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sábado, 20 de outubro de 2012

Meme Literário de Um Mês 2012: Dia 20 – Cite 3 livros especiais na sua vida.

Citar três livros especiais é osso néh!!! Desde que aprendi a ler aos sete anos e descobri o mundo foram e vieram muitos livros especiais, tantos que é difícil escolher apenas três.

Pegar três para falar pode até deixar os outros com ciúmes... OoOoOoOoOohhh que dor!!!

Mas vamos lá tentar!

O primeiro livro especial a é a BÍBLIA, não só por sua relação com minha fé, mas por ter me acompanhado desde sempre.

Lembro de quando comecei a aprender as letras e do meu exercício lúdico de ir abrindo a Bíblia do meu avô e consegui identificar o N, o A, o L, o G, lembro de ler as palavras "Gêneses", "Números", "Lucas, "Mateus", "Jesus", que também se escreve com J, que era a minha letrinha!

Também tive a oportunidade de frequentar a Escola Dominical e a casa do meu Avô, locais nos quais tive a oportunidade de conhecer as histórias de Gênese, Êxodo e do Novo Testamento e fui incentivada desde cedo a construir a pratica da leitura do texto sagrado para  conferir com meus olhos se o que ouvia realmente estava escrito, ou seja, mesmo se hoje ou amanhã eu venha a deixar de crer tenho sempre o dever de admitir o papel importante da Bíblia no meu processo de letramento ou alfabetização.

O segundo que não posso deixar de citar é o "Ulisses entre o amor e a morte" do piauiense Orlando G. Rego de Carvalho. Esse livro participou ativamente de minha formação como leitora. Ele chegou aqui  por volta de 1996, veio na mala de meu pai, nessa época ele trabalhava em uma empresa de ônibus interestadual fazendo a linha Recife - São Luiz com escalas por Teresina e ganhou de um passageiro a edição que ilustra a foto em perfeito estado e com dedicatória que eu apaguei com corretivo. #EraBurra

Não sei explicar porque curti o texto, mas curti, estava e está claro que o texto de Orlando não é para crianças, mas eu li e reli muitas e muitas vezes esse livro ao longo desses 26 anos de vida.

Como podem ver o livro está detonado, eu não fui uma criança cuidadosa, mas acreditem ele tem até sorte, muitos dos meus livros nem sobreviveram a minha adolescência.

E por ultimo, mas não menos importante, cito o inesquecível "O eu profundo e os outros eus" do Fernando Pessoa. Já falei muito sobre ele nesse livro aqui, acho que ninguém aguenta mais ler a respeito, então não vou me alongar, quem me conhece sabe.


sábado, 6 de outubro de 2012

Meme Literário de Um Mês: Dia 06 – Um livro que todos deveriam ler pelo menos uma vez.

Acho que na sociedade ocidental um livro que todo mundo devia ler ao menos uma vez na vida é a Bíblia ou no minimo o Novo Testamento.

Nem tanto por questões de fé, mas sim porque a mitologia cristã (que para mim não é mitologia é Verdade) ocupou durante séculos um lugar central em todos os níveis de nossa sociedade e até hoje fundamenta opiniões e comportamentos políticos, sociais, econômicos e derivativos.

Tanta coisa é influenciada pela forma como as pessoas leem e interpretam o texto Bíblico, tantos usam suas palavras para impor ou defender ideias que mesmo se eu não fosse cristã investiria parte de meu tempo conhecendo o conteúdo da Bíblia só por garantia de saber em que chão piso.





domingo, 9 de outubro de 2011

Cronos...

Cronos - Brenand, 2011.

A mitologia grega nos conta que Cronos, o Tempo, foi o primeiro Titã, filho do Céu, Úrano, e da Terra, Gaia. Temeroso de ser vencido um de seus filhos comia cada um deles sempre que nasciam. Talvez os gregos pensassem ser o tempo um assassino em potencial!

Os judeus também nos contam sobre O Tempo, dizem ser ele uma criação divina e o livro de Gêneses em seus primeiros versículos se encarrega de contar como no Principio Deus criou o tempo:

"No principio, criou Deus os céus e a terra. E a terra era vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz. E houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas Noite. E foi a tarde e a manhã: o dia primeiro."
(Gêneses 1; 1 ao 5)

Neil Gaiman, um dos meus autores favoritos, uma vez escreveu algo sobre ele que nunca esqueci:

"... foram felizes juntos. Não para sempre, pois o Tempo, esse ladrão, acaba levando tudo para seu deposito empoeirado..."
(GAINAN, Neil. Stardust: O mistério da Estrela, pg. 224.)

O tempo é um ladrão com um grande deposito empoeirado onde guarda a infância dos jovens e a juventude dos velhos.

Os historiadores adoptaram para si a ampulheta como símbolo e um historiador famoso, cujo nome eu não lembro, disse/escreveu certa vez que:

"A história é ciência que estuda os homens no tempo."

O tempo seria o lugar onde ocorre a História, onde os homens nascem, crescem, morrem, casam, amam, sonham, sofrem, constroem e colocam a baixo casas, cidades, nações, civilizações. Algumas vezes do dia para noite com os Norte americanos na Segunda Guerra, como os Romanos enquanto construíam seu poderoso Império, como eu e tantos mais em sonhos...

Há os que temem esse titã que nos leva a juventude, os que não gostam de pensar em quão rápido ele passa, no tanto de coisas que leva consigo, há também os que gostam de observar sua passagem e acumulam a tão louvável (e útil?) experiência.

Talvez nada na vida seja de graça, talvez tudo tenha um preço, talvez o preço da maturidade seja a juventude que se escoar como areia na ampulheta de Cronos. A maturidade deve ser aquilo que preenche o vazio deixado pela areia que cai rapidamente da ampulheta do velho titã.

Navegando pelo Em Quantos, esse espaço que a Sônia me ensinou a amar, reencontrei a postagem da Lúcia sobre o Tempo... Essa foi a postagem que me fez pensar sobre o tempo.


"O tempo nos traz à vida.
O tempo determina nossa idade, nossas rugas.
O tempo nos traz o amor.
A inexorabilidade da morte.
O tempo pode ser cruel ou amigo.
Passar devagar, ou depressa demais."
(Lúcia Soares) 

Vale a pena conferir a postagem da Lúcia é só passar lá no
Em quantos...

Oração ao Tempo
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Como prometi, cáh está o resultado do sorteio do livro "Snoopy: assim é a vida", realizado entre os que comentaram e manifestaram o desejo de participar do sorteio lá no Post do Em quantos: "A sorte das pipas"



Dessa vez a colaboração foi do meu irmão do coração, Renato!


Parabéns Cacá!!! Obrigada aos que participaram, amigos queridos que viajam nas minhas viagens e voam comigo pelo caminhos do pensar! :)

domingo, 1 de maio de 2011

Entre epopéias, cordéis, profecias e sonhos!

Por esses dias meu irmão tem lido um livro de J.R.R. Tolkien, "O Silmarillion", diz a Wikipédia que trata-se de "uma coletânea de trabalhos mitopoéticos que foi editada e publicada (após sua morte) por seu filho, Christopher Tolkien, em 1977...", bem deixo os detalhes dessa edição aos fãs de Tolkien, o que me interessa é que como meu irmão tem o costume de ler em voz alta e um talento natural para escolher sempre lugares próximos a mim eu tenho vivido a experiência de trabalhar escutando a narrativa do Silmarillion.


Essa experiência não tem sido de toda ruim, a narrativa de Silmarillion é realmente carregada de lirismo, me lembra a Bíblia, me faz recordar o Apostolo João narrando o principio do mundo em seu evangelho ou falando de guerras entre anjos e anjos ocorridas antes do principio do tempo que conhecemos na terra, me lembra Ezequiel lamentando o pecado de alguém que esteve no distante Edén e mesmo coberto de jóias, um querubim ungido, se rebelou contra Deus e foi expulso de sua presença.

Tolkien me faz lembrar de apóstolos e profetas revelando histórias de antes do surgimento do mundo,  seus escritos tem mística.


Mística também é o que não falta a nova novela da Globo, depois de vários dias tentando assistir os primeiros capítulos dessa nova empreitada global que trouxe para as tela o delicioso lirismo das histórias escritas naqueles livrinhos que se vende preso em uma corda e por isso são chamados de Cordel. Que existem na França e em Portugal, muito antes de existir Nordeste do Brasil, mas que todo brasileiro que se prese pensa quase sempre que é original das terras quentes de nosso sertão nordestino.


Também  é impossível não sentir na narrativa dessa novela, que retrata com inegável doçura aquele nordeste perdido nos sonhos dos intelectuais do Movimento Armorial e eternizado nas artes que eles produziram, o peso das profecias bíblicas. 


Logo no primeiro capitulo o Rei tem um sonho com direito a Matheus Nachtergaele explicando em tom profetico que:

"O fogo, a chuva, a açucena em flor é o sinal que eu estava esperando. O fogo, o poder de um Rei que vai chegar de longe. A chuva a fartura que vai tirar o poder do Sertão. A flor vermelha, uma açucena, a riqueza de um novo tempo que o Rei vai trazer."
(Cordel Encantado)

Impossível não lembrar do choroso Jeremias, um dos meus profetas preferidos, anunciando as palavras do Senhor a Israel: 

"Eis que vem dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; sendo rei, reinará, e prosperará o juízo e a justiça sobre a terra." 
(Jeremias 23, 5)

É inegável na que na cultura que o Ocidente, nós, temos construído ao longo dos séculos, desde Santo Agostinho, o Bispo da distante Hipona da qual só resta as ruínas, até os nossos  dias de longas e rebuscadas epopeias Tolkianas e folhetins televisivos, inumeros sonhos onde peso das palavras da Bíblia inspiram explicações e esperanças para o passado, o presente e o futuro.


Eu me pego pensando se isso é tão bom quanto é lírico.

As vezes, não sempre nem constantemente, me parece que enquanto esperamos um Rei que venha e execute juízo e justiça sobre a terra ficamos parados sofrendo com as injustiças e os desvarios da terra... Me pergunto se é realmente possível que alguém que venha, seja do interior do Pernambuco, de um passado de luta contra uma Ditadura qualquer ou de um reino distante, chegue e com equidade resolva do alto de seu trono de poder os nossos problemas.

Será isso realmente possível ou é apenas um sonho que nos ensinam a sonhar das mais diversas formas para que possamos suportar cotidianamente nossos sofrimentos diários sem que sintamos culpa por nossa falta de capacidade de mobilização pessoal?

E eu não falo sobre a volta de Cristo, certeza  e ponto de equilíbrio máximo dos que são cristãos (como eu), mas daquilo que nos faz pensar que algo como um corpo de politico, intelectuais, presidente ou algo do gênero, imbuído(s), impregnado(s) até a medula de todos os altos ideias, nobreza, honra e honestidade, possa chegar no topo do nosso mundo e resolver todos os problemas organizando a sociedade de uma forma perfeita e clássica para que nós, meros mortais sem dons sobrenaturais ou privilégios divinos, possamos desfrutar da vida em um mundo perfeito.

As vezes acho que há algo de terrivelmente danoso nessa ideia de salvadores vindos de reinos distantes que circula em nossa sociedade, nessa coisa de esperar que a solução venha sempre de alguém que ou está em cima ou é por nós colocado em cima...

Acho mesmo que há algum problema em elevar alguém ao estado de realeza  ou conferir privilégios a quem quer que seja e esperar que as soluções necessárias para a miséria nossa de cada dia, que é pior para uns do que para outros, possa vim de cima para baixo, como dádiva, como favor, como algo pelo qual não precisamos lutar, afinal, em algum momento alguém vai chegar e nos da  a solução de tudo como forma de recompensa por estamos cotidianamente sofrendo as pauladas da vida silenciosamente.

E, enquanto esse dia glorioso não chega nós curtimos nossas migalhas de liberdade, afinal, sempre podemos, nas palavras de Fernando Pessoa:

"Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!"

Imagem daqui!