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quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Infância, vestidos, sonhos: Ana Giovanna Moda Infantil e Feminina


Fui uma criança com a cabeça nas nuvens, meu avô me chamava (ainda chama) de menina passarinho. Queria ser Sindbad, sonhava em ser a Bela do clássico "A Bela e a Fera", me sentia Rapunzel em uma torre com suas tranças. Sonhava em fazer as 7 viagens de Sindbad e valsar com aquele vestido amarelo em um salão de baile. Se pudesse fazer as sete benditas viagens de Sindbad com o vestido da Bela seria tipo a perfeição!

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Lembranças da minha tia...

Quando minha mãe saiu da maternidade comigo nos braços a primeira parada dela não foi na nossa casa e sim na casa de minha avó Gilda. Ela padecia de uma falta de segurança latente e um medo de fazer tudo errado, então buscou força na mãe. Porém a figura na qual ela encontrou apoio não foi bem minha avó e sim minha tia Neide.

Em maio de 1986 minha tia Neide não era muito mais que uma adolescente namoradeira pra chuchu, cheias de coisas divertidas a fazer e pessoas a conhecer, mas, por algum motivo facilmente ignorável, quando minha mãe finalmente fez as nossas malas para vim para nossa casa ela fez as dela também e veio ajudar a cuidar de mim.

Quando Junior nasceu, dois anos depois, e já chegou em casa com a terrível coqueluche, ela se tornou primordial a minha existência, ou melhor a existência de todo mundo por aqui. Eu era mais que ligada a tia Neide, eu vivia grudada nela, para cima e para baixo, ela me alimentava, me dava banho, levava a escola e dormia comigo ou eu com ela.

Pensando direitinho eu devo ter sido até os sete anos a criança mais dependente da face da terra. Além dos exercícios da escola, eu não fazia absolutamente nada sozinha e nem tinha necessidade existencial de fazer, segundo as memórias de minha tia eu era uma criança quietinha, não gostava de sorrir nas fotos e definitivamente não gostava de comer.

Quando completei sete anos e tinha Neide ultrapassou o limite dos 20 ela precisou buscar outras coisas para a vida dela, mainha passou a enfrentar o desafio da maternidade sozinha, eu finalmente aprendi a me cuidar e de quebra a ajudar a cuidar dos meus irmãos. Uma mudança brusca, mas não traumática, tive tanto amor por tanto tempo e fui tão bem cuidada que tinha estoque para dar as outras pessoas.

Mas, a vida mudou completamente depois dos sete anos e me deixou saudades "do tempo que eu era criança/ e o medo era motivo de choro/ desculpa pra um abraço ou um consolo". Eu odiei mesmo a primeira noite sozinha na minha cama, eu odeio dormir sozinha, eu continuo odiando comer, ninguém acerta o tempero de tia Neide, nem mesmo eu...

E bem, sem mais delongas eu preciso dizer que ontem vi a Irene postar a imagem de uma mulher tirando lençóis do varal com uma menina do lado e pensei: "Essa menina poderia ser eu antes de 1992.". Lembrei de tardes de verão, de tirar uma soneca a tarde e acordar religiosamente as quatro para apanhar as roupas do arame, do vento nos lençóis cor de rosa e azul, das fantasias que passavam pela minha cabeça de criança, de um ou outro avião cruzando o céu, das muitas pipas coloridas, de sentar na calçada para comer raspinhas de maçã e de tudo o mais escrito nesse texto.


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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Quando eu não sabia ler: " A estrela do mar..."


De repente me bateu uma nostalgia da infância... Me peguei lembrando das leituras que Mainha fazia para minzinha antes que eu aprendesse a ler... Lembrei de uma história, que na verdade era tipo uma poesia que contava de um um grão de areia que se apaixonou por uma estrela, essa história não estava em um livro infantil e sim em um livro didático de um dos meus tios, eu tinha adoração por essa história e fazia Mainha lê-la várias vezes seguidas rsrs... Por que criança gosta tanto de repetição ein?

Achava lindo o amor do Pequenino Grão de Areia que se apaixonou por uma Estrela... imaginava mil conversas entre os dois... mil detalhes... mil finais e o encontro, claro... Meu Deus coitada de Mainha que tinha que fica ouvindo minha conversa kkk...

Depois que eu aprendi a ler fui conhecer outras histórias e deixei o pequenino grão e a sua estrela perdido entre memórias, mas hoje nem sei porque lembrei dele... Me deu saudades dele e desse tempo quase perdido nas lembranças.

Eu devia ter demorado mais para aprender a ler...

Ah, claro que eu dei uma procurada pelo texto na net e, por sorte, eu o encontrei e já deixo por aqui:


Estrela do mar
(Marino Pinto e Paulo Soledade)

Um pequenino grão de areia
Que era um eterno sonhador
Olhando o céu viu uma estrela
Imaginou coisas de amor
Passaram anos, muitos anos
Ela no céu, ele no mar
Dizem que nunca o pobrezinho
Pode com ela se encontrar

Se houve ou se não houve
Alguma coisa entre eles dois
Ninguém soube até hoje explicar
O que há de verdade
É que depois, muito depois
Apareceu a estrela do mar


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Desenhos que marcaram a infância!

Essa semana quando abrir o Facebook me surpreendi com o fato de que os desenhos animados invadiram o perfil de todo mundo. Achei o máximo!

Claro que a muito tempo desenhos animados ilustram minha vida virtual e fazem parte da minha vida real, os animes fazem parte do que sou. Sem exageros, da mesma forma que os homens constroem os seu bens materiais e os bens materiais constroem o homem, eu construí meu gosto por animes e os animes construíram meu gosto por muitas coisas e são em parte responsáveis por diversos valores e atitudes diante da vida que eu aprendi a ter.

Talvez por isso eu insista em implicar com certos desenhos animados que os pais deixam seus filhos assistirem livremente sem parar para analisar que valores os ditos passam para os pequenos.

Enfim,  a questão é que ver tanto desenho animado junto me fez pensar em meus desenhos animados favoritos de criança e sim, que saudades eu sentir de sentar e assistir Sailor Moon!

Serena, foi o primeiro personagem que pensei quando vi a proposta do Face. Putz! Sailor Moon é uma heroína super atrapalhada, desastrada, sempre quebrando e se quebrando, mas é a princesa da Lua. E sim, eu fui uma criança e uma adolescente destrambelhada e desde pequenininha que sei (embora as vezes esqueça) que Jaci é a Lua dos tupi.


E sim, as meninas amavam atores, eu era perdidamente apaixonada por Darian ou Taksido Max, naquele dia 11 de Setembro que ninguém esquece, eu estava assistindo Sailor Moon na Eliana, não era mais criança, assistia só porque valia a pena relembrar!


Outro anime que marcou foi Guerreiras Mágicas de Rayearth, esse eu assistia de manhã... Assisti várias vezes, também li o mangá.


Nesse anime eu me identificava fortemente com a Luci, pequena, cheia de irmãos, no meu caso eu tinha meu irmão, meus primos e meus tios e, como toda menina, um grupo de amigas.


Eu confesso, não tenho a mínima ideia de quem era o ator, cantor que enchia a cabeça das meninas de sonhos em fins da década de 90 do século XX, porque quem enchia minha cabeça junto com Darien era Lantis.


Também tinha Lengue a Rainha Nala, de Shurato, a única das guardiãs que era menina... Gostava dela por causa da força, mas confesso que fisicamente sou uma droga, quem me dera ser forte. Sempre fui muito mole para brigas. Minha força se concentra mesmo na minha língua.


Outro desenho que encheu e marcou minha infância foi o clássico Cavaleiros do Zodíaco, mas eu nunca consegui me decidi entre Marin ou Shina... Nunca me identifiquei  ou desindentifiquei com nenhuma das duas especificamente de forma definitiva.


O que não aconteceu com outro clássico, Yu Yu Hakusho, que tinha uma gama de personagens enormes para se identificar, amar e odiar a vontade.


Mas, eu gostava mesmo era da Botan, por ser independente, por nunca ter ficado barrada nas aventuras, ter profissão e claro voar!


Muito fofa e independente, não era uma guerreira, mas uma das grandes amigas do Urameshi, uma personagem para frente.

De certa forma quando sai da adolescência e comecei a enfrentar o mundo dos adultos procurei me construir como uma pessoa assim, independente, o mais livre possível e divertida.

De muitas formas, a Botan é sempre algo de mim que tento trazer a tona para viver a vida social, tento guardar as melancólicas Luci e Lengue bem fundo, protejo com ferocidade a Serena/Sailor Moon que vive e vai sempre viver em mim, porque ela é emocionalmente muito frágil. Para enfrentar o bramido das grandes ondas e os poderosos vagalhões do mar nada melhor que algo que te ajude a voar e o bom jeito Botan de ser.


E para concluir, deixo um das minhas músicas favoritas da trilha de Yu Yu Hakusho.

Yu Yu Hakusho - A carta

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P.S.: E sim, minha gratidão a quem inventou a história do Face, me deu a desculpa perfeita para falar de animes sobre os quais quero falar a mais de ano.

P. S. [2]: Ainda dentro do sentimentos de infância, está acontecendo essa semana no Em quantos o sorteio de um livro do Charlie Brown, Snoopy e sua turminha, o sorteio será amanhã, vale a pena ir lá da uma conferida.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Advinha quem é a princesa???

Não eu não vou falar nada sobre o casamento real nem coisa do gênero e diga-se de passagem, já não aguento mais ouvir coisas sobre essa bendita festança, muito embora o post do Fio de Ariadne falando sobre o tema tenha sido ótimo. O que vou contar é uma daquelas coisas relacionadas a meu dia-a-dia com a educação infantil.

Vamos a ele:

Na nossa sala as crianças, de três anos, nas horas de brincadeira livre com brinquedos sempre querem ser alguém, os meninos muito especialmente, eles querem ser heróis,  personagens e etc e tal.

Matheus, só que ser o Power Ranger Vermelho, já falei mil vezes com a mãe dele para que ela reduzisse os vídeos dos Power Rangers, mas não dá, pela muita convivência que tenho com o pequeno sei que ele deve azucrinar o juízo dela e, pela muita convivência que tenho com ela, sei que ela sede bonito. Resultado: eu tenho um Pawer Ranger Vermelho na sala, pronto a lutar contra as forças do mal e a parte eu reprovar algumas coisas, acho muito impressionante a imaginação de Matheus, ele vai longe nessa brincadeira.


Já Victor é Pica pau, também não aprovo esse desenho, acho muito violento, o Pica pau é um psicopata  homicida, mentiroso e tudo o mais, mas a Emília do Monteiro Lobato é desaforada, preconceituosa e mau educada e todo mundo gosta dela, bem, ao menos o Victor fica lindo de viver fazendo aquela risadinha do Pica pau, coisa de mimatar do coração, só de olhar para o bichinho na televisão eu lembro do pequeno.


Tem ainda os que não gostam nem de um nem de outro, os que preferem o Max Steel e ai tudo na sala é do Max Steel, o carro do Max Steel, a moto do Max Steel... e porque eu tenho um Max Steel.... O tal do Max... faz um sucesso... que quando alguém toca no assunto todo mundo só quer brincar disso... Chega dar uma dor no juízo. E as vezes os pais não tem o que fazer e mandam o brinquedo do M... para a creche, nessas horas eu sou obrigada a convidar os senhores pais a lerem o aviso pregado na parede que diz que brinquedos e lanches são terminantemente proibidos dentro da creche. Bem, não sou eu que faço as regras néh?!?!? As mães, pais, tios, primas, irmãs mais velhas ficam bufando e eu adoro rsrsrs...


Mas, quem é o top 1 da lista das crianças não é nenhum desses heróis ou derivativos. O TOP 1 das crianças é sem sombra de dúvidas o Ben 10.


Todos querem ser Ben 10. E eles apertam o relógio imaginário no braço dizem "HERÓI" e saem sala a fora dizendo "Sou Ben 10 tia". Eita... um dia desses eu resolvi assisti Ben 10 e descobrir que esse pirralho é um moleque que detesta estudar, adora comer tudo o que não presta e o desenho é bem violentinho para crianças pequenas... Mas, as mães passam um fim de semana com as crianças e deixam ela assisti episódios e mais episódios do Ben 10 e por mais que eu reclame elas dizem qualquer coisa e continuam não só deixando as crianças assistirem como estimulando o consumo, pq o que tem de sandália, papete, bolsa, bermuda e camiseta do Ben 10 na sala não é brincadeira.

Enfim, claro que sempre que as crianças começam com essa de dizer que são Max S..., Ben ..., Pica Pau ou Power eu corrijo e digo: "Não tia, vc é Victor, Matheus, José, Filipe..." e por ai vai... Mas, hoje aconteceu uma coisa tão fofa gente, que eu tou derretida até agora e tenho que contar pra me exibir um pouquinho \o/

É que hoje um dos meninos disse que era o Ben 10 e lá fui eu corrigir: "Não, vc não é o Ben 10, você é...", conversa prá lá, conversa pra cá, até que eu perguntei a ele "E eu, sou quem?", eu pensei que ele ia responder algo do tipo: "Tia!" ou "Jaci!" para daí eu reafirmar que ele não era o Ben 10, mas ahaaaaaaa, criança é imprevisível!!! E ele respondeu a queima roupa, sem que eu estivesse preparada: "Você é a princesa!".

Então, ao menos por hoje, advinha que é A Princesa???
Sim, ao menos por hoje: EU SOU A PRINCESA!!!
rsrsrsrsrs... uma princesa, diga-se de passagem, rindo a toa... rsrsrs

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Nutrir, mas não só de leite!

 

 Nutrir a criança? Sim.
Mas não só com o leite.
É preciso pegá-la no colo.
É preciso acariciá-la, embalá-la.
E massageá-la.

É necessário conversar com a sua pele,
Falar com suas costas
Que têm sede e fome,
Como sua barriga.

Hoje realmente a vida recomeça a pegar no tranco, a voltar a seus eixos normais... O ano letivo teve sua abertura oficial, começamos com formações, as crianças ainda não voltaram a sala de aula, mas a parte meu mau-humor de segunda, o ano já começou bem para mim, afinal começou com esses versos de Frédérick Leboyer que reproduz tudo o que eu acredito quando o assunto é o cuidar na educação infantil!

Isso é o melhor do cuidar, é ser grudenta, pegar no colo, cheirar, amassar, brincar, falar com as costas da criança, sentir aquela pele deliciosa nas mãos, segurar aquele milagre feito carne e andando no meio de nós, obviamente que eu sou infinitamente menos delicada que essa pessoa que está na foto, mas as crianças gostam táh! 

O importante é sentir TUDO, viver tudo, sorrir muito com os pequenos, aproveitar que os problemas podem ser resolvido com um pouco de colo, dengo, uns cheirinhos, poucos apertinhos e  "táh bom tia!" com aquele sorriso de gente sem vergonha e aquela voz doce.

Eu sei que eu exagero um pouco, mas se exagero é porque sei que quando o assunto é amor é sempre melhor dá demais do que de menos e quem me dera que eu pudesse aliviar as dores de metade dos meus entes queridos simplesmente colocando eles no colo, dando uns cheiros, uns apertos e eles dissessem: "Táh bom Jaci, passou!", o mundo seria bem mais fácil, eu dormiria muito melhor e infelizmente a verdade é que eu não consigo resolver nem meus problemas...  Logo, só me resta curtir meus bebes...
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P.S.: Não gosto de dar conselhos as  mães, pq elas acham sempre que nós não sabemos de nada, mas, se por acaso vc tem filhos, se eu fosse você ia aproveitar cada minuto, cada segundo possivel nutrindo ele de todo carinho do mundo \o/ Eu sei que educar não é só isso (ah, se sei!), mas tocar, cheirar, apertar é a melhor parte, curta isso!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Ivanhoé!

A Wikipédia tem uma definição interessante para o Ivanhoé, ela diz que: 

"Ivanhoé é um romance do escritor britânico Walter Scott, publicado em 1819. Narra a luta entre saxões e normandos e as intrigas de João sem Terra para destronar Ricardo Coração de Leão.  Primeiro romance de enredo histórico. O livro, que conta a história de  um cavaleiro da época em que João Sem-Terra havia usurpado o trono do  irmão Ricardo Coração de Leão, deu origem a um seriado de televisão, filmado em 1958 e 1959, e exibido no Brasil na década de 1960, cujo personagem principal era interpretado por Roger Moore" 

Roger Moore como Ivanhoé!
Bem, eu não tenho uma definição melhor, mas Ivanhoé é um pouco mais que isso, reza a lenda que Walter Scott foi o criador do romance histórico, esse gênero que nos encanta até hoje... Inclusive nosso igualmente clássico José de Alencar me lembra muito os escritos de Scott, e Ivanhoé é um clássico que merecia bem mais que um paragrafo na Wikipédia!

Miniaturas do Instituto Ricardo Brennand.
É um trabalho lindo, a partir dele a moderna identidade inglesa começava a ser construída discursivamente, ele narra em suas linhas mais do que as venturas e desventuras do caveleiro deserdado e sim as venturas e desventuras dos que romanticamente falando formariam o povo inglês.

Do acervo do Instituto Ricardo Brennand
Carregada de romantismo, dos ideais da época em que foi escrita e antes de falar da Idade Média dos homens e mulheres dessa época eu acho que Ivanhoé fala do século XIX e de como a Idade Média era vista nessa época. Ajuda a entender porque esse povo se sentia o último biscoito do pacote, os donos de todos os dons morais e intelectuais, prontos a levar civilização e ordem para os quatro cantos do mundo, se já eram capazes de tão grande nobreza durante os idos tempos medievais o que se diria de suas capacidade durante o glorioso século XIX?

Mas quando eu li Ivanhoé aos nove anos em uma versão adaptada cheias de ilustrações do tipo tapeçaria medieval eu nem sonhava com essas ideias e ele era meu livro favorito e eu adorava todos os personagens, o Cavaleiro Deserdado, tão nobre, o Cavaleiro Negro, Ricardo Coração de Leão, Robin dos Bosques e até aquele cavaleiro templario Brian Gilbert.

Eu imaginava a Idade Média a luz de Ivanhoé, um tempo que se lutava em nome de Deus, da  Honra e do Rei, era meu mundo ideal, o mundo dos sonhos dos meus sonhos infantis com homens e mulheres nobres vencendo o mal, ganhando as batalhas no último momento... Um mundo onde o fraco justo vence o forte injusto, onde a pelica vence o aço.

Várias armaduras do instituto Brennand!
Meu personagem favorito era a júdia Rebeca, ela era apaixonada por Ivanhoé que por sua vez morria de amores por uma loira aguada, a Lady Rowena, mas nem por isso Rebeca deixava de auxiliar Ivanhoé. Uma mulher a frente de seu tempo, nobre, justa, inteligente, destemida, reflexiva e termina solteira, voltando para Jerusalém para trabalhar como enfermeira dos cruzados feridos... Mil vezes aff... Mas, nem por isso Rebeca deixa de ser "A MELHOR!".

A judia Rebeca, minha heroína de infância.
Ah, outro personagem pelo qual eu nutria um amor meio que recalcado era Brian de Bois Guilbert, inimigo mortal de Ivanhoé, eu não achava ele muito nobre, justo, ou coisas do gênero, mas eu gostava dele porque ele reconheceu o valor de Rebeca, era apaixonado por ela, mesmo sendo um Cavaleiro Templario... Algumas vezes ele pisa na bola geral, mas ainda assim tem um chame e tanto \o/.

Brian de Bois Guilbert, com cara de garoto mau.
Foi doloroso quando meu professor de história chato, ranzinza e marxista esclareceu a todos nós que durante a Idade Média os nobres cavaleiros de nobres não tinham nada, que eles não tomavam banho, exploravam os camponeses e viviam uma vida de fartura e opulência enquanto os camponeses sofriam a amargura do frio, da penúria e da fome, morrendo de velhice antes dos 30, morando em taperas, vivendo oprimidos e que mesmo as mulheres nobres não passavam bons bocados não... Vigiadas, normalizadas, punidas, Rebecas não teriam sobrevivido ao fogo ou ao claustros. Ele acabou com minha Idade Média em três tempos e tchau para meu castelo medieval onde Brian de Bois Guilbert se redimiam e viviam felizes para sempre com Rebecas que deixavam de ser otárias.
Clio é a musa da história.
Eu lembro bem dessa aula que provalmente meu professor esqueceu na multidão de aulas que ele já deu. Nessa época fiquei com a impressão de que a História é uma dama muito cruel e que não existe compaixão no coração dela, rsrsrs... Hoje já sei que a História não é uma dama cruel, é apenas melancolica e cansada., afinal se detem na tentativa de compreender um mundo que nunca foi um lugar fácil de se viver, não existe Idade de Ouro e Gloria para a História.

Sir Walter Scott, Monumento, Edinburgh.
Mas, afinal o que é a Glória para que eu a deseje néh? Como já questionava  a minha sempre querida Rebeca de seu longínquo lugar em uma Idade Média sonhada, ou mesmo da pena de um autor sonhador do século XIX: 

"- Glória?... É ela a ferrugenta armadura pendendo sobre o esquecido e triste túmulo do guerreiro? A inscrição apagada que o monge mal sabe traduzir para o peregrino que o interroga? Serão estes os prêmios, correspondentes ao sacrifício de todas as afeições, para se viver uma vida de sofrimento, fazendo os demais sofrerem? Ou será que há tanto mérito nas toscas limas dos bardos errantes, para se porem de parte amores, afeições, paz e felicidade, para nelas se ser mencionado por menestréis vagabundos, cantando-as em tavernas para os bêbados?"
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P.S.: As imagens do acervo do Instituto Ricardo Brennand que ilustram a postagem cada uma delas sozinha daria uma postagem e muito mais, estão aqui pq ilustram muito bem a idéia de Idade Média que eu tinha durante a adolescência, foram todas tiradas por mim durante as visitas que fiz ao Instituto.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Falando um pouco mais sobre Bullying!


Não é a primeira vez que me aventuro a falar sobre esse assunto, houve há algum tempo atrás uma postagem coletiva puxada pelo Mãe é tudo igual que se propunha a falar sobre bullying dizendo "Chega de Bullyind". Nessa ocasião o assunto foi bem tratado, bem debatido, mas não esgotado.

Podemos falar e falar sobre esse tema e ainda teremos muito o que dizer, pq  bullying, fala de coisas que estão extremamente costuradas em nosso cotidiano, acontecem corriqueiramente e por mais que se fale a respeito ainda precisamos falar mais para que de uma vez por todas possamos entender que não é normal xingar, maltratar e violentar uma pessoa por qualquer motivo que seja, onde se incluir cor, tamanho, condição financeira etc...

E já que a  Elaine do  "Um pouco de mim" me convidou, através desse selo que está ai em cima, a uma vez mais tratar desse assunto aqui vou eu novamente.

A começar falando que a questão do Bullying na escola passa pela questão dos problemas que a nossa sociedade enfrenta diariamente, é como a Jussara do Palavras Vagabundas escreveu quando falava sobre o livro "Bolofofos e finifinos de Fernando Sabino": 

"Hoje, cada vez mais, o mundo se torna intolerante e preconceituoso e isso sem medida, vale tudo. Violência contra mulher, gays, negros, gordos e porque não vesgos, gagos e só escolher a categoria. Aí saímos nós a criar campanhas contra bulling, contra a violência, dia de conscientização negra, parada de orgulho gay, dia da mulher, dia de paz no trânsito e tantas outras. Isso é necessário?  Lógico que sim..." 

Penso muito de acordo com o que a Jussara disse ao falar sobre o livro do Fernando Sabino, o mundo realmente é um lugar cada vez mais intorelarante é incrível como se olhar-mos ao nosso redor vamos vêr todo tipo de preconceito imprimindo sua marca no nosso dia-a-dia. É como se estivessemos na foz do rio da História e todos os preconceitos e tabus construídos nos últimos séculos caíssem sobre nós dolorosamente.

Rapazes são espancados e humilhados na rua em plena luz do dia apenas por serem homossexuais, mulheres sofrem violência domestica a cada minuto em nome da honra masculina, pessoas que não tem o perfil magro são motivos de chacota, homens e mulheres são tratados mal apenas pela cor de sua pele e isso acontece tão corriqueiramente que há quem ache normal que as coisas sejam assim. Bem, em uma sociedade que se move assim não é surpreendente que a experiência escolar seja marcada por situações de violência simbólica e, como disse um amigo meu outro dia, seja quase sempre traumática.

Lembro que quando participei da blogagem coletiva proposta pela Vanessa vi um comentário onde ela dizia que as pessoas que participaram colocaram na sua fala muito de sua experiência, lembro também que fme impressionei com a quantidade de pessoas que passaram por  situações violêntas na escola, violências dos mais diversos tipos e que deixam marcas dolorosas.

Seria assustador se não fosse tão coerente com a realidade na qual estamos imersos... A escola é um espelho da realidade social, é um espelho do que acontece em casa, do que vemos na televisão, do que vivemos diariamente. Ela é um espelho onde a sociedade vê seu rosto, ou seja, é um lugar chocante para se estar, aquela escola modelo Malhação/Múltipla Escolha não existe, a escola real é marcada por agitação, caos, agonia e muitas situações difíceis de administrar tanto em escolas públicas quanto em escolas privadas.

Os equilíbrios e desequilíbrios de nosso tempo estão impressos nos bancos escolares, no corpo de nossos alunos e nas atitudes deles para com eles mesmos e para com os professores. E sim, nós, professores, também somos vitimas de bullying, é como a Vaneza com Z (acho tão chic esse nome assim) do Balzaquiana com z comentou por aqui: 

"... é difícil o dia a dia... muito difícil... se você me perguntar se eu sofri bullying na infância ou adolescencia eu vou dizer que sofri... mas nunca sofri tanto enquanto adulta e já educadora. Todo o dia tenho que lidar com isso... com alunos que formam turmas para criticar os professores... se juntam aos bandos... e falam da sua roupa, do seu modo de andar de tudo. Gritam com você... certa vez um levantou a voz pra mim e como se não bastasse se levantou e me desafiou. E eu te pergunto: cadê a lei que funcionário público não pode ser destratado no seu local de trabalho? Ela não funcionada com adolescentes? Pelo visto não."

Quantas e quantas vezes nós nos vemos obrigadas a agir com rudesa com nossos alunos, com nossos pais de alunos? Infinitas vezes... Educar não é uma tarefa fácil, também não é uma tarefa para uma pessoa ou instituição social só. Não é uma tarefa que a escola possa fazer sozinha, a família é responsável tanto quanto a escola pela educação dos pequenos e dos "não tão pequenos" e não pode negligênciar isso de forma alguma.

O comportamento de nossos jovens e adultos é moldada pelo conjunto de saberes que eles aprendem tanto na escola como em casa, na rua, na televisão, nos livros, na Internet e cabe aos pais administrarem isso com atenção sem negligenciar os pequenos detalhes, afinal a vida e a personalidade das pessoas são moldadas por detalhes e detalhes bem pequenininhos. Ser pai e mãe não é fácil, mas nada na vida realmente é fácil e tudo requer trabalho, observo que inúmeras vezes os pais negligenciam o trabalho de educar seus filhos, jogam a carga nas costas da escola, uns pq pagam outros pq pensam ser a escola o único lugar do mundo onde é possivel educar alguém.

Sei que desde o século XVIII que a educação escolar é vista como uma chave para resolver os problemas da sociedade e o conhecimento que a escola se propõe a oferecer as pessoas algo capaz de iluminar os caminhos e solucionar problemas dos mais diversos tipos. Mas, porém, no entanto, as coisas não são assim tão fácil e essa é uma crença ingênua, a escola sozinha nada pode e todos os indivíduos de uma sociedade precisam está comprometidos na árdua tarefa que é educar os mais jovens.

E sim, educar para o respeito a diversidade não é fácil para ninguém, nem para a família nem para a escola,  só que é um desafio cujo enfrentamento é necessário agora, já, para ontem. Quando família e escola estiverem comprometidos em fazer da educação para o respeito a diversidade em todos os sentidos um projeto de todos nós penso que talvez esse se torne um sonho que saia do reino do idílico e chegue se não ao reino das coisas que existem ao menos faça parte do reino das coisas possíveis ou em construção.

Penso que os preconceitos da mesma forma que são construídos historicamente podem ser desconstruidos, é uma questão de existir pessoas comprometidas com essa desconstrução, pessoas que queiram se importar, que não fiquem caladas quando estão diante de uma situação de violência simbólica, que corrijam os erros dos pequenos, que alinhem as árvores, que se ocupem em dar exemplos corretos,que passem do reino do sonhar para o reino do realizar.

E citando novamente a Jussara:

"... seria tão melhor que educássemos nossos filhos para aceitar e apreciar o diferente! Porque com certeza todos nós somos diferentes, eu sou baixa, alguém é alto, outro gordo, fulano magro, sicrano vesgo e o sujeito gago, guri de olhos azuis, meninas loiras , homem careca, mulher de olhos puxados...  esta é a beleza do gênero humano. " 

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Deixo o selo para quem desejar falar um pouco mais ou muito mais sobre o assunto e agradeço a Vaneza com Z e a Jussara por terem me sedido suas palavras para que eu as colocasse por aqui! E sim, eu acho que me entusiasmei um pouquinho e acho que fugir um pouco do assunto Bullying em si e acabei falando das causas do Bullying!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Educação Infantil: entre a magia e a dureza da vida!.

Pois é, todo mundo sabe que Educação não é uma das dez aréas mais legais para se trabalhar no Brasil... Dãh... Todo mundo que trabalha com Educação sabe disso desde o primeiro momento que decide seguir por esse caminho... Mas, nós somos idealistas, cheios de energia... e sim, queremos mudar o mundo...

Há quem diga que não há idealismo que resista a prática pedagógica. A rotina da sala de aula é incansável, só que nós não somos... Nós cansamos... minguamos, somos vencidos pelos problemas cotidianos e ser vencido é sempre frustrante, porém, não duvide do poder de um ideal... Ele é forte viu! Não sou a mesma idealista que era a cinco anos atrás, contudo ainda há muito idealismo para ser ressignificado por aqui!

Enfim, Educação Infantil tem coisas boas, muitas coisas boas... Por exemplo:

Você chega cheia de olheiras, mais pra lá do que pra cá... E então escuta aquele "Tiaaaaaaaaaaaaaaaaa..." E todo mundo pula em cima de você como se vc fosse o último biscoito do pacote! Loucura total, se vc não voltar a vida como uma Fénix então desista!!!

Também tem aquela situação clássica: final de expediente, morta de cansaço, descabelada, suja de sopa (pq quando vc tem dois anos é normal derramar sopa por todo lado e isso inclue a saia da tia, o cabelo da tia, a camisa da tia, a tia como um todo...), vc pensa que tá mal, muito mal, ai vem um pirrainho daqueles olha pra vc e diz: "Tia tu é linda!". Aí o que vc faz? Se joga, mata o menino de chero e o mundo fica perfeito novamente!!!

E os momentos únicos de congelamento estarrecido diante de certas atitudes??? Pense na cena: um pequeno do alto dos seus dois anos de idade acorda no meio da soneca da tarde e pede para fazer chichi, vai no banheiro, tira a torneirinha, fez seu chichizinho, balança o lindo goguinho, guarda, da descarga, lava as mãos, enxuga, olha para você, informa: "Sou homem tia!" e volta a deitar. Confesso que se meu queixo não estivesse no chão eu ia ter dito: "Que conversa é essa??? Você é bebê!!!"

É, tem coisas boas, muitos beijos, muitos afagos, as brincadeiras, o descobrir da fala, o descobrir do corpo, o amor verdadeiro... é muito doce, apesar de cansativo. Eu sou apaixonada por Educação Infantil, de todos os universo pedagógicos que eu frequento esse é o mais desestressante... É legal trabalhar com adolescentes, é legal trabalhar com formação de professores, mas trabalhar com Educação Infantil é mágico!!!

Só que tem coisas ruins... Tem coisas péssimas.... Tem coisas muito dolorosas... A vida não é fácil para ninguém, mas perceber que tem pessoas que começam a sofrer antes de saber falar a palavra "sofrer" machuca um pouco.

Crianças mal cuidadas, pais que parecem adolescentes, senão crianças, que não tem senso de higiene pessoal, que vivem abaixo da linha da pobreza... que sofrem com fome, descaso e exploração e passam esse legado aos filhos... Cresceram sem perspectiva, vivem sem perspectiva e educam seus filhos no mesmo caminho...

Mães e Pais muito rudes... que só receberam rudeza da vida e só respondem a vida com mais rudeza... e eu sou parte da vida deles, nós (tias e tios) somos parte da vida deles, a parte que só é tratada aos gritos, que tem que medir até onde devemos ser gentis e até onde devemos nos impor... o limite sútil que existe entre o "Eu te entendo..." e o "Me respeite...".

Mães que trabalham muito e pesado, que não tem marido, atrasadas, eternamente atrasadas. Já me incomodei muito com atrasos, hoje levo com tranquilidade, espero, tenho paciência... Simplesmente é necessário entender que algumas patroas simplesmente não entendem que as suas empregadas também tem família e precisam pegar o filho na creche as 5:30 da tarde então largam as empregadas de seis da tarde... Também é preciso entender que algumas mães trabalham vendendo doces em terminais de integração do outro lado da cidade, não tem ajuda nenhuma de homem algum, contam apenas com a creche... Atrasos não me estressam mais...

Muita coisa não me estressa mais, nem minha chefe que fecha meu ponto se me atraso mais que 15 minutos (não só o meu, mas de todo mundo) e que esquece de olhar os problemas estruturais que temos na sala, de olhar a forma como os pais nos tratam, de garantir que exista dentro da creche uma gestão democrática!!! Nem a Gerência de Educação Infantil da cidade do Recife que se importa demais com a parte da legislação que fala de horários e de menos em nos garantir um salário digno de nossa enorme responsabilidade e coisas básicas como um plano de saúde me tiram do sério mais...

Porém, no entanto, todavia... tem coisas que não dáh para engolir em seco... Existe um limite para todos nós, um limite do suportável!! E esse limite para mim é quando vejo uma criança em estado de sofrimento, doente, as doenças infantis são um limite para mim... ai não tem ignorância de pai certa, rudeza certa... chefe certa... ou burrice certa da minha parte...

Quando entrei na creche, há quatro anos atrás, as meninas que trabalhavam na minha classe reclamavam que os pais procuravam machucado no corpo dos filhos e pediam explicações... Hoje, quatro anos depois, os pais é que reclamam pq nós estamos de olho neles... Os pais é que chegam explicando o que aconteceu com os filhos... E tanto eu quanto Go, ou tanto Go quanto eu (não sei qual das duas é mais chata com esse assunto) pegamos no pé, e pegamos menos do que devíamos, acredite, poderíamos ser mais chatas e não somos.

Essa semana, depois do feriadão do Dia da Republica aconteceu um fato interessante a esse respeito, digno de nota... Na volta desse feriado, na terça, Gô percebeu na hora do banho um ferimento estranho no bumbum de uma de nossas crianças... Bem, esse tipo de coisa não dá para passar. Qualquer pessoa sã sabe disso... Passou milhares de coisas por nossas cabeças, não vou mentir... É só ver o noticiário e qualquer um entende o que quero dizer... Mostramos o ferimento a nossa coordenadora pedagógica e ela disse para mandar o pai levar a criança na pediatra e trazer um parecer dela, não somos médicas... Tudo bem... 

Go me pediu para falar com o pai, e lá fui eu... Pacientemente conversei, expliquei, combinei... "Vá na pediatra para ela vê o que é isso... traga a receita... traga o parecer dela... Precisamos saber do que se trata!" Gente eu falei com ele com toda a paciência do mundo... Ele me disse que levaria na pediatra do posto de saúde que tem ao lado da creche onde nossas crianças são atendidas sem marcação de consulta... É só chegar comprovar que é da creche e pronto...

Enfim, ficamos tranquilas, conhecemos a pediatra, confiamos na pediatra (muito não, mas eu sou chata e não confio muito nem em mim)... Enfim, quando cheguei na creche ontem perguntei pela receita as meninas da manhã e qual não foi a surpresa!!! O pai não foi na pediatra... Não fez nada do que combinamos, meu sangue subiu a cabeça... Fiquei contando os minutos para ver o dito... E quando ele chegou me ouviu... me ouviu muito... Confesso que exagerei um pouco, no meio da conversa a esposa dele alterou a voz para mim, eu me alterei a voz para ela, não devia ter me alterado, perdi o controle.

Hoje a coordenadora pedagógica venho falar comigo, disse que os pais se queixaram da "ignorância da tia"... Que nós temos que manter um padrão de comportamento, que não podemos nos alterar com os pais... Blábláblá... Mas vou contar uma coisa a vocês, não me importo de ser chamada de ignorante, não me importo nem mesmo de ser ignorante... Até pq depois de ter sido ignorante com eles, os dois trataram de levar o menino na pediatra, ela esclareceu que o ferimento tratava de um sintoma de um germe de cachorro, receitou tratamento e os pais iniciaram hoje mesmo.

E esse para mim é um dos lados mais duros da Educação Infantil: tem mãe e pai que só faz o que é necessário, o básico, quando vc sai da linha, é necessário que vc acumule uma fama de ignorante para que um direito básico da criança seja respeitado por seus próprios pais.

Confesso que eu adoraria que os pais me ouvissem quando falo sorrindo, com voz doce e rosto amável, mas também confesso que se for preciso ser tachada de "ignorante" para garantir que uma criança faça tratamento médico, use roupas razoavelmente limpas e seja bem tratada eu vou ser "ignorante" até dizer basta! 

Ah, também confesso que não sou tão ignorante assim, antes fosse... metade disso tudo é fama... eu sou um pouco chata, confesso... SÓ QUE:

Ignorância é que eu aguento dos pais todos os dias. Ignorância é a gestora me dizer que três atrasos e eu terei uma falta, ignorância é as infinitas infiltrações no banheiro, ignorância é um aumento porco todo ano... ignorância é vc ficar três dias com seu filho e deixar ele pegar germe de cachorro!!! Ignorância é vc gritar com uma pessoa que quer apenas que vc leve seu filho no médico!!! Isso é ignorância!!!

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O post ficou grande demais... mas eu precisava falar!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Organizando livros, relembrando e construindo novas lembranças...

Existem formas e formas de se relaxar quando se está vivendo um momento de grande pressão, tensão ou que quer que seja... Hoje minha forma de relaxar foi organizar meus livros eternamente bagunçados!


É sempre tão melancólico organizar livros... parece que as histórias brotam deles.... tantos as histórias contidas neles quanto as histórias que a gente viveu enquanto lia cada um deles... as pessoas que se ligaram a nós através deles.


A minha edição velha de guerra de "Os novos trajes do Imperador" de  Hans Christian Andersen testemunha de um tempo em que eu lia livros infantis na biblioteca com minhas amigas durante as aulas vagas... era ótimo. Esse hábito que marcou nossa vida escolar começou no dia em que elas perguntaram para onde eu ia quando eu sumia, respondi que estava na Biblioteca, um dia todas elas apareceram lá, gostaram e ficaram, vcs entendem se eu disser que no começo eu gostava e não gostava ao mesmo tempo?!?!?



Outro reencontro memorável foi com Danielle Steel, "O anel de noivado", esse livro foi presente de Vanessa... já faz um tempinho... quase dez anos, eu sinto falta de Vanessa, sinto falta dessa leitura... Meu Deus... como minhas amigas eram barulhentas... como era bom ser adolescente quando eu estava com elas! Mesmo com todos os "mas e menos mas" era bom estar com elas e ler Danielle Steel e comentar com elas...


"Doze Reis e a moça no labirinto do vento" foi outro presente, foi presente de Natally... Marina Colasanti, escreveu e ilustrou um livro de contos infantis lindo, lírico, doce... com um gosto de sonho!!!


Muitos dos meus livros estão cheios de histórias entranhadas neles, não só as que os autores contam... eles tem vida própria e deles saem borboletas, girassois, passarinhos, corvos, sons, lágrimas, sorrisos, dores e alegrias que foram vividas enquanto as histórias eram lidas. Ao menos eu sinto boa parte dos meus livros dessa forma, através do que vivi durante a leitura e como a leitura afetou ou não a experiência que vivi!!!

E, para além do tchim... tchim... que cerca o mexer nos livros, sempre surgem novas histórias... novas lembranças para os próximos momentos em que eu for mexer neles. Cada titulo de um livro é na verdade uma senha para um mundo de lembranças, como no titulo do livro de poesias de Drummond que eu ofereci para a apreciação de Júlia hoje.


Júlia é uma criança doce, das muitas crianças doces que enchem minha casa, de todas ela é mais silenciosa,  ri baixinho, fala baixinho, tem aquela delicadeza que todas as mulheres sonham ter e só algumas realmente tem naturalmente; quando ela me viu mexendo nos livros logo se juntou a mim, quando eu a vi mexendo nos livros logo ofereci "A senha do mundo" de Carlos Drummond de Andrade, pq se é para encontrar com a literatura tem que encontrar direito néh?!?!

A senha do mundo é um livro de poesias que remetem a infância, mas não essa infância do século XXI e sim a infância que se vivia no inicio do século XX... Drummond fala, eu acho, sobre coisas que marcaram a infância dele... o lago tão grande quanto o mar, as mãos que faziam um doce que, mesmo que ele use os mesmíssimos ingredientes, hoje não consegue alcançar o mesmo sabor, o primeiro automóvel que chegou na cidade dele... tantas outras coisas típicas de uma infância de outros tempos... Um livro lindo demais... é claro que minha a escolha foi consciente.


E é claro que o livro que ela escolheu livremente e conscientemente foi uma edição de "Para Gosta de Ler Poesias", presente de uma amiga pedagoga, ela foi direto ás poesias de Vinicius de Morais néh?!?! As poesias de "A Arca de Noé" continuam encantando gerações. Não tem erro, as crianças amam a sonoridade de "era uma casa muito engraçada... não tinha teto não tinha nada" e de um Relógio "tic tac... tic tac... dia e noite... noite e dia...".

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Eu e Meus Bebês ou Meus Bebês e Eu

 Kelly virada da estrela subindo na cadeira pela minhas pernas, não, ela não cai ela senta e brinca com minhas pernas... é um momento doce... esse bracinho lindooo... é do Ray estávamos vendo e tirando fotos nossas... achei bonitinho e tirei a foto, essa foto saiu por engano, mas gostei dela...

Ela tem um pedaço de nós três, os dois junto com Vitor (que não veio nesse dia) são os últimos a sair quase todo dia, então acaba que temos um vinculo diferente, sei lá... é estranho, crianças cujos responsáveis demoram sempre criam um laço diferente com o educador, a espera é um momento melancólico e intimo, a ausência de outras crianças, o cansaço do dia, a chegada da noite, o silêncio que preenche o barulho, o vazio que ocupa o que antes estava cheio...

Ray, Vitor, Kelly e eu somos quatro esperando... nosso vinculo  nasce da melancolia de uma espera que se prolonga... nessas horas eles ficam mais próximos a mim, mais carinhosos, mais grudados no meu colo... curtimos juntos a tristeza da nossa espera... a diferença é que já passei do tempo em que esperava minha mãe chegar, minhas esperas agora são outras, logo chegará o tempo em que eles também esperarão por outras coisas... espero que eles achem nesses momentos o afago, a companhia e o sorriso que eu encontro neles.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

"Onda" de Suzy Lee

Em dias de tristeza com causas e de saudades do mar lembrei de um livro da coreana Suzy Lee que adoro, amo e etc... um livro só de ilustrações que com o titulo "Onda" conta a história de uma garotinha que vai a praia com sua mãe.... a experiência dela com o mar é narrada totalmente através de imagens.

Várias capas diferentes: um livro que correu o mundo!!!

E que narrativa!!! O livro é simplesmente perfeitooooooooo com todos os "oooosss" do mundo!!!


Ah, a garotinha parece com uma das pequenas que eu tive a honra de "cuidar" em meus caminhos na educação infantil, ela é a cara de Bia, esperta, brincalhona... é um livro ótimo para crianças muito pequenas e para crianças grandes também, afinal o mar fascina a todos nós.

"Onda", na minha opinião, já nasceu clássico e o povo parece concordar comigo, afinal ele já conquistou o prêmio de "Melhor Livro Ilustrado 2008"  pelo The New York Times, "Melhor Livro do Ano 2008 – Álbum Ilustrado Infantil" da Publishers Weekly e "Melhor Livro Infantil" do Ano 2008 da Kirkus Review.

Não digo que indico, pq não sou muito fã de indicar livro o que me agrada muito pode não agradar a outra pessoa... e, a parte brincadeiras, eu não sou lá o que possamos chamar de critica literária néh?!?! Porém, no entanto, todavia... esse livro é apaixonante demais...

Ah e só para constar, como está escrito na RevistaPontoCom, "com poucos traços a carvão, Lee ilustrou em azul, preto e branco o ruído das águas, o bater de asas das gaivotas, o vento que balança o vestido da criança e a conversa silenciosa que se estabelece ao longo da narrativa.". 

E eu digo que Lee mostrou:

A alegria da chegada: sempre me sinto assim quando vou a praia!!!


O espanto da criança diante do mar!!!


O medo diante da força, do bramido das grandes ondas!


E que dançar com as gaivotas e com as ondas é a melhor coisa que existe!

 

O olhar e o sorriso da mãe a observar a filha!

 

O adeus... Ah... A gente vai, mas volta!

 
As lembranças que se leva para casa e para a vida, assim como o sorriso satisfeito \o/!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Para lembrar que hoje é dia das crianças...

Pois é! Hoje é dia das crianças, entre tantas outras coisas... navegando na blogosfera dei de cara com a postagem da Elaine Gaspareto, aí lembrei de uma coisita que queria postar por aqui há algum tempo e nunca lembrava.

Há uma canção que vez ou outras nós cantamos com as crianças da igreja, chama-se "Quando nasce uma criança" e é parte do repertório do grupo Diante do Trono, trata-se de uma canção linda e que considero cheia de verdades, lembrando que sou uma pessoa de fé, uma pessoa que não cre em Deus por exemplo não vai considerar todas as palavras dessa canção verdadeiras, mas acho que havemos de convir que ao menos parte dela faz sentido para qualquer pessoa que tenha vivido uma experiência com a paternidade ou a maternidade, nela o autor diz que:


"Quando nasce uma criança
O mundo inteiro sorri
Porque brilha a esperança,
De algo bom que está por vir
Deus tem um plano para cada bebê
Antes mesmo de nascer
Um lindo propósito uma missão
Um sonho gravado em seu coração
Pra viver e marcar sua geração
E você também precisa saber
Que antes mesmo de nascer
Deus já tinha um plano pra você
Um lindo propósito uma missão
Um sonho gravado em seu coração
Pra viver e marcar sua geração"


Vendo o Luiz Otavio pensei nessa canção e que realmente quando nasce uma criança o mundo inteiro deveria sorri muito pq se trata de algo bom que está por vim, e nós que convivemos com crianças sabemos o quanto é BOM... MUITO BOOOOMMM....

E eu também deixo uma amostra desse muito bom, deixo um pequeno vídeo feito por minha prima do meu lindo e gostoso sobrinho que sabe ri como ninguém, Gustavinho ficou aqui em casa por um tempo enquanto a mãe dele estava trabalhando, todos os dias eu chegava atrasada no trabalho graças a ele (quem quer sair de casa quando uma coisa dessas olha para você e ri assim?).





Ah, nesse video ele ri para a Avó dele, ele tem um caso de amor com ela... e é super correspondido \o/