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sábado, 30 de abril de 2022

"Mulher-Maravilha 49: Estado de Futuro", vol. 1 de Joëlle Jones

 
Quando soube que uma "Mulher-Maravilha" indígena estava sendo preparada para chegar ao mundo dos HQs vibrei muito, quando o nome da Joëlle Jones foi anunciado na arte e no roteiro vibrei mais ainda. Colecionado a "Mulher-Maravilha" desde 2013, acompanho o trabalho da Joëlle em "Mulher-Gato" e "Lady Killer", gosto bastante de ambas, tinha elementos suficientes para ser arco positivamente memorável da heroína mais incrível de todas e, consequentemente, minha decepção foi astronômica.

quinta-feira, 7 de abril de 2022

Sempre Vivemos no Castelo de Shirley Jackson [40 Livros Antes dos 4O/06]


A Shirley Jackson é uma autora com uma narrativa sensacional recheada com um senso de humor macabro maravilhoso. Esse é um livro no qual o medo e tensão são construídos dentro de uma narrativa em primeira pessoa conduzida por uma personagem emocionalmente praticamente inabalável. A narradora, Marricat Jackson, é uma pessoa que trabalha seus sentimentos e os descreve de um jeito absurdamente frio, ela faz as piores coisas e as descreve com muita frieza, ela vive coisas terríveis, se desorganiza e organiza novamente tudo em narrativa sem muita vacilação, assustadoramente fleumática. Sinceramente? AMEI! Esse livro é aterrorizante, divertido, deixa a pessoa leitora em estado de absurdamento. É genial!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Romeu e Julieta de William Shakespeare [40 Livros Antes dos 40 Anos/05]


Comecei a ler Shakespeare na adolescência com uma versão adaptada de "Sonhos de Uma Noite de Verão" e não gostei muito, porém, nada como um dia depois o outro somando anos para trazer juízo a pessoa. Passar a vida toda sendo leitora e ignorando o Bardo do Avon é muita desonra! Ao longo dos anos acabei me pegando lendo "Macbeth" e no segundo encontro foi amor, acabei decidindo ler tudo dele... e estou fazendo esse exercício ao longo dos anos. Já foi "Hamlet: o Príncipe da Dinamarca", "O Rei Lear", "A tempestade", uma releitura de "Sonho de Uma Noite de Verão" e em Setembro de 2021, finalmente, um dos livros mais famosos da história da Literatura: "Romeu & Julieta".

sábado, 19 de fevereiro de 2022

O Morro dos Ventos Uivantes de Emily Brontë [40 Livros Antes dos 40/4]

Li "O Morro dos Ventos Uivantes" no final de 2021, passei pela estante, avistei ele e me perguntei: "Quantas vezes vou precisar ler esse livro para decidi se gosto ou não dele?". Quanto mais as leituras se somam umas as outras mais me absurda a genialidade feroz da Emily Brontë e sua capacidade de descrever a perfeição a crueldade, intensidade, passionalidade e imprevisibilidade das pessoas moldadas por relações abusivas, desconhecem outra forma de sociabilidade e em grande medida rejeitam e desprezam qualquer coisa longe disso.

Mesmo agora não consigo definir com clareza meus sentimentos em relação a Catherine & Heathcliff. Dentro do meu coração "O Morro dos Ventos Uivantes" permanece sendo um conto de terror mais sombrio, oposto simétrico do conto de amor mais luminoso contido em "Orgulho e Preceito". Assim como Jane Austen, Emily Brontë é seminal em minha trajetória de leitora, parte do Yin Yang de minha personalidade construída em torno de aproximações de opostos.

domingo, 6 de fevereiro de 2022

"No útero não existe gravidade" de Dia Nobre


"No útero não existe gravidade" interpolou minha lista de livros a serem lidos. Em um momento nem sabia da existência dele, no outro estava agarrada com ele madrugada a dentro mergulhando na narrativa abrasiva da Dia Nobre, graças a uma amiga com olhos de lince para livros divergentes.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

"Bestiário" de Julio Cortázar

 

"Bestiário" foi meu primeiro encontro com a escrita de Julio Cortázar e me encontro bastante impactada. O livro trata-se de uma coletânea de oito contos é de leitura fácil e prazerosa, demorei uma semana lendo por ter optado por ler um conto por dia, mas basta uma tarde preguiçosa ou uma noite livre para da conta da leitura desse livro absurdamente gostoso.

Para mim um bom conto não precisa ser curto ou longo, um bom conto precisa saber fisgar a atenção nas primeiras linhas criando uma atmosfera de tensão que nos faça avançar rapidamente para o último paragrafo, pois o conto é um texto para ser lido em um folego só. Então, dentro dos meus parâmetros, todos os contos de "Bestiário" são perfeitos, carregados não só da tensão primordial como de mistério e com altas doses de fantasia ou o famoso "realismo fantástico" associado aos autores e autoras da América Latina.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

O Velho e o Mar de Ernest Hemingway

 

Sou uma pessoa leitora bastante colecionista, gosto de ler e de ter o objeto livro. Não só compro muitos livros como ganho e, não raro, livros comprados ou recebidos de presente ficam anos na estante esperando para serem lidos. "O Velho e o Mar" do Ernest Hemingway é um desses livros que ganhei e ficou anos na estante esperando para ser lido. E não, dessa vez não foi a Ana Seerig a responsável por trazer o livro a minha vida, esse foi presente de Tia Helena em Julho de 2007, nessa época eu ainda morava em Recife, na casa dos meus pais em Nova Descoberta e cursava o 5º Período do curso de História na UFRPE.

sábado, 4 de setembro de 2021

Livros Recebidos [Setembro de 2021]

Por esses dias aconteceu de minha humilde pessoa receber um pacotão de livros e não, não foram comprados. Aceitei fazer parceria com a Mylena do blog "Gata Leitora" e através dela, que faz um trabalho ótimo no instagram falando de livros e afins, recebi esse pacotão lindo recheado de livros da Penguin Companhia das Letras e Companhia das Letras .

terça-feira, 24 de agosto de 2021

A Enxada e a Lança: a África antes dos portugueses de Alberto da Costa e Silva [40 Livros Antes dos 40/3]


Ler "A enxada e a lança: a África antes dos portugueses" do Alberto da Costa e Silva foi uma experiência extremamente difícil e cansativa, poucas vezes um livro me cansou tanto nos últimos 28 anos de vida leitora. Esse calhamaço de 940 páginas sobre a História da África desde o surgimento da humanidade até o ano de 1500 da Era Comum (1500 depois de Cristo) consumiu muito da minha paciência, experiência e tenacidade acumulada ao longo das décadas.

Muitas resenhas anunciam esse livro como delicioso, linguagem ótima, acessível, envolvente, verdadeira viagem ao passado da África sem precisar de Maquina do Tempo. Minha experiência foi totalmente diferente e minha opinião diverge dessas. Para mim esse foi um livro de leitura acidentada, dificilmente é possível lê-lo em um único folego, impossível concluir a leitura em curto espaço de tempo.

sábado, 7 de agosto de 2021

A Origem do Mundo: uma história cultural da vagina ou da vulva vs. o patriarcado de Liv Strömquist [40 Livros Antes dos 40/2]


Mesmo uma pessoa desatenta consegue perceber o quanto as relações entre os gêneros feminino e masculino são desequilibradas de maneira a deixar os homens em situação de vantagem em relação as mulheres. Existe uma estrutura social milimetricamente construída para favorecer uns e colocar outras em situação de submissão. Até da para negar isso, mas não da para negar isso e ser considerado uma pessoa honesta.

Se as relações entre os gêneros foram estruturalmente CONSTRUIDAS para serem desiguais é possível SIM desconstruir essas desigualdades. No entanto, como desconstruir uma estrutura sem conhecer as formas como ela foi feita, suas engrenagens, métodos e formas? Até para dinamitar um prédio com sucesso é preciso conhecer o mínimo das estruturas de desse prédio. É dentro dessa perspectiva de necessidade de conhecer que o trabalho da Liv Strömquist em "A Origem do Mundo: uma história cultural da vagina ou da vulva vs. o patriarcado" ganha importância, é fundamental ter acesso ao conhecimento de nós mesmas não só como sujeitos históricos no mundo, mas também como um corpo no mundo.

terça-feira, 27 de julho de 2021

Debaixo Do Vulcão de Malcolm Lowry

"Quauhnahuac era como o tempo sob esse aspecto, para onde quer que alguém se voltasse o abismo estava à espera logo depois da esquina."

"Debaixo do Vulcão" do Malcolm Lowry foi um das melhores e mais difíceis leituras que fiz nos últimos tempos. É um livro com pouquíssimos personagens, apenas quatro: Cônsul britânico Geoffrey Firmin, o protagonista, seu meio irmão Hugh, seu amigo de infância M. Jacques Laruelle e sua esposa Ivonne. Toda ação acontece na cidade mexicana fictícia de Quauhnahuac no "Dia dos Mortos" de 1938 e o nome do livro se deve ao fato da cidade ser sombreada por dois vulcões, o Popocatepeth e o Iztaccihiath.

domingo, 4 de julho de 2021

Jogos de Amor de Helena Vieira


De todos os livros eu gosto, mas de alguns eu gosto mais. Um romance bem temperado, gostosinho, com muito humor, casal com muita química e final impreterivelmente feliz como "Jogos de Amor" da Helena Viera é justamente o tipo de livro do qual eu gosto mais, muito mais mesmo.

domingo, 13 de junho de 2021

"O Pássaro Secreto" de Marilia Arnaud


"O Pássaro Secreto" da Marilia Arnaud é um livro pesado. Ao longo da leitura pensei muito no quanto a adolescência pode, e com frequência é, uma época claustrofóbica da vida. Quando somos adolescentes pode existir um planeta com milhares de culturas e milhões de habitantes, mas se nossa experiência se reduz aos espaços da casa e da escola e nossas pessoas são apenas a família e os colegas de sala reunidos pela força do acaso e das condições da nossa classe social o mundo todo fica pequeno, o plural se torna singular, as nossas perspectivas não conseguem se esticar para se ampliar, a vida pode se tornar muito claustrofóbica.

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Volta Ao Mundo Em 52 Histórias de Neil Philip e Nilesh Mistry

Comecei maio com a intenção de ler livros russos. Fui na estante vê quais tinha, fiz uma bela pilha na minha mesa de estudo, tirei uma bela foto, publiquei nas redes sociais minha expectativa e simplesmente não fluiu de jeito algum. Na primeira página de "A morte de Ivan Ilitch" senti um peso danado, larguei tudo lá no canto e me agarrei com essa edição linda de "Volta ao Mundo em 52 Histórias" narradas por Neil Philip e lindamente ilustrada por Nilesh Mistry.

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Talvez Esther de Katja Petrowskaja


"Eu acho que ela se chamava Esther, disse meu pai. Sim, talvez Esther. Eu tinha duas avós, e uma delas se chamava Esther, isso mesmo.
Como assim, 'talvez'?, perguntei indignada. Você não sabe o nome da tua avó?
Nunca a chamava pelo nome, ele me respondeu. Eu a chamava de 'babucha', e meus pais de 'mãe'." (pag. 172/173)

Eis um livro difícil de definir: "Talvez Esther" da Katja Petrowskaja. Nele se encontram tanto tipos diferentes de narrativas literária quanto diferentes sentimentos e emoções em relação a família, história e identidade étnica. Nele Katja tenta sistematizar em forma de escrita a história de sua família formada por judeus que ao longo do século XX, por escolha ou medo, abriram mão ou perderam sua identidade cultural e étnica como judeus ao migrar, por escolha ou falta de opção, para a União Soviética, atual Rússia.

segunda-feira, 29 de março de 2021

POPS: A vida de Louis Armstrong de Terry Teachout


"Pops: a vida de Louis Armstrong" escrito pelo Terry Teachout chegou a minha estante em maio de 2018 como presente de aniversário da Ana Seerig. Sim, esse, assim como o "Joana D'arc: médium" do Léon Denis, foi mais um presente dela. Sim, a Ana Seerig é apaixonada por biografias, fora essa ainda tem mais uma biografia na pilha dos livros com os quais ela me presenteou ao longo dos últimos dez anos e em breve, se Deus quiser, estarei lendo e resenhando. E com essa paro de falar de nossa amizade pontuada por livros e vou começar a falar do livro, do Louis Armstrong e das escolhas do Terry Teachout na feitura dessa biografia.

segunda-feira, 1 de março de 2021

A satisfação de transferir livros da pilha dos não lidos para as dos lidos

Passei um tempo entre 2014 e 2018 me sentindo muito vazia. Lidei com esse sentimento comprando e lendo livros. A velocidade com a qual comprei superou e muito a velocidade com a qual li, consequentemente faz parte da minha vida atual pilhas e pilhas de livro não lidos, centenas de livros não lidos. Tenho tentado lidar com essa pilha da única forma possível: lendo um livro por vez. Ainda falta muito para diminuir essa pilha, mas fevereiro chegou ao fim e nesse primeiro dia de março olho para minha mesa, vejo espaço vazio e constato que estou lendo os livros comprados, emprestados, presenteados durante esse longo tempo de vazio. 

Me sinto tão SATISFEITA! Passei de pessoa tão ansiosa por preencher espaços vazios com letras e histórias, ferrenha construtora de barricadas de tijolos feitos de papel pintados com tinta, a alguém satisfeita com a visão do espaço vazio na mesa. É muito satisfatório transferir livros da pilha dos não lidos para a pilha do lidos, conferir as lobadas, relembrar as histórias, conferir as prateleiras da parte interna do coração e sentir nela novos moradores.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Joana D'arc: Médium de Leon Denis [40 Livros Antes dos 40/1]


Incluí "Joana D'arc: médium" do Léon Denis na minha lista de "40 livros antes dos 40" por ele ser parte da lista dos muitos livros com os quais a Ana Seerig me presenteou ao longo de pouco mais de década de amizade. Esse livro chegou na minha casa em Janeiro de 2020 em circunstâncias muito especiais, a dedicatória, a carta e toda história na qual essa edição está envolvida é muito tocante e um dos episódios mais especiais da minha vida adulta. Só de olhar para esse livro me sinto de alguma forma reconfortada dos muitos males do mundo.

domingo, 3 de janeiro de 2021

40 LIVROS ANTES DOS 40 ANOS


01. O grande massacre dos gatos: e outros episódios da história cultural francesa -  Robert Darnton.

02.  A Enxada e a Lança: a África antes dos portugueses - Alberto da Costa e Silva.

03. Villete - Charlotte Bronte.


05. As Aventuras de Tom Sawyer - Mark Twyn

06. Os Maias - Eça de Queiros

07. A Odisseia - Homero

08. História - Heródoto


10. Fernando Pessoa: uma quase autobiografia - Jose Paulo Cavalcanti Filho

domingo, 17 de maio de 2020

Estação Atocha, Super Junior e o Triunfo do Irreal.


"Esforcei-me para pensar nos meus poemas, ou em qualquer poema, como maquinas de fazer eventos acontecerem, de mudar os governos, a economia, ou apenas a sua linguagem, e o conjunto das suas funções sensoriais, mas não consegui imaginar isso nem me imaginar imaginando todas essas outras coisas sobre a poesia, quando imaginava - pressentimento terrível - um mundo privado até mesmo dos pretextos mais idiotas para escrever poemas que permanecessem fiéis às possibilidades virtuais do meio, privado dos rituais absurdos como aquele do eu tinha participado naquela noite, então eu intuía uma perde inestimável, uma perda não de obras de arte, mas da própria arte, e portanto infinita, o triunfo total do real, e me dei conta de que em um mundo assim eu engoliria uma cartela inteira de comprimidos brancos." (Ben Lerner, Estação Atocha, pg. 55).

Em "Estação Atocha" a proposta é acompanhar a vida de Adan, um estudante americano vivendo em Madri com o objetivo de escrever um longo poema como forma de concluir seu curso. Adan é um daqueles personagens absurdos com os quais a pessoa leitora vez ou outra cruza. Ele é um mentiroso endêmico, apático, fortemente compromissado em não se deixar encantar por nada, capaz de consumir drogas como se elas fossem confeitos e é absolutamente franco quando narra suas não-aventuras.