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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Do companheirismo do gato!

"O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só."
(Fernando Pessoa_Alberto Caeiro)

Eu adoro esses versinhos do Fernando Pessoa, é minha definição de amor favorita... Especialmente porque tem aquele pensamento do Dom Helder Câmara do qual sou adepta até o fim.

"É possível caminhar sozinho. Mas o bom viajante sabe que a grande caminhada é a vida e esta supõe companheiros. Companheiro, etimologicamente, é quem come o mesmo pão."
(Dom Helder Câmara)

E de todas as coisas que eu gosto no terrível, mal humorado, orgulhoso e pouco afeito a chambrego, carinho e derivativos Batatinha é o fato de que ele é um grande companheiro.


Madrugada a dentro, eu no meio de meus papeis sem fim tentando ajeitar as ideias para escrever a dissertação, uma angustia que é difícil demais de mensurar, uma solidão de maltratar a alma... Então o Batatinha vem e escolhe se ajeitar justamente no meio dos meus papeis bem próximo a mim. A câmera estava perto e eu fiz contorcionismo para tirar essa foto de nós dois.

Companheirismo simples, sem muita explicação, sem muita apelação. Coisas que só o Batatinha sabe fazer!

E eu só preciso lembrar de ter cuidado para não ficar de alisadinho, porque ai quebra o clima, o Batatinha detesta alisadinho!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Da dignidade do Gato!!!

Ontem eu terminei de ler O clã dos Magos, livro que me foi enviado pelo Luciano do .Livro, ai mexendo na net vi uma foto de uma moça que colocou uma toalha em cima da cachorrinha dela e tirou uma foto junto com o mini-mago e o livro pra combinar...

Eu achei a foto e a ideia muito fofa (clique aqui para conferir) e entre mim e "mim mesma" comecei a planejar fazer o mesmo com meu lindo gato Batatinha Rafael Clemente.

Bem, ele ficaria lindo de Mago Negro, mas vamos e venhamos, é claro que isso nunca daria certo!!! Batata é qualquer coisa menos um animal dócil que se deixa apanhar para brincadeirinhas minhas néh?!?!

Mas, o legal, foi que antes mesmo que eu começasse a sequencia "caça ao Batata", Rafaela me chegou no computador com a seguinte imagem:


Desconfio que pode até existir animal tão digno quanto, porém, no entanto, todavia, mais digno que esse felino é difícil. Bem já disse Terry Pratchett:


"Nos tempos antigos os gatos eram adorados como deuses, eles não se esqueceram disso até hoje."
(Terry Pratchett)

Reza a lenda que os egípcios realmente adoravam a Bastet, a deusa gato, associando-a ao sol, a fertilidade e a gestação... Ainda segundo conta a lenda, com passar dos séculos e o crescimento do Império Romano Bastet passou a ser associada/misturada a Ártemis ficando definitivamente ligada a Lua, noite e derivativos.


Na minha época de graduanda li um livro chamado "O grande massacre dos gatos" e nele tem um capitulo que discute como a imagem do gato associada a feminilidade, a sensualidade e ao perigo foi sendo construída ao longo do tempo. Talvez por essas associações, reze outra lenda que uma bruxa sempre tem um gato preto por perto, o que me leva novamente a Terry Pratchett e suas bruxas.


Uma das bruxas desse autor é a Tia Ogg, ela tem um gato chamado Greebo, depois de Garfield, Greboo é definitivamente meu gato preferido da literatura.



"Para Tia Ogg, Greebo era o gatinho fofo que corria atrás de novelos de lã pelo chão.
Para o resto do mundo, era um gato enorme, um pacote de forças vitais incrivelmente indestrutíveis dentro de um couro que não parecia pele de animal, mas um pedaço de pão deixado num lugar úmido durante quinze dias.

Os estranhos sempre ficavam com pena dele porque suas orelhas não existiam e sua cara dava a impressão de que um urso acampara em cima dela. Não sabiam que ela era assim porque, por uma questão de orgulho felino, tentava violentar ou brigar com absolutamente qualquer coisa, incluindo uma carroça para transporte de toras puxada por quatro cavalos. Cães ferozes gemiam e se escondiam debaixo da escada quando Greebo passava pela rua. Raposas mantinham-se distantes da aldeia. Lobos davam meia-volta.

Era provavelmente o único gato que conseguia ronronar com escárnio."
(Terry Pratchett- Quando as bruxas viajam)



E claro, se estamos falando de gatos não podemos esquecer do gato de Cheshire que em Alice no País das Maravilhas é autor de uma das tiradas mais inquietantes da literatura:


"- Gatinho de Cheshire (...) Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para ir embora daqui?
- Isso depende muito de para onde quer ir - responder o Gato.
- Para mim, acho que tanto faz... - disse a menina.
- Nesse caso, qualquer caminho serve - afirmou o Gato.
- ... contanto que eu chegue a algum lugar - completou Alice, para se explicar melhor.
- Ah, mas com certeza você vai chegar, desde que caminhe bastante.
- Mas eu não quero me meter com gente louca - ressaltou Alice.
- Mas isso é impossível - disse o Gato. - Porque todo mundo é meio louco por aqui. Eu sou. Você também é.
- Como pode saber se sou louca ou não? - disse a menina.
- Mas só pode ser - explicou o Gato. - Ou não teria vindo parar aqui."
(Lewis Carroll)

Em síntese, eu não tenho coragem de fazer traquinagens com Batatinha!!!! A dignidade e o orgulho felino que atribuo a ele se confunde com o orgulho e dignidade que eu mesma procuro construir em mim.



Sem contar que eu sempre lembro de Sandman vol. 18, do Sonho de Mil Gatos e de uma Gata informando-nos que podemos mudar o mundo!



E por fim, já que para nossa alegria e pena é segunda-feira novamente, só me resta concluir esse post com o Garfiel:



domingo, 17 de julho de 2011

Que Preguiça!

Pois é (quando começo com o "pois é", pode crê que lá vem leseira), hoje acordei com uma preguiça tão grande, mas tão grande... que mesmo com muita vontade de post sobre o livro que acabei de ler, o filme que acabei de vê, a confusão que acabei de me meter... Não consigo escrever... Hoje tou com preguiça ate de viver! Então, nessas horas, só Garfield me socorre!



Só que, a parte toda minha vontade de não fazer nada e dormir até depois de amanhã:
 
Tenho que dizer:


Mas que chatice! Só me resta pegar meu café e seguir com pijama e tudo:

Ah, só para constar, a preguiça também tem utilidade:

sábado, 28 de maio de 2011

Eu queria ter nascido gato!



 

"Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livre"
(Enriquez/Bardotti/Chico Buarque)



"Em tempos antigos os gatos eram adorados como deuses;
eles não se esqueceram disso." 
 (Terry Pratchett)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O dia em que "Um sonho de mil gatos" virou realidade!

"Sandman: Um sonho de mil gatos" é uma das histórias contadas pelo escritor inglês Neil Gaimam em uma das séries mais merecidamente celebradas no mundo dos quadrinhos, o The Sandman, mas especificamente o número 18, de Agosto de 1990.

Bem, na época em que essa revista foi publicada eu tinha 4 aninhos, era uma crionça tagarela as voltas com o desafio de aprender a escrever meu nome, logo eu só vim ter contacto com o universo de Sandman um dia desses e claro me encantei. Mas, encanto a parte, por esses dias vi uma coisa que me lembrou esse volume 18 de Sandman.

"Um sonho de mil gatos" fala de uma gatinha linda que na calada da noite se apaixona por um gato e fugindo de seus senhores vai ter com seu amor e vê nascer de sua paixão uma pequena ninhada. Só que seus donos não ficam  nada felizes com o resultado da fuga  e decidem se livrar de seus filhotes na calada da noite. Pobre mãe! Sente nas suas entranha a perda de cada um de seus pequenos! Insatisfeita com sua sorte e a sorte dos seus, nasce no seu coração inumeros questionamentos:"Afinal porque os seres humanos tem o direito de assassinarem tão cruelmente o fruto de seu amor, de seus cuidados?" "Por que o mundo é assim? Será que não existem possibilidades de mudança?" "Eu quero resposta!", decide a gatinha no canto mais profundo do seu coração e reza, da sua prece nasce um sonho:


Ela se vê o meio dos ossos secos, no âmago do Sonhar, esse território onde nascem e morrem os desejos motivadores das realizações que dão Norte a essa jornada que é a vida. Lá nossa heroína encontra um Corvo que lhe indica o caminho que a levará ao senhor daqueles domínios... A orientação dele é a bússola que ela precisava, e logo segue pelos lugares mais sinistros do Sonhar, passa por onde monstros espreitam prontos a consumir a alma mais frágil para encontrar aquele que lhe daria RESPOSTAS.


E encontra na figura de um Gato preto, personificação do Senhor dos Sonhos, uma possível solução as suas questões, a sua tão desejada REVELAÇÃO, e é ai é que a história fica curiosa! Porque o senhor da Revelação da nossa gatinha, o Mago do Sonhar, o Sandman, não oferece uma respota pronta para nossa andarilha, em vez disso ele lhe conta uma história.

Ele conta, que: um dia o mundo foi diferente do que é hoje, que não eram os homens os Reis do mundo, senhores de tudo o que existe. Quem reinava nesse mundo eram os gatos, seres gigantescos que dominavam os humanos pela força, os homens sofriam com essa opressão conformados e viviam nas brechas, suportando, adulando os gatos, subornando seus senhores com afagos temendo o pior que certamente viria com a rebelião.

 

Até que um dia um dos homens teve um sonho, ele sonhou com um mundo diferente, onde os homens não precisavam se submeter aos gatos, os homens eram livres, não havia perigo de morrer nas garras de um gato... E insatisfeito em simplesmente sonhar começou a espelhar seus sonhos pelos quatro cantos da terra... Uns homens acreditaram na possibilidade desse sonho se tornar possível, outros não... e uns terceiros ficaram na dúvida... Mas é certo que a noticia desse sonho se espalhou nas almas dos homens oprimidos até que um dia mil homens sonharam o mesmo sonho e quando acordaram o mundo já não era o mesmo, os gatos não eram mais os senhores, os senhores eram os homens, o mundo tinha definitivamente mudado.


E ao acordar de seu sonho a gata entendeu o que deveria fazer se quisesse mudar o mundo... Saiu de sua confortável casa e se lançou em sua aventura, a partir de então tomou para si a missão de contar aos demais gatos do mundo sua história.


Falando da possibilidade de existir um mundo onde uma mãe jamais seria separada de seus filhos recém-nascidos, onde não houvesse massacres sem motivos, onde não fosse necessario se anular diante de algo mais forte, onde havia paz! Um mundo definitivamente novo para todos os gatos, gatas e seus filhotinhos! Muitos ouviam suas palavras, alguns colocavam fé, outros nem tanto, outros definitivamente desacreditavam daquela besteira toda, mas independente disso ela continuava com sua saga, um dia reuniria os 1000 sonhadores e veria o que aconteceria.


Enfim, seja como for durantes o últimos dias eu estive pensando muito nessa história enquanto vi  muitas coisas acontecerem no Egito, vi milhares de gatos sonhando o mesmo sonho e acordando para uma nova realidade.

Manifestantes contra o governo de Hosni Mubarak voltam a se aglomerar na praça Tahrir.
Acompanhei de telejornal em telejornal, de texto em texto, de sonho em sonho a saga dos egípcios e seu desejo de mudança.  Homens, mulheres e crianças se juntaram para sonhar o mesmo sonho e tornarem esse sonho realidade...
Após militares dispararem tiros para o alto na madrugada do dia 7, manifestantes cercaram tanques e outros veículos para impedir seu avanço sobre a praça Tahrir
Aí como eu achei interessante a forma como mundo ficou quietinho, bem quietinho, cuidadoso, bem cuidadoso em emitir opinião, como as pessoas em torno de mim chamavam os pais loucos por colocarem seus filhos nos ombros no meio da praça avançando por cima de tanques de guerra, dormindo no meio da praça uns sobre os outros... Vi como os Estados Unidos da América eram cuidados com seus pronunciamentos... Tinha a impressão que todos diziam que era melhor deixar os egípcios aos egípcios. Vi como essa poderosa maquina que nunca se desliga que é a Internet foi usada a favor dos manifestantes, vi como ela foi impressionantemente desligada por um longo dia.

 
E também como os egípcios acreditando no seu sonho conseguiram realizar o seu desejo de mudança, apesar dos pesares, usando o que tinham a mão, enfrentando as dificuldades, eles foram até o fim. E para o bem e para o mal derrubaram uma ditadura de 30 anos e começando um novo capitulo de sua história. Eu não sei o que será daqui para adiante, nenhum de nós pode dizer ao certo, há quem tema ver o Egipto se tornar um Iran (frio na barriga só de pensar nisso), mas por agora, prefiro me entregar a essa onda de esperança que me abraça e crê no melhor.

 
Pensar que depois de um inicio de século tão recheado de coisas terríveis, desastres naturais e mais desastres naturais, crises e crises, sustos e sustos, de "É o fim o fim vem!" (como dizem as irmãs mais velhas da minha igreja). Temos um coisa boa para contar, Aleluia, um boa notícia! Até aqui eu dizia de mim para comigo que o século XX era o século que não acabou, mas com essa eu digo: "o século XXI acabou de começar, antes tarde do que nunca!"

E sim, só para constar, enquanto acompanhava as idas e vindas dos Egípcios com Mubarak, acompanhava também as idas e vindas de nossos políticos com o salário mínimo, essa piada ambulante.


Todo o impasse em torno de aumentar essa coisa pífia em 5,9%, e não, eu não esqueci  do que o excelentíssimo senhor presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, o deputado Guilherme Uchoa (PDT) disse en dezembro sobre seu aumento de 75%:

“Alguém imagina que um deputado sobreviva com R$ 8 mil? Ah! Porque o trabalhador vive com R$ 600. Mas se formos nos nivelar por baixo...”

Ele nem mesmo sabe de quanto é o mínimo e realmente eu não sei nada quanto as possibilidade de um deputados sobreviver com R$ 8.000,00, mas EU SEI que nenhuma família consegue sobreviver dignamente com R$545,00 sem abrir mão de muitas coisas e que essa discrepância nos aumentos é de uma imoralidade sem tamanho, como disse Paulo Freire, "a miséria diante da fartura é uma imoralidade.".

E não, quero também lembrar que não, essa situação imoral não será para sempre. Nós, os favelados do mundo, estamos pouco a pouco aprendendo a sonhar... um dia mais do que o outro... um pouquinho mais hoje do que ontem... ousando... aprendendo... crescendo, um dia seremos mil, milhares, milhões.

No dia 11 de Fevereiro de 2011, Hosni Mubarak cedeu ao poder dos milhares que sonham juntos... os próximos a sentirem esse peso só o futuro dirá, o que sei é que um dia seremos nós a dizer "não vamos nos nivelar por baixo!".

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As imagens dos Quadrinhos foram retiradas do  Sandman: um sonho de mil gato, vol 18. E as fotos do Egipto do google e do R7. E como sempre eu escrevi demais, sou prolixa pra chuchu, pois é, talvez no futuro eu comece a dividir as postagens em partes!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Segunda-feira!!!



É, pois é, néh?!?!? Fim de férias... De volta a rotina de todo dia... Acordar cedo, dormir tarde... Ler o que eu não quero... Minha vida estava tão boa... Trabalho de meio expediente... o resto do dia livre... acorda a hora que quer...

É, mas o ano letivo começou e a primeira segunda-feira chegou com tudo... Eu gosto do meu trabalho, mas também estava gostando das minhas férias \o/


E sim, eu detesto Segunda-Feira! Pense em um dia que me da até uma angústia... 

Eu concordo com o Garfield, o ar da segunda da alergia, já acordo sufocada, angustiada, tudo de novo, as mesmas mães ignorantes, as mesmas mães que pensam que você é uma idiota, a mesma gestora insuportável, as mesmas dificuldades de estrutura, o mesmo salário triste...

Depois Rafa pergunta pq o despertador do meu celular é They Say. É tão óbvio, meu mal-humor matinal precisa desse tônico, depois eu vou no ônibus escutando Sérgio Lopes para ter paciência e Cazuza, pq... ah, pq eu gosto de escutar Cazuza.


E sim, é preciso ter muita paciência para aguentar o aperto, as cutuveladas na cara, a péssima qualidade do transporte urbano, o calor matinal, aquele congestionamento monstro de todo dia, alguém que sempre acerta o foco da dor do meu ombro...

Uma vez alguém me disse que eu devia ficar feliz, afinal "eu tenho ombro pra doer, tenho emprego, não sou apenas eu que sofro no transito, no ônibus...no aperto...".


Tudo verdade!!! Só que na segunda, jogo do contente não dá, não consigo da uma de Poliana no primeiro dia da semana... a partir da terça a coisa já melhora, mas na segunda... realmente não dá, não sou eu, é ela... Segunda não devia existir, mas já que existe devia ser feriado!


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Recife, 03 de Julho de 2011.

É impressionante como todo domingo e toda segunda esse post sempre é super consultado... Na verdade eu mesma morro de vontade de repostar ele toda segunda-feira....