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quinta-feira, 17 de abril de 2025

Os Provérbios de Clarice Lispector


Tenho lido, aos poucos e sem pressa, "Todas as Crônicas" de Clarice Lispector e é um deleite para o coração. Essa Clarice quotidiana, contando detalhes do seu dia-a-dia, se abrindo texto a texto, despretensiosamente sincera, traz uma sensação de intimidade, de não ser sozinha no mundo, de ter uma fonte de pequenas alegrias.
"E que não se esqueça, nessa minha fina luta travada, que o mais difícil de se entender é a alegria. Que eu não esqueça que a subida mais escarpada, a mais à mercê dos ventos, é sorrir de alegria. E que por isso e aqui é que menos tem cabido em mim: a delicadeza infinita da alegria." (PRIMAVERA AO CORRER DA MÁQUINA, Jornal do Brasil, 23 de Setembro de 1967).

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Eu existo [Citação 018]

"Não há homem ou mulher que por acaso não se tenha olhado ao espelho e se surpreendido consigo próprio. Por uma fração de segundo a gente se vê como a um objeto a ser olhado. A isto se chamaria talvez de narcisismo, mas eu chamaria de: alegria de ser. Alegria de encontrar na figura exterior os ecoas da figura interna: ah, então é verdade que eu não me imaginei, eu existo." [A SURPRESA, Jornal do Brasil, 19 de Agosto de 1967)
Nunca fui muito amiga dos espelhos, os que tenho em casa ou ganhei ou veio com um móvel ou com a própria casa quando aluguei, mas nos últimos três anos muitas vezes me peguei nessa experiência de vê minha imagem refletida, pensar "então essa sou eu" e fotografar porque em nosso tempo o registo de imagens é quase involuntário. Até hoje pela manhã não sabia nomear a motivação desses registros... agora sei, não é narcisismo, é alegria de ser, é a sensação descrita pela Sylvia Plath em "A redoma de vidro" quando disse: "Respirei fundo e ouvi a batida presunçosa do meu coração. Eu existo eu existo eu existo." (Sylvia Plath).