adolescente de alto-estima tão fragilizada. Brinquei muito ao longo da leitura da série dizendo que, se fosse a America, chutava os Maxon e Aspen e ia lutar com aos rebeldes. É claro que ela não fez isso, algumas pessoas preferem mesmo casar aos 17 anos em vez de ir a universidade, arrumar uma profissão, viajar, escrever um blog, ter sua própria renda mensal.

Eu tenho fama de ser péssima conselheira sentimental, mas ainda assim me sinto tentada a deixar aqui três avisos para a America, e qualquer menina de 17 anos a beira de se comprometer pela vida toda com um homem:
Primeiro: O príncipe pode ser o tipo de pessoa que não lida bem com rejeição e capaz de uma crueldade impressionante;
Segundo: O carinha intoxicantemente bonito, pode se revelar uma pessoa assustadoramente sem senso de limites;
Terceiro: Aquele cara que te jurou amor eterno 5 vezes [eu contei] pode 10 anos depois oscilar entre te olhar com ódio mortal e fingir que não te conhece [ainda não acredito que ele não superou essa história, a namorada dele é muitoooo mais alta, magra e bonita que eu, só não tem tanto busto, não se pode ter tudo.].
Muito mais promissora foi a experiencia de ler "Estilhaça-me" da "Tareheh Mafi". A história desse livro se passa em um futuro no qual os recursos da Terra estão quase totalmente esgotados e há uma ditadura opressora reinando no mundo. Nesse contexto pós-apocalíptico emerge a figura de Juliet, uma moça cuja vida não foi nada fácil até o momento e começa a história presa em manicômio. Ela é aparentemente uma criatura perigosa superpoderosa, capaz de criar uma grande devastação salvar o mundo.

Tareheh Mafi, tem um senso critico penetrante, é envolvente, carismática, possui um lirismo capaz de me fazer vibrar a cada paragrafo. Em um primeiro encontro, simplesmente amei a Juliet, apesar dela ser meio maluquinha, não tenho palavras para o Adan, o seu par romântico nesse primeiro livro.

Ah, se com a America eu me identifiquei de primeira com a Juliet eu fui identificada. No meio da leitura do volume um comentei com uma das minhas estagiarias sobre o "fogo da muléstias dos cachorros" da protagonista, ela ficou curiosa e me pediu para ler o livro. Agora ela tem considerado ser a Juliet parecida comigo e ainda ler trechos do livro para comprovar. Ainda não decidi se essa comparação é boa ou ruim.

E essa foi a minha participação no "Desafio Calendário Literário", do blog "Aceita um leite".


domingo, 11 de maio de 2014

Lagoa do Ouro, Bar Argentino e Rafael [Desafio 12 Lugares #04]

Lagoa do Ouro é uma cidadezinha do Agreste Pernambucano, fica há umas boas horas de distancia de Recife, não tem nenhuma grande atração turística e eu jamais teria ido parar lá se não fosse a interferência da minha querida amiga Clau.

Só para constar, os convites de Clau são os mais irrecusáveis e imprevisíveis do mundo. Apesar dos planos dela serem meticulosos, mil e uma coisas inusitadas tendem acontecer e as coisas nunca saem como previstas. Não é a toa, independente da distancia e do tempo planejados para a viagem, ela SEMPRE leva roupa suficiente para passar uma vida no lugar.

Dessa vez nossa aventura rumo a uma simples alegre visita ao pai dela em Lagoa do Ouro virou um café da manhã na casa da irmã dela, com direito a palestra sobre como se produz achocolatado de caixinha; um almoço na casa da mãe do marido da irmã dela, no qual eu fui convidada para o casamento do irmão do marido da irmã da Clau ; um jantar com direito a ternas emoções com o pai dela; culminando com um fim de noite em um bar argentino em pleno Agreste pernambucano. Como podem ver, meu amor por Clau não é gratuito, ela me mete nas aventuras mais deliciosas do mundo.

Visitar cidade do interior de pernambuco é uma delicia e um tormento. Invariavelmente eu sou muito bem recebida nesses lugares no qual tudo fecha na sexta-feira santa, a internet não funciona, se anunciam mortes em carros de som e as pessoas se conhecem pelo nome e árvore genealógica.

As pessoas de Lagoa do Ouro são de uma simplicidade acolhedora, me abraçaram literalmente e contaram algumas de suas histórias. Mesmo agora, ainda me pego pensando em algumas das palavras que ouvi por lá.

"A pessoa tendo saúde e paz é rico."
"A gente tem por obrigação tratar todo mundo bem, mas não de querer bem a todo mundo. Nem todo mundo merece 'mão no ombro'."
Aliás, eu estou até o presente momento apaixonada pelo pai de minha amiga, um ser humano de uma especie em extinção, capaz de sair um pouco antes do cair da noite só para providenciar bananas para o meu jantar em plena "Sexta-feira Santa". Nem meu pai faz isso!

Essas pessoas que vivem de arar a terra e faze-la produzir a seu tempo são impressionantes, mesmo com a dureza da vida não perderam a ternura. Elas não merecem suportar o jugo ao qual estão expostas. Não merecem conviver o coronelismo com pessoas "cujas terras vão até onde a vista alcança". A situação de negação de direitos alarmante, a ausência do poder público é revoltante. O vento de desigualdade que sopra  no Agreste de Pernambuco ao longo do Planalto da Borborema é de enregelar os ossos.










E só para impressionar, não tão distante assim de Lagoa do Ouro existe a cidade de Garanhuns. Uma cidade do interior nada usual, bem urbanizada, arborizada, lojas de grife aos borbulhões, bares e restaurantes chiques de doer.  A velha dicotomia brasileira também habita o agreste pernambucano. Foi em Garanhuns que conheci um restaurante Argentino, descobri que batom vermelho chama bastante atenção e colhi as provas finais que mordida de amor não doí.


Eu amei o "Chicruta"! O ambiente é agradável, as pessoas são educadas e disponíveis, a comida não é ruim... tudo colabora para bons momentos, exceto talvez o preço, mas bem isso é Garanhuns e o que se pode fazer?!?

Quanto as provas documentais que mordida de amor não dói, olhem e avaliem por si só:


 



Meu obrigada ao Iran, autor dos registros documentais valiosos, um dos melhores maridos de amigas do mundo!


E eu sei que o post já está imenso, escreve-lo foi uma maratona que me consumiu algum tempo, mas não posso deixar termina-lo sem dizer algo sobre sonhos.

Citando Neil Gaiman, creio que "sonhos são esquisitos, idiotas e me apavoram"; detalhes escondidos sobre o futuro, presente, passado e nós mesmo podem ser revelados em sonhos; e as almas das pessoas vez ou outra se cruzam nos sonhos. Quando a gente dorme a gente sabe, quando acorda esquece! Levando isso em conta, acontecimentos como meu encontro com o Rafael soam como se um sonho tivesse cruzado com a realidade. E isso justifica toda a correria, o quase não ter dado tempo, minha pessoa está usando o melhor "look mundo cão", a mordida e os apertos que ele levou de mim, e a foto na qual sorrimos bobamente ter saído embaçada e desfocada.


Ah, o Rafael me deu um livro daqueles que parecem ter sido sonhados e não escritos:


Rafa, que estranho texto o Destino escreveu para nosso encontro ein?!?!
Você é muitoooooo mais chato pessoalmente.
Certamente é por isso que eu te amo, seu pentelho!!!
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Esse post faz parte do desafio "12 Lugares" proposto pelo blog "Aceita um leite?"

sexta-feira, 2 de maio de 2014

O Épico Jogos Vorazes [Desafio Calendário Literário]

Vai ser fácil para quem me segue no twitter lembrar o quando me preocupei com a escolha do livro épico para ler em Abril. Para mim não estava claro quais livros se encaixam nesse perfil, nunca tinha refletido sobre o conceito de épico antes. Então, como é de minha natureza, para encontra o conceito travei de mim para comigo uma guerra até chegar a uma decisão razoável sobre o que eu chamaria de épico.

Para começo de história, na minha opinião, para ser épico não basta ao livro abordar um daqueles recortes do passado de um personagem ou civilização sobre o qual existem muitas lendas e poucos documentos; ter magia ou personagens como dragões, anões e elfos; se passar em uma terra localizada em algum outro ponto duvidoso do multiverso; ou ter personagens com nomes impronunciáveis à língua nua.

Cheguei a conclusão que épico é um livro cujo texto, independente do recorte temporal abordado, é capaz de exigir certo comprometimento afetivo. Deve ser escrito por um autor capaz de olhar para a realidade [no passado ou no presente] e explorar seus pontos incômodos com competência e arte, questionando os limites do ser humano. Precisa ter drama, dor, vitórias, derrotas e sangue, pois"ninguém quer saber o gosto do sangue, mas o vermelho ainda é a cor que incita a fome". Por fim, o épico tem que deixar o leito com uma bela ressaca literária.

Me julguem, mas o livro épico de abril foi "Jogos Vorazes" da Suzanne Collins.

Sim, o livro é classificado até mesmo em sua ficha catalográfica como "Literatura Infanto-juvenil" de cinco formas diferente. Mas, eu discordo totalmente dessa classificação.
"1. Sobreviventes - Literatura Infanto-juvenil
2. Programa de Televisão - Literatura Infanto-juvenil
3. Relações Humanas - Literatura Infanto-juvenil
4. Ficção Cientifica - [caso alguém ainda não tenha entendido] Literatura Infanto-juvenil
5. Ficção [alguém advinha o que vem depois] Infanto-juvenil americana."
Certamente a Suzanne Collins construiu um texto com linguagem simples e definitivamente seus personagens são adolescentes, porém a forma como ela aborda questões de sobrevivência, as relações humanas e a influencia da mídia na sociedade do espetáculo em uma trama de ficção cientifica eleva o texto dela a qualquer coisa que exige comprometimento, atenção, envolvimento afetivo e deixa uma ressaca literária de matar em qualquer inocente. O livro é épico da introdução a conclusão!


"Jogos Vorazes" é uma trilogia cuja ação se passa em qualquer lugar do nosso futuro, após alguns desastres naturais e guerra o mundo está divido em 12 distritos e é governado pela Capital de forma ditatorial. Os "jogos vorazes" é um acontecimento anual, um jogo no qual cada um dos 12 distritos oferece um casal de adolescente para competi dentro de uma arena até que só reste um vivo.

Nesse contexto emerge a figura de Katniss Everdeen que vai disputar a 74ª Edição dos Jogos Vorazes de uma forma jamais vista. Katniss é uma caçadora, uma sobrevivente, a morte prematura do seu pai deixou sua mãe arrasada e paralisada, para proteger e garantir a sua sobrevivência e a de sua irmã Primm ela teve pular da adolescência para a faze adulta em tempo recorde. É uma personagem tão real que da medo, conheço várias meninas como ela, me apeguei a ela, torço por ela... Ela coloca no bolso qualquer rei ou rainha de tempos remotos, cavaleiros de távolas redondas ou quadradas, elfos, duendes ou até mesmo hobbits.


Esse post faz parte do Desafio Calendário Literário proposto pelo blog "Aceita um leite?".


sábado, 5 de abril de 2014

"Múltiplo Leminski" na Torre Malakoff do Recife Antigo [Desafio 12 Lugares #03]

"Múltiplo Leminski" é o nome de uma exposição cujo objetivo é trazer a luz dos olhos do público o resultado de anos de pesquisa sobre a história e a vida de Paulo Leminski. A exposição já esteve em vários lugares do Brasil e entre Abril e Maio ancorou em Recife e eu fui ver no dia 30 de março de 2014.

Para dizer a verdade, não sou uma pessoa de explorar os mil cantos de minha cidade, ir a exposições de arte ou eventos curiosos. Sempre fui mais de "escola-casa-igreja" e depois "trabalho-faculdade-casa-igreja". Mas, de muitas formas viver esse tipo de rotina não me fazia feliz, viver assim me faz sentir que acordo sempre para a mesma vida para a qual tinha dormido e assim não dar para viver. Os livros e a graduação em História me ensinaram sobre a amplidão do mundo e eu quero desfrutar dela.

Decidi abraçar o Desafio 12 Lugares da Luciana Tazina por isso e no dia 30 de março de 2014 voltando para casa depois de visitar a Torre Malakoff para ver a exposição itinerante  "Múltiplo Leminski" percebi o quão certa foi essa decisão. Se não tivesse abraçado esse desafio, por maior que seja minha vontade de deixar meus horizontes eternamente abertos jamais teria força para fazer o percurso da Zona Norte do Recife para o centro em um domingo a tarde no penúltimo dia de um mês trabalhoso.

Então, graças ao desafio tive o prazer de conhecer melhor o Paulo Leminski, curitibano que viveu durante a segunda metade do século XX e foi poeta, pensador cultural, haicaísta, tradutor, biógrafo, jornalista da impressa escrita e televisiva, ensaísta, contista, romancista, autor de experimentações verbais e visuais, "polemista", roteirista, professor, roteirista de história em quadrinhos, judoca, publicitário, compositor... Ufa... Cansei... Sinceramente não sou uma pessoa interessada na vida pessoal de meus autores prediletos, então confesso: lendo Leminski jamais pensei que sendo um ele conseguiu ser tantos.


A exposição reuniu com critério e beleza uma enorme amostra da vida do poeta conduzindo os interessados pela vida dele para dentro dela através dos textos de Leminski, de suas fotos, registros visuais, biblioteca e mesmo da sua própria maquina de escrever. São tantas informações que é possível passar horas e horas na Torre Malakoff e não consegui ver tudo com cuidado. Aliás, a sensação que tive depois de ter saído da exposição foi a de que preciso voltar a ela ante de 30 de maio para apreciar com calma o ambiente e o acervo selecionado.









A exposição em si foi um momento rico e delicioso de ter sido experimentado, mas pesando e medindo preciso confessar que o melhor do Desafio 12 lugares de março não foi bem a exposição e sim ter saído de casa no domingo a tarde na companhia da minha irmã para explorar a minha cidade. As vezes eu esqueço do quanto minha irmã é uma pessoa querida e uma boa companhia, do quanto é importante fortalecer nosso vinculo em experiencias agradáveis fora das paredes de nossa casa. Eu sou apaixonada por minha irmã e caminhar com ela pelos lugares de Recife Antigo culminando com a exposição foi uma experiencia magica e inesquecível. Nós caminhamos, brincamos, conversamos e nos fotografamos em momentos ruins só por sacanagem.




A parte o fato de minha perna está totalmente cheia de marcas eu amei essa foto.

Ah, só a titulo de registro, fiz a bondade de convidar o namorado dela para o passeio e ele foi muito solicito em nos fotografar juntas.



O Recife Antigo vibra nos fins de semana com vários espaços culturais abertos e uma feirinha na qual se encontra de tudo um pouco e um pouco de tudo. Eu não fazia noção disso! Foi uma descoberta fascinante!





O Desafio 12 Lugares é uma ideia da Lu Tazinazzo do blog "Aceita um Leite?".