Tentei financiar um imóvel. Era um daqueles apartamentos parecidos com uma caixa de fosforo com nomes de plantas, mas sem nenhuma árvore dando sinal de vida, aliás, desconfio que muitas árvores foram cortadas para construir aquele condomínio em Jaboatão Centro.
Fiz tudo de forma bem temerária. Fucei no site da construtora, tentando entender as condições de financiamento do lugar, deixei meu telefone em uma das caixas de não sei o que do site e passei a receber ligações dos corretores espaçadamente até o dia no qual meu pai teve um daqueles momentos explosivos tão corriqueiros e cai lindamente na conversa da corretora.
Achei sinceramente que cabia no meu orçamento. Acreditei que estaria indo em busca da qualidade de vida mental faltante em minha vida domestica e profissional. Não é um exercício fácil morar há várias cidades de distancia do trabalho, muito menos viver em uma casa na qual a vida oscila de acordo com os humores de alguém que altera legal. E quando eu digo legal é legal mesmo! Coisas difíceis e fáceis de confessar, depende de a quem se confessa... De alguma forma vida doméstica acidentada é situação corriqueira.
Tentei financiar um imóvel e raspei a minha poupança para isso na entrada, assinei com a construtora e seguir para os tramites necessários para assinar como o banco e foi quando a temeridade de meu ato me assustou juntamente com o confronto entre meu próprio sonho de lar se confrontou com a realidade do lugar que eu estava comprando.
Um financiamento é um conjunto de parcelas e mais parcelas, taxas e mais taxas. A pessoa trabalhadora está ali desejosa de obter um lugar no mundo para guardar os livros, ler seus livros, dormir seu sono, ter sua paz e receber taxas e mais taxas, parcelas e mais parcelas, dividas e mais dividas, contas e mais contas.
Um salário fixo e contas instáveis para mais, para cima, para avante e além pelos próximos trinta anos:
- Taxa para abertura de conta ou 1,5% do valor do imóvel;
- Taxa de manutenção da conta na Caixa Econômica Federal;
- Parcela do Financiamento feito pela construtora, visto que a Caixa só financia 80% do preço do imóvel;
- Taxa da Evolução de Obra;
- Parcela do Financiamento da Caixa Economica;
- Contar com as variações do Índice Nacional de Construção Civil (INCC);
- Não esquecer do Impostos de Transmissão de Bens Imóveis (I.T.B.I);
- Condomínio;
- Energia Elétrica;
- Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).
Puxa,Pandora! Fico triste em ler teu relato e desabado.Asituação realmente não é nada boa ,conviver com quem muda de humpores e estraga o teu. E quanto ao financiamento? Meu Deus, só agradeço já ter passado essa fase da vida e ter conseguido no tempo certo um teto nosso...A buRRocracia e tantas coisas mais a atrapalhar. Impressionante. Essa semana,ouvio de um neto que é difpícil crescer e encarar a vida,quando tusdo o que precisa, não é aprendiudo na escola,rs... Ele se deparou com a burocracia para simplesmente abrir uma contaq em seu nome num banco... E isso foi apenas o começo das constatações que infelizmente, fazem parte da vida adulta! è complicado,né? Boa aorte, tomara tu encontres algo perto da escola. Por falar nela, ainda isso :sem vacina, jogada ao contato com os alunos e tantos deles fazem parte dos que não acreditam no vírus e por isso, aglomeram,etc... Só rezando! bjs, chica
ResponderExcluirEssas decisões sempre são complicadas, Jaci, não importa a idade que tenhamos, mas soma-se a esses tropeços, aprendizados.
ResponderExcluirLogo que me casei (em 90) compramos um desses ap tipo em caixas de fósforos ou pombais como dizia meu pai. Ainda estava em construção, o trem não saia, as parcelas só aumentavam, a dívida final só crescia em vez de diminuir...Conversamos e resolvemos desistir, pagamos uma multa que se não me engano foi de 20% do valor já pago, não tenho certeza. Acho que a perda seria maior se continuasse e não estaria feliz. Enfim, economizamos e 4 anos depois qdo sai do Metrô, guardei toda indenização, seguro desemprego, não comprei uma calcinha sequer e compramos uma casinha simples (que moro até hoje).
Viver em um ambiente harmônico é fundamental, mesmo que seja um lugar pequeno alugado perto do seu trabalho lhe trará qualidade de vida emocional, mesmo que se prive de coisas materiais que muitas vezes nem são tão importantes se comparadas ao que realmente precisa para ser feliz e estar em paz em todos sentidos.
Acabou sendo textão hehehe, boa sorte, abraço!
Só quero te dizer uma coisa: insista no seu sonho. Vai pesquisando, poupando, se inteirando melhor melhor dos valores envolvidos na transação, etc. Não desista de ter a sua casa, por causa das dificuldades do momento. O fato de você não ter conseguido alcançar o seu propósito agora não significa - de jeito nenhum - que seja impossível alcançá-lo (e talvez até alcançar algo melhor, quem sabe?).
ResponderExcluirPor um momento esqueci como é usar esse box de comentários.
ResponderExcluirJaci, tem uma coisa doida em ficar adulto, em ter responsabilidades, e - ao menos no meu caso - confrontar a expectativa com a realidade. Do alto dos meus 35 anos eu já queria ter, ao menos, conseguido conquistar uma estabilidade emocional.
Já passei por esta fase do financiamento cinco anos atrás, quando optei por reformar e ampliar a casa da minha mãe - vantagens do interior: terrenos grandes a perder de vista - e achei que caberia no orçamento mas não fui tão rápido em perceber a confusão na qual estava me metendo - e que diz muito sobre o tipo de contador que eu seria se usasse meu diploma. Me enrolei. Pra me desenrolar, me enrolei mais ainda. Quando dei por mim tinha dívidas em dois bancos diferentes, o pedreiro pedia mais coisas todos os dias e acabei enrolando dois ou três cartões de crédito, e cheguei em um ponto onde não havia a mínima condição de eu seguir com aquilo. Sentei, chorei, e já que estava enrolado mesmo, terminei a reforma.
Quando me vi acuado por todos os lados, sem mais um único centavo na poupança, tomei a única decisão que fazia sentido: parei de tentar pagar todo mundo e passei a focar em uma dívida só, pagando ela até quitar o saldo devedor.
Cinco anos depois estou livre dessas dívidas mas meu score dificilmente me permitirá financiar algo em longo prazo, além das relações estremecidas com as maiores instituições financeiras deste país na minha batalha incansável em me recusar a pagar juros sobre juros.
Foi um período cansativo, estressante, e que aumentou consideravelmente minha ansiedade.
Fico feliz que tenha percebido o problema antes de se meter nele por completo. Queria ter tido essa percepção. Mas tudo tem seu tempo e sua hora.
A gente insiste. E uma hora dá certo.
Dois abraços!
Jaci, acompanhei com você estes seus planos, eventos e desdobramentos, e fiquei muito sentido com o final triste de você não ter conseguido comprar o apartamento. Infelizmente estas coisas acontecem, e às vezes isto pode não ser um final, mas sim um momento na jornada do herói (ou da heroína) em que ele se depara com o mundo, enfrenta um problema, é derrotado, mas logo retorna com algum tesouro ou conhecimento e pode enfrentar novamente aquele terrível monstro.
ResponderExcluirComo você sabe, este ano está sendo um ano bem cheio de eventos para mim. Em poucos meses, acompanhou diminuição de salário, retorno ao salário e aumento de salário.
Agora, estou às voltas com livros de educação financeira, estudando investimentos para aposentadoria e fazendo projeções de futuros em distâncias distintas umas das outras. Não sei dizer o que vai acontecer ou o que vou fazer, mas posso tentar ter um futuro confortável e fazer planos.
Alguns ficarão pelo meio do caminho, e faz parte.
Espero que você consiga a sua casa própria em breve, seja numa caixa de fósforos, num apartamento confortável ou num studio que cabe ou você ou Lion na sala, desde que você esteja feliz e satisfeita com isso.
Espero que tudo dê certo, e estarei aqui te acompanhando. E, se não der certo, também estarei com você te acompanhando.
Até lá, vivemos e caminhamos.