Meus dias tem sido imensos. Parece que mil coisas conseguem acontecer a todo instante e definitivamente desisti de prever o próximo movimento. Adotei recentemente a estrategia de viver um dia por vez, mas no ritmo atual vou acabar radicalizando e vivendo um instante por vez. Não tem sido raras as vezes nas quais me pego ao fim do dia vivendo algo inimaginável as 4:30 da manhã. Aliás, já que citei o horário no qual acordo, as vezes até o céu da madrugada me prega peças.
Outro dia, ao abrir a porta da cozinha, dei de cara com a Lua cheia. Lion permaneceu placido, eu ao contrario quase não consegui caber em mim de emoção. Deu vontade de chorar, de abraçar a lua e de da risada enquanto o sono parecia formar um casulo em torno de mim. No mesmo dia me peguei apelando para uma dose quase toxica do café da estação final do Metrô Recife/Jaboatão . Por mais que a tia do café seja simpática, e ela é encantadora, o café do metro não é fotogênico, ele é apenas o que precisa ser: negro, quente e real.
Mas nem todas as manhãs são sonolenta. Hoje mesmo, antes das seis da manhã, no meio de uma avenida de quatro faixas entrando em processo de congestionamento vi Desespero nos olhos de uma mulher... Só Deus sabe quais forças empurraram ela no alvoroço do transito, o ônibus inteiro perdeu o ar quando o motorista desviou, as buzinas berraram e todos estavam muito acordados quando desceram na estação. Nunca me senti tão acordada na vida, a dor de cabeça me acompanhou o dia inteiro.
Também tenho me pegado andando pelas ruas procurando coisas que apenas pressinto existirem e mesmo sem ter certeza as encontro. Dou de cara com ratos colados em placas, me esforço para compreender a metáfora e só me sinto um pouco rata também seguindo o fluxo da multidão, tentando ir algum lugar e me perguntando se meu corpo e mente vão aguentar o momento seguinte, se algo não vai me colar no asfalto, jogar os carros contra mim...
Houve dias também nos quais cheguei cedo em casa e me peguei com a velha sensação de está em um dos topos do mundo. Uma carona improvável apareceu e quando dei por mim estava em casa, ainda era dia, escapei do frenesi do transito das 6 e tinha vento, calor agradável e luz do sol me dando um banho. As ultimas horas do dia sempre são as melhores para mim, especialmente quando estou assim no "Alto", no topo do meu mundo.
Aliás, esse não foi o único "alto" a ser vislumbrado pelos meus olhos nos últimos dias. Em uma jogada surpreendente, dei por mim estava no nono andar do estacionamento do Shopping Boa Vista, olhando uma cidade cinza, numa tarde cinza e eu, acostumada as aflições de subir e descer lugares altos degrau por degrau nunca pensei no quanto pode ser aflitivo subir de carro as rampas de nove andares de estacionamento absurdamente vertical. Claudineia merece um prêmio por ter conseguido nos levar e nos trazer de volta. Ainda me pergunto como ela conseguiu.
E tudo isso é muito, mas não foi só o que aconteceu. Esse ano tenho 10 turmas de Ensino Fundamental, só estou lecionando História, está sendo uma aventura também, mas acho que minhas turmas merecem um post imenso só delas. Para fechar esse texto, eu não ia falar do 8 de março, mas ontem quando finalmente sentei para jantar, lembrei do pedaço de bolo que uma amiga do trabalho me deu na hora do almoço e vou deixar o causo registrado aqui.
Mas nem todas as manhãs são sonolenta. Hoje mesmo, antes das seis da manhã, no meio de uma avenida de quatro faixas entrando em processo de congestionamento vi Desespero nos olhos de uma mulher... Só Deus sabe quais forças empurraram ela no alvoroço do transito, o ônibus inteiro perdeu o ar quando o motorista desviou, as buzinas berraram e todos estavam muito acordados quando desceram na estação. Nunca me senti tão acordada na vida, a dor de cabeça me acompanhou o dia inteiro.
Também tenho me pegado andando pelas ruas procurando coisas que apenas pressinto existirem e mesmo sem ter certeza as encontro. Dou de cara com ratos colados em placas, me esforço para compreender a metáfora e só me sinto um pouco rata também seguindo o fluxo da multidão, tentando ir algum lugar e me perguntando se meu corpo e mente vão aguentar o momento seguinte, se algo não vai me colar no asfalto, jogar os carros contra mim...
Houve dias também nos quais cheguei cedo em casa e me peguei com a velha sensação de está em um dos topos do mundo. Uma carona improvável apareceu e quando dei por mim estava em casa, ainda era dia, escapei do frenesi do transito das 6 e tinha vento, calor agradável e luz do sol me dando um banho. As ultimas horas do dia sempre são as melhores para mim, especialmente quando estou assim no "Alto", no topo do meu mundo.
Aliás, esse não foi o único "alto" a ser vislumbrado pelos meus olhos nos últimos dias. Em uma jogada surpreendente, dei por mim estava no nono andar do estacionamento do Shopping Boa Vista, olhando uma cidade cinza, numa tarde cinza e eu, acostumada as aflições de subir e descer lugares altos degrau por degrau nunca pensei no quanto pode ser aflitivo subir de carro as rampas de nove andares de estacionamento absurdamente vertical. Claudineia merece um prêmio por ter conseguido nos levar e nos trazer de volta. Ainda me pergunto como ela conseguiu.
"Hoje eu trouxe bolo!" Ela me disse. Como sou meio lenta respondi: "Ah, mas eu não gosto de bolo." Ela emendou: "Mas eu trouxe para você, por ter me aguentado outro dia..." Fiquei sem palavras, peguei meu bolo, trouxe para casa, pensei sobre isso por todo caminho, mesmo agora continuo pensando e faço questão de reafirmar alguns pontos:
- Não aguentei minha amiga, amigas não são coisas para se aguentar.
- Amigas são para serem sobretudo amadas e quando se ama muita coisa vem na bagagem.
- Amigas são companhia, alento, consolo e ouvido, principalmente ouvido.
- As vezes um ouvido é o melhor socorro.
- Na maioria das vezes quem socorre uma mulher é outra mulher.
- Príncipe encantados não existem, a vida não é um romance histórico.
- Na vida real é nós por nós.
- Quase sempre, raras são as situações de exceção, quem nos escuta, nos abraça, nos socorre e trás um bolo é outra mulher, nossa mana, irmã, parceira, mãe, tia, prima, pessoa desconhecida que já passou pela triste situação de ver o absorvente vazar, desmaiar de cólicas, rasgar a saia...
O 8 de Março é mais um dia de luta, de lembrar quem somos, de onde viemos e para onde queremos ir. Muita força, bolo, café e ouvido para todas nós. E como se tudo isso já não fosse muito, de repente vi minha história de professoras ir parar em um post com o titulo "No Dia da Mulher, cinco mulheres contam suas histórias de luta e superação diárias" um presente que a Barbara Farias deu a mim. Nunca pensei, ainda estou emocionada.
que linda a primeira foto. realmente o dia da mulher é um dia de luta e de direitos e deveres iguais. beijos, pedrita
ResponderExcluirOi Jaci, gostei dos depoimentos no link, vencedoras nesse dia a dia que nos consome.
ResponderExcluirBem observado demonstração de carinho partir geralmente da figura feminina...Um mimo de afeto não tem preço, sabor, intensão...é carinho puro.
Amei seu post, abraço!