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domingo, 16 de março de 2014

O oceano no fim do caminho [Desafio Calendário Literário]

Eu estou aqui tentando lembrar em qual mares de literatura li pela primeira vez a frase: "O menino é pai do homem.". Estou tentando resistir a tenção de consultar ao google e força a memória... Mas Deus sabe que quando tudo está a um clique de distancia tudo é mais difícil. Acho que foi Machado de Assis, desconfio que foi em "Memórias Póstumas", quase tenho certeza que no capitulo ele fez desfilar diante de meus olhos absurdados os moldes terríveis da educação das crianças da elite imperial. Mas a certeza mesmo é, independente de quem [onde e com qual propósito] tenha cunhado a expressão, ela me parece ser muito verdadeira agora.

terça-feira, 4 de março de 2014

Você acredita no Destino? [Citação 004]

"Caminhe por qualquer trilha no jardim do Destino e você será instado a escolher. Não uma, mas muitas vezes.
As trilhas se bifurcam e se dividem. A cada passo você faz uma escolha, e toda escolha resulta em trilhas futuras.
No entanto, no fim de uma vida de caminhadas, você pode olhar para trás e ver apenas uma única trilha se estendendo ás suas costas; ou olhar para frente e ver apenas as trevas.
As vezes, você sonha com os caminhos de Destino e reflete sem propósito algum.
As tilhas divergem-se, ramificam-se e reconectam-se. Dizem que nem mesmo o próprio Destino realmente sabe aonde qualquer caminho há de levá-lo, para onde cada guindada ou mudança de direção apontará.
Porém, mesmo se Destino pudesse lhe dar a resposta, ele não o faria.
Destino guarda bem seus segredos.
O Jardim do Destino, você o reconheceria se pudesse vê-lo.
Afinal, há de perambular por ele até morrer.
Ou até muito depois.
Pois as trilhas são longas e, mesmo na morte, não se encerram."
[Neil Gaiman_ Estação das Brumas: um prólogo_The Sandman, Ed. Definitiva, vol. 2, p. 13]
No dia 28 de fevereiro, depois de um longo período de espera, chegou a minha casa o volume 2 da Edição Definitiva de "The Sandman", quadrinho de sucesso do querido Neil Gaiman. Meu plano secreto era ler ele inteiro durante o Carnaval.


Mas não deu! É muita coisa misturada, mitologia cristã, mitologia nórdica e algumas discussões existenciais sutis do tipo que gritam no seu ouvido coisas como: "PARE E PENSE!". Então, depois de ler "Estação das Brumas" eu cedi ao apelo e parei!


Daqui a uns seis meses volto a Sandman e descubro o que se reflete nos "Espelhos Distantes".

Destino dos Perpétuos e seu livro no qual tudo está escrito!

P.S.: Rafael, será que no Livro de Destino nosso encontro na Páscoa já foi escrito?

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O Homem de Ébano - Da série "Sonhos são esquisitos, idiotas e me apavoram."

Eu tenho um sonho recorrente, mas fazia tempo que ele não acontecia. Porém noite passada ele voltou e eu lembrei da frase da personagem de Neil Gaiman, Rose Walker, em "The Sandman": "Sonhos são esquisitos, idiotas e me apavoram.". resolvi tentar escrever sobre ele como tentativa de tira-lo do meu catalogo de sonhos inoportunos.

Desculpem companheiros que se dão ao trabalho de ler as leseiras que escrevo, mas o meu sonho é o que tem para hoje!

Pois bem, sem mais delongas, em meu sonho inoportuno, eu acordo em uma grande cama do tipo que só existe em livros ou filmes antigos e diante de mim há um homem de ébano de costas para mim olhando através de uma janela gigante uma cidade antiga ou recente que repousa sob um céu no qual uma Lua reina como um tipo de divindade antiga.


No fundo da minha mente eu sinto que a criatura que contempla a Lua tem alguma importância para mim e a reciproca é verdadeira.  É como se eu soubesse algo de sua história, dos seus segredos, dos seus medos ou como se ele fosse outra parte de mim... Sei lá, talvez seja, talvez Freud explique...

No entanto, o certo é que de repente eu não consigo mais ficar parada contemplando apenas e o vento quente que chega pela janela me incomoda no meio de tanto pano e então me remexo na cama incomodamente grande e é o que basta para o outro se volta para mim...

E o "se voltar para mim" do outro é o que basta para o sonho se desvanecer... levando embora o quarto saído de um conto árabe, a Lua, a noite e o próprio homem de ébano... E ai é o de sempre: acordo, abros os olhos, confiro a hora no celular, desligo o ventilador, um dos incomodo necessário a quente noite recifense, levanto, escovo os dentes, tomo um banho, visto a roupa, tomo um café, faço a digestão de meu mau humor matinal e comunico ao mundo, nem que seja através de uma rede social, que "sonhos são esquisitos, idiotas e me apavoram".

sábado, 25 de maio de 2013

Instruções, Neil Gaiman

TOQUE A PORTA DE MADEIRA na parede que você nunca viu antes.
Diga “por favor” antes de você abrir o trinco,
passe,
desça o caminho.
Um monstrinho de metal vermelho se pendura da porta da frente
pintada de verde,
como uma aldrava,
não o toque; ele morderá seus dedos.
Ande pela casa. Não pegue nada. Não coma nada.
No entanto,
se qualquer criatura disser que está com fome,
alimente-a.
Se ela dizer que está suja,
limpe-a.
Se ela gritar que está sofrendo,
se você puder,
alivie seu sofrimento.

Do jardim dos fundos você poderá ver a floresta selvagem.
O poço profundo pelo qual você passa leva para o reino do Inverno;
há outra terra no fundo dele.
Se você virar aqui,
poderá voltar em segurança;
você não passará vergonha. Não pensarei mal de você.
Depois de atravessar o jardim, você estará na floresta.
As árvores são velhas. Olhos espreitam dos arbustos.
Sob um carvalho retorcido, uma velha está sentada. Pode ser que lhe peça algo;
entregue a ela. Ela
apontará o caminho para o castelo. Dentro dele estão três princesas.
Não confie na mais jovem. Siga em frente.
Na clareira depois do castelo os doze meses sentam-se ao redor de uma fogueira,
aquecendo seus pés, trocando contos.
Eles podem fazer favores para você, se você for educado.
Você pode colher morangos no gelo de Dezembro.

Confie nos lobos, mas não diga a eles onde você esta indo.
O rio pode ser cruzado de barco. O balseiro vai levar você.
(A resposta à sua pergunta dele é essa:
Se ele der o remo ao seu passageiro, ele será livre para abandonar o barco.
Mas lhe conte isso a uma distância segura.)

Se uma águia lhe der uma pena, mantenha-a segura.
Lembre-se: o sono dos gigantes é pesado demais; as
bruxas muitas vezes são traídas por seus apetites;
dragões tem um ponto fraco, em algum lugar, sempre;
corações podem ser escondidos,
e você os trai com sua língua.

Não sinta ciumes de sua irmã.
saiba que diamantes e rosas
são tão desconfortáveis quando saem dos lábios de alguém quanto sapos e rãs:
mais frios, também, e mais pontiagudos e cortantes.

Lembre-se do seu nome.
Não perca a esperança – o que você procura será encontrado.
Confie nos fantasmas. Confie naqueles que você ajudou vão ajuda-lo por sua vez.
Confie em seus sonhos.
Confie em seu coração, e confie na sua história.

Quando você  regressar, volte pelo caminho por onde veio.
Favores serão devolvidos, dividas serão pagas.
Não esqueça as boas maneiras.
Não olhe para trás.
Monte na águia sabia (você não cairá).
Monte no peixe prateado (você não afogará).
Monte no lobo cinzento (agarre-se bem ao pelo dele).

Há um verme no centro da torre; por isso que ela não ficara de pé.

Quando você chegar à pequena casa, ao lugar onde sua jornada começou,
você a reconhecerá, embora ela há de parecer menor do que você se lembra.
Ande pelo caminho, e atravesse o portão do jardim que você viu só uma vez.
E então volte para casa. Ou faça uma casa.

Ou descanse.

Neil Gaiman
______________

Neil Gaiman é um autor inglês que ficou mundialmente conhecido na década de 1990 por ser o autor da série de quadrinho The Sandman, mas além dos quadrinhos ele também escreve em prosa e verso. Em seus textos ele dialoga com a obra de autores clássicos como Freud, Shakespeare, Allan Poe, os irmãos Grimm, entre outros. Adora flertar como mitos judaicos-cristãos, gregos, muçulmanos, árabes, hindus e etc.

Eu sou aquele tipo de pessoa que é fã dele.

Já faz tempo que não posto aqui textos de outra pessoa, mas hoje acordei com esse texto na cabeça e fiquei com vontade de vim aqui e compartilhar. Espero que gostem!

Ah, só para constar, o texto foi retirado da coletânea de contos e poesias "Coisas Frágeis, volume 2". Recentemente também foi transformado em um livro infantil ilustrado por Charles Vess chamado: "Instruções - Tudo que você precisa saber durante sua jornada".

Bom Fim de Semana a todos e todas!!!


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Meme Literário de Um Mês 2012: Dia 25 – Cite um livro que você achou que iria gostar e acabou não gostando.

O Belas Maldições escrito por Neil Gaiman e Terry Pratchett. Putz eu achei que ia viajar, curtir, me divertir e tudo e tal.

Na verdade eu até me divertir, ri e curti... MAS... Não é tão fácil para uma cristã educada para acreditar no fim do mundo e levar muito a sério todas as profecias do Apocalipse e derivativos encarar um livro no qual tudo isso é levado na piada.

Por mais que Gaiman e Pratchett sejam brilhantes eu ria e sentia culpa, eu sentia culpa e ria...

Foi uma leitura incomoda do B ao S.

domingo, 21 de outubro de 2012

Meme literário de um mês 2012: Dia 21 - Cite 3 personagens literários favoritos.

Salve a imaginação!
(Barbara de S. Araujo, 07.2012)
Cá está outra pergunta complicada. Você cita um personagem e os outros podem ficar com ciúmes. Enciumados começam a fazer barulho e quem controlará essa algazarra mental criada por essa trupe?

Complicado, muito complicado escolher apenas três personagens literários favoritos quando se acumula ao longo da vida vários personagens literários favoritos.

Além do mais, eu sou geminiana, ou seja, eu troco de personagem favorito como quem troca de ideia... E olha, eu troco de ideia com uma facilidade!!! rsrsr....

Mas, vamos tentar... Que nenhum dos meus fofos personagens se sinta ofendido ou desmerecido, se ano que vem eu for participar novamente vou tentar adicionar a lista mais três personagens diferentes.

Quando penso em personagem favorito a primeira coisa que vem a cabeça é a Vovó Cera do Tempo, personagem criada por Terry Pratchett e que aparece em vários livros da série Discworld a bruxa mais incrível que já conheci através dos livros. Quando estiver velha quero ser como ela simples assim. Tem personalidade, foco, força, instinto.

Eu sou super fã dela especialmente porque, com eu, ela detesta tudo que torna as pessoas menos que humanas.

"Ela odiava todas as coisas que predestinassem as pessoas, que as fizessem de bobas, que as tornassem pouco menos que humanas." (Terry Pratchett)

Outro personagem inesquecível é a Elizabeth Bennet de "Orgulho e Preconceito". Fiquei batendo a cabeça na parede por não ter colocado esse livro entre os três +, mas não vou deixar Austen de fora da lista dos favoritos de jeito nenhum.

As vezes as pessoas dizem que eu pareço com a Lizze, mas o fato é que eu li tantas vezes "Orgulho e Preconceito" e gosto tanto da personagem que parte da minha personalidade e forma de perceber e interpretar o mundo foram apreendidas do texto de Austen e Elizabeth Bennet é uma inspiração.

E por fim, excluindo totalmente os personagens masculinos dessa lista kkkk, não posso deixar de incluir a Death de Neil Gaiman. Ela é a encarnação antropomórfica da Morte mais fofa da literatura, sem contar que é uma grande irmão mais velha.

Sou fã do seu estilo, do seu jeitinho de levar a vida, pode parecer mórbido  mas curto demais esse personagem e algumas de minhas amigas sempre que vem ele nos face, blog e orkut dizem que ela é a minha cara, ta que algumas delas não conhece Sandman, mas tudo bem néh!!!

O Meme Literário de Um Mês 2012 é uma ideia saída do Happy Batatinha!

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O Meme Literário de Um Mês 2012: Dia 08 – Cite um livro que você gostaria que nunca acabasse.

Não foram poucos os livros que li e ao chegar nas ultimas páginas desejei que houvessem pelo menos mais cem páginas para que eu pudesse ficar ali lendo mais um pouco enquanto as lágrimas caiam de quatro em quatro de emoção com os personagens ou com a saudade. #SouEmotivaDemais

"As crônicas de Nárnia" de C. S. Lewis, "O Livro das Coisas de Perdidas" de John Connolly, "Stardust: O Mistério da Estrela" de Neil Gaiman, "A casa dos Espíritos"  de Isabel Allende foram livros doloridos de terminar.

Atualmente eu gostaria que "Nebulosidade Variável" de Carmen Martin Gaite não terminasse tão cedo.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Sobre muros...


Outro dia eu tive que refazer o percurso que eu costumava fazer diariamente para ir ao trabalho e um muro me chamou minha atenção porque ele não estava lá há um ano atrás e ele cercava justamente a casa de uma das pessoas com a qual mais fiz amizade ao longo dos 5 anos que passei trabalhando na creche. Uma senhora idosa que costumava sentar na frente de sua casa na mesma hora todos os dias para aproveitar o vento, ver a paisagem e quem passava.

Com o passar do tempo nós duas percebemos que uma sempre passava e a outra sempre estava ali sentada... Então passamos nos reconhecer com um sorriso que passou a um cumprimento dando lugar com o dias, semanas, meses, anos, ao habito de papear. Nas minhas férias da faculdade nós chegamos a ver o sol se por em meio a nossa conversa e isso era muito bom.

Amor, crianças, saúde, vontade de viver eram temas recorrentes em nossas conversas. Aos poucos nós fomos contando uma a outra a nossa vida, nossos dilemas, problemas, buscas por soluções, sonhos, doenças e curas, amores bem sucedidos e mal sucedidos também.

Eu confesso que nunca conheci ninguém com mais amor a vida que essa minha amiga cujo nome eu não conto porque nunca perguntei! Cinco anos de papo e nós nunca nos preocupamos de perguntar coisas uma a outra, a conversa fluía tão naturalmente que nem ela jamais perguntou meu nome nem eu o nome dela.

Minha amiga está além dos 70 e convive com todos os males da idade, tomando medicação diariamente, seguindo uma dieta rígida sem açúcar, sem sal, sem gordura, sem nada, e ainda assim com animo, gostando de viver, achando que vale a pena o estrago. Sem se lamentar pelas dores que se foram ou pelas as que vieram, sendo ainda capaz de sentar na frente de casa para ver o tempo passar em um fim de tarde.

Sei lá, aquele muro alto cercando a casa de minha amiga me causou um certo mal estar. Me fez pensar nos  muitos muros que existem em nossa volta aos quais esse se soma pesadamente, ao menos para mim.

Acabei lembrando dos versos de Robert Frost que aprendi com um dos meus companheiros de virtualidade, o Rafael, "Alguma coisa existe que não aprecia o muro" e nessa lembrança acabo pensando que, talvez, boas cercas não façam bons vizinhos. Acho que boas cercas fazem apenas bons estranhos.

Digam o que disserem sobre segurança ou insegurança, privacidade, cães selvagens, terrores noturnos ou o inferno e suas legiões, talvez se aquele muro estivesse ali há seis anos atrás eu não tivesse conhecido uma das personagens que mais marcaram a história dos meus 20 poucos anos e seria um ser humano muito mais pobre.
________________

P.S.: A proposito de muros, acabei de lembrar de um texto de Neil Gaiman e Dave Mckean que li em Sinal e Ruido, para quem gosta eu deixo aqui...


Vier Mauer
Neil Gaiman e Dave Mckean

ABERTURA

"Alguma coisa existe que não aprecia muro."
Robert Frost escreveu isso, mas também
sugeriu no mesmo poema, "Muro Remendado",
que "Boas cercas fazem bons vizinhos",
então o que podemos dizer?


A PRIMEIRA PAREDE

Tento imaginar quem construiu a primeira
parede. O que ele tinha em mente. Ou ela.
Proteção? Privacidade? Ou outra coisa.

Construímos nossas civilizações com
paredes, que nos dão abrigo e fortaleza.
Mantêm distantes "os outros": as
intempéries, os animais selvagens,
as pessoas que são diferentes. Ao nos dividirem, as paredes nos definem.

As paredes separam as pessoas;
e não só as paredes que construímos.
Talvez as mais assustadoras sejam aquelas
que somos capazes de ver, mas
em cuja existência acreditamos.

A SEGUNDA PAREDE

Eu tive um sonho a respeito disso quando
era pequeno.

No meu sonho havia uma nota, uma nota
musical, um som; e quando ela era tocada todas
as paredes começavam a ruir. E todas as pessoas
de todos os lugares podiam ver...

Podiam ver umas as outras, fazendo as coisas
que as pessoas fazem entre quatro paredes,
Ninguém tinha mais onde se esconder.

Então acordei, e nunca soube se não ter nenhuma
parede era uma coisa boa ou ruim. Não ter onde
se esconder, poder ir a qualquer lugar; sem
fingimento, sem proteção, sem segredos.

A TERCEIRA PAREDE


Disseram-me que a Grande Muralha da China é a única construção
humana na superfície da Terra que pode ser vista do espaço.

Eu nunca vi a Terra do espaço. Não conheço ninguém que tenha
feito isso.

Só vi as fotografias.

Disseram-me que, daquela distância, é muito difícil diferenciar um
país do outro. Era de esperar que eles fossem coloridos, como nos
velhos mapas da escola.

Assim todos diferenciariam.

A QUARTA PAREDE


Quando ouvir dizer que o Muro de Berlim caíra, minha primeira reação foi de
alívio; mas então eu pensei: e se existisse uma jovem que passou anos - metade de
sua vida - pintando naquele muro?

Pintando uma mensagem, ou uma imagem.

Se todas as manhãs ela se levantasse bem cedo, fosse até lá e pintasse um ou
dois traços no muro. Todos os dias, na chuva, no frio, as vezes até no escuro.
Era o seu grito contra a opressão. Seu protesto contra o muro.

Ela estava quase terminando quando o muro foi demolido.
As pessoas poderiam ir e vir livremente. O muro contra o qual ela protestava
não existia mais, assim como sua criação, desfeita em pedaços, vendida a um
colecionador particular.

Tento imaginar como ela se sentiu. Espero que não tenha ficado desapontada.

Eu teria ficado.

ENCERRAMENTO


Talvez devêssemos olhar além das paredes.

Escutem: pintores, escritores, músicos, cineastas e grafiteiros que pintam
frases que brotam como flores luminosas nas laterais de construções
abandonadas - todos vocês.

Existe uma quarta parede a ser demolida.
Governos e autoridades vivem afirmando que boas cercas fazem bons
vizinhos, e aumentam a vigilancia nas fronteiras em um esforço para nos
deixar felizes da maneira como estamos.

Mas alguma coisa existe que não aprecia o muro, e seu nome é
humanidade.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A fúria do Escorpião, a nova porta do quarto e minha estante...

Não, eu não acredito em signos, mas... Lendo alguns sites que falam sobre a fúria das escorpianas tenho que concordar que essas descrições são bem próximas da minha irmã:


"É até difícil convencer alguém de que a sua amada escorpiana tranqüila e simpática é capaz de derrubar um apartamento todo em um ataque de fúria."

"Pode ser manhosa mas parecer carente e fragilizada, por isso não se deixe enganar. Não existe fúria igual à da mulher Escorpião. Quando perde o controle das emoções fica como um vulcão. Ela não é do tipo de mulher que conhece limites quando provocada. Adora parecer uma princesa de contos de fada, uma deusa maravilhosa e ultra-feminina, e fazer com que ela abandone esse papel pode ser muito arriscado!"

Bem, essa é minha irmã, um doce, mas quando se irrita, sai de baixo, acho que até meu pai evita enfrentar Rafaela quando ela tem seus piripaques.

Rafa detesta barulho quando ela quer dormir, e nos últimos seis meses ela passou a dormir mais cedo do que de costume e o barulho da televisão virou um incomodo na vida dela, meu pai adora novelas... Rafa detesta barulho de novela, resultado, momentos de fúria furiosaaaaaaa, ela chega a chorar... É uma danação terrível, resultado [2], meu pai e meu irmão decidiram colocar, enfim uma porta no nosso quarto e assim se livrar da fúria furiosa dela!

Mas, Rafaela se incomoda, meu pai coloca a porta e a bagunça sobra para quem? Sim para minha pobre estante de livros... Para colocar a porta meu lindo e amado pai colocou todos os meus livros abaixo sem respeito nenhum... Se fossem as coisas de Rafaela eu duvido que alguém ousasse fazer essa obra de arte:



E o melhor é que todo mundo me deixou sozinha para arrumar os livros, tudo bem que a ordem e a forma de colocar na estante é uma coisa que só eu sei, que também não aprecio certos tipos de ajuda nesses momentos... Mas, essa arrumação, misturada a poeira da porta, me rendeu uma bela crise alérgica e uma coleção de relembranças e não resisto a tentação de registrar algumas notas sobre elas no bloguito.

Percebi que minha curiosidade pela Psicanalise aumentou sensivelmente nos últimos anos, eu praticamente passei a colecionar os livros da "Série Psicanalise Passo a Passo" da Zahar. O meu preferido é o "Para que serve a psicanalise" da profª. Denise Mourano, o livro funciona como uma aula sobre o assunto, durante a leitura eu me sentia sentada em uma sala de aula vendo e ouvindo ela falar sobre as obras barrocas,  os sonhos, experiências de consultório e por ai vai. Fiquei imaginando o espetáculo que deve ser a aula dela. O meu preterido é Édipo, escrita muito técnica para um livro destinado a leigos.


Foleando meu exempla de "O morro dos ventos uivantes" relembrei uma experiência que tive durante a leitura que jazia esquecida nos mares da memória.


Eu li esse livro nas minhas andanças pelo Recife, em ônibus, filas e intervalos no trabalho, enquanto as crianças dormiam... Lembro que eu já estava nas páginas finais do livro lendo ele na fila do ônibus e a história começou a me pesar, antes de começar a chorar em público (sim eu choro lendo... duas coisas que eu não economizo: lágrimas e declaração de amor #SouMelosa mas estilei nesse dia) eu saí da fila e sentei em um banco para organizar os pensamentos. Foi quando um senhor se aproximou a mim e começou a conversar, no final me deixou um versículo da Bíblia, eu escrevi no livro para não esquecer o momento.


"... alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração..."
(Romanos: 12. 12)

Reencontrei minha antiga edição das "Um aventura em Narnia: o Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa", a tradução de Paulo Mendes Campos, se não me engano, foi a primeira para o português brasileiro.


E no final constatei que até arrumando livros eu gosto de ironia! Não resisti e coloquei um livro de teologia, presente de Natal de um ex-namorado "Fundamentos Inabaláveis", no qual se defende os valores e pensamentos cristãos como preceitos cientificamente comprovados; junto com o livro "Belas Maldições" de Terry Pratchett e Neil Gaiman, onde os autores fazem quase uma sátira com as profecias do livro de Apocalipse a respeito do fim do mundo.

Os livros são opostos, mas se aproximam, ambos foram leituras que eu achei que seriam saborosas, porém se revelaram extremamente incomodas, quase indigestas...


Ah, juntei Emily Bronte, Machado de Assis,  Alexandre Dumas e Poe, quatro grandes mestres do século XIX, fico imaginando que época incrível foi aquela capaz de fazer nascer esses gênios.


No fim, descobri que preciso de uma nova estante, é livro demais para espaço de menos, eu preciso comprar uma nova estante... Mas... de repente me ocorreu um pensamento...

... Será que se eu tiver um piripaque, tipo fúria do escorpião de Rafaela, painho compra uma estante nova para mim???

terça-feira, 25 de outubro de 2011

"Sonhos são esquisitos, idiotas e me apavoram" - Parte 2

Eu já devo ter falado sobre isso aqui, certamente já falei em blogs de amigos, com toda certeza quem me conhece já me ouviu falar isso tantas vezes que já enjoou... Mas é verdade, eu penso isso sobre sonhos eles são geralmente esquisito, idiotas e meio apavorantes... Há claro, os que dizem ser toda noite de sono uma noite de sonhos, simplesmente as vezes não lembramos do que sonhamos, eu não sei ao certo como isso funciona, qualquer dia desses tomo vergonha e começo a estudar um pouco sobre sonhos.


Enquanto o estudo não vem, considero certo o fato de que sonhos bons são ruins porque acabam e você volta a realidade muito frustada, os sonhos ruins, são péssimos porque te colocam lado a lado com o que te machuca e os incompreensíveis são pavorosos porque bem, são incompreensíveis.

E eu estou escrevendo esse post porque essa noite tive um sonho onde um dos meus colegas de virtualidade apareceu de uma forma curiosa e eu não estou afim de guardar o sonho para mim, não estou a fim de contar para meus amigos feitos de carne e sangue e nem estou afim de escrever e-mail para quem quer que seja hoje, então vou colocar aqui no blog mesmo que é meu território livre rsrs e sem mais delongas vou a descrição do sonho esquisito:

"Eu estava aqui na minha cama, no meu quarto, estudando, sentada entre meus actuais livros de estudo quando minha irmã chegou da federal (lugar onde ambas estudamos) me contando que encontrou com um amigo meu que perguntou por mim ao que eu respondi perguntando quem seria esse amigo e ela me respondeu. Só que no sonho eu simplesmente não conseguia lembrar de quem ela estava falando, associar o nome a pessoa, então simplesmente, disse:  "Oxe Rafa, não lembro dele, como ele é?". Só que em vez de responder minha pergunta minha irmã se transformou totalmente, ficou histérica (daquele jeito que faz até Painho fazer o que ela quer)e começou a me acusar:  "Como você pode esquecer dessa pessoa?"; "Você não poderia ter esquecido!" e blá... blá... blá... E eu fui ficando desesperada... desesperada e nada de lembrar... nada de lembrar... Até que acordei, assustada, suada (o ventilador estava desligado rsrsr) e sem lembrar da pessoa em questão... Demorei 15 segundos para associar o nome a pessoa e percebe que se tratava de uma pessoa da virtualidade."

Táh que o sonho é o terreno do barroco, onde vida e morte se encontram, onde sombras e luz se misturam, o sagrado e profano ficam lado a lado em duelos de forças ou posturas de equilibrio, onde os corpos adquirem contornos estranhos nos dialogos entre luz e sombra de maneira que é até natural sonhar que o ser humano com o qual convivo mais concretamente (minha irmã) se encontre com algum companheir@ de virtualidade, com o qual convivo de forma totalmente abstrata.


Também não é de se estranhar que em sonho não haja uma pessoa com quem associar o nome, afinal para muitos companheir@s de virtualidade o nome, o rosto, a vida que se constroe no mundo onde as pessoas são feitas de carne e sangue é um tabu, o que na minha opinião não é ruim, gosto dessa forma liquida de se relacionar, mas realmente não curto sonhos.

Enfim, gravo aqui o sonho porque ele veio da virtualidade e a ela volta para que se feche o circulo e experiência não se repita.

domingo, 9 de outubro de 2011

Cronos...

Cronos - Brenand, 2011.

A mitologia grega nos conta que Cronos, o Tempo, foi o primeiro Titã, filho do Céu, Úrano, e da Terra, Gaia. Temeroso de ser vencido um de seus filhos comia cada um deles sempre que nasciam. Talvez os gregos pensassem ser o tempo um assassino em potencial!

Os judeus também nos contam sobre O Tempo, dizem ser ele uma criação divina e o livro de Gêneses em seus primeiros versículos se encarrega de contar como no Principio Deus criou o tempo:

"No principio, criou Deus os céus e a terra. E a terra era vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz. E houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas Noite. E foi a tarde e a manhã: o dia primeiro."
(Gêneses 1; 1 ao 5)

Neil Gaiman, um dos meus autores favoritos, uma vez escreveu algo sobre ele que nunca esqueci:

"... foram felizes juntos. Não para sempre, pois o Tempo, esse ladrão, acaba levando tudo para seu deposito empoeirado..."
(GAINAN, Neil. Stardust: O mistério da Estrela, pg. 224.)

O tempo é um ladrão com um grande deposito empoeirado onde guarda a infância dos jovens e a juventude dos velhos.

Os historiadores adoptaram para si a ampulheta como símbolo e um historiador famoso, cujo nome eu não lembro, disse/escreveu certa vez que:

"A história é ciência que estuda os homens no tempo."

O tempo seria o lugar onde ocorre a História, onde os homens nascem, crescem, morrem, casam, amam, sonham, sofrem, constroem e colocam a baixo casas, cidades, nações, civilizações. Algumas vezes do dia para noite com os Norte americanos na Segunda Guerra, como os Romanos enquanto construíam seu poderoso Império, como eu e tantos mais em sonhos...

Há os que temem esse titã que nos leva a juventude, os que não gostam de pensar em quão rápido ele passa, no tanto de coisas que leva consigo, há também os que gostam de observar sua passagem e acumulam a tão louvável (e útil?) experiência.

Talvez nada na vida seja de graça, talvez tudo tenha um preço, talvez o preço da maturidade seja a juventude que se escoar como areia na ampulheta de Cronos. A maturidade deve ser aquilo que preenche o vazio deixado pela areia que cai rapidamente da ampulheta do velho titã.

Navegando pelo Em Quantos, esse espaço que a Sônia me ensinou a amar, reencontrei a postagem da Lúcia sobre o Tempo... Essa foi a postagem que me fez pensar sobre o tempo.


"O tempo nos traz à vida.
O tempo determina nossa idade, nossas rugas.
O tempo nos traz o amor.
A inexorabilidade da morte.
O tempo pode ser cruel ou amigo.
Passar devagar, ou depressa demais."
(Lúcia Soares) 

Vale a pena conferir a postagem da Lúcia é só passar lá no
Em quantos...

Oração ao Tempo
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Como prometi, cáh está o resultado do sorteio do livro "Snoopy: assim é a vida", realizado entre os que comentaram e manifestaram o desejo de participar do sorteio lá no Post do Em quantos: "A sorte das pipas"



Dessa vez a colaboração foi do meu irmão do coração, Renato!


Parabéns Cacá!!! Obrigada aos que participaram, amigos queridos que viajam nas minhas viagens e voam comigo pelo caminhos do pensar! :)

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Uma nota...

Acabei de chegar em casa e me sinto determinada a fazer essa nota nesse espaço que é meio blog meio diário, e lentamente começo a perceber que fosse ele apenas diário seria bem mais fácil gravar nessa página em branco o que intento gravar.

Mas, ainda assim vou lá, vou tentar, sei que pode não ser do interesse das pessoas ler esse tipo de coisa, sei que isso pesa e o que vi hoje, apesar de ser chocante, pesado e cabível de reflexão, não vai estampar páginas de jornal ou ser manchete na TV, logo é algo que facilmente ser perde na multidão de memórias.

Enfim, hoje no meio da tarde, quando eu estava no meio de uma aula, falando sobre um historiador marxista que escreveu sobre os trabalhadores ingleses e de como se constituíram e foram constituídos uma classe de repente uma sirene de ambulância interrompeu nossa concentração e a noticia de que uma moça havia pulado do Centro de Filosofia e Ciências Humanas.

Como eu fiz todo o meu curso de História na Federal Rural, quando algo assim acontecia na Federal chegava a mim apenas por eco...

Agora não, estando na Federal isso chega a mim em forma de experiência. Aqui esse tipo de evento parece fazer parte da vida acadêmica da gente, de repente você está em aula e uma sirene toca, de repente você sai do prédio e tem uma menina jovem estirada no chão, de repente você chega na parada e o único assunto entre todos é esse, de repente os que estão ali a mais tempo parecem achar isso simplesmente natural e o eco começa a se espalhar entre os universitários da cidade...

E eu estou escrevendo no meu blog/diário essa experiência tão estranha... Uma nota apenas, com um sabor muito amargo misturada a algumas lágrimas que não tem nenhum sentido de ser, afinal, não era nenhuma das minhas... Mas poderia ou pode vir a ser... Eu não sei!

Engraçado, ontem mesmo estava lendo e reflectindo sobre a Morte com o Rafael, e não, a Morte, ela não pareceu sorrir para os passantes que estarrecidos fitaram seu rosto nessa tarde quente e ao mesmo tempo tão fria...



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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Das minhas visitas a livraria e minhas mais novas companheiras: Aya e Coraline

Será que alguém consegue entrar em uma livraria e sair de mãos vazias estando de posse de uma cartão de crédito promissor? Se existe, essa pessoa certamente não sou eu, desde que dominei a tecnologia do cartão de crédito e da popular prática de dividir em três vezes minhas visitas a livrarias nunca mais foram as mesmas rsrs...


É impossível resistir! Eu entro, só pra da uma olhadinha sem compromisso... Começo a mexer... A remexer... E sempre acho coisas interessantes!

Pronto, é o que basta pra mais alguém se juntar a minha estante que já está ficando pequena para uma população tão grande. O povo aqui só faz brigar um com o outro por um pouco mais de espaço, por esses dias tive que tirar todo mundo do lugar e reorganizar, porque tinha um monte de gente desabrigada... Foi uma bagunça só... uma agonia... rolou até post sobre os meus lindos e fofos livrinhos.

Olha só a bagunça, não resistir tive que fotografar:


Daqui a um tempo eu vou ter que sair para os livros poderem entrar. Só que mesmo assim, sem espaço, sem lugar, eu não consigo, é uma compulsão... Não posso ver um livro interessante que tenho que trazer para a minha caixa, quer dizer, estante.

Por esses dias nos descaminhos das livrarias encontrei com Aya de Yopougon e Coraline:


Decidi falar desses dois livros juntos, pq os dois falam de meninas, tenho as duas personagens principais por companheiras e o que me cativou neles, a principio, foi a forma como as obras me foram apresentadas pelos responsáveis por essa parte do livro.


Seja lá quem foi que se encarregou dessa apresentação caprichou lindamente! A atração foi imediata, tanto que vou reproduzir sim aqui a apresentação de ambos.


"Esqueça tudo o que você já ouviu sobre a África, pois este é um livro que vai mostrar uma outra visão das pessoas que vivem por lá. Em Yop City (é assim que o pessoal chama o bairro de Yopougon), na Costa do Marfim, não se ouve falar de guerra civil, aids ou fome. O que se ouve são as confusões de três amigas, Aya, Bintou e Adjoua, que vivem os mesmos dilemas de tantas outras jovens de sua geração: garotos, festas e dúvidas sobre o futuro. Esta crônica do cotidiano na costa-marfinense no fim dos anos 70 é um pouco do que a própria autora Marguerite Abouet vivenciou, contado de uma maneira sensível e cheia de humor, retratado com incrível vivacidade pelos desenhos de Clément Oubrerie. A beleza de Aya está na sonoridade, nas cores africanas e nos sabores que saltam das páginas, como o aroma da sopa de amendoim (cuja receita, aliás, pode ser lida no "bônus marfinense" ao final do livro). Uma África desprovida de clichês, um retrato social sensível, uma história de amor e amizade."

Aya eu já li, e posso dizer que realmente é tudo isso! Amei, a Marguerite Abouet arrasa. A história é real, foge de estereótipos e como eu também moro em um subúrbio quente me identifiquei nas vivências, nas amizades, nas rotinas. Sem contar que a aAya é a maior Nerd, ai é que me identifiquei mesmo.


"Desde que quatro crianças inglesas descobriram a terra encantada de Nárnia, ninguém iniciava uma viagem fantástica num simples abrir de porta. E desde que Alice seguiu o coelho, ninguém enfrentou coisas tão extravagantes e assustadoras. Você não tem que ser criança para se render ao encanto de Gaiman em Coraline. Entre por essa porta e acredite no amor, na magia, e no poder do bem sobre o mal."

A Coraline eu já não sei, ainda não li, mas conheço Gaiman de outros Carnavais:

Pequeno flagrante do meu vizinho, adorei essa imagem, embora minha gordurinha esteja bem aparente.

Essa coisa de Alice e Nárnia juntos me seduziu definitivamente. Agora o trabalho/prazer é ler e descobrir se realmente Coraline vai enfrentar coisas tão assustadoras quanto Alice e adentrar em um mundo tão fabuloso quanto o de Nárnia.

#Sou viciada em blog.

sábado, 25 de junho de 2011

Sobre minha presunção!

Se não fosse crente seria gótica rsrs...
Morte, é um personagens da história em quadrinhos Sandman, bem, essa menina sorridente do cabelo grande e trajes meio gótico, dispensa apresentações néh?! O que falar sobre ela que o nome em si já não diga???

Deixa eu vê??? Que ela surgiu no volume 8 de Sandman, jogou um pão nele e que há quem diga que a partir desse momento Sandman começou a virar essa história incrível que acabou se tornando? Blá... blá... blá... Outras pessoas melhores que eu já falaram isso, é só colocar no Google que se fica sabendo milhares de detalhes... E não foi por isso que eu comecei esse post falando nela.


Eu comecei esse post falando nesse personagem porque a Morte é minha personagem preferida em toda a obra de Gaiman, tenho a impressão de que entre todos os Perpétuos ela é a que  mais está se encontrando com as pessoas, seja na paz ou na guerra, no inverno ou no verão, no começo da história ou no fim dela. O último grande encontro de todas as pessoas é com ela, o último suspiro, lágrima, sorriso, prece ou desejo vão ser compartilhados com essa pequena e, apesar do peso de suas funções, ela permanece firme e sorridente. A Morte é um personagem que conserva um sorriso no rosto e ar de menina travessa, diz o que pensa, não tem medo de nada e eu tenho a leve impressão que ela gosta demais das pessoas.

Eu também gosto de pessoas, gosto de está com pessoas, de conversar com pessoas, ouvir suas histórias,  entender seus caminhos, sorrir com suas graças, chorar com suas tristezas... Ajudar quando possível, conviver, sei lá, eu sou desagradavelmente fã de gente.

Gosto de criança pequena para colocar no braço e sentir aquele cheiro delicioso, aquela pele gostosa, aquela traquinagem saudável misturada a inteligência ou nada disso, porque nenhuma criança é igual a outra e tem criança que é de paz, é de ficar quieta, é de conversar papos existenciais e fazer perguntas que os filósofos, cientistas e teólogos fazem a milênios sem sucesso.


Gosto de papear com pessoas idosas que viveram em outros tempos, que possuem outros saberes, que sentem a passagem das horas de outras formas, que olha a cidade, a vida, os homens por cima como quem já viu, viveu e creu e não inveja a ninguém... Ou mesmo aquelas senhoras idosas ranzinzas cheia de dores que reclamam do filho, do marido, da passagem do tempo da juventude que se foi.... Ou ainda aquelas senhoras idosas que tem certeza absoluta que a vida não começa depois dos 50, a vida começa AGORA e estão ai, melhor do que eu... Gosto de papear com esse povo que passou dos 60... 70... 80...


Nem preciso dizer que gosto de adolescente, dos meus pareceiros e pareceiras... do clube das mulheres casadas... do clube dos maridos das amigas, especialmente os que me chamam para assistir jogo de futebol, mesmo quando eles torcem pelo Internacional, Cruzeiro ou Sport, porque bem, ninguém é perfeito!

E na verdade é ai que mora o titulo do post, gostar de gente é sempre um risco, uma temeridade... Ultimamente eu venho pesando meus valores, minhas construções afetivas, minhas idas e vindas, minhas histórias repetidas com as pessoas, o tanto que eu fui usada, machucada e derivativos... Começo a pensar que seria melhor seguir o exemplo de Júnior e começar a gostar de Betas.


Ou seguir o de Aline e começar a curtir mais cachorros que gente!

Rambo: eterna criança de Aline!
Eu duvido que Rambo maltrate Aline afectivamente algum dia ou que as betas de Júnior sejam cruéis com ele, mesmo sem querer querendo... Ah, mais eu duvido mesmo!!! E nesse ritmo eu começo até a entender porque Rafaela comprimenta primeira Pi e depois as outras pessoas da casa. Começo a pensar se isso é absurdo ou simplesmente é um reconhecimento a fidelidade canina da cachorra dos zoião!

A cara de Pi!
Eu devia aprender com meus irmão menores a ser menos tola e presumida... Começo a pensar que meu pecado capital é a presunção... Eu presumo demais sobre as pessoas, que elas são legais, que nada de ruim vai acontecer, que não vão me pisar, que eu não vou pisar e me arrepender em seguida... Que não vai haver abuso, excesso, maldade, uso... É tão ruim se sentir usada... Isso está se transformando em uma coisa tão comum em minha vida... Já tá ficando rotineiro de um jeito que eu começo a pensar onde vou parar nesse ritmo!

O pior é que a essa altura do campeonato eu já convivi com tanta gente que algumas coisas já consigo prever, sei onde vai dar, mas, e talvez esse MAS seja minha maior presunção, eu sempre penso que vou aguentar, que sei que é assim mesmo... que não vou sofrer, que não vou chorar... que vou consegui manter o sorriso no rosto, o ar amigo... e seguir em frente!

Achar que vai dar para suportar talvez seja a maior das minhas presunções idiotas, mais pouca idiotice para mim é bobagem néh!!! Não dá para sorrir sempre. Nem todas as pessoas valem a pena o estrago. Eu não suporto mais ser quebrada desse jeito.

Estou cansada!

Começo a pensar seriamente que entre gostar de cachorros, peixes ou gente, o estúpido é gostar de gente, talvez os meus irmãos estejam certos!
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Ainda hoje eu li um texto da Cris, lá do Cafofo, falando sobre blogueiros malas, depois que escrevi esse post eu pensei: realmente eu sou uma mala... Esse post ficou enoooorrrrmeeeeeee.... Eu fiz o blog de diário de novo e sim... sou irremediavelmente mala! kkkkkkkk....