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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Leituras simultâneas...

Como sempre estou lendo dois ou mais livros ao mesmo tempo... Embricada entre vários mundos paralelos ao meu. Sim, eu já tentei ficar no meu presente vinte quatro horas por dia, sete dias por semana, todos os dias do mês... o ano inteiro com pretensões de seguir pela vida e então eu acordava, olhava em volta "e o mundo era a terra inteira,  mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido" e eu voltava a precisar dos meus chocolates literários.

Atualmente as leituras que mais chamam minha atenção são velhos moradores de minha estante: "O príncipe e o mendigo" do Mark Twain, "Eu, robô" do Isaac Asimov e "A tormenta das espadas" do George R. R. Martin... Os três juntos formam uma sopa em minha cabeça e me deixam anestesiada desse "sono íntimo do que cabe em mim".

O Mark Twain, autor do século XIX, tem me surpreendido muito em sua excursão pelo século XVI. Tenho a impressão que ao enveredar pelo passado ele conseguiu falar muito bem sobre seu presente. Muito interessante o retrato da pequena infância carente pintado por ele. A família do Tom, o mendigo que por uma série de coincidência vai usurpar por um tempo o lugar do Príncipe de Gales, é um retrato pouco romântico e bem realista de uma família pobre do século XIX, ele me lembra muito "A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra" de Friedrich Engels.

Outro autor cuja lembrança me vem a mente quando leio "O príncipe e o mendigo" é o Lord Dumas. De alguma forma acho a escrita de ambos parecida, cada capitulo tem uma história que fecha em si mesmo com um final antevendo reviravoltas prendendo o leitor. Por outro lado a visão que os autores possuem da realeza é completamente oposta. 


Twain ver príncipes e reis com certa generosidade exaltativa [essa palavra existe?], Dumas com uma ironia zombeteira. O príncipe de Twain é um menino culto, falante de vários idiomas, preparado para governar, sua corte é como um corpo do qual ele é a cabeça e sem ele nada funciona. O Rei de Dumas é um homem cujo comportamento lembra um menino mimado, caprichoso, infiel, um boneco de sua corte guiado pelo cardeal ou por outras pessoas. Eu adoro o humor zombeteiro de Dumas, eu amo o retrato do lado b de Londres criado pelo Twain.

Já o "Eu, Robô" do Asimov é um livro carregado de ternura. Uma leitura que flui como um rio. Cada página lida gera um encantamento diante da genialidade desse autor. Ele não é nada menos que MARAVILHOSO. Consegue ser brilhante, generoso e divertido. Estou curtindo muito essa leitura.

Talvez pela breve introdução esclarecedora do Jorge Luiz Calife, para mim tem sido impossível não pensar muito no monstro de Frankenstein. Eu sou totalmente fã do "Mostro" é um dos seres mais carentes de amor, desamparados e injustiçados por seu próprio pai já inventados dentro e fora da literatura. Acho o doutor Victor Frankenstein simplesmente asqueroso.

Apesar de achar a Mary Shelley incrível e sempre me impressionar em como já tão jovem ela era tão culta, brigo com ela em cada linha na qual ela exalta "as boas qualidades" do Dr. Frankestein e as vezes me pergunto se todas as virtudes dele não são boas ironias. A única coisa de boa no Victor Frankestein é sua cultura, seu conhecimento cientifico e criatividade impressionante.


Em síntese, os robôs de Asinov me provocam a mesma ternura que o "Mostro", eles amam a humanidade e querem se aproximar dela enfrentando sempre a dureza do preconceito, da incompreensão e do medo. As vezes tenho a impressão que Asimov tinha um sentimento semelhante ao meu em relação a criatura de Frankenstein e seus robôs queridos recebem o reflexo desse amor através das três leis da robótica. Pena que a humanidade não consegue confiar nas maquinas que ela mesma criou e condena suas criaturas a fins trágicos.

Por fim, sobre o terceiro livro de minha atual saga por outros mundos, o "A tormenta das espadas", volume 3 das "Crônicas do Gelo e Fogo" do sacana do George R. R. Martin, preciso dizer: através dele tenho me reconciliado com a Daenerys. Ela tem sido tão humana em suas decisões! Tão justa! Tem saído do lugar de menina de boa vontade para mulher de boas decisões e ações. Até aqui ela me incomodava em vários momentos, mas agora me pergunto se meu sentimento por ela não tinha um que de magoa pelo Drogo.

Além da Dani, continuo morrendo de amor pelo Tyrion, além de ser o único personagem intelectualizado capaz de se interessar francamente por mulheres comuns, demonstrou misericórdia pela Sansa Stark... E, além dele, o Jaime Lannister também anda ganhando espaço em meu coração... Nunca pensei que isso fosse possível, não tenho nenhum fraco por loiros de olhos azuis,  mas... o Jaime está mudando... está virando um homem de verdade.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Pausa para um desabafo fútil!

Pois é, eu abri esse post para fazer um registro fútil o qual não pretendo explicar... Sim... esse tipo de registro fica mais adequando em diários fechados e coisas do gênero... mas me deu vontade de fazer o registro aqui mesmo por motivos de "estou chatiada" e claro: o blog é público, mas também é meu "diário de bordo" e eu posso fazer um desabafo bobo vez ou outra.



Enfim, roubando as palavras do querido Felix, eu devo ter salgado a Santa Seia ou jogado chiclete na cruz... Só atos assim explicam a quantidade de homens com a inteligencia emocional de uma criança de três anos que eu sou capaz de atrair.

sábado, 28 de setembro de 2013

Época das Crianças - Parte 1: Cosme e Damião

Era uma vez, há muitos séculos atrás em um lugar fértil e feliz do grande continente hoje conhecido como África dois irmãos muito sapecas, inteligentes e extremamente amados por seus pais e por todos os outros membros da aldeia como todas as crianças devem ser. Eles eram chamados de ibejis, por nasceram os dois juntos em uma noite estrelada da qual ninguém jamais esqueceu.

Em uma tarde de primavera, os dois irmãos decidiram tomar banho no rio próximo a sua aldeia. Pediram a sua mãe para lhes acompanhar, ela não pode pois muitos eram os seus afazeres; recorreram ao seu pai, ele também não pode assim como suas tias e até mesmo seus coleguinhas cujo sol diminuía muito o desejo de percorrer a distancia entre a aldeia e o rio correndo o risco de serem duramente advertidos por seus pais quando voltassem.

Contrariados com aquelas negativas os dois irmãos decidiram segui o caminho do rio sozinhos e assim fizeram. Com satisfação venceram aquele caminho e se deleitaram nas águas refrescantes do riacho brincando como só as crianças sabem e podem fazer até o momento no qual uma catástrofe ocorreu: um dos meninos se afogou.

O outro, imediatamente após o ocorrido mergulhou em busca de seu irmão, mas para seu desespero já era tarde demais... Seu irmão já habitava o corpo, sua alma partira rumo ao desconhecido, seu irmão morrerá e ele conheceu pela primeira vez em sua curta vida a terrível dor da solidão e em meio a agonia recém descoberta ele ergueu a sua voz e pediu a Ólorum piedade, que ele não lhe separasse de seu irmão.

Ólorum, do alto do Orum, via silenciosamente todos os acontecimentos experimentados pelos homens, mulheres e crianças no Aiê e resolveu atender ao pedido do menino. Imediatamente transformou os corpos das crianças em estatuas de madeiras enquanto a essência de ambos eternamente cristalizada em sua infância transformou em algo maior conhecido, festejado e amado até os dias de hoje por quem conhece e não conhece essas história.


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Essa história é toda baseada no Itan "Os Ibejis são transformados numa estatueta" contado no livro "Mitologia dos Orixás" do Reginaldo Prandi. Eu li no livro, mas vocês podem ler nesse LINK.

Escolhi conta-la pois não sei, porém suspeito ser a festa dos santos gêmeos "Cosme e Damião" esse grande acontecimento ligado a infância resultado direto da força cultural incrível dos homens e mulheres vindos da África. Reza a lenda que os Ibejis já no período colonial, foram no Brasil associados aos santos Cosme e Damião, médicos mortos por volta de 300 d.C.

Gente no ano 300 depois de Cristo nem pediatria tinha, para mim está claro que a gente só oferece doces a crianças nessa data por causa dos Ibejis. Se eu não me engano, faz parte do cerimonial dos cultos de matriz africana oferecer as divindades - orixás - comidas.

Acredita-se que em troca da comida as divindades oferecem aos homens o axé, a força da vida. Cada orixá tem sua comida especifica, a comida dos orixás crianças é doce, guloseima e claro, nas festas além das divindades as pessoas também comem. Pierre Verger em seu livro "Orixás" apresenta a hipótese do culto a essas divindades derivar do culto a ancestral primitivos, os quais anualmente recebiam ofertas de comida.

Bem, eu não sei até que ponto a hipótese do francês fofo se confirma hoje, mas acho muito legal essa ideia de seres humanos transformados em divindade através de traumas emocionais, amo os itans e se Cosme e Damião em outro lugar do mundo também for comemorada com doces me conta porque ai minha hipótese pode não ser tão acertada.

E essa é a primeira de uma série de 6 postagens sobre "criança e a infância" em comemoração do que a Aleska chamou de "época das crianças", o período de 27 de setembro a 12 de outubro... Pronto, mais uma ideia da Ideia da Aleska posta em prática.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Fique em pé quando você estiver no chão

"Fique em pé quando você estiver no chão" é o nome de uma música, para ser exata a música chama-se "Steh auf, wenn du auf Boden bist", faz parte do álbum "Auswärtsspiel"  publicado/lançado em 2002 pela banda alemã Die Toten Hosen. Foi a Ana Seerig que me apresentou essa canção, a banda e todos os derivativos.

Ou melhor, em março quando eu estava simplesmente acabada, meio morta e quase entrando em estado de decomposição ela fez a tradução da canção do alemão para o português e me enviou por e-mail com os seguintes votos: "... pensei mesmo que ela poderia te trazer algum bem, como às vezes as músicas fazem, quando nos dão ânimo ou mesmo desabafam por nós.".

Enfim, quando liguei meu computador para conferir as coisas antes de ir ao trabalho vi que a Ana legendou o vídeo da música e disponibilizou no YouTube. Sinceramente, acordar com essa música na cabeça é uma dádiva, mostra que música realmente tem algo de divino. Então, eu compartilho ela com todos os meus companheiros de virtualidade com os desejos de que consigamos "ficar em pé quando estivermos no chão", "nos controlar quando estivermos sozinhos" e "quanto uma tempestade nos deixar de joelhos" Deus nos de força para que simplesmente possamos "virar o rosto para onde sopra o vento".


Bom Dia a todos e todas!!!


Fique em pé quando você estiver no chão
Steh auf, wenn du am Boden bist – Die Toten Hosen

Quando você estiver consigo mesmo no final
E simplesmentente não querer nada mais
Porque você apenas se pergunta
Porquê e para quê e o quê deve viver

Controle-se, também quando você está sozinho
Controle-se, não jogue agora tudo pro alto
Controle-se, e qualquer dia você entenderá,
Que isso de vez em quando acontece.

E quando uma tempestade te deixa de joelhos,
Apenas vire o rosto para onde sopra o vento
Não importa se nuvens negras estão sobre você
Em algum momento elas passarão

Fique em pé quando você estiver no chão
Fique em pé quando você estiver caído
Fique em pé, de algum modo isso já vai passar 

É difícil não se perder no seu caminho
E pelas regras e leis daqui
Sem traição uma vida se direciona
O homem ainda se respeita

Se os indícios estão todos contra você
E ninguém quer apostar em você
Você não precisa provar nada
A menos que seja pra você mesmo
Sem pânico, não será tão ruim assim
Não mais do que arrancarem sua cabeça 
Venha e veja o que acontece

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Questões de amor e ódio!

Hoje as "Meninas dos Livros" se reuniram para gravar mais um podcast e depois de tudo a prefeita Mi - Michele Lima para os não íntimos - postou a seguinte foto no facebook para representar alguns dos momentos de afeto, carinho e atenção entre eu e a Ana.


Olhando assim tenho a impressão que está virando rotina nossos desentendimentos literários... Ou talvez se desentender seja nossa forma de nos entendermos... De toda forma essa foto me lembrou que o nosso cast de Agosto saiu faz um tempo e eu ainda não cumpri a demanda de posta-lo aqui para fins de divulgação e registro.

Em Agosto decidimos falar sobre livros cuja leitura foi capaz de nos despertar sentimentos de amor e ódio.


A Aleska - nossa bibliotecária - falou de  "O discurso do método e as meditações metafísicas" de Descartes;
A Ana Seerig ficou com "O mundo segundo Garp" do John Irving;
A Michele Lima - prefeita - falou sobre "Os Sete" de André Vianco; e
Eu atinei de levar para o podcast um antigo debate entre eu e a Ana e falei sobre "O morro dos Ventos Uivantes da maluca querida Emily Bronte. 

O podcast das Meninas dos Livros constitui atualmente um dos meus maiores prazeres, falar de livros com pessoas tão passionais, inteligentes, afetivas e calorosas como as meninas é um prazer.

E você? Tem amigas com as quais costumam discordar e brigar por motivos tolos sem correr o risco de perder a amizade? Gostam de falar de livro? Possuem um livro que não conseguem decidi se amam ou odeiam? Já ouviram algum de nossos podcasts? Tem alguma dica de leitura para a gente? Tem algo que gostaria de nos ouvir falando?

Para baixar o cast basta clicar no LINK ou ouvir aqui mesmo:


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Só para constar, o sorteio dos livros continua valendo é só ir lá no post e dizer que quer participar: "Sobre o desafeto a literatura nos tempos do Império - Parte 2"



quarta-feira, 31 de julho de 2013

"Veneno" - Participação na Blogagem Coletiva "Continue a estória..."

Amanda ficou olhando para a tela de seu PC sem entender o porquê alguém escrevera aquilo, com que intuito? Queria poder entender o que faz uma pessoa ser tão amarga e cruel cometer tamanha violência em escrever palavras tão duras e sem coerência. Será que era uma pessoa conhecida ou meramente passara por ali e resolvera descarregar todo seu ódio e dor em uma única pessoa que teve a infelicidade de estar em seu caminho virtual. Pensou ser uma figura feminina pela maneira de escrever talvez estivesse enganada. Ela e seu único amigo que fizera no curso de psicologia ficavam analisando as pessoas em segredo, não profissionalmente e sim por pura diversão. A muito queria deixar o curso por não se adaptar, não era o que sonhara para sua vida, porem o que queria realmente não importava. Ter um diploma em mãos seria o maior orgulho para seus tutores. Voltou a se fixar na tela, sempre se distraia quando lembrava no quanto estava infeliz, será que a intenção daquela pessoa cruel era acabar ainda mais com seus dias?

Resolveu deletar as mensagens. Não adiantaria ficar ali remoendo ninharias, absolvendo intriga, absolvendo infâmia como bucha a absolver água suja. E em um clique, deletou aquelas palavras ofensivas em mais três fechou as abas abertas, desconectou da rede e desligou o computador. Muita coisa esperava por ela naquele dia, o tempo urgia, a vida chamava do lado de fora de sua casa com mil problemas clamando por solução nenhum deles ia ser resolvido com a angústia gerada por aquele veneno destilado.

Veneno... Enquanto fazia o caminho do seu quarto a porta de saída de sua casa experimentou a sonoridade dessa palavra: Veneno... As vezes a rotina dos seus dias parecia um veneno para a sua alma, se submeter ao desejo alheio por vezes envenenava os seus dias, o seu tempo, os pensamentos e desejos... Ela tinha boa vontade, se dedicava, compreendia a natureza da cobrança que sofria, mas ainda assim tudo parecia um veneno... Definitivamente sua rotina já estava suficientemente envenenada por suas necessidades imperiosas para que ela dedicasse qualquer grama de pensamento para palavras ditas por sabe-se lá quem.

Embriagada por tais pensamentos Amanda fechou a porta de casa, colocou sua mochila nas costas, seguiu para o ponto de ônibus rumo a mais um dia de aula. Cada dia era menos um dia e enquanto o veneno não matava lhe fortalecia... Da mesma forma que aquelas palavras também lhe fortaleceram de alguma forma maluca. Breve, muito em breve, seu diploma estaria em suas mão, seus tutores estariam satisfeitos e ela ainda teria a vida inteira pela frente e em seu peito pulsava a certeza de que seria uma vida muito bem vivida.

O ônibus chegou, ela fez sinal, ele parou, ela subiu, logo ao entrar, no primeiro olhar lançado ao interior do veiculo ela vislumbrou seu melhor amigo, seu único amigo, seu irmão de alma, sorrindo seu melhor sorriso, lhe olhando com o olhar mais cúmplice do mundo... Nem tudo em sua vida era veneno e no balanço do ônibus misturado ao responder a voz familiar de seu amigo pode enfim esboçar o primeiro sorriso do dia que certamente não seria o ultimo...
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Esse texto é a minha participação na Blogagem Coletiva "Continue a estória..." da Verinha do Blog "Eternamente VV".

A proposta dessa blogagem consistia em continuar o texto a partir da palavra "... Resolveu..." achei interessante e tentei fazer esse exercício de escrita. Sempre tive vontade de escrever em parceria com alguém, essa blogagem me possibilitou isso. Espero que tenha ficado bonitinho!

Outras participações confira  AQUI

domingo, 28 de julho de 2013

A passagem dos dias...

Hoje quando liguei o computador me deparei com alguns versos do Mario Quintana

"... Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!..." 

Ainda não se passaram 50 anos do meu tempo, mas de repente me surpreendeu a velocidade com a qual o tempo passa e os dias se sucedem... Me lembrei também dos versos de Junqueira Freire:"Assim as horas do tempo/ correndo, correndo vão,/ assim passou inda há pouco/ o matutino clarão.". E tudo passa tão rápido que nossos mil planos acabam não sendo realizados e as mil postagens que desejávamos fazer também não foram feitas.

Queria ter falado algo sobre o dia 25 de julho que condensou em si três comemorações significativas para mim: Dia do autor nacional, dia da  "Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe" e também dia do motorista... Sim, aos 45 do segundo tempo do dia meu pai recebeu um sms da empresa para a qual presta serviço felicitando ele pelo dia. Mas o querer não virou realização, foi engolida pelo cansaço e pelo desanimo de escrever!


Outra coisa significativa que ocorreu foi a realização da 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência aqui em Recife no campus da Universidade Federal de Pernambuco. A prefeitura do Recife e o governo do estado de Pernambuco pagaram as inscrições dos professores e eu tive o prazer de ter participado do evento pela primeira vez e essa seria também uma ocasião que merecia um post ou posts.

A 65ª Reunião Anual da SBPC já começou movimentada com o governador e o prefeito sendo lindamente vaiados pelos docentes na abertura da reunião. Há quem ache o protesto valido, há quem ache o protesto mal educado e desnecessário, eu não estava no meio dele, mas o prefeito e o governador desejam agir na administração dos bens públicos de Pernambuco e Recife como os antigos senhores de engenho costumavam agir, isso choca a sensibilidade dos professores e bem estamos em um momento de dessacralização das autoridades públicas.


A parte a conveniência ou inconveniência dos protestos, participar da SBPC foi realmente incrível! Pesquisadores de todos os lugares possíveis e imagináveis do Brasil; diversas áreas do conhecimentos; vários sotaques misturados; vários centros de tecnologia juntos... Vários interesses, sonhos, objetivos, ideias e o melhor de tudo REALIZAÇÕES efetivas sendo expostas em um único lugar. Foi uma experiencia única e maravilhosa!

Conversei muito, vi muito durante essa semana, falei com o pessoal do Museu de Astronomia, Ciências e Afins do Rio de Janeiro, conheci mulheres que trabalham no Sertão de Goiás pesquisando e desenvolvendo possibilidades de renda para e com o povo de lá, conheci novas tecnologias que estão sendo desenvolvidas, descobri velhas tecnologias que fazem a diferença na vida das pessoas quando postas em prática; discuti gênero com um representante da Marinha Brasileira, conversei sobre a distribuição da internet pelo Brasil, papiei com um grupo de Brasilia que desenvolve didática para ensinar inglês a deficientes visuais. Em suma, passei a semana inteira indo a exposição da SBPC, com exceção da quinta-feira, e não consegui ver tudo.

Ah, além de falar e falar, ouvir e ouvir acumulei uma série de material impresso, livros, gibis informativos e derivativos que as instituições produziram para distribuir entre os professores! Pena que estou sem câmera digital para registrar essas coisas e gravar na paredes desse blog.

Enfim, os dias se passaram muito rápido... e o recesso escolar acabou... amanhã volta tudo ao normal. Creche pela manhã, escola a tarde, vida que segue rápida demais, uma coisa sucedendo a outra vertiginosamente. Eu só me recordo do meu Salmo preferido:

"Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite."
(Salmos 19:2)

domingo, 21 de julho de 2013

Estranho diálogo!

Pois é... 
"Aviso aos navegantes: Quando começo um post com "Pois é" podem ficar cientes que lá vem leseira brava. Então sintam-se avisados."
Pois é, geralmente quem tem o habito de publicar no blog pequenos diálogos curiosos e reveladores com amigas é a Vaneza com Z, mas aconteceu um dialogo comigo que merece um registro para começar a semana rindo.


Tirem suas conclusões companheiros e companheiras de virtualidade e me ajudem a entender o que essa pequena tiradorazinha de onda quis dizer, porque eu até agora eu não consegui decifrar esse enigma kkkkkk...

Boa Semana a todos e todas....

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Uma questão de resiliência!




"Resiliência ou é um conceito oriundo da física, se refere à propriedade que alguns materiais possuem de acumular energia quando são submetidos a estresse sem se romperem. O elástico, o bambu e a vara de salto em altura são exemplos de materiais resilientes."

Em momentos de crise coisas estranhas costumam vim a memória. Quando a moça loira sentada no degrau pintado de cal da escadaria saiu de casa pela manhã, se alguém perguntasse a ela qual o nome de seu professor de física ela forçaria o fundo de suas memórias e não ia conseguir encontrar essa informação. Mas, naquele momento difícil, como um trovão inesperado que cruza o céu noturno de cima a baixo, lhe veio a memória a lembrança da voz grave do professor falando sobre resiliência, elástico, bambu e vara de salto em altura.

Se pegou calculando quanto tempo havia passado entre aquela aula e esse momento... Nove, dez, onze... quinze anos. Meu Deus! Como o tempo passou rápido! Parece que foi ontem que a bolsa que ela segurava era uma grande mochila azul repleta de livros didáticos, seu tênis um all star customizado com borboletas e o sonho de ser médica era apenas um sonho.

Naquela época ninguém lhe contou sobre a gravidade da sensação do fracasso após cada perda. Todos só lhe diziam o quanto era nobre ser médica e quantas vidas ela salvaria.

Ninguém lhe avisara também do quão pernóstico um diretor de hospital, um governador e presidente poderiam ser e no bojo das lembrança escolares lhe veio a mente a professora de português descrevendo o significado da palavra:

Pernóstico; adjetivo e substantivo masculino. Informal. Característica de algo ou de alguém que é afetado, pretensioso, presumido ou pedante. Informal. Algo ou alguém que é atrevido; que responde ou que resmunga. Brasil. Indivíduo utiliza termos incomuns, que geralmente não conhece, para aparentar certa cultura que não tem.

Sorriu sozinha em meio ao desamparo, mesmo com a distancia imposta pelo anos, ela podia ver o rosto rechonchudo da professora, ouvi-la falando daquele jeito explicadíssimo dos professores de português e sentir em seu olhar aquela ternura paciente mesmo nos piores momentos de sua turma pouco comprometida com os significados das palavras.

Não! De repente lhe ocorreu que não era paciência o que havia no olhar de sua querida professora. Era pura RESILIÊNCIA, com letras maiúsculas e coragem reforçada.

A professora, era o tipo de pessoa que podia até ser dobrada, mas nunca quebrada... Houvesse o que houvesse ela sempre voltava e tornava voltar a sala de aula... Dia após dia, ano após ano, até finalmente chegar o dia da formatura no qual ela entregava  o diploma, o abraço e os parabéns aos seus alunos.

Ainda em meio as emoções das memórias a moça loira sorriu de si para sim mesma, aprumou a postura, respirou fundo, levantou e seguiu em frente... Ela também era resiliente!
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Essa foi a minha participação na 2ª Edição do desafio de escrita "Momentos de Inspiração" proposto pela Irene Moreira, a querida M@myrene.

Atualmente minha palavra de ordem tem sido "Resiliência" e é isso que desejo a todo mundo. Isso não é blog de auto-ajuda, eu detesto segundas-feiras, como sei que a vida não é fácil desejo "Que possamos ser resilientes, que possamos envergar, esticar, dobrar, mas não quebrar! E se quebrar que encontremos uma boa cola no caminho e uma boa semana para tod@s nós!"




sábado, 13 de julho de 2013

Completando frases...

A Silvana Haddad do Meus Devaneios Escritos me indicou a trocentos anos a tag, que pode ser compreendida com sinônimo de meme, Complete as frases, eu topei e cá estou eu!


Primeiro as regras:

Completar todas as frases;
Repassar para 6 pessoas e avisá-las;
Ao completar as frases, você pode optar por manter as mesmas ou inventar outras.

Agora vamos as frases:

Sou Muito... chata, implicante, arengueira e gosto de ser assim.

Não suporto... falsidade, pimenta e suspense desnecessário.

Eu nunca... pensei que fosse tão difícil encontrar um amor possível antes dos 30, li Meg Cabot, saltei de paraquedas, nadei na parte funda da piscina, degustei comida tailandesa ou fui a qualquer lugar fora do Brasil.

Eu já... mordi uma amiga virtual quando desvirtualizei a amizade.

Quando criança... era melancólica e introspectiva - nem eu acredito nisso, mas Mainha jura que é verdade.

Neste exato momento... estou com sono, muito sono mesmo e preocupada.

Eu morro de medo... de pimenta e amores impossíveis.

Eu sempre gostei de... olhar o céu azul.

Se eu pudesse... eu pagaria todas as minhas dividas nesse exato momento.

Fico feliz quando... leio um bom livro, recebo correspondência eletrônica - mesmo quando são apenas sinais de fogo - e concreta das pessoas que amo; quando como minhas três bananinhas fritas e tomo um café passado na hora; e especialmente quando estou dormindo.

Se pudesse voltar no tempo... iria ao Galpão Crioulo de 1984 no qual o César Passarinho cantou "Guri" de forma especialmente emocionante; daria uma passada nessa casa em qualquer manhã de 1885 antes de agosto de 1885 para conhecer Jaqueline (minha irmã que morreu nove meses antes que eu nascesse) e brincaria com ela um pouco; iria dar uma volta em Recife no domingo de 13 de maio de 1888 e me misturaria a massa.

Adoro... Jesus - mas também gosto muito de banana frita; livros; Fernando Pessoa; meus amigos; minha enorme, barulhenta e invasiva família.

Quero muito... pagar minhas contas e obter sucesso profissional.

Eu preciso... pagar minhas contas e ser uma profissional bem sucedida.

Não gosto... do meu momento atual; de pimenta; de noites insones; de suspenses desnecessários; surpresas; pessoas cuja convivência foi constante no passado te adicionam no face, escrevem "Que saudades!",  não se dão ao trabalho de "interagir de forma comum" e simplesmente não respondem quando você tenta "puxar assunto".
___________

Vou burlar a regra de indicar seis blogs, mas quem quiser fazer faça e depois me contar :)

quinta-feira, 4 de julho de 2013

"O recado do Espedito!" ou "Os pirangueiros nunca esquecem!"


Espedito é um amigo de longa data, estudamos na mesma escola e vivemos algumas aventuras ao longo do ensino médio... Eu sempre tagarela, emotiva, complicada... Ele sempre centrado, assertivo, descomplicado e pirangueiro.
Pirangueiro: adjetivo comumente usado no Nordeste do Brasil, pessoa de mão fechada, pão duro, econômico, da tchau com a mão fechada, Espedito Lourenço.
A foto acima é a memória de uma noite na qual, segundo ele, eu e uma turminha de meninas da igreja o levamos a falência em uma pizzaria. Obviamente eu me ofereci para pagar minha parte e ele insistiu em pagar a conta sozinho o que na minha opinião torna essa história da falência uma mentira deslavada. Mas, apesar de estarmos em desacordo em relação a noite na pizzaria, eu adoro essa foto.

Falando da pãodurice  mitológica de Espedito acabei lembrando da minha época de Rumo a Universidade - um pré-vestibular destinado a alunos da escola publica estadual - nessa época nós ganhávamos uma pequena ajuda de custo de R$ 50,00 que eu gastava em tempo recorde, e ele? Bem... Era tão econômico que eu não me surpreenderia se ele contar que abriu uma poupança com aquele dinheiro e no final do curso comprou a casa própria, o carro do ano ou coisa do gênero.

Aliás, foi por essa época de pré-vestibular que peguei o livro de geografia do Espedito emprestado e... Bem... Nessa época eu já era um ser completamente voador, com problemas no ombro esquerdo e capaz de esquecer até meu nome o que se dirá de um pobre livro de geografia?!? Uma pessoa gentil se compadeceu de mim e pediu para segurar meus livros no ônibus lotadíssimo que eu costumava pega... E bem[2]... quando chegou minha parada eu desci e fiz o meu primeiro bookcrossing da vida...

E bem[3]... isso faz 10 anos, quem lembra do que aconteceu há 10 anos atrás néh???

Pois é, os pirangueiros lembram... Por esses dias sem querer o Espedito chegou a esse bloguito e olha o recado que ele me deixou:

"Oi Jaci! Ou melhor, Pandora!
Fiquei muito feliz por ter lido um artigo no seu blog, ele relatava que tudo que você construiu ao longo da sua vida foram livros, são tantos que já formam uma biblioteca.
Que bom! Lembra que você ainda me deve uma biblioteca inteira:
livro de geografia x anos x juros x correção monetária = tudo que Jaci construiu ao longo da vida."
(Espedito Lourenço - grifos meus)
_________________

P.S.: Esse texto foi publicado com a devida autorização do Espedito, antes de postar mostrei a ele e pedi autorização para publicar e usar nossa foto.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

A música da novela que traduziu o meu momento...

Talvez por minha mãe não ser fã de novelas ou por instinto mesmo eu não me tornei uma pessoa noveleira de verdade. Apenas com a aposentadoria de painho e a descoberta de seu gosto por novelas me tornei uma pessoa que vez em sempre acompanha, ainda que de forma indisciplinada, um ou mais de um folhetim sem nenhum motivo especial.

Então hoje quando cheguei do trabalho liguei a televisão em busca de alguma novela para ver... E enquanto lia as redações feitas pelos alunos de uma escola da prefeitura para a qual ando prestando serviço ouvindo o som das vozes dos autores e levantando a cabeça vez ou outra de repente fui atingida pela voz do  Ney Matogrosso cantando algo que tinha vivido: "Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo eu acordei com medo e procurei no escuro..."

Nem sei o que escrever sobre a música... ela descreve bem meu momento... O Ney Matogrosso cantando parece compreender tão bem o sentimento... e enquanto eu o ouvia sentia como se alguém me dissesse coisas do tipo:

"Você não está sozinha!
Você não é a primeira pessoa que se sentiu assim!
Você não é a última pessoa que vai se sentir assim!
As luzes estão incrustadas em todo o túnel olhe bem em seu entorno!"

Quando terminei de ouvir a cação corri para a net, procurei por ela, ouvi mil vezes, não fiquei satisfeita e precisei escrever esse post para guardar a música em minha própria caixa de pertences compartilhados...

Engraçado, já tinha publicado o post, mas em meio a pesquisas descobri (nesse link) que a música foi escrita em 1974 por ninguém menos que o Cazuza. Reza a lenda que ele tinha 16 anos, fez o poema para a avó e quando ela morreu, anos depois dele, a família deu o para o Ney Matogrosso; o trabalho de musicalização do texto foi feito pelo Frejat.

É engraçado como eu não tenho praticamente nada em comum com o Cazuza, mas vivo sofrendo de empatia com a arte dele...

Poema
Cazuza

Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo

Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim,
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás

Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás

sábado, 8 de junho de 2013

Espelhos e reflexos...


Sempre é fácil quebrar
encantos,
sentimentos,
sonhos...
espelhos.
Nunca é fácil quebrar
dúvidas,
angústias,
medos...
reflexos.

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Essa é a minha participação na 10ª Edição do projeto "Uma imagem, 140 caracteres".
De todas as imagens do 140 caracteres, essa foi a que mais me soou familiar, quase intima.
Foi difícil desabafar.
Mas não escrever necessariamente.
Quebrar espelhos é tão fácil.
Deveria ser igualmente fácil se livrar das imagens que eles refletem.
Odeio espelhos!
Eu e minhas fragilidades...

domingo, 2 de junho de 2013

As velhas fotos...


Abrindo a velha caixa
Encontrei aquela foto
Ri sozinha
Lembrei do Quintana
"O tempo não para!
Só a saudade faz as coisas pararem no tempo."

Essa postagem faz parte do desafio: Uma imagem, 140 caracteres - 9ª Edição,
Uma proposta do blog Escritos Lisérgicos
  

sexta-feira, 31 de maio de 2013

25 coisas para fazer antes...

Encontrei  um texto chamado "25 coisas para fazer antes dos 25" e achei muito legal. Através dele, deu para perceber que esses dilemas tão meus na verdade são também de outras tantas pessoas e eu decidi no impulso publicar aqui o texto e junto a ele algumas coisas que me ocorreram enquanto eu lia.

Aliás, só para constar, 25 anos me pareceu uma segunda adolescência, 27 tem parecido assustador, agora parece faltar tão pouco para os 30 e eu ainda não sou a mulher sofisticada, elegante, confiante e bem sucedida que eu desejo ser.

Sem mais, segue a lista

25 coisas para fazer antes dos 25

1. Faça as pazes com os seus pais. Seja por, finalmente, reconhecer que eles realmente querem o melhor para você ou por perdoá-los por serem imperfeitos, você não pode entrar feliz na vida adulta com essa marca de ressentimento familiar. Estou tentando...

2. Beije alguém que seja ‘muita areia para o seu caminhãozinho’. Beije modelos, estudantes de medicina e empreendedores que moram em Dubai, e não se preocupe se eles(a) vão te ligar depois ou não. Não tenho mais idade para isso

3. Minimize a sua passividade. Isso eu fiz \o/

4. Seja subordinado ou faça um bico, para começar a entender como gorjetas funcionam, como manter a paciência perto de babacas e como algumas palavras amáveis podem mudar o dia de alguém. Eu fiz um bico!

5. Reconheça liberdade como uma passada num fast food às 5h30 da madrugada com um bando de estranhos que você acabou de conhecer. Reconheço liberdade como viajar sozinha para onde quero e meu dinheiro permite contra a vontade do resto da família.

6. Tente não se martirizar por possuir um diploma ‘inútil’. Dinheiro é um terror e as coisas não aconteceram exatamente como você planejou, mas você tinha mesmo que fazer faculdade… E ter um diploma não é a pior coisa do mundo. Nós vamos resolver essa confusão, provavelmente. O ponto é que você não merece menos só porque ir à faculdade não trouxe um retorno imediato. Seja paciente, trabalhe com o que você tem e lembre-se que muitos de nós estamos nessa juntos. Né que isso é mais comum do que parece!! Só não consigo decidi se é confortador ou assustador!!

7. Se você está em qualquer emprego que seja, abra uma poupança. Você nunca sabe quando estará desempregado ou  desesperado para fugir da sua vida por uns dias. Mesmo R$20 por semana já fazem R$1040 a mais por ano do que você teria de outro jeito. Uau, não é só minha mãe que diz isso!

8. Adquira o hábito de ir lá fora, aproveitar a luz, cultivar seus amigos, esquecer a internet. Como eu descobrir a net entre os 20 e os 25 isso vai ficar para os 30!

9. Fique curtindo – e alimentando – uma ressaca por 4 dias seguidos. Ainda não tomei aquele porre... Quem sabe um dia...

10. Comece um relacionamento com o(a) sua paixão platônica dizendo que o(a) quer. Diretamente. Tipo, olhando em seu rosto e dizendo assim: Eu quero você. Eu quero ficar com você. Na próxima vida talvez... Mas foi legal descobri que paixões platônicas são comuns nessa idade!

11. Aprenda a dizer não – para você mesmo. Não continue usando salto alto se você odeia, não continue fumando se você odeia o seu cheiro no dia seguinte, pare de passar dias inteiros afundado no sofá para depois reclamar que está perdendo o Sol. Isso é um aprendizado para a vida inteira!

12. Tire um tempo para revisitar os lugares que construíram quem você é: o apartamento em você cresceu, sua escola, sua cidade natal. Esses lugares até podem ficar lá para sempre, mas você definitivamente não. Boa Ideia Sempre!

13. Encontre um hobby que te faça esperar pelo momento de ficar sozinho, que deixe essa solidão momentânea agradável e energizadora. Encontrei!

14. Pense que você se conhece até conhecer alguém mais do que você. Será?

15. Esqueça quem você é, suas prioridades e como uma pessoa deveria ser. Difícil!

16. Identifique os seus medos e, ao invés de deixar que eles controlem as suas ações, encontre e converse com pessoas que já os superaram. Não se contente sem experimentar 000002% do que o mundo tem para oferecer porque você tem medo de viajar de avião. Estou tentando!

17. Adquira o hábito de organizar as coisas e desapegar. Só porque funcionaram em algum momento não significa que você deve mantê-las para sempre – sejam essas ‘coisas’ o seu par de calças favorito ou o seu ex. Aprender a desapegar foi uma conquista... comecei com livros...

18. Pare de se odiar. Estou tentando!

19. Saia e assista àquele filme, leia aquele livro ou ouça aquela banda que você já mentiu sobre ter assistido, lido, ouvido. Fiz isso...

20. Tire vantagem do seguro de saúde enquanto você ainda é saudável. ????

21. Crie o hábito de falar às pessoas como você se sente, seja escrevendo um e-mail de fã para alguém cujo trabalho você ame ou falando ao seu chefe por que você merece um aumento. Tentando também!

22. Namore alguém que diga “Eu te amo” primeiro. Isso vai ficar mesmo para depois dos 25 antes dos 30!

23. Deixe o país com a desculpa de “se encontrar”. Isso não funcionará. Lugares não mudam pessoas. Invés disso, beba bastante sozinho, leia vários livros, faça sexo em albergues sujos e volte para casa quando a saudade bater. Isso vai ficar para o depois dos 25 antes dos 30!

24. Revolucione e compre um Macbook Pro. hum...

25. Largue aquele emprego que te deixa infeliz, termine relacionamentos que te façam agir como um lunático, abandone os amigos que ininterruptamente te dão vontade de vomitar. Você é novo, resiliente, há outros trabalhos, relacionamentos e amigos se você estiver aberto a eles. É isso ai \o/

Eu vi a lista no Ingresse.com,  nesse link

segunda-feira, 27 de maio de 2013

A sorte das pipas!


Sou uma pessoa levemente distraída, vivo com a cara para o ar, com a cabeça nas nuvens, meu pai debocha me chamando de "Mundo da Lua", apesar do deboche me irritar profundamente tem seu fundo de verdade e eu não mudo porque gosto de ser assim.

Gosto de ser o tipo de pessoa que vive metade a sonhar, gosto de ter os pés no chão e os olhos nas nuvens. Talvez por isso inveje a sorte das pipas que os meninos empinam em dias verão por toda a parte do subúrbio onde moro. Enquanto o sol brilha e o vento sopra esvoaçando saias, cabelos e meus pensamentos vez em sempre paro e fico olhando o movimento das pipas lá no alto, voando quase livres no céu...

Por esses dias meu vizinho resolveu empinar pipa no quintal de minha casa, não resisti e pedi e ele para entrar na brincadeira. Foi ótimo sentir o vento puxando a armação frágil do brinquedo ligado ao chão apenas por uma linha tão tênue que fica invisível. Mas, confesso, apesar do prazer de segurar a linha foi uma tortura ignorar a vontade louca de soltar o fio e deixar a pipa ir embora. Me ocorreu ser uma pena estarem todas as pipas sempre sempre presas por fios semi-invisíveis na imensidão.

Enfim, apesar disso, presas ou não, elas estão tão altas, tão próximas as nuvens, tão envoltas no azul do céu que eu não posso deixar de invejar a sorte delas que podem ir tão alto enquanto meus pés precisam ficar tão presos no chão!



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Esse texto foi publicado pela primeira vez em uma segunda-feira de outubro de 2011... Segunda-feira sempre é um dia que me deprime. Mas as vezes, não sempre e nem constantemente, gosto de combater esse mal estar com algo positivo, esse texto me remete a algo positivo... Vou começar a semana com ele, mesmo que ainda seja Maio, esse mês incomodo, e o céu esteja cinza.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

O quarto do meu irmão

Em saudável desarmonia eu e meu irmão compartilhamos o mesmo quarto por toda a infância. Não era um quarto colorido, muito mobilhado ou ricamente adornado, não havia nele nada além duas camas de madeira, uma comoda e nós dois.

Quando Rafaela saiu do berço no quarto da minha mãe e passou a dividir a cama comigo então era tudo + nós três até o belo dia no qual eu e meu irmão começamos a entrar na puberdade. Nesse dia meu pai achou por bem construir mais um vão na casa, separar meninas de menino e oferecer a Rafaela uma cama todinha só para ela. Foi essa resolução do meu pai a responsável por fazer nascer o lugar por mim batizado como o quarto do meu irmão..

Atualmente o quarto do meu irmão e o que compartilho com Rafaela são de geografias opostas dentro de casa, enquanto o meu é um lugar cheio de livros, lembranças de viagens e todo tipo de quinquilharia juntadas nos últimos 27 anos, o do meu irmão tem um monte de massa de modelar, caixas de lápis de cor, tinhas, pinceis, nas paredes um mapa da América Latina quase completo, um estranho desenho de uma mulher com um réptil atrás dela, o esboço incompleto do rosto de minha cunhada o versículo 14 do Salmo 69 escrito por trás da porta e, aquilo que mais chama atenção de espectadores desavisados, duas prateleiras repletas de uma infinidade - ou finidade - de aquários de tamanhos diversos com peixes de todas as cores e tamanhos nos mais diversos estágios de desenvolvimento.

"Tira-me do lamaçal, e não me deixes atolar; seja eu livre dos que me odeiam, e das profundezas das águas."(Salmos 69:14)

Outro dia deitei na cama dele e comecei a observar os peixinhos coloridos na prateleira que um dia abrigou minha nascente coleção de livros....



Fiquei observando o movimento repetitivo dos peixinhos coloridos, indo e vindo, nadando sempre de lá para cá exibindo o esplendor de suas nadadeiras multicoloridas e então em um fleche esses mesmos peixes  de movimentos monótonos parecem ultrapassar a bairreira de vidro e rompendo os limites começaram a nadar por todo o quarto parecendo trazer no rastro de suas caldas todo a água do infinito oceano para dentro do pequeno quarto do meu irmão agora transformando em um aquário gigantesco...




... Ou melhor... 


A julgar por toda flora e fauna marítima que começava a romper os limites impostos pelos vidros de todos os aquários invadindo e ampliando cada parte disponível de espaço, o quarto não era um aquário e sim um pedaço infinitamente abismal do fundo do oceano no qual todos os cardumes de peixes, até mesmo os bebês-peixes recém-nascidos e microscópicos se sentiam confortáveis para nadar.



De repente mesmo das velhas conchas frias e lodosas saim patinhas e cabeças de moluscos ancestrais ansiosos por explorar o fundo daquele novo mar... E por fim mesmo eu parecia ter encarnado o espirito de qualquer sereia errante e me via espalhada nadando encantada por todos os lados.



Foi no ponto alto do meu nado no meio de um cardume de pequenos peixes coloridos que a mais incrível de todas as coisas ao meu redor aconteceu! Do nada eu vi a peixinha vermelho sangue gerada e nascida nesse quarto, cujo crescimento acompanhei quase diariamente, se aproximar de mim e com olhos vidrados encara-me fixamente enquanto me perguntava com uma voz capaz de ser ouvida até debaixo d'água:


"Quem é você? Jaci ou Pandora?"


E eu até tentei responder, mas enquanto tentava articular palavras toda diversidade de vida marítima ocupante daquele infinito pedaço do oceano pareceu minguá para dentro dos aquários tão rápido quanto havia saído e no piscar dos meus olhos percebi que a peixinha vermelho sangue já estava novamente nadando no finito espaço de seu aquário tão silenciosa quanto sempre foi...



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P.S.: Sim, esse é mais um post para a série "Sonhos são esquisitos, idiotas e me apavoram"