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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Heróis, aniversário do blog e uma blogagem coletiva!

"Estava eu perambulando na seção de filmes de uma loja quando me deparei com um bluray do 3º filme dos X-Men - O Confronto Final (que pra mim foi o melhor e ainda morro de raiva porque os diretores e a Fox não continuaram a história) por 19,90 um preço bastante justo para um filme Bluray neste mercado caríssimo!! Então segurei! Tá bom, eu já assisti o filme, e ele já é velho, mas gosto de ter original quando vale a pena. O que aconteceu foi que na fila do caixa me deparei com outro adulto e em suas mãos o filme do Batman... Conversamos sobre heróis e filmes, indicações, etc, ao sair vi um terceiro adulto com o filme dos Avengers nas mãos. Voltei para casa com a pergunta na mente: "Afinal, quem é que consome os produtos de heróis nos dias de hoje? crianças ou adultos?""

O paragrafo com o qual comecei o texto foi retirado do post do Alexandre feito para o blog "Do que eu quero" e eu destaquei ele porque a inquietação dele em relação aos heróis e quem gosta de filme de heróis me chamou atenção... Realmente os filmes de heróis hoje não são nada infantis, algumas crianças até curtem, pelos efeitos especiais, pelo colorido dos uniformes, pela influencia dos pais, mas quando a gente senta nos cinemas não são os pequenos a maioria, quem domina a cena mesmo é a nerdaiada adulta toda.  Parece que eles são feitos para realizarem os sonhos infanto-junevis dos adultos de hoje e eu tenho a impressão que a gente cresce e nossos heróis de infância permanecem firmes e fortes dominando nosso imaginário.

Boa parte dos meus companheiros de virtualidade vem lá vem cá estão falando sobre algum desses personagens, seja ele do universo DC, Marvel ou do mundo dos animes. Quantas vezes a Ana Seerig me criticou e critica por não ter colaborado com a Genkidama feita pelo Goku de Dragon Ball para salvar a terra??? #Inúmeras Quanta emoção eu senti no texto que a Mi fez sobre o ultimo filme do Batman no seu blog, até eu que não sou fã fiquei com vontade de ver "Batman - O Cavaleiro das trevas ressurge"!!!

Então que quando o Alexandre falou em uma nova blogagem coletiva eu lembrei do aniversário do meu bloguito e nessa coisa de heróis e nasceu a ideia de agora no final de janeiro, mais especificamente no dia 31 de Janeiro, propor uma blogagem coletiva de aniversário com o tema: "Meu Herói ou Heroína de Infância" na qual a ideia é falar sobre aquele herói que marcou nossa infância e que ainda nos leva a sentar e ver um desenho, assistir um filme ou ler ler um gibi ou nos faz recordar o melhor de nossa infância.

Há, quem não teve um heróis de infância tipo Marvel, DC ou animes e quiser participar também pode... Pode falar de desenho animado, séries, novela, livro ou até membro da família... Pode ser herói, heroína ou algum animal que participava de algum desenho e você simplesmente amava. Ah, e se seu personagem favorito era o vilão... Bem, se você quiser pode falar sobre ele também e contar porque você não gostava do bonzinho e sim do malzinho, se bem que os vilões que amamos odiar mereciam outra blogagem para falar só deles \o/

E para não passar em branco, já que é aniversário, eu vou sortear entre os participantes um livro, sobre o qual falarei em um próximo post.

E sim, as regras:


- Incluir no post o banner da blogagem coletiva;
- Postar seu texto no dia 31 de janeiro de 2013;
- Deixar o link para seu post através do  Add Tour Link no do dia 31 de Janeiro aqui no blog.




sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Meme Literário de Um Mês 2012: Dia 05 – Você costuma ler graphic novels e/ou gibis?

Eu amo HQs, gibis, mangás, e derivativos!!!

Há quem diga que são coisa de criança, mas e não ligo muito, acho uma delicia e uma forma maravilhosa de se contar uma história.

Alias, curto tanto Gibis e derivativos que as imagens que geralmente costumam ilustrar meus perfil saem de HQs, como Death, saída do Universo de Sandman. 

Aliás, porque eu to dizendo isso a vocês? É claro que todo mundo que passa por aqui sabe que eu gosto de HQs!!! Tá na cara rsrsrs...


terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Qual o sentido do Natal mesmo?!?!

Pode-se pensar que assim não há espirito natalino que resista, mas nem com essa explicação detalhada eu me deprimo... Continuo gostando do Natal, isso só prova que esse sentimento que nos toma é mais antigo do que poderíamos supor...

Ah, acho que para ler tem que clicar na imagem!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Das minhas visitas a livraria e minhas mais novas companheiras: Aya e Coraline

Será que alguém consegue entrar em uma livraria e sair de mãos vazias estando de posse de uma cartão de crédito promissor? Se existe, essa pessoa certamente não sou eu, desde que dominei a tecnologia do cartão de crédito e da popular prática de dividir em três vezes minhas visitas a livrarias nunca mais foram as mesmas rsrs...


É impossível resistir! Eu entro, só pra da uma olhadinha sem compromisso... Começo a mexer... A remexer... E sempre acho coisas interessantes!

Pronto, é o que basta pra mais alguém se juntar a minha estante que já está ficando pequena para uma população tão grande. O povo aqui só faz brigar um com o outro por um pouco mais de espaço, por esses dias tive que tirar todo mundo do lugar e reorganizar, porque tinha um monte de gente desabrigada... Foi uma bagunça só... uma agonia... rolou até post sobre os meus lindos e fofos livrinhos.

Olha só a bagunça, não resistir tive que fotografar:


Daqui a um tempo eu vou ter que sair para os livros poderem entrar. Só que mesmo assim, sem espaço, sem lugar, eu não consigo, é uma compulsão... Não posso ver um livro interessante que tenho que trazer para a minha caixa, quer dizer, estante.

Por esses dias nos descaminhos das livrarias encontrei com Aya de Yopougon e Coraline:


Decidi falar desses dois livros juntos, pq os dois falam de meninas, tenho as duas personagens principais por companheiras e o que me cativou neles, a principio, foi a forma como as obras me foram apresentadas pelos responsáveis por essa parte do livro.


Seja lá quem foi que se encarregou dessa apresentação caprichou lindamente! A atração foi imediata, tanto que vou reproduzir sim aqui a apresentação de ambos.


"Esqueça tudo o que você já ouviu sobre a África, pois este é um livro que vai mostrar uma outra visão das pessoas que vivem por lá. Em Yop City (é assim que o pessoal chama o bairro de Yopougon), na Costa do Marfim, não se ouve falar de guerra civil, aids ou fome. O que se ouve são as confusões de três amigas, Aya, Bintou e Adjoua, que vivem os mesmos dilemas de tantas outras jovens de sua geração: garotos, festas e dúvidas sobre o futuro. Esta crônica do cotidiano na costa-marfinense no fim dos anos 70 é um pouco do que a própria autora Marguerite Abouet vivenciou, contado de uma maneira sensível e cheia de humor, retratado com incrível vivacidade pelos desenhos de Clément Oubrerie. A beleza de Aya está na sonoridade, nas cores africanas e nos sabores que saltam das páginas, como o aroma da sopa de amendoim (cuja receita, aliás, pode ser lida no "bônus marfinense" ao final do livro). Uma África desprovida de clichês, um retrato social sensível, uma história de amor e amizade."

Aya eu já li, e posso dizer que realmente é tudo isso! Amei, a Marguerite Abouet arrasa. A história é real, foge de estereótipos e como eu também moro em um subúrbio quente me identifiquei nas vivências, nas amizades, nas rotinas. Sem contar que a aAya é a maior Nerd, ai é que me identifiquei mesmo.


"Desde que quatro crianças inglesas descobriram a terra encantada de Nárnia, ninguém iniciava uma viagem fantástica num simples abrir de porta. E desde que Alice seguiu o coelho, ninguém enfrentou coisas tão extravagantes e assustadoras. Você não tem que ser criança para se render ao encanto de Gaiman em Coraline. Entre por essa porta e acredite no amor, na magia, e no poder do bem sobre o mal."

A Coraline eu já não sei, ainda não li, mas conheço Gaiman de outros Carnavais:

Pequeno flagrante do meu vizinho, adorei essa imagem, embora minha gordurinha esteja bem aparente.

Essa coisa de Alice e Nárnia juntos me seduziu definitivamente. Agora o trabalho/prazer é ler e descobrir se realmente Coraline vai enfrentar coisas tão assustadoras quanto Alice e adentrar em um mundo tão fabuloso quanto o de Nárnia.

#Sou viciada em blog.

sábado, 2 de julho de 2011

"Será que se eu cortar o cabelo eu arrumo um principe?": falando sobre o mangá Private Prince

Acho que qualquer pessoa que chegue de cara percebe que eu gosto de animes e mangás (especialmente agora que a Silvia passou por aqui e deu ao blog esse fundo recheado com todos os personagens que eu amo... amo e amo...), mas no final das contas eu pouco falo sobre mangás e animes por essas paragens!

Olha a cara de pânico dela \o/

Só que viajando pelo blog da Pers, Um pouco de shoujo, acabei achando um mangá que me chamou atenção de forma especial e no final da leitura não resisto a tentação de escrever um pouco sobre Private Prince.

Segundo a própria Pers: "Private Prince não é nada complexo... é um Josei bem simples, romântico, um pouco açucarado" que conta a história de como a jovem Miyako se apaixona pelo príncipe Will, nada de mais a não ser pelas caracteristicas que fazem de Miyako quase uma copia de mim rsrs...

Não, sem brincadeira, a história começa porque a coitada da Miyako é uma mestranda em História cuja dissertação fala sobre as mulheres japonesas depois da Segunda Guerra, uma das mulheres em questão é justamente a avó do príncipe. É em busca dos documentos referentes a avó dele que ela  chega no danado...

E sim, ela está disposta a TUDO para conseguir os documentos de que precisa até a vestir roupa chique e decotada e ir a festança. Coragem \o/...
Mas, no final ela acaba dando sorte porque ela tem um par de peitos respeitáveis e o príncipe, apesar de ter a maior cara de bom garoto, tem uma super queda por bustos avantajados e é um pervertido em potencial.

A história fica engraçada porque apesar da Miyako ter um corpo bonito, ser inteligente e tudo o mais, ela é super fechada para balanço e no dia-a-dia se veste com umas roupas bem nada haver, passa longe de maquiagem... é uma bagaça total!

Ela é do tipo que esconde o corpo em meio a quilos de roupas e os sentimentos em meio a quilos de livros, é super determinada com os estudos, mas super medrosa com o amor, nesse ponto ela é insegura, cheia de traumas, sem auto-estima... uma confusão em pessoa!

Mas, no final, como Private Prince é uma história feliz, ela acaba se acertando com o príncipe Will, que é o  pervertido, tarado mais fofo do mundo. Enfim  eles conseguem encontrar soluções para seus dilemas e o feliz para sempre que lhes é de direito.

Tenho saias parecidas com essa!
Como já disse, eu tenho alguns pontos parecidos com a Miyako, sou baixinha, peituda, mestranda em História (apenas não estou em estado de desespero com os documentos ainda), altamente cheia de pequenos traumas afectivos, até me visto parecida com ela, especialmente as saias, apenas uso mais decotes, essas golas altas me sufocam... Bem, acho que um ponto que nos difere é o cabelo, o meu é longo o dela é curto de maneira que eu começo a me perguntar: "Será que se eu corta meu cabelo eu arrumo um príncipe?"

Dispenso o vestido, fico com o príncipe \o/

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Silvia, obrigada pelo charme que você deu a essa Caixa!


sábado, 25 de junho de 2011

Sobre minha presunção!

Se não fosse crente seria gótica rsrs...
Morte, é um personagens da história em quadrinhos Sandman, bem, essa menina sorridente do cabelo grande e trajes meio gótico, dispensa apresentações néh?! O que falar sobre ela que o nome em si já não diga???

Deixa eu vê??? Que ela surgiu no volume 8 de Sandman, jogou um pão nele e que há quem diga que a partir desse momento Sandman começou a virar essa história incrível que acabou se tornando? Blá... blá... blá... Outras pessoas melhores que eu já falaram isso, é só colocar no Google que se fica sabendo milhares de detalhes... E não foi por isso que eu comecei esse post falando nela.


Eu comecei esse post falando nesse personagem porque a Morte é minha personagem preferida em toda a obra de Gaiman, tenho a impressão de que entre todos os Perpétuos ela é a que  mais está se encontrando com as pessoas, seja na paz ou na guerra, no inverno ou no verão, no começo da história ou no fim dela. O último grande encontro de todas as pessoas é com ela, o último suspiro, lágrima, sorriso, prece ou desejo vão ser compartilhados com essa pequena e, apesar do peso de suas funções, ela permanece firme e sorridente. A Morte é um personagem que conserva um sorriso no rosto e ar de menina travessa, diz o que pensa, não tem medo de nada e eu tenho a leve impressão que ela gosta demais das pessoas.

Eu também gosto de pessoas, gosto de está com pessoas, de conversar com pessoas, ouvir suas histórias,  entender seus caminhos, sorrir com suas graças, chorar com suas tristezas... Ajudar quando possível, conviver, sei lá, eu sou desagradavelmente fã de gente.

Gosto de criança pequena para colocar no braço e sentir aquele cheiro delicioso, aquela pele gostosa, aquela traquinagem saudável misturada a inteligência ou nada disso, porque nenhuma criança é igual a outra e tem criança que é de paz, é de ficar quieta, é de conversar papos existenciais e fazer perguntas que os filósofos, cientistas e teólogos fazem a milênios sem sucesso.


Gosto de papear com pessoas idosas que viveram em outros tempos, que possuem outros saberes, que sentem a passagem das horas de outras formas, que olha a cidade, a vida, os homens por cima como quem já viu, viveu e creu e não inveja a ninguém... Ou mesmo aquelas senhoras idosas ranzinzas cheia de dores que reclamam do filho, do marido, da passagem do tempo da juventude que se foi.... Ou ainda aquelas senhoras idosas que tem certeza absoluta que a vida não começa depois dos 50, a vida começa AGORA e estão ai, melhor do que eu... Gosto de papear com esse povo que passou dos 60... 70... 80...


Nem preciso dizer que gosto de adolescente, dos meus pareceiros e pareceiras... do clube das mulheres casadas... do clube dos maridos das amigas, especialmente os que me chamam para assistir jogo de futebol, mesmo quando eles torcem pelo Internacional, Cruzeiro ou Sport, porque bem, ninguém é perfeito!

E na verdade é ai que mora o titulo do post, gostar de gente é sempre um risco, uma temeridade... Ultimamente eu venho pesando meus valores, minhas construções afetivas, minhas idas e vindas, minhas histórias repetidas com as pessoas, o tanto que eu fui usada, machucada e derivativos... Começo a pensar que seria melhor seguir o exemplo de Júnior e começar a gostar de Betas.


Ou seguir o de Aline e começar a curtir mais cachorros que gente!

Rambo: eterna criança de Aline!
Eu duvido que Rambo maltrate Aline afectivamente algum dia ou que as betas de Júnior sejam cruéis com ele, mesmo sem querer querendo... Ah, mais eu duvido mesmo!!! E nesse ritmo eu começo até a entender porque Rafaela comprimenta primeira Pi e depois as outras pessoas da casa. Começo a pensar se isso é absurdo ou simplesmente é um reconhecimento a fidelidade canina da cachorra dos zoião!

A cara de Pi!
Eu devia aprender com meus irmão menores a ser menos tola e presumida... Começo a pensar que meu pecado capital é a presunção... Eu presumo demais sobre as pessoas, que elas são legais, que nada de ruim vai acontecer, que não vão me pisar, que eu não vou pisar e me arrepender em seguida... Que não vai haver abuso, excesso, maldade, uso... É tão ruim se sentir usada... Isso está se transformando em uma coisa tão comum em minha vida... Já tá ficando rotineiro de um jeito que eu começo a pensar onde vou parar nesse ritmo!

O pior é que a essa altura do campeonato eu já convivi com tanta gente que algumas coisas já consigo prever, sei onde vai dar, mas, e talvez esse MAS seja minha maior presunção, eu sempre penso que vou aguentar, que sei que é assim mesmo... que não vou sofrer, que não vou chorar... que vou consegui manter o sorriso no rosto, o ar amigo... e seguir em frente!

Achar que vai dar para suportar talvez seja a maior das minhas presunções idiotas, mais pouca idiotice para mim é bobagem néh!!! Não dá para sorrir sempre. Nem todas as pessoas valem a pena o estrago. Eu não suporto mais ser quebrada desse jeito.

Estou cansada!

Começo a pensar seriamente que entre gostar de cachorros, peixes ou gente, o estúpido é gostar de gente, talvez os meus irmãos estejam certos!
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Ainda hoje eu li um texto da Cris, lá do Cafofo, falando sobre blogueiros malas, depois que escrevi esse post eu pensei: realmente eu sou uma mala... Esse post ficou enoooorrrrmeeeeeee.... Eu fiz o blog de diário de novo e sim... sou irremediavelmente mala! kkkkkkkk....

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O dia em que "Um sonho de mil gatos" virou realidade!

"Sandman: Um sonho de mil gatos" é uma das histórias contadas pelo escritor inglês Neil Gaimam em uma das séries mais merecidamente celebradas no mundo dos quadrinhos, o The Sandman, mas especificamente o número 18, de Agosto de 1990.

Bem, na época em que essa revista foi publicada eu tinha 4 aninhos, era uma crionça tagarela as voltas com o desafio de aprender a escrever meu nome, logo eu só vim ter contacto com o universo de Sandman um dia desses e claro me encantei. Mas, encanto a parte, por esses dias vi uma coisa que me lembrou esse volume 18 de Sandman.

"Um sonho de mil gatos" fala de uma gatinha linda que na calada da noite se apaixona por um gato e fugindo de seus senhores vai ter com seu amor e vê nascer de sua paixão uma pequena ninhada. Só que seus donos não ficam  nada felizes com o resultado da fuga  e decidem se livrar de seus filhotes na calada da noite. Pobre mãe! Sente nas suas entranha a perda de cada um de seus pequenos! Insatisfeita com sua sorte e a sorte dos seus, nasce no seu coração inumeros questionamentos:"Afinal porque os seres humanos tem o direito de assassinarem tão cruelmente o fruto de seu amor, de seus cuidados?" "Por que o mundo é assim? Será que não existem possibilidades de mudança?" "Eu quero resposta!", decide a gatinha no canto mais profundo do seu coração e reza, da sua prece nasce um sonho:


Ela se vê o meio dos ossos secos, no âmago do Sonhar, esse território onde nascem e morrem os desejos motivadores das realizações que dão Norte a essa jornada que é a vida. Lá nossa heroína encontra um Corvo que lhe indica o caminho que a levará ao senhor daqueles domínios... A orientação dele é a bússola que ela precisava, e logo segue pelos lugares mais sinistros do Sonhar, passa por onde monstros espreitam prontos a consumir a alma mais frágil para encontrar aquele que lhe daria RESPOSTAS.


E encontra na figura de um Gato preto, personificação do Senhor dos Sonhos, uma possível solução as suas questões, a sua tão desejada REVELAÇÃO, e é ai é que a história fica curiosa! Porque o senhor da Revelação da nossa gatinha, o Mago do Sonhar, o Sandman, não oferece uma respota pronta para nossa andarilha, em vez disso ele lhe conta uma história.

Ele conta, que: um dia o mundo foi diferente do que é hoje, que não eram os homens os Reis do mundo, senhores de tudo o que existe. Quem reinava nesse mundo eram os gatos, seres gigantescos que dominavam os humanos pela força, os homens sofriam com essa opressão conformados e viviam nas brechas, suportando, adulando os gatos, subornando seus senhores com afagos temendo o pior que certamente viria com a rebelião.

 

Até que um dia um dos homens teve um sonho, ele sonhou com um mundo diferente, onde os homens não precisavam se submeter aos gatos, os homens eram livres, não havia perigo de morrer nas garras de um gato... E insatisfeito em simplesmente sonhar começou a espelhar seus sonhos pelos quatro cantos da terra... Uns homens acreditaram na possibilidade desse sonho se tornar possível, outros não... e uns terceiros ficaram na dúvida... Mas é certo que a noticia desse sonho se espalhou nas almas dos homens oprimidos até que um dia mil homens sonharam o mesmo sonho e quando acordaram o mundo já não era o mesmo, os gatos não eram mais os senhores, os senhores eram os homens, o mundo tinha definitivamente mudado.


E ao acordar de seu sonho a gata entendeu o que deveria fazer se quisesse mudar o mundo... Saiu de sua confortável casa e se lançou em sua aventura, a partir de então tomou para si a missão de contar aos demais gatos do mundo sua história.


Falando da possibilidade de existir um mundo onde uma mãe jamais seria separada de seus filhos recém-nascidos, onde não houvesse massacres sem motivos, onde não fosse necessario se anular diante de algo mais forte, onde havia paz! Um mundo definitivamente novo para todos os gatos, gatas e seus filhotinhos! Muitos ouviam suas palavras, alguns colocavam fé, outros nem tanto, outros definitivamente desacreditavam daquela besteira toda, mas independente disso ela continuava com sua saga, um dia reuniria os 1000 sonhadores e veria o que aconteceria.


Enfim, seja como for durantes o últimos dias eu estive pensando muito nessa história enquanto vi  muitas coisas acontecerem no Egito, vi milhares de gatos sonhando o mesmo sonho e acordando para uma nova realidade.

Manifestantes contra o governo de Hosni Mubarak voltam a se aglomerar na praça Tahrir.
Acompanhei de telejornal em telejornal, de texto em texto, de sonho em sonho a saga dos egípcios e seu desejo de mudança.  Homens, mulheres e crianças se juntaram para sonhar o mesmo sonho e tornarem esse sonho realidade...
Após militares dispararem tiros para o alto na madrugada do dia 7, manifestantes cercaram tanques e outros veículos para impedir seu avanço sobre a praça Tahrir
Aí como eu achei interessante a forma como mundo ficou quietinho, bem quietinho, cuidadoso, bem cuidadoso em emitir opinião, como as pessoas em torno de mim chamavam os pais loucos por colocarem seus filhos nos ombros no meio da praça avançando por cima de tanques de guerra, dormindo no meio da praça uns sobre os outros... Vi como os Estados Unidos da América eram cuidados com seus pronunciamentos... Tinha a impressão que todos diziam que era melhor deixar os egípcios aos egípcios. Vi como essa poderosa maquina que nunca se desliga que é a Internet foi usada a favor dos manifestantes, vi como ela foi impressionantemente desligada por um longo dia.

 
E também como os egípcios acreditando no seu sonho conseguiram realizar o seu desejo de mudança, apesar dos pesares, usando o que tinham a mão, enfrentando as dificuldades, eles foram até o fim. E para o bem e para o mal derrubaram uma ditadura de 30 anos e começando um novo capitulo de sua história. Eu não sei o que será daqui para adiante, nenhum de nós pode dizer ao certo, há quem tema ver o Egipto se tornar um Iran (frio na barriga só de pensar nisso), mas por agora, prefiro me entregar a essa onda de esperança que me abraça e crê no melhor.

 
Pensar que depois de um inicio de século tão recheado de coisas terríveis, desastres naturais e mais desastres naturais, crises e crises, sustos e sustos, de "É o fim o fim vem!" (como dizem as irmãs mais velhas da minha igreja). Temos um coisa boa para contar, Aleluia, um boa notícia! Até aqui eu dizia de mim para comigo que o século XX era o século que não acabou, mas com essa eu digo: "o século XXI acabou de começar, antes tarde do que nunca!"

E sim, só para constar, enquanto acompanhava as idas e vindas dos Egípcios com Mubarak, acompanhava também as idas e vindas de nossos políticos com o salário mínimo, essa piada ambulante.


Todo o impasse em torno de aumentar essa coisa pífia em 5,9%, e não, eu não esqueci  do que o excelentíssimo senhor presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, o deputado Guilherme Uchoa (PDT) disse en dezembro sobre seu aumento de 75%:

“Alguém imagina que um deputado sobreviva com R$ 8 mil? Ah! Porque o trabalhador vive com R$ 600. Mas se formos nos nivelar por baixo...”

Ele nem mesmo sabe de quanto é o mínimo e realmente eu não sei nada quanto as possibilidade de um deputados sobreviver com R$ 8.000,00, mas EU SEI que nenhuma família consegue sobreviver dignamente com R$545,00 sem abrir mão de muitas coisas e que essa discrepância nos aumentos é de uma imoralidade sem tamanho, como disse Paulo Freire, "a miséria diante da fartura é uma imoralidade.".

E não, quero também lembrar que não, essa situação imoral não será para sempre. Nós, os favelados do mundo, estamos pouco a pouco aprendendo a sonhar... um dia mais do que o outro... um pouquinho mais hoje do que ontem... ousando... aprendendo... crescendo, um dia seremos mil, milhares, milhões.

No dia 11 de Fevereiro de 2011, Hosni Mubarak cedeu ao poder dos milhares que sonham juntos... os próximos a sentirem esse peso só o futuro dirá, o que sei é que um dia seremos nós a dizer "não vamos nos nivelar por baixo!".

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As imagens dos Quadrinhos foram retiradas do  Sandman: um sonho de mil gato, vol 18. E as fotos do Egipto do google e do R7. E como sempre eu escrevi demais, sou prolixa pra chuchu, pois é, talvez no futuro eu comece a dividir as postagens em partes!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

"Sonhos são esquisitos, idiotas e me apavoram."

Sinceramente concordo plenamente com Rose Walker: "Sonhos são esquisitos, idiotas e me apavoram.".

Parece uma coisa estranha ouvir isso de mim, uma dorminhoca profissional, mas essa afirmação realmente me impactou de maneira que eu não resisto e tenho que escrever sobre a obra de onde essa frase saiu, especificamente o volume 1 da "Edição Definitiva" de Sandman que, a parte o fato de ter me custado os olhos da cara, é simplesmente uma das melhores coisas que já adicionei a minha modesta, porém graciosa biblioteca pessoal:.


Sandman é uma história em quadrinhos que sai direto da década de 1980 e junto com Cazuza ocupam o roll das coisas que amo nesse recorte temporal. Morfeus, o personagem principal dessa história é simplesmente encantador. Ele charmosamente pula fora das páginas e envolve a nossa imaginação. Neil Gaiman não cria histórias, ele cria mitos! Acho que qualquer um que ler Gaiman tem essa sensação... ele criou um universo tão rico, tão sofisticado, tão incrível que é quase palpável, além de muito instigante.

Alias, a temática sonho, em si já é muito instigante. Afinal, os sonhos realmente formam um mundo a parte. E um mundo complicado, onde tudo é possível, onde os quadros barrocos que misturam luz e trevas, vida e  morte, sacrifício e gloria, perdão e culpa não são apenas ilustrações fixadas na parede para  a nossa apreciação e reflexão, são realidade.

Nos sonhos luz e as trevas se mesclam, somos jovens e velhos, vivemos o presente no cenário  do passado, reencontramos nossos mortos, perdemos os vivos, o tempo se bifurca diante de nós e  não existe da mesma forma que na "realidade", aliás a própria realidade toma formas difusas... é claro que sonhos me apavoram e Sandman me encanta.

Me encanto com essa obra e morro de amores pelo Senhor dos Sonhos pq através dele temos diante de nós uma linda discursão a cerca de várias questões que envolvem o sonhar de forma lúdica, inteligente, profunda, problematizadora... e sim sou fã tá, posso tecer tantos elogios tanto quanto queira a uma obra que gosto táh! rsrs...

E sim, mesmo sendo o tipo que dormiria por cem anos, dormiria se estes fossem cem anos sem sonhos, nenhum sonho, nada... Não gosto de sonhar ou dos sonhos que tenho..


Fala sério! Oxe... Meus sonhos quase sempre terminam em pesadelos! Tenho até classificação para eles: pesadelos asmáticos, tipo tenho uma pavorosa crise asmática e não acho meu salbutamol em lugar nenhum, acordo morrendo claro, cinco minutos depois passa na cama mesmo, é só susto; pessadelos filme de terror, tipo minhas amigas morrem ou eu perco uma prova importante e coisa do gênero; pesadelos que começam com sonhos, tipo cawboys viram elevadores claustrofobicos menores do que eu (eu até entendo os cawboys, eles tem haver com excesso de Sabrina, mas e o elevador?); pesadelos história sem fim, tipo desperto dentro de outro pesadelo umas três vezes e coisas assim... a lista é imensa... sintetizo ela no "sonhar me apavora".

Desde criança que em minhas orações noturnas um pedido se repete: "Senhor, dai-me um noite  de paz, sem sonhos!". Deus tem atendido a essa oração.

E falando em sonhos e orações lembrei de Freud, diz ele, ou disse ou dizia ele, que a religião é um ilusão, não necessariamente um erro, mas uma ilusão, um tipo de neurose universal que nos livra de um tipo de neurose individual. Depois o povo se pergunta pq as pessoas tem problemas afetivos com a psicanálise, vc dizer que as crenças das pessoas são ilusões e neuroses é uma coisa, querer que elas gostem é meio que pedir demais.

Ops... o que Freud está fazendo aqui... está postagem é sobre Sandmam, não sobre ele... e só a titulo de conclusão, outra personagem encantadora dessa história é a Morte, irmã do Senhor dos Sonhos, achei interessante que Neil colocasse a morte como irmã dos sonhos... sempre acho essa associação interessante... sempre fico curiosa para conhecer mais a cerca dessa história,  mergulhar dentro dessas páginas e perceber pelos caminhos e descaminhos de Gaiman, não só como ele pensa tudo isso, mas como  os homens do fim do século XX, história recentíssima, refletem sobre esses temas.. afinal a arte sempre é um tipo de reflexo da realidade... os homens não conseguem viver sem narrar e arte é uma grande forma de narrativa onde sonhos e realidade se misturam para dar a tonalidade dessa experiência dura, esquisita, idiota, apavorante e fascinante que é viver!