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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Leituras simultâneas...

Como sempre estou lendo dois ou mais livros ao mesmo tempo... Embricada entre vários mundos paralelos ao meu. Sim, eu já tentei ficar no meu presente vinte quatro horas por dia, sete dias por semana, todos os dias do mês... o ano inteiro com pretensões de seguir pela vida e então eu acordava, olhava em volta "e o mundo era a terra inteira,  mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido" e eu voltava a precisar dos meus chocolates literários.

Atualmente as leituras que mais chamam minha atenção são velhos moradores de minha estante: "O príncipe e o mendigo" do Mark Twain, "Eu, robô" do Isaac Asimov e "A tormenta das espadas" do George R. R. Martin... Os três juntos formam uma sopa em minha cabeça e me deixam anestesiada desse "sono íntimo do que cabe em mim".

O Mark Twain, autor do século XIX, tem me surpreendido muito em sua excursão pelo século XVI. Tenho a impressão que ao enveredar pelo passado ele conseguiu falar muito bem sobre seu presente. Muito interessante o retrato da pequena infância carente pintado por ele. A família do Tom, o mendigo que por uma série de coincidência vai usurpar por um tempo o lugar do Príncipe de Gales, é um retrato pouco romântico e bem realista de uma família pobre do século XIX, ele me lembra muito "A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra" de Friedrich Engels.

Outro autor cuja lembrança me vem a mente quando leio "O príncipe e o mendigo" é o Lord Dumas. De alguma forma acho a escrita de ambos parecida, cada capitulo tem uma história que fecha em si mesmo com um final antevendo reviravoltas prendendo o leitor. Por outro lado a visão que os autores possuem da realeza é completamente oposta. 


Twain ver príncipes e reis com certa generosidade exaltativa [essa palavra existe?], Dumas com uma ironia zombeteira. O príncipe de Twain é um menino culto, falante de vários idiomas, preparado para governar, sua corte é como um corpo do qual ele é a cabeça e sem ele nada funciona. O Rei de Dumas é um homem cujo comportamento lembra um menino mimado, caprichoso, infiel, um boneco de sua corte guiado pelo cardeal ou por outras pessoas. Eu adoro o humor zombeteiro de Dumas, eu amo o retrato do lado b de Londres criado pelo Twain.

Já o "Eu, Robô" do Asimov é um livro carregado de ternura. Uma leitura que flui como um rio. Cada página lida gera um encantamento diante da genialidade desse autor. Ele não é nada menos que MARAVILHOSO. Consegue ser brilhante, generoso e divertido. Estou curtindo muito essa leitura.

Talvez pela breve introdução esclarecedora do Jorge Luiz Calife, para mim tem sido impossível não pensar muito no monstro de Frankenstein. Eu sou totalmente fã do "Mostro" é um dos seres mais carentes de amor, desamparados e injustiçados por seu próprio pai já inventados dentro e fora da literatura. Acho o doutor Victor Frankenstein simplesmente asqueroso.

Apesar de achar a Mary Shelley incrível e sempre me impressionar em como já tão jovem ela era tão culta, brigo com ela em cada linha na qual ela exalta "as boas qualidades" do Dr. Frankestein e as vezes me pergunto se todas as virtudes dele não são boas ironias. A única coisa de boa no Victor Frankestein é sua cultura, seu conhecimento cientifico e criatividade impressionante.


Em síntese, os robôs de Asinov me provocam a mesma ternura que o "Mostro", eles amam a humanidade e querem se aproximar dela enfrentando sempre a dureza do preconceito, da incompreensão e do medo. As vezes tenho a impressão que Asimov tinha um sentimento semelhante ao meu em relação a criatura de Frankenstein e seus robôs queridos recebem o reflexo desse amor através das três leis da robótica. Pena que a humanidade não consegue confiar nas maquinas que ela mesma criou e condena suas criaturas a fins trágicos.

Por fim, sobre o terceiro livro de minha atual saga por outros mundos, o "A tormenta das espadas", volume 3 das "Crônicas do Gelo e Fogo" do sacana do George R. R. Martin, preciso dizer: através dele tenho me reconciliado com a Daenerys. Ela tem sido tão humana em suas decisões! Tão justa! Tem saído do lugar de menina de boa vontade para mulher de boas decisões e ações. Até aqui ela me incomodava em vários momentos, mas agora me pergunto se meu sentimento por ela não tinha um que de magoa pelo Drogo.

Além da Dani, continuo morrendo de amor pelo Tyrion, além de ser o único personagem intelectualizado capaz de se interessar francamente por mulheres comuns, demonstrou misericórdia pela Sansa Stark... E, além dele, o Jaime Lannister também anda ganhando espaço em meu coração... Nunca pensei que isso fosse possível, não tenho nenhum fraco por loiros de olhos azuis,  mas... o Jaime está mudando... está virando um homem de verdade.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

6º BookCrossing Blogueiro e as Vantagens do desapego


Faz um tempo, que li um comentário da Tita, conhecida também como Dona Coisinha, sobre doações de livros para bibliotecas lá no blog do Christian, o "Escritos Lisérgicos", e guardei para usar em um post sobre o BookCrossing Blogueiro, 6ª edição.

As vantagens da doação:

- treinar o desapego (mais fácil começar com objetos)
- disponibilizar para todos algo que ficaria restrito a mim

Algumas vantagens egoístas mas que valem também:

- desocupar espaço na minha casa;
- não precisar tirar pó dos livros;
- ter os meus livros organizados por uma bibliotecária (um luxo);
- ter meus livros disponíveis e facilmente localizáveis se eu resolver ler (bom para pessoas bagunceiras que nunca lembram onde guardaram as coisas);
- deixar na estante de casa somente o que realmente me interessa no momento;
- ir na Biblioteca pra pegar "meu" livro emprestado para reler e acabar descobrindo outras coisas maravilhosas.


Esse espirito de desapego é uma ideia legal, como diz minha mãe, caixão não tem gaveta e daqui a gente não leva nada, nem mesmo os livros, no máximo, talvez, levemos a memória das leituras... Mas isso é apenas um talvez no infinito conjunto de "talvez" que povoa nossa vida.


Como comentei com a Luma em outro contexto, quando leio um livro e gosto minha primeira reação ainda é guardar para ler de novo, mas me propus aprender a desapegar e estou alcançando algum sucesso nisso. Não um sucesso indiscutível (Luma, sobre seu comentário no post dos 200 anos de "Orgulho e Preconceito" eu tentei, mas ainda não tenho coragem de deixar meus Jane Austen para outra pessoa), tenho muito a aprender na arte de ser menos acumulativa e mais compartilhativa, mas isso é um caminho, uma filosofia de vida, algo a ser construído passo a passo e as vezes correndo.

Para quem está em seu primeiro bookcrossing e sofrendo, falo de minha experiência pessoal: cada doação torna a próxima mais fácil, no meu primeiro bookcrossing sofri tanto para doar que hoje até acho graça.

E vamos aos livros escolhidos para o bookcrossing abril de 2013, o primeiro a ser escolhido foi o livro "O herói perdido", volume 1 da "Série Os heróis do Olimpo" do Rick Riordan foi escolhido para ser deixado em um lugar público por ser um livro leve, divertido, tem uma interpretação interessante dos mitos gregos e uma narrativa envolvente desde a página 1.


Deixei ele em um dos bancos do terminal integrado da Macaxeira e corri para meu ônibus. Deu tempo de ver uma pessoa se aproximar meio desconfiada, pegar o livro, sentar e começar a ler... Espero que ela tenha gostado, que tenha sido um bom encontro.

Também desapeguei da minha edição de "P.S Eu te amo" que veio através de uma de minhas parcerias com o Luciano do .Livro.

Desapegar desse livro foi o grande desafio do bookcrossing desse ano por todas as coisas pelas quais passei enquanto lia essa história, por isso decidi enviar a um destino certo. Mandei pelos correios para uma pessoa super querida que eu sabia ter vontade de ler o livro. Espero sinceramente que ela goste da história e que seja uma boa leitura.

Também escolhi um livro para ficar em um ônibus, e este vai ser o vol. 1 do livro "O conde de Monte Cristo" do Alexandre Dumas. Foi escolhido porque elementos dessa história estão sendo utilizados na novela das seis da Globo e eu li em algum lugar que Revenge também é uma adaptação dele.

Acho impressionante como as tramas de Dumas conseguem continuar populares até hoje. Amo essa característica do texto dele e decidi deixar um pouco dele pela minha cidade na esperança que livros também se tornem populares como Dumas.

Enfim, é isso gente! Esse foi meu bookcrossing blogueiro vol. 1 de 2013, em novembro tem mais bookcrossing e durante o resto do ano a prática continua, sempre que possível desapegue.

Ah, li isso em algum lugar, dizem que é do Caio Fernando Abreu, eu não sei ao certo, mas gostei da ideia:

"E se me perguntarem como estou, eis a resposta: Estou indo. Sem muita bagagem. Pesos desnecessários causam sempre dores desnecessárias. Esvaziei a mala, olhei no fundo dela, limpei, e estou indo... preenche-la com coisas novas. Sensações novas, situações novas, pessoas novas. Tudo novo!" 

(Caio Fernando Abreu)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A fúria do Escorpião, a nova porta do quarto e minha estante...

Não, eu não acredito em signos, mas... Lendo alguns sites que falam sobre a fúria das escorpianas tenho que concordar que essas descrições são bem próximas da minha irmã:


"É até difícil convencer alguém de que a sua amada escorpiana tranqüila e simpática é capaz de derrubar um apartamento todo em um ataque de fúria."

"Pode ser manhosa mas parecer carente e fragilizada, por isso não se deixe enganar. Não existe fúria igual à da mulher Escorpião. Quando perde o controle das emoções fica como um vulcão. Ela não é do tipo de mulher que conhece limites quando provocada. Adora parecer uma princesa de contos de fada, uma deusa maravilhosa e ultra-feminina, e fazer com que ela abandone esse papel pode ser muito arriscado!"

Bem, essa é minha irmã, um doce, mas quando se irrita, sai de baixo, acho que até meu pai evita enfrentar Rafaela quando ela tem seus piripaques.

Rafa detesta barulho quando ela quer dormir, e nos últimos seis meses ela passou a dormir mais cedo do que de costume e o barulho da televisão virou um incomodo na vida dela, meu pai adora novelas... Rafa detesta barulho de novela, resultado, momentos de fúria furiosaaaaaaa, ela chega a chorar... É uma danação terrível, resultado [2], meu pai e meu irmão decidiram colocar, enfim uma porta no nosso quarto e assim se livrar da fúria furiosa dela!

Mas, Rafaela se incomoda, meu pai coloca a porta e a bagunça sobra para quem? Sim para minha pobre estante de livros... Para colocar a porta meu lindo e amado pai colocou todos os meus livros abaixo sem respeito nenhum... Se fossem as coisas de Rafaela eu duvido que alguém ousasse fazer essa obra de arte:



E o melhor é que todo mundo me deixou sozinha para arrumar os livros, tudo bem que a ordem e a forma de colocar na estante é uma coisa que só eu sei, que também não aprecio certos tipos de ajuda nesses momentos... Mas, essa arrumação, misturada a poeira da porta, me rendeu uma bela crise alérgica e uma coleção de relembranças e não resisto a tentação de registrar algumas notas sobre elas no bloguito.

Percebi que minha curiosidade pela Psicanalise aumentou sensivelmente nos últimos anos, eu praticamente passei a colecionar os livros da "Série Psicanalise Passo a Passo" da Zahar. O meu preferido é o "Para que serve a psicanalise" da profª. Denise Mourano, o livro funciona como uma aula sobre o assunto, durante a leitura eu me sentia sentada em uma sala de aula vendo e ouvindo ela falar sobre as obras barrocas,  os sonhos, experiências de consultório e por ai vai. Fiquei imaginando o espetáculo que deve ser a aula dela. O meu preterido é Édipo, escrita muito técnica para um livro destinado a leigos.


Foleando meu exempla de "O morro dos ventos uivantes" relembrei uma experiência que tive durante a leitura que jazia esquecida nos mares da memória.


Eu li esse livro nas minhas andanças pelo Recife, em ônibus, filas e intervalos no trabalho, enquanto as crianças dormiam... Lembro que eu já estava nas páginas finais do livro lendo ele na fila do ônibus e a história começou a me pesar, antes de começar a chorar em público (sim eu choro lendo... duas coisas que eu não economizo: lágrimas e declaração de amor #SouMelosa mas estilei nesse dia) eu saí da fila e sentei em um banco para organizar os pensamentos. Foi quando um senhor se aproximou a mim e começou a conversar, no final me deixou um versículo da Bíblia, eu escrevi no livro para não esquecer o momento.


"... alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração..."
(Romanos: 12. 12)

Reencontrei minha antiga edição das "Um aventura em Narnia: o Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa", a tradução de Paulo Mendes Campos, se não me engano, foi a primeira para o português brasileiro.


E no final constatei que até arrumando livros eu gosto de ironia! Não resisti e coloquei um livro de teologia, presente de Natal de um ex-namorado "Fundamentos Inabaláveis", no qual se defende os valores e pensamentos cristãos como preceitos cientificamente comprovados; junto com o livro "Belas Maldições" de Terry Pratchett e Neil Gaiman, onde os autores fazem quase uma sátira com as profecias do livro de Apocalipse a respeito do fim do mundo.

Os livros são opostos, mas se aproximam, ambos foram leituras que eu achei que seriam saborosas, porém se revelaram extremamente incomodas, quase indigestas...


Ah, juntei Emily Bronte, Machado de Assis,  Alexandre Dumas e Poe, quatro grandes mestres do século XIX, fico imaginando que época incrível foi aquela capaz de fazer nascer esses gênios.


No fim, descobri que preciso de uma nova estante, é livro demais para espaço de menos, eu preciso comprar uma nova estante... Mas... de repente me ocorreu um pensamento...

... Será que se eu tiver um piripaque, tipo fúria do escorpião de Rafaela, painho compra uma estante nova para mim???

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A Vilã

Por esses dias estive, entre outras coisas, lendo o celebre livro "Os três mosqueteiros", presente da Menina Velha mais fofa do mundo Ana Seerig que além de me presentear me acompanhou durante a leitura comentando me ouvindo no meu passo a passo, foi um prazer, já tinha esquecido o quanto é bom comentar um livro com alguém que o leu antes... Saudades de quando eu e Aline liamos juntas...


Depois da leitura, é justo que siga-se uma postagem a respeito, mas vou contar uma coisa a vocês, nesse livro não foi os lindos mosqueteiros Porthos, Athos, Aramis ou o fofíssimo D'artagnan que ganharam minha admiração e atenção, quem ganhou minha atenção realmente foi A vilã: Milady, cujos talentos para fazer o mal deixavam até o Cardeal, seu cúmplice e protetor, arrepiado. Aliás, ao receber a notícia de sua derrocada, ele até premia o responsável, sente alívio.


Sinceramente, o cinema ainda não fez justiça a essa vilã, ela não é essa pessoa que você olha e sabe que é má na hora!


Ela tem ar de inocente, cândida, angelical, olhando as imagens da última adaptação para o cinema vi que entre todas as atrises a que mais se encaixa no perfil de Milady seria a que fez Constança, a amante de D'atangnan, pura candura, loira, alva como a ideia ocidental de anjo.


Parece que os produtores dos filmes não se dão ao trabalho de ler os livros, Milady é o tipo que deixa de lado a Madrasta Má da Branca de Neve, que peca como vilã por mostrar sua verdadeira face de cara, só um bobo poderia engoli essa mulher como boazinha, a gente olha de cara e sabe quem ela é. Ela não é tão boa em dissimulação, Milady é, ela engana até o Athos, o mais inteligente e perspicaz dos mosqueteiros, destrói seus sonhos, sua inocência, lança ele em tão profunda amargura que o mosqueteiro só consegue afogar suas magoas em vinho! Acho que Milady convenceria até o Espelho Mágico de sua beleza no auge dos 25 anos.


Também deixa para trás a celebre Lady Macbeth de Shakespeare, responsável por instigar a ambição de Macbeth, por leva-lo a trair seu Rei, a matar, a ser traiçoeiro, capaz de transforma um pequeno fogo de ganancia em um incêndio voraz capar de destruir uma cidade inteira. Lady Macbeth poderia ser a  personificação do Demônio Cristão, uma mulher de maldade incrível, capaz de dizer coisas assim:

"Já amamentei, e sei como é bom amar a criança que me suga o leite. E, no entanto, eu teria lhe arrancado das gengivas desdentadas o meu mamilo e, estando aquela criancinha ainda a sorrir para mim, teria lhe rachado a cabeça tivesse eu jurado faze-lo, como tu juraste fazer o que queres fazer."
(Shakespeare, Macbeth, p. 34-35)


Mas, até mesmo essa mulher terrível fraqueja e em sonhos entrega seus segredos sangrentos, Milady não perde a pose nunca! Uma perfeita psicopata, homicida, inteligente, observadora, analisa tudo e todos que estão a sua volta, sempre mil passos adiante de seus perseguidores. Quem está em seu caminho sucumbe diante de sua capacidade vingativa, deixa um rastro de sangue por onde passa, aí dos que entram em seu caminho, na pior das adversidades ela friamente analisa, pensa, pondera e nas palavras de Dumas-Pai:

"E Milady deitou-se e adormeceu com um sorriso nos lábios; quem quer que a visse dormindo diria que era uma menina sonhando com a coroa de flores que poria na cabeça na próxima festa."
(Dumas, Os três mosqueteiros, p. 413)

Capaz de fazer pecar qualquer santo, de enganar até mesmo o mais astuto, de levar a morte o mais experiente, uma pessoa assustadora, sem limites! Se ela fosse a madrasta ou a vilã das histórias Disney as princesas nunca iam sobreviver para tirar uma onda dessas por exemplo:


Porque, apesar de ser derrotada no final, como acontece com toda vilã, quase todas as vinganças que ela planejou foram realizadas de um jeito ou de outro. Para ser vencida todos os seus inimigos tiveram que juntar foças e não pense que ficaram felizes depois do fim, não ficaram não violão, porque não conseguiram evitar grande parte de seus crimes... Seus corações ficaram destroçados no final das contas!

Ela é a mãe de todas as nossas odiadas vilãs da teledramaturgia, olhando para as vilãs de fins do século XX e de início do XXI vejo que muitas delas reúnem com maior e menor sucesso características dela, não sou o tipo "noveleira", na verdade estou sendo iniciada agora nessa arte pelo meu nobre pai que se descobriu um fã de novelas.

Sobre as poucas novelas que vi, posso dizer que:

Tereza Christina, não chega nem perto dela, Milady não da piti e antes de se separar do marido ela teria envenenado ele, sem deixar pistas, como aliás fez com seu segundo marido herdando dele uma fortuna!


Uma que chegou perto foi Paola Bracho, confesso que nunca fui muito fã de vilãs, mas essa era má, dissimulada, só pensava em si e tal como Milady tinha sete mil vidas!


Raquel de Mulheres de Areia não era tão dissimulada assim, todo mundo saca quem ela é, menos o otário do Marcos!


Uma que também chega perto é a Clara de Passíone, não acompanhei essa novela, mas eu lembro que na época em que a novela passava a Dama de Cinzas comentou em seu blog Confissões Ácidas (juro que tentei achar o post) sobre ela, fingida, coitadinha, chorava, emocionava, todo mundo queria colocar no colo,   dava uma de frágil menina não tem ninguém, e no final dava o bote, era uma cobra! Sinceramente, Mariane tem toda a pinta de Milady, devia interpreta-la em alguma adaptação!


Enfim, avacalhei o sistema e em vez de tratar dos heróis tratei da vilã, mas para não ficar em divida com os que por algum acaso quiserem saber um pouco mais sobre esse livro, deixo os links de duas excelentes postagens sobre o livro:

A da Ana. no "Alguma coisa a mais para ti ler..." : Os três mosqueteiros

E da  Jussara do "Palavras Vagabundas" : Capa, espada, Paris

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Entre Dumas e os três mosqueteiros

A Ana Seerig do Alguma coisa a mais pra ti ler... no nosso mundo louco dominado por vampiros e derivativos (táh eu sei que tb sou fã da serie Crepúsculo, mas ao menos não acho que ela seja a pérola mais rara do oceano ou o primeiro biscoito do pacote) é uma fã indiscutível de Alexandre Dumas.

Uma vez ela teve a temeridade de me confessar essa paixão avassaladora e eu, pobre menina, tive que admitir que nunca tinha lido tal autor e que adoraria ouvir ela falando e comecei a pedir a ela para fazer uma serie de postagens sobre o homem...

Ela fez, o blog da Ana, esse mês é dedicado inteiramente a Dumas-Pai e confesso que como fui uma das pessoas que pediu isso a ela, considero esse esforço dela, "um baita" presente de Natal de maneira que pedi permição para pública aqui a postagem onde ela conta um pouco sobre quem foi Dumas, como viveu alguns anos de sua vida e até capítulos de como ele saiu da vida para entrar na história com muito mais gloria que Getúlio, devo dizer!

A proposito, quando eu descobri que Dumas também é afro-descendente, para não dizer negão, eu fiquei pensando, putz isso não deixa mais que obvio o motivo pelo qual eu prefiro os negros, dãh... eles são simplesmente os melhores... Machado de Assis, Solano Trindade, Stuart Hall, meu professor de História,  o presidente dos EUA, Mandela... Dumas...

Enfim, sem mais devaneios tolos, um pouco da história de Dumas, contada pela Ana Seerig:

Alexandre Dumas, pai...

 

Alexandre Dumas, pai, nasceu em Villers-Cotterêts, na região francesa de Aisne, em 24 de junho de 1802. A razão do mês temático não ter começado no dia primeiro é simples: Dumas faleceu em 05 de dezembro de 1870, ou seja, há 141 anos. Seu nome de batismo era Alexandre Davy de la Pailleterie Dumas e tinha como avós o Marquês Antonie-Alexandre Davy de la Pailleterie e uma escrava negra (não se sabe se liberta ou não) chamada Maria Césette Dumas. Sua descendência negra sempre o acompanhou, sendo vítima de preconceito por alguns.

Filho de um general napoleônico, Thomas Dumas, Alexandre ficou órfão de pai, o que fez com que passasse por dificuldades na juventude. Aos dezessete anos foi trabalhar em um cartório de um amigo da família, Mennesson, que reclamava que o jovem lia mais do que escrevia, destacando-se em suas leituras, entre outros, Voltaire.

Mudou-se para Paris em busca de uma vida melhor, onde começou a escrever peças de teatro que lhe trouxeram estabilidade financeira suficiente para viver como escritor. Seus primeiros sucessos no teatro foram Henrique III e sua corte (1829) e Christine (1830). Após o sucesso no teatro, Dumas montou um estúdio para produzir folhetins para jornais, sendo que tudo que era escrito por seus auxiliares era sempre avaliado por ele

Em 1840 lançou Os três mosqueteiros, romance que lhe rendeu sucesso internacional e foi transformado em trilogia, sendo seguido dos livros Vinte anos depois (1845) e O visconde de Bragelonne (1848), do qual faz parte a conhecida história d'O homem da máscara de ferro. Também em 1940 foram lançados dois outros grandes sucessos: O conde de Monte Cristo e Os irmãos corsos. Com o grande sucesso de vendas, Dumas viveu tranquilamente viajando às vezes e escrevendo muito. (Lista de obras dele aqui)

Mesmo após ter casado com a atriz Ida Ferrier, em 1940, Dumas manteve casos com outras mulheres, sendo pai de pelo menos três filhos fora do casamento, dentre os quais o autor de A dama das camélias, que recebeu seu nome, o que explica o uso das palavras "pai" e "filho" para distinguir os autores. Por questões políticas, Dumas morou também na Bélgica, na Rússia e na Itália (onde lutou pela unificação do país e, através de amigos comuns, conheceu Giuseppe Garibaldi, que lhe entregou seus manuscritos de batalhas - dentre as quais a Guerra dos Farrapos - e permitiu que elas fossem publicadas).

Alexandre Dumas, pai, faleceu em Puys, perto de Dieppe. Michel Lévy Frères publicou todas as obras de Dumas de 1860 a 1884 em 177 volumes, contendo as 91 peças escritas além dos romances. Até 30 de novembro de 2002 o corpo de Alexandre Dumas permaneceu no cemitério de Villers-Cotterêts, quando o presidente francês Jacques Chirac ordenou a exumação do corpo que, numa cerimônia transmitida pela televisão, foi levado para o Panteão de Paris, o grande mausoléu onde filósofos e escritores franceses estão sepultados.


Na cerimônia, o caixão foi carregado por quatro homens vestidos de mosqueteiros representando Athos, Porthos, Aramis e d'Artagnan. Chirac reconheceu que Dumas foi vítima de racismo e que enterrá-lo junto a Victor Hugo e Voltaire era uma forma de corrigir o erro. Em seu discurso, o presidente francês disse:

"Contigo, nós fomos d'Artagnan, Monte Cristo ou Balsamo, cavalgando pelas estradas da França, percorrendo campos de batalha, visitando palácios e castelos -- contigo, nós sonhamos."
(Jacques Chirac
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Aliás, para quem gostar de Dumas, mas, como eu não tiver em sua biblioteca o seu clássico: "Os três mosqueteiros" eu aconselho dar uma olhada lá no Alguma coisa a mais pra ti ler..., porque sim, ela vai sortear no dia 21 um exemplar dessa história deliciosa que vem marcando gerações há mais de século...