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sábado, 19 de fevereiro de 2022

O Morro dos Ventos Uivantes de Emily Brontë [40 Livros Antes dos 40/4]

Li "O Morro dos Ventos Uivantes" no final de 2021, passei pela estante, avistei ele e me perguntei: "Quantas vezes vou precisar ler esse livro para decidi se gosto ou não dele?". Quanto mais as leituras se somam umas as outras mais me absurda a genialidade feroz da Emily Brontë e sua capacidade de descrever a perfeição a crueldade, intensidade, passionalidade e imprevisibilidade das pessoas moldadas por relações abusivas, desconhecem outra forma de sociabilidade e em grande medida rejeitam e desprezam qualquer coisa longe disso.

Mesmo agora não consigo definir com clareza meus sentimentos em relação a Catherine & Heathcliff. Dentro do meu coração "O Morro dos Ventos Uivantes" permanece sendo um conto de terror mais sombrio, oposto simétrico do conto de amor mais luminoso contido em "Orgulho e Preceito". Assim como Jane Austen, Emily Brontë é seminal em minha trajetória de leitora, parte do Yin Yang de minha personalidade construída em torno de aproximações de opostos.

sábado, 4 de setembro de 2021

Livros Recebidos [Setembro de 2021]

Por esses dias aconteceu de minha humilde pessoa receber um pacotão de livros e não, não foram comprados. Aceitei fazer parceria com a Mylena do blog "Gata Leitora" e através dela, que faz um trabalho ótimo no instagram falando de livros e afins, recebi esse pacotão lindo recheado de livros da Penguin Companhia das Letras e Companhia das Letras .

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Questões de amor e ódio!

Hoje as "Meninas dos Livros" se reuniram para gravar mais um podcast e depois de tudo a prefeita Mi - Michele Lima para os não íntimos - postou a seguinte foto no facebook para representar alguns dos momentos de afeto, carinho e atenção entre eu e a Ana.


Olhando assim tenho a impressão que está virando rotina nossos desentendimentos literários... Ou talvez se desentender seja nossa forma de nos entendermos... De toda forma essa foto me lembrou que o nosso cast de Agosto saiu faz um tempo e eu ainda não cumpri a demanda de posta-lo aqui para fins de divulgação e registro.

Em Agosto decidimos falar sobre livros cuja leitura foi capaz de nos despertar sentimentos de amor e ódio.


A Aleska - nossa bibliotecária - falou de  "O discurso do método e as meditações metafísicas" de Descartes;
A Ana Seerig ficou com "O mundo segundo Garp" do John Irving;
A Michele Lima - prefeita - falou sobre "Os Sete" de André Vianco; e
Eu atinei de levar para o podcast um antigo debate entre eu e a Ana e falei sobre "O morro dos Ventos Uivantes da maluca querida Emily Bronte. 

O podcast das Meninas dos Livros constitui atualmente um dos meus maiores prazeres, falar de livros com pessoas tão passionais, inteligentes, afetivas e calorosas como as meninas é um prazer.

E você? Tem amigas com as quais costumam discordar e brigar por motivos tolos sem correr o risco de perder a amizade? Gostam de falar de livro? Possuem um livro que não conseguem decidi se amam ou odeiam? Já ouviram algum de nossos podcasts? Tem alguma dica de leitura para a gente? Tem algo que gostaria de nos ouvir falando?

Para baixar o cast basta clicar no LINK ou ouvir aqui mesmo:


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Só para constar, o sorteio dos livros continua valendo é só ir lá no post e dizer que quer participar: "Sobre o desafeto a literatura nos tempos do Império - Parte 2"



sexta-feira, 10 de maio de 2013

Minhas impressões sobre as Irmãs Brontë

Estou lendo o livro “Jane Eyre” da Charlotte Brontë, e me deu vontade de escrever a respeito das irmãs Brontë e sim, esse post vai ser longo porque aquelas mulheres discretas, meio sofridas, filhas de um pastor inglês do inicio do século XIX, cuja cabeça era tão cheia de imaginação, paixão e capacidade criativa me fazem querer tagarelar.

A primeira das irmãs Brontë com a qual tive o prazer do encontro foi a Emilly Brontë, foi um mau começo. Céus porquê quis a Divina Providência me apresentar logo a mais arredia das meninas? Tímida, introspectiva, fechada para balanço, boa observadora de seu mundo, péssima na arte de manter uma mera conversação burocrática.

A leitura de “O morro dos ventos Uivantes” foi uma das experiências mais atormentadas de minha adolescência. Existe uma forma de não ser envolvido pelo frio musgoso daquela charneca atormentada? Se existe eu não os conheço, pois que a violência contra as crianças, as desigualdades sociais naturalizadas e a brutalidade infantil e mortal do protagonista sempre me abatem o espírito.

Li Emilly Brontë exatamente após “Orgulho e Preconceito” esperando encontra nos personagens da Emilly a mesma fagulha de calor, esperança e amor encontrada no celebrado e apaixonante romance de Austen e só encontrei frio, tristeza e revolta. Lembro sempre que quando fui devolver o livro o bibliotecário me perguntou se eu gostei e respondi com meu jeito estabanado e sem filtro da adolescência: “Nunca mais leio essa autora.”. Nunca diga: “Dessa água não beberei!”, de lá para cá já voltei a Emilly no mínimo mais duas vezes e continuo achando esse romance uma coisa atormentada.

Depois da atormentada Emilly, Anne foi a segunda das irmãs a entrar em minha vida. Confesso que a mais nova das irmãs Brontë demonstrou ser uma criatura um pouco mais otimista na escrita da história de "Agnes Grey", livro no qual ela mistura um pouco de sua autobiografia com um de seus sonhos. Se bem me lembro, Agnes é a mais nova de três irmã e decide se aventurar como preceptora de crianças após a morte do pai para não se tornar um peso para a mãe e irmãs. Durante sua atividade como professora ela amadurece e encontra o amor na figura de um pastor modesto e honesto e no final do livro ainda abre uma escola junto com a mãe e as irmãs. Não sei, porém suspeito que terminar seus dias junto a suas irmãs exercendo o magistério de forma independente era o sonho dela.

Já a Charlotte parece um meio termo entre Emilly e a Anne, até aqui “Jane Eyre” tem tido um peso dramático e melancólico, mas também há um núcleo de luz, há romance e calor para contrabalançar o frio. O livro funciona em seus 10 primeiros capítulos como um ótimo registro da vida escolar de crianças pouco favorecidas financeiramente em meados do século XIX, na Inglaterra, isso o torna bem atrativo para mim.

Gostaria muito de juntar o resmungão Raul Pompeia, o qual estudou em uma escola modelo do Império do Brasil, contando com todo o luxo, sem castigos físicos, com comida abundante, todos os aparelhos da modernidade pedagógica da época com a austera Charlotte Brontë. Talvez desse encontro saísse um homem com menos pena de si mesmo e mais capacidade de enfrentar dignamente seus bichos. #ProntoCritiquei

Voltando a Jane Eyre, ela tem sido até aqui uma baita heroína, dramática, intensa, intelectiva e com um fabuloso espírito prático. Sozinha no mundo vai abrindo seu caminho como pode, como dá, como lhe é possível dentro daquela sociedade na qual a desigualdade era naturalizada. Existe forma de não me emocionar com os suspiros de liberdade da jovem Jane?:

“Nesta tarde, cansei-me da rotina de oito anos. Quis liberdade, ansiei por liberdade. Por liberdade murmurei uma prece – e tive a sensação de que ela se desfazia ao vento que soprava lânguido. Abandonei-a e construí uma súplica humilde: pedindo mudança, pedindo estímulo. E também essa súplica me pareceu fundir-se no espaço vago. – Então – bradei, meio desesperada – dai-me pelo menos uma servidão diferente!” (Charlotte Brontë_Jane Eyre, 2008, p. 56).

Sempre fiz de “O morro dos ventos Uivantes” um contraponto ao “Orgulho e Preconceito” de Jane Austen, um exercício pouco frutífero é verdade e infundado, mas, observando bem o livro de Charlotte Brontë tem mais pontos em comum que o clássico mais celebrado de Austen do que qualquer outro livro escrito por uma Brontë. Pois trata-se da história de como uma jovem desfavorecida se encontra com um homem melhor colocado na sociedade e com ele vive experiências que terminam em casamento. Mas, pensando bem, também essa comparação não é muito frutífera, naquela sociedade hierarquicamente desigual Jane Eyre estava em um extrato social inferior ao de Elizabeth Bennet, assim como as Brontë estiveram em um estrato abaixo do de Jane Austen.

Pensando bem, a autora de "Orgulho e Preconceito" jamais fez de pessoas abandonadas pela sorte, crianças, órfãos, empregadas domésticas, alcoólatras e preceptoras, protagonistas de suas histórias - no máximo coadjuvantes - de forma geral acho que ela mal percebia a existência desses sujeito. Já as Brontë fazem justamente desses seres abandonados pela sorte e até sujeitos de moralidade duvidosa (Heathcliff) personagens centrais em suas narrativas.

Apesar de estar gostado muito do texto da Charlotte Brontë, confesso achar mais fácil amar a vivacidade de Elizabeth Bennet e encontrar mais carisma no Mr. Darcy. É mais difícil amar a sobriedade de Jane Eyre e gostar do esquisitão Mr. Rochester. A luminosidade, a doçura, os bailes e o calor acolhedor dos livros de Jane Austen ainda me parecem mais convidativos que a dramaticidade das situações expostas em livros como o de Charlotte Brontë.

A propósito, parando de comparar, preciso dizer: mesmo me sentindo mais atraída pela obra de Austen, cada vez mais amo Charlotte Brontë. É impossível não amar uma mulher tão antenada com as discussões de seu tempo a respeito da desigualdade entre os gêneros, capaz de escreve em 1848 reflexões como essa:
“Têm-se as mulheres como entes passivos; e elas, todavia sentem tanto quanto os homens. Tanto quanto os seus irmãos, necessitam de campo onde exercitam as suas faculdades. As mulheres penam nos constrangimentos exagerados na inércia absoluta, precisamente como os homens sofreriam nas mesmas condições. E é pobreza de espírito dos seus privilegiados companheiros dizer que elas devem limitar-se a fazer pudins, cerzir meias, tocar piano e bordar almofadas. Condená-las, ou ridicularizá-las se agem ou aprendem mais do que o preconceito permite ao seu sexo – constitui uma insensatez.” (Charlotte Brontë_Jane Eyre, 2008, p. 70-71)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A fúria do Escorpião, a nova porta do quarto e minha estante...

Não, eu não acredito em signos, mas... Lendo alguns sites que falam sobre a fúria das escorpianas tenho que concordar que essas descrições são bem próximas da minha irmã:


"É até difícil convencer alguém de que a sua amada escorpiana tranqüila e simpática é capaz de derrubar um apartamento todo em um ataque de fúria."

"Pode ser manhosa mas parecer carente e fragilizada, por isso não se deixe enganar. Não existe fúria igual à da mulher Escorpião. Quando perde o controle das emoções fica como um vulcão. Ela não é do tipo de mulher que conhece limites quando provocada. Adora parecer uma princesa de contos de fada, uma deusa maravilhosa e ultra-feminina, e fazer com que ela abandone esse papel pode ser muito arriscado!"

Bem, essa é minha irmã, um doce, mas quando se irrita, sai de baixo, acho que até meu pai evita enfrentar Rafaela quando ela tem seus piripaques.

Rafa detesta barulho quando ela quer dormir, e nos últimos seis meses ela passou a dormir mais cedo do que de costume e o barulho da televisão virou um incomodo na vida dela, meu pai adora novelas... Rafa detesta barulho de novela, resultado, momentos de fúria furiosaaaaaaa, ela chega a chorar... É uma danação terrível, resultado [2], meu pai e meu irmão decidiram colocar, enfim uma porta no nosso quarto e assim se livrar da fúria furiosa dela!

Mas, Rafaela se incomoda, meu pai coloca a porta e a bagunça sobra para quem? Sim para minha pobre estante de livros... Para colocar a porta meu lindo e amado pai colocou todos os meus livros abaixo sem respeito nenhum... Se fossem as coisas de Rafaela eu duvido que alguém ousasse fazer essa obra de arte:



E o melhor é que todo mundo me deixou sozinha para arrumar os livros, tudo bem que a ordem e a forma de colocar na estante é uma coisa que só eu sei, que também não aprecio certos tipos de ajuda nesses momentos... Mas, essa arrumação, misturada a poeira da porta, me rendeu uma bela crise alérgica e uma coleção de relembranças e não resisto a tentação de registrar algumas notas sobre elas no bloguito.

Percebi que minha curiosidade pela Psicanalise aumentou sensivelmente nos últimos anos, eu praticamente passei a colecionar os livros da "Série Psicanalise Passo a Passo" da Zahar. O meu preferido é o "Para que serve a psicanalise" da profª. Denise Mourano, o livro funciona como uma aula sobre o assunto, durante a leitura eu me sentia sentada em uma sala de aula vendo e ouvindo ela falar sobre as obras barrocas,  os sonhos, experiências de consultório e por ai vai. Fiquei imaginando o espetáculo que deve ser a aula dela. O meu preterido é Édipo, escrita muito técnica para um livro destinado a leigos.


Foleando meu exempla de "O morro dos ventos uivantes" relembrei uma experiência que tive durante a leitura que jazia esquecida nos mares da memória.


Eu li esse livro nas minhas andanças pelo Recife, em ônibus, filas e intervalos no trabalho, enquanto as crianças dormiam... Lembro que eu já estava nas páginas finais do livro lendo ele na fila do ônibus e a história começou a me pesar, antes de começar a chorar em público (sim eu choro lendo... duas coisas que eu não economizo: lágrimas e declaração de amor #SouMelosa mas estilei nesse dia) eu saí da fila e sentei em um banco para organizar os pensamentos. Foi quando um senhor se aproximou a mim e começou a conversar, no final me deixou um versículo da Bíblia, eu escrevi no livro para não esquecer o momento.


"... alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração..."
(Romanos: 12. 12)

Reencontrei minha antiga edição das "Um aventura em Narnia: o Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa", a tradução de Paulo Mendes Campos, se não me engano, foi a primeira para o português brasileiro.


E no final constatei que até arrumando livros eu gosto de ironia! Não resisti e coloquei um livro de teologia, presente de Natal de um ex-namorado "Fundamentos Inabaláveis", no qual se defende os valores e pensamentos cristãos como preceitos cientificamente comprovados; junto com o livro "Belas Maldições" de Terry Pratchett e Neil Gaiman, onde os autores fazem quase uma sátira com as profecias do livro de Apocalipse a respeito do fim do mundo.

Os livros são opostos, mas se aproximam, ambos foram leituras que eu achei que seriam saborosas, porém se revelaram extremamente incomodas, quase indigestas...


Ah, juntei Emily Bronte, Machado de Assis,  Alexandre Dumas e Poe, quatro grandes mestres do século XIX, fico imaginando que época incrível foi aquela capaz de fazer nascer esses gênios.


No fim, descobri que preciso de uma nova estante, é livro demais para espaço de menos, eu preciso comprar uma nova estante... Mas... de repente me ocorreu um pensamento...

... Será que se eu tiver um piripaque, tipo fúria do escorpião de Rafaela, painho compra uma estante nova para mim???

quinta-feira, 24 de março de 2011

Saga Crepúsculo: ou eu escrevo isso ou surto!


Assim, eu poderia não gostar da Saga Crepúsculo! Verdade poderia, sei que o livro 1 da Saga, que é o único que se chama Crepúsculo tem muitas coisas de algumas obras de Jane Austen, tipo Orgulho e Preconceito e Razão e Sensibilidade,  que o segundo tenciona ter um ar meio Romeu e Julieta e o terceiro (Deus nos proteja) tenciona ter um similitude com Morro dos Ventos Uivantes e que só nascendo e renascendo umas cem milhões de vezes e tendo muitaaaaaaa sorte Sthefany Meyer  talvez, apenas talvez, pudesse fazer algo possível de ser comparável a obra de Jane Austen, Emily Bronte ou William Shakespeare.

Eu sei disso \o/ Juro!!! Já li Shakespeare, aliás, tou até lendo Macbeth, e gente o negócio é pronfunoooo... E Jane Austen e Emily Bronte, fala sério! \o/ Por incrível que pareça, já li até textos acadêmico que falam sobre os personagens, o estilo e monte de coisitas mais sobre as damas. É, eu sei isso, isso é coisa de nerd. Mas  me dêem um crédito, a mulher do século XIX está entre meus temas de estudo, no vai e vem eu sempre topo com coisas sobre  essas duas, prá completar Jane é uma de minhas autoras preferidas e a srta. Emily Bronte (srta pq eu não quero intimidade) é a minha única autora preterida, logo sempre que tenho tempo estou estudando as duas.

Eu sei, mas ainda assim:

EU GOSTO DA SAGA CRÚSCULO, EU ASSISTI, LI OS LIVROS E TUDO O MAIS!!!

E quer saber? (Não?!?! Então não leia ora!) NINGUÉM, (nem pelo amor de Deus) que critique essa série faz uma critica literária honesta, elenca critérios literários,  fala de como a série foi construída, explora as problematicas que envolvem uma serie dessa ser tão fortemente consumida, que autores influenciam a escrita da autora, que valores estão em questão, o que esse livro reflete de sério sobre nossa sociedade, aliás que tipo de literatura é essa que é feita para SER CONSUMIDA, que sociedade é essa que produz Literatura, algo tão delicado, para ser consumida e o que isso reflete.

Nãoooooooo, se é mais fácil malhar o pal apenas nas pessoas que assistem a série ou a própria série por motivos altamente lugar comum antes  mesmo de entender qualquer coisa em relação aos livros e filmes pra que fazer uma critica séria néh??????

É mais fácil dizer que "QUEM GOSTA DE CRESPÚSCULO É LIMITADA(O)!".

É, eu sei, problematizar as situações é difícil mesmooooo, eu sei. Só que ultimamente eu tido uma grande dificuldade de ter paciência e aceitar abertamente a opinião de quem não para e analisa; não formula argumentos para defender suas ideias; que prefere depreciar as pessoas e nem se dá ao trabalho de conhecer a fundo aquilo que critica; que ler por cima, ver por cima e sai emitindo opinião igualmente por cima!

E sim, deixo um vídeo aqui do Mau Saldanha onde ele fala sobre os motivos mais gerais que levam, na opinião dele e eu concordo, os homens a não gostarem da série. Porém, eu acrescentaria que, como vivemos em uma cultura extremamente machista, muitas mulheres são mais machistas e cabeças fechadas que os homens e também usam esses argumentos para depreciar as pessoas que consomem a Saga Crepúsculo.


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Esse post pode parecer meio sem sentido, uma vez que está longe do próximo filme ser lançado, logo os críticos de plantão estão na sua maioria quietos... mas "ou eu escrevia esse post ou morria" sou aguniada, com u mesmo... e queria desabafar! E sim, eu até me sinto aliviada nesse momento...



Ah, e lembrando: se você chegou até aqui sem sair correndo pensando que não é obrigada(o) a ler tanta leseira junta e curte livros e tiver afim a de se arriscar a ganhar um passa aqui e confere a  minha ideia.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Visitando a livraria com minha irmã...

Faça a conta comigo:

FERIADO NA TERÇA + FUNCIONÁRIO PÚBLICO =  ______

Sim, a resposta é IMPRENSADO \o/

Aiiii que vida duga... para aproveitar bem esse dia livre minha irmã me convidou para ir ao cinema com tudo pago, por mim claro!!! Mas juro que fiquei feliz, ao menos ela me convidou néh, pq geralmente eu pago e não vou... fiquei tão feliz \o/. Programa a duas \o/

Achei ótimo, topei na hora... o problema foi que eu esperava um programinha a duas com minha bebê, quer dizer irmã, porém quando cheguei lá encontrei nada menos que um grupo de 11 amigos entre os quais estava o namorado... lá se foi meu programa a duas...

Se bem que eu desconfiei que havia algo errado nesse programa a duas quando ela passou meia hora se maquiando. Sei não viu! Só que foi legal, ela foi assistir outro filme com a turma dela e eu fui assisti o filme que eu queria... acho até que vou falar sobre ele em outra ocasião.

Porém, as artimanhas de minha irmã não são a chave que me fizeram abrir essa postagem... a questão é que como forma de amaciar minha carne ela me acompanhou com o namorado a uma livraria, passamos horas entre os livros, a visita foi ótima mesmo... Navegamos por mares que eu dificilmente navegaria se estivesse sozinha... os mares da estante de psicologia... realismo fantástico... história... história da educação... história e cultura afro-brasileira.... livros de piadas sobre meninos... livros infantis... livros próprios a adolescentes... edições de Crepúsculo aaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhh \o/

Caraca, o box Crepúsculo custa R$ 100,00... A esse preço era ele uma edição de "Sobrados e Mucambos" de Gilberto Freyre...

O box ficou lá mesmo:



Sobrados e Mucambos ganhou um orgulhoso lugar em minha estante:


E enquanto eu sofria as dores de não poder trazer os livros de Meyer comigo (oooooooohhhhhhhh como eu sofrooooooooo!!!!!) encontramos uma edição de "Morro dos Ventos Uivantes" que me surpreendeu muito!

Me surpreendeu a estética da capa, me lembrou a estética dos livros da Meyer, a posição de destaque pouco habitual, isso junto não pode ser um jogo sem propósito, afinal o livro estava entre os mais vendidos da livraria.



Curiosa, peguei o livro e sim, a escolha da capa, da formatação do livro e tudo mais são amplamente propositais, uma jogada brilhante para vender o livro aos fãs da serie, o que, aliás, é confirmado pelo recadinho na capa: "o livro preferido de Edward e Bella".

Aiiii Jesus!!!! Mostrei o livro a minha irmã e invocamos uma lembrança antiga... de quando eu li os livros de Meyer pela primeira vez, eu sempre costumo comentar as minhas leituras com Rafa (ninguém jamais vai dizer que eu não tentei fazer dessa criança uma leitora) e ela lembrou que quando eu li  Eclipse comentei com ela que se eu fosse fã de Emilly Bronte eu ia ficar furiosa com a associação do Morro a esse livro, mas como  este não era o caso (ainda não é) estava me divertindo horrores lendo o livro...

De fato, Eclipse foi o livro da Saga que mais me agradou... ri muito com as idas e vindas de Bella, Edward e Jacob... que trio!!!!! Agora as associações entre Edward e Heathcliff  (Deus tenha piedade de nós \o/) Edward precisa digievoluir muitoooooo para conseguir chegar perto de Heathcliff (não que isso seja necessariamente bom... Heathcliff não é bem o que poderíamos chamar de herói néh?!?!).

E não é que tem uma hora que Meyer até cita Emilly... nesse momento meu sangue gelou, eu pensei: "não ela não vai fazer isso..." e em seguida: "ela vai... ela fez..." Nesse momento eu não me segurei e verbalizei... chamei minha irmã e comentei... "Rafa ela fez!!!"... Rafaela olha pra mim: "Ela fez o que menina???? " É claro que ela se arrependeu de ter feito a pergunta... Dãh...

Enfim, Edward com algum esforço pode até se comparar a um mocinho de Jane Austen,  com um Romeu  também... vá lá... mas com Heathcliff ?!?!?!!? Meu Deus só a comparação é um crime!!!!  Ele precisaria viver mais 100 anos para ter metade da profundidade, até eu que não sou o que poderíamos chamar de especialista em literatura e amo a serie sei disso... 

Mas, depois do choque inicial, eu lembrei que eu não precisava me doer pq  nunca morri de amores por Heathclif (nem sei pronunciar esse nome) e me divertir horrores lendo o livro... como eu tinha um grande mal estar em relação ao Morro acabei me divertindo mais ainda com os pontos onde Meyer parecia querer fazer seu personagem parecer com o de Emily, ou insinuava que um se inspirava no outro...

Engraçada as viradas que a vida dáh... pouco tempo depois minhas relações emocionais com "O morro..." mudaram completamente, até reli o livro... amigos virtuais... engraçado como essas pessoas que conhecemos por aqui nos acrescentam coisas impressionantes... Como se tornam reais!

Hoje na livraria com minha irmã, seu namorado, o box Crepúsculo e essa edição esperta d'O morro fiquei pensando no efeito que um livro assim pode fazer no estômago dos adolescentes que vão viajar nesse mundo frio e musgoso puxados por Eclipse: Como eles vão reagir ein??? O que será que vão sentir??? Quantos deles irão até o fim na leitura??? Quantos irão se encontrar na leitura??? Quantos irão jogar o livro em um canto escuro de sua estante ou da biblioteca e jurar nunca mais voltar??? (Foi o que eu fiz \o/)!!!

Não sei.... Não sei... Mas torço para que quem quer que se encontre com os livros que estão na trilha de Crepúsculo (Orgulho e Preconceito, Razão e Sensibilidade, Romeu e Julieta, Morro dos Ventos Uivantes etc...) consiga crescer intelectualmente e navegar por outros mares literários descobrindo que há sempre mais a conhecer.

sábado, 31 de julho de 2010

Minha idéia de paraiso...

Livros... Não há nada que eu goste mais de comprar, de ganhar e de ter que livros... a isso recentemente descobrir que posso chamar de Bibliofilia. Minha bibliofilia é avassaladora, dominante e deliciosa.


Meu maior, mais idílico e mais saboroso sonho de consumo, depois de mergulhar em uma nuvem de algodão doce e nadar diariamente em uma piscina de jujubas, é construir para mim e para os meus uma  Biblioteca de Alexandria. Três sonhos incrivelmente infantis, eu sei!



Mas, a parte o fato de realmente meus três maiores sonhos serem extremamente infantis, imagine como seria gostoso ter uma grande, confortável e rica biblioteca, com vários clássicos da literatura, com aqueles autores menos conhecidos, mas incrivelmente competentes, com muitos livros infantis, com poesias por toda parte e uma deliciosa poltrona onde você pudesse sentar e se deixar ficar pela vida toda se assim você desejasse. Imaginou? Adicione a isso jujubas e algodão doce e você terá o meu conceito de como deveria ser o paraíso!


E sim, tem os livros preferidos... não poderia faltar nenhum deles... e sim, como eu tenho livros preferidos!!!

Costumo dizer que para cada época da minha vida eu tenho um autor preferido e um livro preferido e mais lido, pq sim, a vida se baseia em leitura e releitura, todos os bons livros que li reli ou ao menos pretendir, o único livro bom que li e que não desejei reler foi "O morro dos ventos uivantes", depois conheci uma pessoa que falou tanto desse livro que acabei relendo. No entanto, por mair que o livro seja incrivel, é claro que me arrependi de ter descumprido uma promessa pessoal... Enfim... é da vida!!! Acho que essa rejeição pelo "Morro..." faz de Emily Bronte minha primeira autora preterida, que heresia!!! E ainda tem gente que diz que tenho bom gosto!!!


Reli esse livro na Integração, as pessoas achavam que eu estava lendo a Bíblia, acho que tinha algo haver com minha cara, tem até história sobre isso!!!

Também me lembro dos meus livros favoritos, o primeiro livro que tive nessa lista foi "A marca de uma lágrima", premiadissimo livro de Pedro Bandeira. Conta a história de uma menina que se sente feia, se ela é ou não é outra questão, o livro é baseado na história de Cyrano de Bergerac e é lindo demais, assim como Cyrano, sou apaixonada por essa criatura. Isabel marcou minha adolescencia. E quando vejo as meninas apaixonadas por Crepúsculo entendo que a maior parte das adolescentes é como Isabel, uma borboleta que se sente lagarta e que a baixa alto estima é um "drama" comum a essa idade... constato isso quase com alivio, me sinto normal.


Depois de Isabel a outra menina que me chamou a atenção foi a Alice, "Alice no país das maravilhas" foi meu livro preferido por muito tempo também. Devo ter trazido ele para casa no mínimo umas três vezes por motivos diferentes e sempre pelo mesmo motivo, queria reler e pronto, afinal a vida se baseia em leituras e releituras... rsrsrs

Esse é o meu!!!

Outro livro que ocupou o topo de minha lista foi "Momo e o Senhor do tempo", a luta dessa menina que sabia ouvir contra os homens cinzentos que roubavam o tempo das pessoas, ou melhor, roubavam não, eles convenciam as pessoas a lhes dá seu tempo, me encantou de várias formas. Até hoje lembro de alguns personagens desse livro e de passagens e afins, Beepo Varredor é um personagem que caminha comigo, ele é uma das jóias mais preciosas de minha caixa, quase sempre subo a ladeira que separa meu trabalho de minha casa de costas, uma vez alguém me perguntou se eu pagava promessa, bem, não eu não pago promessa eu apenas relembro uma passagem de um livro que gosto e espero não esquecer de não correr atrás do tempo... não vale a pena o estrago.


Tiveram outros autores.... oxe, nem consigo contar... a vida é uma grande descoberta de autores preferidos, quando eu menos espero acho um novo e me assusto com o achado, me assusto, me apaixono e torno a me apaixonar... é uma questão de leitura e releitura... Como o que aconteceu com Machado de Assis, que também foi um dos meus autores preferidos por muitos anos... Memórias póstumas de Brás Cubas foi um dos meus livros preferidos, lido e relido até enjoar, nem sei quantas vezes ri com o dialogo de Adão e Eva!
Recentemente com a ajuda da História, essa ciência caprichosa e cheia de meandros,  redescobri Machado, um Machado afro-descendente ainda mais brilhante, mais irônico, mas perceptivo, mas altivo, mais digno de ser citado e relido até a exaustão.



E tem Fernando Pessoa, claro!!! Impossível esquecer, Fernando é meu autor favorito sempre, eu me apaixonei pelo homem de cara. Uma paixão que virou amor, um amor que vem durando a vida inteira, quem tirará "O eu profundo e os outros eus" do posto merecida de livro de cabeceira??? Ninguém, autores favoritos virão e irão e ele não sairá desse posto em minha vida... Meu pobre livro, surrado de guerras... tantas vezes manuseado sem pena, sem do, com paixão, com angustia, com alegria, com fúria... "Não me venham com conclusões!/ A unica conclusão é morrer"; "Quem quer passar além do Bojador/ tem que passar além da dor!"; "Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la./ E comer um fruto é saber-lhe o sentido." Gosto de tudo em Fernando Pessoa e muito mais quando ele é Álvaro Campos.

Foi o professor Inaldo que me deu "O eu profundo e os outros eus", um professor de literatura que detestava ensina, altamente depressivo, que não dava aulas e era firmemente detestado por todas as minhas amigas... foi difícil viver minha amizade com Inaldo pq as meninas não compreendiam o motivo de nossa afeição ou o tema gerador de nossas conversas, filosofia, literatura e poesia... Ironicamente o professor que detestava ensinar foi o que mais colaborou com minha formação, foi meu grande mestre, uau, no caminho das inquietações.


Inaldo foi meu mestre, sem paixão nenhuma pela docência, com cara de fastio, sempre muito angustiado, sem se lamentar, provocando, indicando caminhos, "leia isso," "pesquise aquilo", "você vai gostar desse autor", "É assim mesmo que as coisas são....", "você também pensa assim Jacilene?" (Jacilene com todas as letras, o polissílabo inteiro, não Jaci, como os outros professores costumavam usar, mostrando uma intimidade que hoje eu me pergunto se realmente existia.). A última conversa que eu tive com Inaldo foi quando fui devolver o livro, ele me devolveu e perguntou se eu li, eu disse que sim, ele disse: "Releia, uma leitura não é suficiente para apreciar uma obra!". Sou uma boa aluna, estou relendo até hoje!



Atualmente meu autor preferido é Terry Pratchett, o homem é o cara e quem foi que disse que ri de tudo é desespero??? Não é não... pq  Terry Pratchett ri de tudo mesmooooo e não vejo muito desespero nisso... ou talvez veja e não queira admitir... Adorooo...  Cinismo, ironia, sarcasmo... tudo o que tenho direito encontro na serie Discworld... Não aguento os personagens dele, todos legítimos representantes de nosso mundo de ontem, de hoje e desconfio que amanhã os personagens de Pratchett ainda servirão para representar o que vivemos, sonhamos e cremos.


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Enfim... escrevendo nesse blog descobrir que posso me divertir escrevendo sobre coisas que gosto, já fiz isso outras vezes e hoje tive vontade de fazer uma vez mais... taí, escrevi sobre os livros que gosto só pelo prazer de escrever e falar sobre eles... foi bom... mais uma de minhas muitas leseiras... espero não ter cometido muitas heresias literárias em meus comentários e na grafia dos nomes dos autores.


Não citei a Bíblia pq ela é meu livro sagrado, quando eu estava aprendendo a ler praticava a leitura com a Bíblia, as primeiras letras identifiquei nele, caminhei com ela a infância inteira entrando pela adolescencia e marcando os dias de minha mocidade... Como diz a letra de um carinho que cantamos com as crianças: "B-I-B-L-I-A é o livro do meu Deus/ B-I-B-L-I-A eu tenho no meu coração B-I-B-L-I-A/ BÍBLIA!!!". Minha Bíblia é meu manual de vida, onde eu vou ela vai e não é como um objeto que trás sorte ou proteção e sim como um objeto que faz parte de mim.


segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O morro dos ventos uivantes...


"Certo é que ali em cima sopra um ar puro e salubre em qualquer estação. A força com que o vento norte passa por aquele cimo é provada pela excessiva inclinação de alguns enfezados abetos plantados num extremo da casa e por uma aléia de magros espinheiros, que estendem os galhos de um lado só, como se implorassem uma esmola de sol. Felizmente o arquiteto teve o cuidado de fazer uma construção sólida. As janelas estreitas estão profundamente cravadas na parede e as esquinas protegidas por largas pedras salientes." (BRONTE: 1982, pg. 8)

Sempre acho difícil falar sobre esse livro, mas não é difícil dizer que Emily Bronte é brilhante, com sua escrita solida, ela conta uma história densa e complexa cheia de violência, paixão e tragédia com uma carga emocional enorme que chega a assustar, mas que não esquece de cativar quem ler, ou pelo menos a mim cativou.

É um livro que suga o leitor para dentro de si, um livro que das duas vezes que li me tirou do calor do sol e me jogou dentro de uma charneca, no meio do vento, do inverno e do inferno emocional que é a vida de alguns personagens da história desse livro.

Em minha opinião é uma história sem heróis e sem vilões, ou onde o vilão é o herói, sei lá, no meio do texto me pego totalmente condoída pela dor de um homem cruel e sanguinolento como Heathcliff e torcendo para ver o fleumático Linton indo para o inferno, embora também sinta muita pena dele... Meu Deus, a pena é o sentimento mais triste que alguém pode sentir... Sinto pena de Linton e compaixão por Heathcliff e me sinto perdida, enquanto penso onde deixei minha moralidade cristã rsrsrs!!!

Mas, por mais cruel que Heathcliff seja, a mim ele parece eternamente um menino roubado e um homem perdido e isso sempre me deixa triste, não consigo ficar indiferente as dores dele, mesmo achando que ele de coitadinho não tem nada, sendo eu Nely faria o impossível para ajuda-lo e protege-lo até o limite de minha força, acho sempre imperdoável a forma como ela não se liga a ele, mesmo tendo visto ele crescer, tendo cuidado dele durante uma doença. Como alguém pode ser tão indiferente a uma pessoas que ela viu crescer? Se fosse um desconhecido acho que a atitude dela seria facilmente justificada, mas em se tratando de alguém que deveria ser tão próximo penso que ela era uma mulher fria...

Já Catharina, "fala sério!", ela não é poço de virtude, está longe de uma heroína romântica “pálida e pálida, amorosa e mole”, a mulher é o cão, um gênio ruim capaz de atormentar qualquer um, mas ao qual eu também não consigo ficar indiferente. Como poderia ficar indiferente a alguém tão fiel a seus afetos ao ponto de ser capaz de morrer de amor?!?!?!

De resto, a história não tem muito lirismo romântico e, na minha opinião nada especializada, trata-se de um conto um tanto sombrio, complexo, triste, mas que se completa com um final feliz onde um casal, politicamente correto, descobre o lado menos lodoso e sombrio da charneca... aos personagens de moral mais duvidosa resta a morte, o que me lembra que afinal de contas "a única conclusão é morrer"!

Referência:

BRONTE, Emily. O morro dos ventos uivantes. São Paulo: Abril, 1982.
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P.S.: Pensei que essa postagem fosse de rosca, já faz mais de dois meses que ela está escrita, havia me esquecido dela, mas fatores externos me trouxeram ela a memória... e lá vai... como não sou especialista em literatura, deixo apenas minha impressão sobre as obras que gosto...