sexta-feira, 10 de maio de 2013

Minhas impressões sobre as Irmãs Brontë

Estou lendo o livro “Jane Eyre” da Charlotte Brontë, e me deu vontade de escrever a respeito das irmãs Brontë e sim, esse post vai ser longo porque aquelas mulheres discretas, meio sofridas, filhas de um pastor inglês do inicio do século XIX, cuja cabeça era tão cheia de imaginação, paixão e capacidade criativa me fazem querer tagarelar.

A primeira das irmãs Brontë com a qual tive o prazer do encontro foi a Emilly Brontë, foi um mau começo. Céus porquê quis a Divina Providência me apresentar logo a mais arredia das meninas? Tímida, introspectiva, fechada para balanço, boa observadora de seu mundo, péssima na arte de manter uma mera conversação burocrática.

A leitura de “O morro dos ventos Uivantes” foi uma das experiências mais atormentadas de minha adolescência. Existe uma forma de não ser envolvido pelo frio musgoso daquela charneca atormentada? Se existe eu não os conheço, pois que a violência contra as crianças, as desigualdades sociais naturalizadas e a brutalidade infantil e mortal do protagonista sempre me abatem o espírito.

Li Emilly Brontë exatamente após “Orgulho e Preconceito” esperando encontra nos personagens da Emilly a mesma fagulha de calor, esperança e amor encontrada no celebrado e apaixonante romance de Austen e só encontrei frio, tristeza e revolta. Lembro sempre que quando fui devolver o livro o bibliotecário me perguntou se eu gostei e respondi com meu jeito estabanado e sem filtro da adolescência: “Nunca mais leio essa autora.”. Nunca diga: “Dessa água não beberei!”, de lá para cá já voltei a Emilly no mínimo mais duas vezes e continuo achando esse romance uma coisa atormentada.

Depois da atormentada Emilly, Anne foi a segunda das irmãs a entrar em minha vida. Confesso que a mais nova das irmãs Brontë demonstrou ser uma criatura um pouco mais otimista na escrita da história de "Agnes Grey", livro no qual ela mistura um pouco de sua autobiografia com um de seus sonhos. Se bem me lembro, Agnes é a mais nova de três irmã e decide se aventurar como preceptora de crianças após a morte do pai para não se tornar um peso para a mãe e irmãs. Durante sua atividade como professora ela amadurece e encontra o amor na figura de um pastor modesto e honesto e no final do livro ainda abre uma escola junto com a mãe e as irmãs. Não sei, porém suspeito que terminar seus dias junto a suas irmãs exercendo o magistério de forma independente era o sonho dela.

Já a Charlotte parece um meio termo entre Emilly e a Anne, até aqui “Jane Eyre” tem tido um peso dramático e melancólico, mas também há um núcleo de luz, há romance e calor para contrabalançar o frio. O livro funciona em seus 10 primeiros capítulos como um ótimo registro da vida escolar de crianças pouco favorecidas financeiramente em meados do século XIX, na Inglaterra, isso o torna bem atrativo para mim.

Gostaria muito de juntar o resmungão Raul Pompeia, o qual estudou em uma escola modelo do Império do Brasil, contando com todo o luxo, sem castigos físicos, com comida abundante, todos os aparelhos da modernidade pedagógica da época com a austera Charlotte Brontë. Talvez desse encontro saísse um homem com menos pena de si mesmo e mais capacidade de enfrentar dignamente seus bichos. #ProntoCritiquei

Voltando a Jane Eyre, ela tem sido até aqui uma baita heroína, dramática, intensa, intelectiva e com um fabuloso espírito prático. Sozinha no mundo vai abrindo seu caminho como pode, como dá, como lhe é possível dentro daquela sociedade na qual a desigualdade era naturalizada. Existe forma de não me emocionar com os suspiros de liberdade da jovem Jane?:

“Nesta tarde, cansei-me da rotina de oito anos. Quis liberdade, ansiei por liberdade. Por liberdade murmurei uma prece – e tive a sensação de que ela se desfazia ao vento que soprava lânguido. Abandonei-a e construí uma súplica humilde: pedindo mudança, pedindo estímulo. E também essa súplica me pareceu fundir-se no espaço vago. – Então – bradei, meio desesperada – dai-me pelo menos uma servidão diferente!” (Charlotte Brontë_Jane Eyre, 2008, p. 56).

Sempre fiz de “O morro dos ventos Uivantes” um contraponto ao “Orgulho e Preconceito” de Jane Austen, um exercício pouco frutífero é verdade e infundado, mas, observando bem o livro de Charlotte Brontë tem mais pontos em comum que o clássico mais celebrado de Austen do que qualquer outro livro escrito por uma Brontë. Pois trata-se da história de como uma jovem desfavorecida se encontra com um homem melhor colocado na sociedade e com ele vive experiências que terminam em casamento. Mas, pensando bem, também essa comparação não é muito frutífera, naquela sociedade hierarquicamente desigual Jane Eyre estava em um extrato social inferior ao de Elizabeth Bennet, assim como as Brontë estiveram em um estrato abaixo do de Jane Austen.

Pensando bem, a autora de "Orgulho e Preconceito" jamais fez de pessoas abandonadas pela sorte, crianças, órfãos, empregadas domésticas, alcoólatras e preceptoras, protagonistas de suas histórias - no máximo coadjuvantes - de forma geral acho que ela mal percebia a existência desses sujeito. Já as Brontë fazem justamente desses seres abandonados pela sorte e até sujeitos de moralidade duvidosa (Heathcliff) personagens centrais em suas narrativas.

Apesar de estar gostado muito do texto da Charlotte Brontë, confesso achar mais fácil amar a vivacidade de Elizabeth Bennet e encontrar mais carisma no Mr. Darcy. É mais difícil amar a sobriedade de Jane Eyre e gostar do esquisitão Mr. Rochester. A luminosidade, a doçura, os bailes e o calor acolhedor dos livros de Jane Austen ainda me parecem mais convidativos que a dramaticidade das situações expostas em livros como o de Charlotte Brontë.

A propósito, parando de comparar, preciso dizer: mesmo me sentindo mais atraída pela obra de Austen, cada vez mais amo Charlotte Brontë. É impossível não amar uma mulher tão antenada com as discussões de seu tempo a respeito da desigualdade entre os gêneros, capaz de escreve em 1848 reflexões como essa:
“Têm-se as mulheres como entes passivos; e elas, todavia sentem tanto quanto os homens. Tanto quanto os seus irmãos, necessitam de campo onde exercitam as suas faculdades. As mulheres penam nos constrangimentos exagerados na inércia absoluta, precisamente como os homens sofreriam nas mesmas condições. E é pobreza de espírito dos seus privilegiados companheiros dizer que elas devem limitar-se a fazer pudins, cerzir meias, tocar piano e bordar almofadas. Condená-las, ou ridicularizá-las se agem ou aprendem mais do que o preconceito permite ao seu sexo – constitui uma insensatez.” (Charlotte Brontë_Jane Eyre, 2008, p. 70-71)

quarta-feira, 1 de maio de 2013

O quarto do meu irmão

Em saudável desarmonia eu e meu irmão compartilhamos o mesmo quarto por toda a infância. Não era um quarto colorido, muito mobilhado ou ricamente adornado, não havia nele nada além duas camas de madeira, uma comoda e nós dois.

Quando Rafaela saiu do berço no quarto da minha mãe e passou a dividir a cama comigo então era tudo + nós três até o belo dia no qual eu e meu irmão começamos a entrar na puberdade. Nesse dia meu pai achou por bem construir mais um vão na casa, separar meninas de menino e oferecer a Rafaela uma cama todinha só para ela. Foi essa resolução do meu pai a responsável por fazer nascer o lugar por mim batizado como o quarto do meu irmão..

Atualmente o quarto do meu irmão e o que compartilho com Rafaela são de geografias opostas dentro de casa, enquanto o meu é um lugar cheio de livros, lembranças de viagens e todo tipo de quinquilharia juntadas nos últimos 27 anos, o do meu irmão tem um monte de massa de modelar, caixas de lápis de cor, tinhas, pinceis, nas paredes um mapa da América Latina quase completo, um estranho desenho de uma mulher com um réptil atrás dela, o esboço incompleto do rosto de minha cunhada o versículo 14 do Salmo 69 escrito por trás da porta e, aquilo que mais chama atenção de espectadores desavisados, duas prateleiras repletas de uma infinidade - ou finidade - de aquários de tamanhos diversos com peixes de todas as cores e tamanhos nos mais diversos estágios de desenvolvimento.

"Tira-me do lamaçal, e não me deixes atolar; seja eu livre dos que me odeiam, e das profundezas das águas."(Salmos 69:14)

Outro dia deitei na cama dele e comecei a observar os peixinhos coloridos na prateleira que um dia abrigou minha nascente coleção de livros....



Fiquei observando o movimento repetitivo dos peixinhos coloridos, indo e vindo, nadando sempre de lá para cá exibindo o esplendor de suas nadadeiras multicoloridas e então em um fleche esses mesmos peixes  de movimentos monótonos parecem ultrapassar a bairreira de vidro e rompendo os limites começaram a nadar por todo o quarto parecendo trazer no rastro de suas caldas todo a água do infinito oceano para dentro do pequeno quarto do meu irmão agora transformando em um aquário gigantesco...




... Ou melhor... 


A julgar por toda flora e fauna marítima que começava a romper os limites impostos pelos vidros de todos os aquários invadindo e ampliando cada parte disponível de espaço, o quarto não era um aquário e sim um pedaço infinitamente abismal do fundo do oceano no qual todos os cardumes de peixes, até mesmo os bebês-peixes recém-nascidos e microscópicos se sentiam confortáveis para nadar.



De repente mesmo das velhas conchas frias e lodosas saim patinhas e cabeças de moluscos ancestrais ansiosos por explorar o fundo daquele novo mar... E por fim mesmo eu parecia ter encarnado o espirito de qualquer sereia errante e me via espalhada nadando encantada por todos os lados.



Foi no ponto alto do meu nado no meio de um cardume de pequenos peixes coloridos que a mais incrível de todas as coisas ao meu redor aconteceu! Do nada eu vi a peixinha vermelho sangue gerada e nascida nesse quarto, cujo crescimento acompanhei quase diariamente, se aproximar de mim e com olhos vidrados encara-me fixamente enquanto me perguntava com uma voz capaz de ser ouvida até debaixo d'água:


"Quem é você? Jaci ou Pandora?"


E eu até tentei responder, mas enquanto tentava articular palavras toda diversidade de vida marítima ocupante daquele infinito pedaço do oceano pareceu minguá para dentro dos aquários tão rápido quanto havia saído e no piscar dos meus olhos percebi que a peixinha vermelho sangue já estava novamente nadando no finito espaço de seu aquário tão silenciosa quanto sempre foi...



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P.S.: Sim, esse é mais um post para a série "Sonhos são esquisitos, idiotas e me apavoram"

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Eu devia ter colocado um livro na bolsa antes de sair de casa...

Eu devia ter colocado um livro na bolsa antes de sair de casa, mas a pressa de sair me fez esquecer de muitas coisas hoje e entre elas estava o livro destinado a caminhar comigo.

E o ruim não é nem o esquecimento e sim as consequências dele, graças a isso estou aqui sentada em uma mesinha de um shopping qualquer do Recife, sem vontade nenhuma de voltar para casa, sem dinheiro para ir ao cinema ou vontade de fazer outra coisa qualquer.

Estou levemente embriagada de tristeza e solidão, sem vontade de falar a respeito e querendo apenas esquecer de mim. Como solidão, tristeza e mudismo cansam rápido decidi tentar não me deixar envolver, olho em volta e procurar algo sobre o qual tenho vontade de escrever no meu caderno.

O lugar no qual estou sentada é uma praça de alimentação, diferente da que existe no último andar próxima ao cinema e salão de festas esta é dominada pela presença de um piano e em vez de sanduíches insossos as pessoas consomem cafés, tão insossos quanto os sanduíches do andar de cima, cervejas artesanais ou licores. Acho o espaço meio elitista, nunca me sinto vestida adequadamente para ele e uma das balconistas já me perguntou se eu trabalho aqui, mas o som do piano me pediu para ficar e é tão raro que a música me peça algo que achei melhor atender e fiquei.

Quem toca a música é um senhor de cabelos brancos. A música é meio antiga e também doce... Uma pena eu não saber a quem pertence, o que tem de especial ou o que revela sobre o tempo no qual foi composta. No fundo acho que o que me irrita nas músicas e me faz escuta-las menos do que deveria é essa minha incapacidade de ler o que elas me informam, esse maldito analfabetismo musical irritante.

Mas, não é minha ignorância que vai me impedir de continuar a observar o entorno do pianista... Ao lado do pianista há mais três senhores e nos intervalos entre uma canção e outra eles papeiam como se não houvesse amanhã.

É bonito, me deu vontade de especular, eles são amigos de longa data ou de ocasião? Talvez tenham cursado a universidade juntos, comparecido um no casamento do outro, batizado ou consagrado os filhos e agora pós aposentadoria em plena quarta-feira podem sentar ao pé de um piano em um templo do consumo para falar de música, beber licor e chamar atenção de jovens desocupadas.

Ou talvez a história deles não tenha nada haver com minhas especulações... Não tenho como saber porque não vou perguntar e porque quero acreditar que o quarteto animado de senhores grisalhos são amigos de longa data, partilharam muitas coisas e conseguiram conservar a amizade. E acreditando nisso posso sonhar com um dia em qualquer lugar do futuro no qual eu e minhas amigas de agora estaremos sentadas ao pé de qualquer coisa semelhante a um piano rindo e conversando com a mesma intimidade desses senhores.

Opa! Como foi que esse texto chegou até minhas expectativas com amizades? Meu Deus! Como até conversando comigo mesma eu tenho o dom de mudar de assunto?

Mas os senhores começaram a organizar suas coisas e estão prestes a ir embora... Me ocorre que não da para evitar o inevitável e tenho mesmo de voltar para casa hoje... Vou aproveitar a deixa, fechar esse caderno e me  preparar para partir... Quando chegar em casa talvez escreva isso no blog...

quarta-feira, 17 de abril de 2013

6º BookCrossing Blogueiro e as Vantagens do desapego


Faz um tempo, que li um comentário da Tita, conhecida também como Dona Coisinha, sobre doações de livros para bibliotecas lá no blog do Christian, o "Escritos Lisérgicos", e guardei para usar em um post sobre o BookCrossing Blogueiro, 6ª edição.

As vantagens da doação:

- treinar o desapego (mais fácil começar com objetos)
- disponibilizar para todos algo que ficaria restrito a mim

Algumas vantagens egoístas mas que valem também:

- desocupar espaço na minha casa;
- não precisar tirar pó dos livros;
- ter os meus livros organizados por uma bibliotecária (um luxo);
- ter meus livros disponíveis e facilmente localizáveis se eu resolver ler (bom para pessoas bagunceiras que nunca lembram onde guardaram as coisas);
- deixar na estante de casa somente o que realmente me interessa no momento;
- ir na Biblioteca pra pegar "meu" livro emprestado para reler e acabar descobrindo outras coisas maravilhosas.


Esse espirito de desapego é uma ideia legal, como diz minha mãe, caixão não tem gaveta e daqui a gente não leva nada, nem mesmo os livros, no máximo, talvez, levemos a memória das leituras... Mas isso é apenas um talvez no infinito conjunto de "talvez" que povoa nossa vida.


Como comentei com a Luma em outro contexto, quando leio um livro e gosto minha primeira reação ainda é guardar para ler de novo, mas me propus aprender a desapegar e estou alcançando algum sucesso nisso. Não um sucesso indiscutível (Luma, sobre seu comentário no post dos 200 anos de "Orgulho e Preconceito" eu tentei, mas ainda não tenho coragem de deixar meus Jane Austen para outra pessoa), tenho muito a aprender na arte de ser menos acumulativa e mais compartilhativa, mas isso é um caminho, uma filosofia de vida, algo a ser construído passo a passo e as vezes correndo.

Para quem está em seu primeiro bookcrossing e sofrendo, falo de minha experiência pessoal: cada doação torna a próxima mais fácil, no meu primeiro bookcrossing sofri tanto para doar que hoje até acho graça.

E vamos aos livros escolhidos para o bookcrossing abril de 2013, o primeiro a ser escolhido foi o livro "O herói perdido", volume 1 da "Série Os heróis do Olimpo" do Rick Riordan foi escolhido para ser deixado em um lugar público por ser um livro leve, divertido, tem uma interpretação interessante dos mitos gregos e uma narrativa envolvente desde a página 1.


Deixei ele em um dos bancos do terminal integrado da Macaxeira e corri para meu ônibus. Deu tempo de ver uma pessoa se aproximar meio desconfiada, pegar o livro, sentar e começar a ler... Espero que ela tenha gostado, que tenha sido um bom encontro.

Também desapeguei da minha edição de "P.S Eu te amo" que veio através de uma de minhas parcerias com o Luciano do .Livro.

Desapegar desse livro foi o grande desafio do bookcrossing desse ano por todas as coisas pelas quais passei enquanto lia essa história, por isso decidi enviar a um destino certo. Mandei pelos correios para uma pessoa super querida que eu sabia ter vontade de ler o livro. Espero sinceramente que ela goste da história e que seja uma boa leitura.

Também escolhi um livro para ficar em um ônibus, e este vai ser o vol. 1 do livro "O conde de Monte Cristo" do Alexandre Dumas. Foi escolhido porque elementos dessa história estão sendo utilizados na novela das seis da Globo e eu li em algum lugar que Revenge também é uma adaptação dele.

Acho impressionante como as tramas de Dumas conseguem continuar populares até hoje. Amo essa característica do texto dele e decidi deixar um pouco dele pela minha cidade na esperança que livros também se tornem populares como Dumas.

Enfim, é isso gente! Esse foi meu bookcrossing blogueiro vol. 1 de 2013, em novembro tem mais bookcrossing e durante o resto do ano a prática continua, sempre que possível desapegue.

Ah, li isso em algum lugar, dizem que é do Caio Fernando Abreu, eu não sei ao certo, mas gostei da ideia:

"E se me perguntarem como estou, eis a resposta: Estou indo. Sem muita bagagem. Pesos desnecessários causam sempre dores desnecessárias. Esvaziei a mala, olhei no fundo dela, limpei, e estou indo... preenche-la com coisas novas. Sensações novas, situações novas, pessoas novas. Tudo novo!" 

(Caio Fernando Abreu)

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Despedida da Trilogia do Mago Negro, Podcast sobre Quadrinhos.

Oláááááá! Tem alguém por ai?!?!


Sei que já faz um tempinho que não posto e acho que essa não é necessariamente uma postagem de verdade, me desculpem... Esse post vai ficar mais para convite/aviso/registro que post de verdade.

E vamos a eles:

1 - Despedida da Trilogia do Mago Negro: Hoje o Luciano está me recebendo pela quarta vez lá no seu blog, o .Livro, estou falando sobre o volume 3 da Trilogia do Mago Negro, o livro "O Lorde Supremo" da Trudi Canavan.

Como ler essa trilogia foi uma experiência significativa precisei registrar aqui e interrompo minha pausa para convidar a quem quer que ainda esteja por aqui para conferir.

"O Lorde Supremo, Vol. 3 da Trilogia do Mago Negro"


2 - O podcast sobre Quadrinhos: A Mi (Michele Lima para os não intimos), prefeita querida do PodCast das Meninas dos Livros me pediu para avisar aqui sobre o novo cast, nele falamos a respeito de algumas de nossas histórias em quadrinhos favoritas (Hana Yori Dango, Turma da Mônica, Yu Yu Hakusho e Aya de Yopougon). Dessa vez eu não arenguei (briguei) com ninguém (#Milagre) e eu convido todos a ouvirem nosso papo literário e compartilharem conosco suas opiniões, criticas e sugestões.





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E já que estou aqui, vou aproveitar para adicionar ao post alguns fanarts dos meus personagens favoritos da Trilogia do Mago Negro, acrescidos por comentários. Levei mais de seis meses lendo essa história... E como se diz em português não-formal "a gente se apega".

Sonea, protagonista da série com seu visual fim de série, no começo ela é uma adolescente magricela que se veste de menino para evitar o assedio dos homens enquanto faz entregas na cidade. O que ocorre para transforma a menina magricela nessa mulher segura só lendo para saber.

Imagem daqui

Dannyl e Tayend, por sua inteligencia, perspicácia e tenacidade, o Tayend se tornou um dos meus amores literários, é um personagem muito digno, bem resolvido, corajoso e cativante. Não a toa o casal é frequente e muito bem representado nos fanarts.

"Palavras são mais afiadas que espadas, elas só não destroem a mobília"
(Tayend, In: CANAVAN, Trudi. A Aprendiz. p. 377)





Akkarin, Lorde Supremo do Clã dos Magos: se ele é vilão ou não só lendo até o volume final para saber.


Imagem daqui

Rothen e Dorrien: não privilegiei muito ambos nas resenhas, mas foram marcantes também. Rothen é o melhor professor que um aluno poderia ter e Dorrien é um profissional e tanto, se todo médico fosse como ele as pessoas sofreriam menos.

Imagem daqui

Cery e Savara: na verdade queria uma imagem só do Cery, mas na falta dela vai ele com a Savara mesmo, ela não é um personagem dos menos cativantes, vou dar um credito. Mas ambos estão muito infantilizados nessa imagem, Savara é uma mulher feita, sexy, segura, poderosa e o Cery também é mais seguro.

Imagem daqui
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No mais, se demorar mais um mês para aparecer atualizações aqui... continuem não estranhando...

quarta-feira, 13 de março de 2013

Pausa...

Eu não gosto realmente de dizer isso... 
Mas não estranhem se demorar a aparecer novas postagens...

quinta-feira, 7 de março de 2013

Especial CLAMP 4: Sakura Card Captors

Em Sakura Card Captors, conhecemos Sakura Kinomoto, uma menina de dez anos que ao libertar por acidente um conjunto de cartas mágicas chamadas Cartas Clow, recebe do guardião das cartas, Kerberos, uma criatura pequena parecida com um bicho de pelúcia, a missão de capturar todas as cartas que estão perdidas, transformando-se assim em uma Card Captors.

A genialidade das mangakás da CLAMP está no fato de que além da sugestão yaoi que Touya Kinomoto, irmão de Sakura, e o melhor amigo dele Yukito Tsukishiro tem uma relação amorosa, todas as crianças de Sakura Card Captors estão apaixonadas platônicamente umas pelas outras, independente do sexo biológico de cada uma.

Como são crianças que ainda não estão na pré-adolescência, a sexualidade delas ainda é latente, ou seja, que ainda não se manifestou por completo e portanto o amor que elas sentem entre si, é puro e casto.

Sakura tem uma paixão por Yukito, mas Sakura também ama Tomoyo Daidouji, a melhor amiga dela, e também ama Syaoran Li, um menino que é um Card Captors rival de Sakura no início. E por sua vez Tomoyo também ama Sakura e Syaoran além de amar Sakura, também tem uma paixão por Yukito.

E é esse sentimento amoroso e puro que faz com que todos os personagens de Sakura Card Captors se arrisquem uns pelos outros e também se doem incondicionalmente. O leitor ao ver todo esse amor e amizade sem limites, se identifica totalmente com a obra e ao mesmo tempo deseja que esse tipo de relação também possa existir na vida real. Obra máxima da CLAMP, Sakura Card Captors é inspiração de amor e amizade para todos aqueles que lêem a sua estória.

O filósofo grego Platão, em sua teoria platônica da alma, afirma em seu diálogo "O Banquete": Amar alguém ou alguma coisa é amar sua alma e não o envoltório grosseiro e mortal que é o seu corpo. A alma ama as formas ou ideias. Ela deseja a formosura. Ama a perfeição.

Com esta citação do filósofo grego Platão, termino este breve ensaio em que procurei definir as idéias e os conceitos que se encontram nos mangás criados por Ageha Ohkawa, Mokona, Tsubaki Nekoi e Satsuki Igarashi, o grupo CLAMP. Após venderem mais de 100 milhões de volumes de seus mangás e serem aclamadas por todo o público e por toda crítica, os mangás da CLAMP podem ser considerados obras de arte, porque mantêm constância em seus temas e mostram evolução em seus trabalhos, tendo atingido assim o conceito do que é clássico, ou seja: obras que inspiram e educam toda a humanidade.

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E o ciclo de postagens especiais falando sobre a CLAPMP vai chegando ao fim.
E eu vou agradecendo a página Japanholic's Hyperdimension por ceder os textos para a publicação aqui no blog. Foi um prazer para mim.
Espero  que as pessoas que andam acessando os textos estejam satisfeitas com o conteúdo que tem encontrado, eu ao menos estou.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Músicas para a segunda...

Não, esse não é um post tipo "como a segunda é promissora!". Esse não é um blog focado em alto-ajuda, quem me conhece sabe que eu e a segunda-feira não temos uma tradição de amizade, amor e respeito, seria muita falta de franqueza pousar de otimista... Ainda mais agora quando me encontro atormentada por minha coluna e por meu ombro esquerdo eternamente danificado.



É sério a segunda não gosta de mim!
Tudo bem, eu também não gosto dela e a reciproca é verdadeira!

 

É aquela coisa, eu já começo a segundo pedindo graça a Deus, porque se ele me der força eu mato um! 


Mato quando eu chegar na parada de ônibus e a quitadeira me avisar que o ônibus continua não descendo e eu vou ter que subir no sol quente! 



Mato quando eu chegar na integração e encontrar aquela habitual desordem, os poucos ônibus para os muitos passageiros e a necessidade de ser selvagem!


Mas sinceramente, não importa muito o motivo o mal humor é latente na segunda e parece que ele atrai... #TristeIsso

Mas... recentemente a Dona Ana Seerig me apresentou duas canções que conseguem amenizar o meu mal humor de segunda e hoje, faço feito o Garfield faz com o ursinho e só para não partir de mal humor começo o dia ouvindo-as!



1º) Datemi Un Martello da fofissima Rita Pavone, que está preciosamente inspiradora nesse vídeo cantando toda serelepe uma música um tanto quanto psicopata, mas bem adequada para meu mau humor. Aaah se eu arrumo um martelo e a oportunidade de dar umas marteladas na cabeça de alguns vereadores donos de empresas de ônibus que se reúnem no silêncio da noite para aumentar o preço da passagem sem melhorar a qualidade do transporte urbano!!!!


2º) A lirica canção de titulo nada sugestivo "Eu só quero acabar com você" do grupo Validuaté. Ela é também meio psicopata, mas quem nunca nem por um minuto teve uma vontadezinha de desejar a alguém  como o prefeito mentiroso, o dono da empresa de transporte público, os prefeitos hipócritas que não cuidam dos problemas de urbanidade da cidade e a algumas pessoas mais que:

"...Tomara que sempre chova em todas as tuas festas.
Tomara que tu tropeces em todas as pedras.
Tomara que tu sempre enfrentes filas enormes.
E mesmo morrendo eu não quero mais que tu retornes...."



Enfim, na segunda eu me permito não jogar o jogo do contente...
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A parte o meu mau humor segundistico (essa palavra existe?) registro aqui uma coisa boa que aconteceu no fim de semana e me alegrou por demais... A Sheilinha querida do meu coração lá do blog "Cozinha de Mulher" fez um post com um prato nordestino e dedicou a minha pessoa.


Quem quiser conferir uma culinária nordestina tipica de Pernambuco, sinta-se convidado, todo mundo tende a ser recebido bem nessa cozinha!!!



Obrigada Sheila pela lembrança!!!




quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Uma festa e dois selos...

Sim, esse blog e esta blogueira estão em festa! E o motivo é que a linda, querida e amada Erica Ferro do Sacudindo Palavras tirou uma boa nota nos exames do ENEM e se tornou a mais nova estudante de biblioteconomia da Universidade Federal de Alagoas.

Como sei o quanto ela se esforçou, sofreu e tudo o mais para conquistar essa vaga estou super feliz e não consigo deixar de registrar aqui todo os meus parabéns a Dona Ericona!!!

Como a Erica também é uma super paratleta, campeã de natação, desejo que os próximos anos dela sejam assim:


Feita festa, vamos aos selos...

Por esses dias andei recebendo selos relacionados a leitura e hoje é o dia de aderir as brincadeiras! Começando pela ordem de recebimento

"Selo de Incentivo a Leitura", que recebi da Aleska do Entre Livros e Sonhos e da Nádia do Palavras em Movimento.


As regras do selinho são:

- Indicar 10 blogs (é expressamente proibido oferecer a quem quiser pegar sem indicar seus blogs antes Não sei quem fez a regra, mas se tu quiser pegar, pega na cara de pau mesmo e  se alguém questionar diz que fui eu que mandou pegar.).

- Avisar aos blogs escolhidos.

- Colocar a imagem no blog para apoiar a campanha.

- Responder a pergunta:


"Qual livro você indicaria para uma pessoa começar a ler?"

Não consigo pensar pensar em um único livro capaz de agradar a diversidade de pessoas não-leitoras com potencial para vim a ser leitoras. Mas, posso citar alguns livros com os quais tive experiencias de sucesso: para uma pessoa que tem um grande vinculo afetivo com o pai e uma mãe durona, porém querida, é boa ideia oferecer o belo "A menina que roubava livros"; para pessoas que amam a natureza "O jardim secreto" pode ser uma boa escolha; livros como "A viuvinha" e "Cinco Minutos" de José de Alencar podem aquecer o coração de uma alma que tenha um romantismo menos moderno e "As crônicas de Narnia" podem ser o primeiro amor de alguém que cresceu em um lar evangélico ou católico.

O segundo selo é o "Leia Sempre" que ganhei da Calú do blog "Fractais da Calú", da Jussara do "Palavras Vagabundas" e do Alexandre do blog "Do que eu quero".


As regras são:

1 - Citar o nome e o link de quem te enviou: Já citei acima.


2 - Indicar 2 livros (no mínimo) que leu em 2012 e gostou (não há limite máximo).


3 - Listar 3 livros (no mínimo) que deseja ler em 2013 (não há limite máximo)

Dom Quixote de La Mancha de Miguel de Cervantes
Os miseráveis de Victor Hugo
O mal estar na cultura de Freud
Jane Eyre de Charlotte Brönte
Fernando Pessoa: uma quase auto-biografia de José Paulo Cavalcanti Filho
O ano da morte de Ricardo Reis de José Saramago
Emma de Jane Austen

4 - Oferecer para mais 10 pessoas ou blogs e avisá-los:

Gostaria de ver essas pessoas queridas do meu coração (sente a pressão psicológica on) respondendo:

Luciano Santos do .Livro
Mamis do Filial de Marte
Irene do M@myrene
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P.S.: Vaneza com Z, eu senti vontade de te indicar esses selos, mas como já te constrangi pedi educadamente para você participar da blogagem coletiva de aniversário, vou deixar essa passar em brancas núvens... #TeAmo

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Um casamento e dois chás de fralda - Uma das madrinhas da noiva!

Eu tenho uma teoria, alimentada por excesso de filmes e livros americanos, de que uma pessoa sabe que anda estabilizada e confortável em uma vida de solteira grau 10.000 quando começa a ser demasiadamente convidada para chás de fralda e casamentos.

Pois é, depois de em menos de dois meses ser comparecido para um casamento e dois chás de fralda eu começo a me convencer que sou uma pessoa orgulhosamente estabilizada em uma vida de solteira e para chegar a perfeição só falta sair de casa e ir morar sozinha.


A parte essa reflexão de inicio de post, eu sou apaixonada por minhas amigas e por meus sobrinhos e sobrinhas então não poderia deixar de registrar aqui esses capítulos de meus vinte e poucos anos. Como eles fazem menção a uma considerável gama de acontecimentos, decidi  contar a história do casamento de Claudineia e Iran do qual eu fui madrinha.

E a proposito, antes que eu fale sobre o casamento de Clau, é bom dizer que essa não vai ser a primeira vez que ela aparece aqui. Clau é a minha amiga ninfa sobre a qual falei em maio do ano passado e também é a amiga que me proibiu de contar de como "Fui a Garanhuns, não fiz nada do que queria fazer, mas ganhei uma coca-cola grátis".

Acompanhei alguns capitulo do namoro e do noivado de Clau, então quando ela decidiu casar achou justo me convidar para ser uma das madrinhas.

Como não sou uma pessoa habituada a me arrumar para ocasiões formais, o casamento de Clau representou uma verdadeira operação de guerra para mim começando pela coisa mais obvia do mundo, alugar o vestido, passando por fazer uma viagem de 4 horas para Garanhuns, até chegar ao dia da festa no qual eu tive que acordar as sete da manhã porque era o único horário disponível na manicure.

O problema é que ninguém me avisou que quando uma das madrinhas da noiva se hospeda na casa na qual a noiva mora ela tem que trabalhar duro e o resultado foi que, enquanto a noiva corria para resolver os detalhes de última hora do casamento, a madrinha aqui teve que receber metade da família do noivo, ir no mercado, colocar o almoço no fogo para uma pequena tropa e lavar pratos estragando as pobres unhas que a fizeram acordar as sete hora da manhã. Se não tivesse sido cômico, divertido e gratificante teria sido trágico.

Na verdade ter ajudado a Clau fez do dia do meu dia de madrinha algo pra lá de inesquecível e fiquei até bonitinha de madrinha. Valeu muito o esforço para está na festa e conhecer a família de Clau inteira, incluindo a sobrinha dela, coisa mais fofa do mundo. Geralmente não me dou muito bem com meninas, mas há exceções.


O casamento da minha amiga ninfa foi perfeito, o vestido dela foi digno de uma ninfa. Feito pela mãos da mãe dela, fez com que aos meus olhos ela parecesse ter saído de um conto de fadas e na hora da valsa eu me sentia olhando o baile da Cinderela do lado de dentro do desenho. Minha amiga estava tão linda que só de lembrar me emociono.


A minha foto não ficou das melhores, mas o sentimento para o qual ela me leva é o melhor do mundo, foi tirada um pouco antes do momento no qual os padrinhos e madrinhas se juntaram a ela na valsa... Nunca tinha dançado nada na vida antes, meu companheiro de valsa foi um par maravilhosamente tolerante, eu só fazia ri e estava embriagada de emoção.

Eu e meu companheiro entrando na Igreja, ficou muito elegante essa imagem!
E como se não fosse suficiente, na hora de jogar o buquê eu quase peguei o danado! Pois é, para minha surpresa o danado veio em minha direção, eu olhava e não acreditava, parecia um delírio sonho...



Aliás, delírio sonho foi o que eu vivi nos 15 milésimos de segundo nos quais o buquê voou para mim e meus dedos chegaram a tocar nas flores. Juro que esses breves milésimos de segundos foram tempo suficiente para que eu me vice toda vestida de noiva correndo em uma praia deserta na direção de um cara empalitosado muito parecido com o Terry Crews (se é que não era o próprio), mas...


Quando eu estava prestes a chegar nele... Catabum... Raquel pegou o buquê e detonou com meu delírio sonho! Se eu não gostasse muito da Raquel, e ela não formasse um par muito fofo com o Rodrigo, eu teria ficado um pouco mais que emocionalmente abalada pela destruição precoce do meu delírio sonho de contento com o lindo Tery Crews! Para ninguém dizer que estou mentindo, deixo a imagem do momento do abraço entre Raquel e Clau, demonstrou bem a alegria dela, acho que foi maior do que o meu desalento...


Ah, o post vai acabando por aqui, mas se vocês pensam que a festa de casamento acabou ai estão enganados... No outro dia ainda houve espaço para mais festa no sítio no qual minha amiga cresceu com direito a um novo bolo, muito mais comilança e chororó dobrado porque se não tivesse muitas lágrimas não poderia ser uma história na qual a Clau é a protagonista e eu sou parte do elenco.


Enfim, o casamento de minha amiga ninfa foi uma das experiências mais significativas desse início de 2013, dessa faze da minha vida, depois dos 25 antes dos 30, e talvez do conjunto dos meus dias. Desejo a ela toda a sorte, felicidade, amor e o mesmo tipo de presença de espirito que fez ela escolher como detalhe do look de casamento um sapato rosa de salto impossível.