Li "O Morro dos Ventos Uivantes" no final de 2021, passei pela estante, avistei ele e me perguntei: "Quantas vezes vou precisar ler esse livro para decidi se gosto ou não dele?". Quanto mais as leituras se somam umas as outras mais me absurda a genialidade feroz da Emily Brontë e sua capacidade de descrever a perfeição a crueldade, intensidade, passionalidade e imprevisibilidade das pessoas moldadas por relações abusivas, desconhecem outra forma de sociabilidade e em grande medida rejeitam e desprezam qualquer coisa longe disso.
Mesmo agora não consigo definir com clareza meus sentimentos em relação a Catherine & Heathcliff. Dentro do meu coração "O Morro dos Ventos Uivantes" permanece sendo um conto de terror mais sombrio, oposto simétrico do conto de amor mais luminoso contido em "Orgulho e Preceito". Assim como Jane Austen, Emily Brontë é seminal em minha trajetória de leitora, parte do Yin Yang de minha personalidade construída em torno de aproximações de opostos.