Calvin é um garotinho de 6 anos terrível cujo brinquedo preferido é um tigre de pelúcia que ganha vida através de sua imaginação ativa, criação de um tal de Bill Watterson desde 1985 ele é um sucesso publicado em mais de 2000 jornais do mundo inteiro.
Desde que se começou a pensar que os quadrinhos são um suporte legal para o ensino de diversas disciplinas escolares Calvin também é presença constante nos livros didáticos das mais diversas séries e disciplinas, foi assim que eu conheci ele.
Imagem daqui. |
Desde que[2] ele critica muitoooo o modelo escolar de ensino ele também é presença constante nas revistas Nova Escola.
Aparentemente os editores não param para refletir que o modelo escolar americano pode assim ser um tanto quanto diferente do brasileiro e a realidade também... O importante é mesmo ressaltar a critica ao professor, a forma como ele seleciona os conteúdos a serem ensinados, como ele conduz esse ensino...
Nãoooo... O fato de serem conteúdos e formas de ensino uma construção cultural na qual o professor é apenas 1 não importa, no roll da fama dos culpados, o professor sempre é o mais. #Fato
E por fim, desde que o Calvin[3] é super critico em relação a Deus e sua obra, ele é figura constante em redes sociais e afins.
Através dessas redes descobrir que, do alto dos seus seis anos, o nosso querido garoto prodígio é um Freudiano!!!
Através dessas redes descobrir que, do alto dos seus seis anos, o nosso querido garoto prodígio é um Freudiano!!!
Gente essa observação do Calvin me pareceu tão Freud!!!
Eu quase cai para trás quando li isso!!!
Eu quase cai para trás quando li isso!!!
Recentemente eu cruzei com um livro de Freud, "O futuro de uma ilusão", estava a um preço modico então eu comprei, não tinha a intensão de ler de imediato, mas eu tive que ficar duas horas em um fila no posto de saúde, o livro tava na bolsa, eu não tinha mesmo o que fazer... Então lá fui eu ler Freud.
Foi surpreendente porque eu esperava uma sopa de pedra e em vez disso tive uma papa de farinha. Néh que Freud escreve fácil! Nada de texto travado...
A coisa flui rapidamente e foi assim que eu descobrir que segundo Freud o homem não nasce bom e a sociedade o corrompe. Segundo Freud o homem é fera, é lobo e a sociedade o disciplina.
Entre as formas de disciplinar o lado Fera do homem está a Religião, um belo conjunto de ilusões que vem sendo construída desde os primórdios da humanidade com o objetivo de nos ajudar a nos equilibrar diante dos nossos dilemas cotidianos.
Pelo que entendi, segundo Freud, a religião está para nossas necessidades existenciais assim como a cultura está para as nossas necessidades materiais.
E se a cultura é construída a partir da verdade imposta pela materialidade da vida a religião se apoia em imaginação - ilusão... A religião é uma forma necessária de disciplinamento social, mas, segundo Freud, nem sempre é uma forma saudável de encarar as questões para as quais a materialidade do mundo não oferecem soluções tal como a morte, o destino, a doença, nosso lado animalesco, o lado sombrio da vida.
A parte o grande mal humor que existe em relação a Freud, Calvin é amado por todos e muitos curtiram e compartilharam esse pensamento do pirralho... Se fosse Freud dizendo facas rolariam face a fora e é claro que eu não posso deixar de ri sozinha só de pensar nisso rsrsrsrs... #Preconceito
Ah, antes que eu me esqueça, minha leitura de Freud foi feita por pura diversão, foi o primeiro livro dele que li, então minha interpretação aqui é limitada quase uma ousadia digna de um bom cascudo. Mas, a parte esse limite, eu me permito discordar dele em alguns pontos, para minzinha a religião é uma construção cultural tanto quanto a ciência.
Freud pensa ser a ciência uma construção humana muito mais eficiente, um conhecimento infinitamente melhor e mais seguro que o conhecimento religioso. Francamente, eu não concordo mesmoooo com ele nesse ponto, assim como discordo que cultura e civilização são a mesma coisa, que as religiões evoluem de um lugar a outro e que a presença europeia na África e na Ásia foi um empreendimento civilizatório.
E sim, vou continuar explorando Freud e rindo com o Calvin, quem sabe numa dessas eu não descubro porque o povo adora dizer:
"Freud explica!"