Acabei de chegar em casa e me sinto determinada a fazer essa nota nesse espaço que é meio blog meio diário, e lentamente começo a perceber que fosse ele apenas diário seria bem mais fácil gravar nessa página em branco o que intento gravar.
Mas, ainda assim vou lá, vou tentar, sei que pode não ser do interesse das pessoas ler esse tipo de coisa, sei que isso pesa e o que vi hoje, apesar de ser chocante, pesado e cabível de reflexão, não vai estampar páginas de jornal ou ser manchete na TV, logo é algo que facilmente ser perde na multidão de memórias.
Enfim, hoje no meio da tarde, quando eu estava no meio de uma aula, falando sobre um historiador marxista que escreveu sobre os trabalhadores ingleses e de como se constituíram e foram constituídos uma classe de repente uma sirene de ambulância interrompeu nossa concentração e a noticia de que uma moça havia pulado do Centro de Filosofia e Ciências Humanas.
Como eu fiz todo o meu curso de História na Federal Rural, quando algo assim acontecia na Federal chegava a mim apenas por eco...
Agora não, estando na Federal isso chega a mim em forma de experiência. Aqui esse tipo de evento parece fazer parte da vida acadêmica da gente, de repente você está em aula e uma sirene toca, de repente você sai do prédio e tem uma menina jovem estirada no chão, de repente você chega na parada e o único assunto entre todos é esse, de repente os que estão ali a mais tempo parecem achar isso simplesmente natural e o eco começa a se espalhar entre os universitários da cidade...
Agora não, estando na Federal isso chega a mim em forma de experiência. Aqui esse tipo de evento parece fazer parte da vida acadêmica da gente, de repente você está em aula e uma sirene toca, de repente você sai do prédio e tem uma menina jovem estirada no chão, de repente você chega na parada e o único assunto entre todos é esse, de repente os que estão ali a mais tempo parecem achar isso simplesmente natural e o eco começa a se espalhar entre os universitários da cidade...
E eu estou escrevendo no meu blog/diário essa experiência tão estranha... Uma nota apenas, com um sabor muito amargo misturada a algumas lágrimas que não tem nenhum sentido de ser, afinal, não era nenhuma das minhas... Mas poderia ou pode vir a ser... Eu não sei!
Engraçado, ontem mesmo estava lendo e reflectindo sobre a Morte com o Rafael, e não, a Morte, ela não pareceu sorrir para os passantes que estarrecidos fitaram seu rosto nessa tarde quente e ao mesmo tempo tão fria...
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Engraçado, ontem mesmo estava lendo e reflectindo sobre a Morte com o Rafael, e não, a Morte, ela não pareceu sorrir para os passantes que estarrecidos fitaram seu rosto nessa tarde quente e ao mesmo tempo tão fria...
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Primeiro de tudo, brigada pela visita e apoio la no meninas!!
ResponderExcluirSuicidio é algo que sempre me choca. Não sei porque, acho que me choca mais do que a outras pessoas. Me faz pensar na vida de quem se matou, o que devia estar tão errado, o que ninguém percebeu, ou percebeu e não ligou? É triste pensar que as vezes a vida dos outros possa ser tao decepcionante que para esses outros não vale ser mais vivida.
Muitos dizem que todos temos direito de viver ou morrer. Bom, é verdade. Mas se a morte parece (veja bem, parece, pois sempre existem possibilidades, ainda que a dor, o medo e a desesperança não deixe enxergar), a única opção é porque a pessoa está inundada em desespero. Muitos de nós falamos que todos tem direito de escolher a morte, por medo. Medo de termos que fazer algo. Medo de não conseguirmos fazer algo. E assim, o "tirar a vida" se torna um número e não uma tragédia. Ninguém em equilíbrio, feliz e saudável se mata. Devemos ter um olhar mais apurado para o outro e desviar um pouquinho do próprio umbigo.
ExcluirAbraços!
Pandora, as coisas estão tomando um rumo muiot estranho enssa vida..No mundo todo, os jovens estão perdidos, sem alento, sem perspectiva. Claro que nem todos, claro que temos milhões de jovens equilibrados, com uma educação familiar, com alegria no coração, com certezas para o futuro. Mas notícias assim nos chocam, nos desanimam...O que pode levar uma pessoa aparentemente normal a cometer uma loucrua dessas? E o caso do menino de apenas 10 anos, que aprecia ajustado, tinha uma vida familiar boa, como explicar?
ResponderExcluirTenho minha teoria, mas as pessoas viram o rosto quando falo.
Então, continuamos sem saber quem vai ser atingido por uma bala, sem motivo nenhum;
quem vai pular de uma janela, sem motivo nenhum;
quem vai sair embriagado, dirigindo, atingindo quem está na calçada...
Sinto muito pela moça.
Beijo!
Jaci, porque isso acontece? As vezes essas tragedias não cabem em minha mente. Não consigo interpretar o que leva alguem a fazer tal. Seria um momento apenas? E de repente? Ou a longo prazo? Triste. Decepcionante. Alguem que ta estudando. Todo um futuro. De repente, o rompimento. Oremos.
ResponderExcluirOi Liv, eu é que agradeço por poder visitar espaços como o seu!
ResponderExcluirTambém me choco com o suicídio, também me faz pensar na vida!
É verdade Lúcia, a vida tem esse costume de tomar rumos estranho e as vezes eu tenho a impressão que não nos resta muito a fazer senão sentir muito e esse sensação de impotencia as vezes é algo que sufoca!
Mari, são tantas perguntas e a gente não chega a resposta alguma néh! É doloroso!
O suicídio é algo que mexe comigo, porque já tentei algumas vezes e sei como a pessoa está se sentindo pra chegar a esse ponto.
ResponderExcluirQuando estudei na UERJ, Universidade pública também, nela tem uma escadaria externa e o prédio é bem alto e também ocorrem muitos suicídios. Estranho isso! Você contando esse tipo de coisa, parece que é meio que normal nas universidades. Ou seria o tipo de construção dos prédios que favorece? Como saber?
Beijocas
Olá Dama :)
ExcluirPor isso que acho tão importante ter acompanhamento psicológico nas Universidades! A pressão é grande no mundo acadêmico e também a outra parte: família, finanças, amores...acho que isso acaba favorecendo.
Mas não esqueçamos, SEMPRE existem possibilidades! Precisamos tirar a dor, medo e desesperança que nos vendam!
Abraços
Oi Pandora,
ResponderExcluira morte de alguém sempre me deixa muito chocada e entristecida.
Quando é uma jovem e ainda suicidio?
Dá uma sensação que a pessoa estava numma grande solidão, abandono e falta de expectativa.
Triste, muito triste.
Bjos.
AS PESSOAS ESTÃO MUITO FRIAS QUANDO SE TRATA DE DESGRAÇAS ,PARECE QUE ESTÃO ACOSTUMADAS A VER ESSAS CENAS A TODA HORA,E EU SOU COMO VC FICO MUITO TRISTE SEMPRE QUE ME DEPARO COM ESSAS SITUAÇÕES!
ResponderExcluirBEIJO
Olha, minha querida... sei q esse tipo de coisa choca. Já aconteceu com pessoa próxima e até hoje não entendemos o porquê e mesmo quem não era tão próxima se pergunta o q poderia ter feito para evitar. A resposta é... nada. Ninguém pode mudar as decisões q uma pessoa toma lá no íntimo do seu ser. A gente não consegue sequer fazer um fumante parar de fumar, por mais lógicos q sejam nossos argumentos!
ResponderExcluirO q estou vendo é que hoje as crianças e jovens dão muito mais importância à opinião dos outros. Então, qualquer coisa externa pode abalar o frágil interior.
Meu Deus querida... que susto, que dor! Sem palavras! Já presenciei algo parecido, uma vizinha se suicidou e caiu na beira da minha janela! Acordei um mega barulho, abri a janela e não esqueço os olhos dela agonizando... passaram-se uns 15 anos e ainda lembro extamente. Graças a Deus ela sobreviveu, justamente por ter parado na janela, se tivesse ido até o chão (mais 2 andares p/ baixo) certamente não teria sobrevivio.
ResponderExcluirSinto muito viu?! Bjo grande em vc!
Acho que falamos disso meio que por cima no twitter, né?
ResponderExcluirSim, é chocante, mas no mundo monstruoso em que vivemos, isso passa por natural. No entanto, cá estamos, apaixonados incuráveis pela humanidade, espantados e lamuriantes por cenas assim e, especialmente, por não conseguir enxergar uma possibilidade de mudança no horizonte.
Temos é que nos corrigir e lembrar que cada um decide o que faz e que, infelizmente, não podemos interferir.
Pandora,
ResponderExcluircoincidentemente, em 2009 uma amiga e colega de trabalho minha suicidou-se saltando do quarto andar na UFMG. Muito depois eu soube que uma pessoa muito especial para mim mas com a qual não tinha contato, também havia se suicidado mais ou menos na mesma época. Em ambos os casos, as emoções que experimentei foram devastadoras, passando do choque,à raiva, ao desespero e uma multidão de sentimentos que nos deixam desolados, sobretudo o sentimento de impotência. Fica aquele pensamento de que "se eu estivesse lá...", quando no fundo sabemos bem que se lá estivessemos, pouco poderíamos ter feito para evitar o que aconteceu ou quando muito, o poderíamos adiar.
O que quase nunca fazemos é tentar compreender os motivos, as razões (sim, embora pareça absurdo afirmar uma coisa assim, existe uma lógica, equivocada ou não não me cabe julgar, neste gesto extremo). O que levou a pessoa a saltar para o abismo em cuja beirada vivemos todos, conscientes ou inconscientes?
Costumo usar a metáfora, um tanto mórbida, sobre a pessoa que num predio em chamas, opta por saltar para a morte, quando se convence de que a escada do bombeiro não vai chegar a tempo. A pessoa no caso, escolhe não sofrer uma agonia maior e...Bem, o fato é que a vida, embora estejamos social e até espiritualmente inclinados a pensar como um valor absoluto, não o é, quando posta diante de outras coisas.
Eu, pessoalmente, colocaria acima da MINHA vida, a Liberdade, a Dignidade e a independencia. Sem estas coisas, eu preferiria morrer como um leão a viver como um cão.
Não se trata de tentar justificar o suicídio, mas de ponderar que para algumas pessoas, a morte pode ser uma escolha preferível a certo tipo de vida.
Sinto muito, mas creio que meu comentário está fundado num sentimento de perda com o qual tento racionalizar, porque embora já tenha libertado de minhas lágrimas a minha amiga que morreu na UFMG, ainda tenho um longo luto não elaborado pela outra que aspirou a morte meses depois...
PS: Embora compartilhe com você, Rafael e quase todos os meus amigos o gosto por Gaiman, não gosto de imaginar a morte como a Personagem elaborada por ele pelo seguinte motivo: Não temo, mas não gosto e nem quero gostar dela(prefiro Delírio). Prefiro imaginá-la como a Morte no filme "O Sétimo Selo", uma figura detestável contra a qual eu possa duelar...Mesmo que seja no jogo de xadrez, porque ela e eu temos contas a acertar...
Não acho nada disso normal, mas também não condeno quem queira decidir a hora da própria morte. Covardia ou coragem? Também não sei! Mas já vi uma pessoa arrependida, tentar voltar atrás e daí não tinha mais jeito; posso te garantir que foi a pior morte que eu soube e se lhe contar também ficará pasma! Mas tem gente que é dramática até na hora de morrer.
ResponderExcluirEssas mortes em universidade tem a ver com estresse, competição e às vezes pressão da família. Como prevenir isso?
Bom fim de semana! Beijus,
Oi
ResponderExcluirO mais trágico disso tudo é que ficou bonito manter a "tradiçao" dos suicídios no CFCH. Ninguém faz nada pra evitar.
Quanto a seus cabelos, quem me dera os meus estivessem precisando de volume rsrs. Mas é assim mesmo, somos diferentes e sempre queremos o que os outros tem e vice versa.
beijos e bom domingo
Muito triste! A vida é muito triste! Talvez seja por isso que alguns acabam optando por escolher outro caminho triste, sem volta, a morte, o nada!
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