Era uma vez, há muitos séculos atrás em um lugar fértil e feliz do grande continente hoje conhecido como África dois irmãos muito sapecas, inteligentes e extremamente amados por seus pais e por todos os outros membros da aldeia como todas as crianças devem ser. Eles eram chamados de ibejis, por nasceram os dois juntos em uma noite estrelada da qual ninguém jamais esqueceu.
Em uma tarde de primavera, os dois irmãos decidiram tomar banho no rio próximo a sua aldeia. Pediram a sua mãe para lhes acompanhar, ela não pode pois muitos eram os seus afazeres; recorreram ao seu pai, ele também não pode assim como suas tias e até mesmo seus coleguinhas cujo sol diminuía muito o desejo de percorrer a distancia entre a aldeia e o rio correndo o risco de serem duramente advertidos por seus pais quando voltassem.
Contrariados com aquelas negativas os dois irmãos decidiram segui o caminho do rio sozinhos e assim fizeram. Com satisfação venceram aquele caminho e se deleitaram nas águas refrescantes do riacho brincando como só as crianças sabem e podem fazer até o momento no qual uma catástrofe ocorreu: um dos meninos se afogou.
O outro, imediatamente após o ocorrido mergulhou em busca de seu irmão, mas para seu desespero já era tarde demais... Seu irmão já habitava o corpo, sua alma partira rumo ao desconhecido, seu irmão morrerá e ele conheceu pela primeira vez em sua curta vida a terrível dor da solidão e em meio a agonia recém descoberta ele ergueu a sua voz e pediu a Ólorum piedade, que ele não lhe separasse de seu irmão.
Ólorum, do alto do Orum, via silenciosamente todos os acontecimentos experimentados pelos homens, mulheres e crianças no Aiê e resolveu atender ao pedido do menino. Imediatamente transformou os corpos das crianças em estatuas de madeiras enquanto a essência de ambos eternamente cristalizada em sua infância transformou em algo maior conhecido, festejado e amado até os dias de hoje por quem conhece e não conhece essas história.
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Essa história é toda baseada no Itan "Os Ibejis são transformados numa estatueta" contado no livro "Mitologia dos Orixás" do Reginaldo Prandi. Eu li no livro, mas vocês podem ler nesse LINK.
Escolhi conta-la pois não sei, porém suspeito ser a festa dos santos gêmeos "Cosme e Damião" esse grande acontecimento ligado a infância resultado direto da força cultural incrível dos homens e mulheres vindos da África. Reza a lenda que os Ibejis já no período colonial, foram no Brasil associados aos santos Cosme e Damião, médicos mortos por volta de 300 d.C.
Gente no ano 300 depois de Cristo nem pediatria tinha, para mim está claro que a gente só oferece doces a crianças nessa data por causa dos Ibejis. Se eu não me engano, faz parte do cerimonial dos cultos de matriz africana oferecer as divindades - orixás - comidas.
Acredita-se que em troca da comida as divindades oferecem aos homens o axé, a força da vida. Cada orixá tem sua comida especifica, a comida dos orixás crianças é doce, guloseima e claro, nas festas além das divindades as pessoas também comem. Pierre Verger em seu livro "Orixás" apresenta a hipótese do culto a essas divindades derivar do culto a ancestral primitivos, os quais anualmente recebiam ofertas de comida.
Bem, eu não sei até que ponto a hipótese do francês fofo se confirma hoje, mas acho muito legal essa ideia de seres humanos transformados em divindade através de traumas emocionais, amo os itans e se Cosme e Damião em outro lugar do mundo também for comemorada com doces me conta porque ai minha hipótese pode não ser tão acertada.
E essa é a primeira de uma série de 6 postagens sobre "criança e a infância" em comemoração do que a Aleska chamou de "época das crianças", o período de 27 de setembro a 12 de outubro... Pronto, mais uma ideia da Ideia da Aleska posta em prática.
Escolhi conta-la pois não sei, porém suspeito ser a festa dos santos gêmeos "Cosme e Damião" esse grande acontecimento ligado a infância resultado direto da força cultural incrível dos homens e mulheres vindos da África. Reza a lenda que os Ibejis já no período colonial, foram no Brasil associados aos santos Cosme e Damião, médicos mortos por volta de 300 d.C.
Gente no ano 300 depois de Cristo nem pediatria tinha, para mim está claro que a gente só oferece doces a crianças nessa data por causa dos Ibejis. Se eu não me engano, faz parte do cerimonial dos cultos de matriz africana oferecer as divindades - orixás - comidas.
Acredita-se que em troca da comida as divindades oferecem aos homens o axé, a força da vida. Cada orixá tem sua comida especifica, a comida dos orixás crianças é doce, guloseima e claro, nas festas além das divindades as pessoas também comem. Pierre Verger em seu livro "Orixás" apresenta a hipótese do culto a essas divindades derivar do culto a ancestral primitivos, os quais anualmente recebiam ofertas de comida.
Bem, eu não sei até que ponto a hipótese do francês fofo se confirma hoje, mas acho muito legal essa ideia de seres humanos transformados em divindade através de traumas emocionais, amo os itans e se Cosme e Damião em outro lugar do mundo também for comemorada com doces me conta porque ai minha hipótese pode não ser tão acertada.
E essa é a primeira de uma série de 6 postagens sobre "criança e a infância" em comemoração do que a Aleska chamou de "época das crianças", o período de 27 de setembro a 12 de outubro... Pronto, mais uma ideia da Ideia da Aleska posta em prática.
Olha eu não conhecia esse mito dos ibejis, mas é bastante provavel que a festividade derive disso. Segundo a Wikki o dia 27 é o dia que o candomblé comemora, a igreja catolica comemora um dia antes e uma terceira religiao comemora no dia 1 de outubro. Outra coisa que lembrei com isso foi o mito de hermafrodito, só que os deus gregos uniram a moça apaixonada ao jovem casto num mesmo corpo (nem precisa dizer q qdo vc falou q o menininho rezou pro Deus eu gelei né?)
ResponderExcluirNão sei se você está certa, mas faz todo sentido. Aqui no Rio é uma festança, crianças na rua atrás de doce e muito doce! Eu sempre monto uma pequena mesa de doces e presenteio todas as crianças que conheço com saquinhos de guloseima, não custa nada agradar os eres, risos
ResponderExcluirbjs
Jussara
Uma delicadeza o teu post ( e falo de delicadeza porque me tocou o seu comentário lá na Luma ). Não conhecia esta história que você nos trouxe dos irmãos. Muito bom aprender aqui! Beijo
ResponderExcluirOi, Pandora!
ResponderExcluirSão lindas estas lendas e todo o sincretismo religioso brasileiro.
Na adolescência, certa noite de "Cosme e Damião" cabulei aula com amigas para visitar um centro Kardecista em busca dos docinhos.
Minha mãe ouviu a conversa posteriormente, e quase me bateu, por ter ido a um "centro"!
Abraços.
Boa tarde minha linda..
ResponderExcluirMenina, tentei voltar aqui ontem mas não consegui, mas agora que estou em meu horário de almoço vim pra ler..
Eu não conhecia essa versão da história..
Mas eu acho interessante essas histórias.
Hoje em dia se perdeu muito disso, quase não vejo mais as pessoas entregando doces nesse dia, porém quando eu era pequena esse dia era muito esperado pela criançada, lembro que em quase todas as ruas existiam pessoas que distribuíam doces.
Lembro também que eu morava com minha avó e depois com minha tia e elas nos proibiam de pegar as balas.. rrs
Eu e meus primos ficávamos morrendo de vontade de comer as guloseimas rsrs
Lindo post..
Beijokas e um dia mais que lindo viu?
Bela história... Não conhecia, aliás, nunca li, mas sabia por alto...
ResponderExcluiradorei!