Com meus 10, 11 anos, meu maior encanto na biblioteca era a Série Vagalume. Não sosseguei até ler todos. Se não li todos da série, li quase todos. Até que um dia comecei a reparar no autor dos livros que mais gostava e, pra minha surpresa, havia um nome na maioria deles: Marcos Rey.
Nunca esqueci, apesar de ter abandonado aquela estante da biblioteca da escola por já não haver nada novo. Anos depois, quando comecei a trabalhar voluntariamente na biblioteca de uma escola, entre livros a serem encapados encontrei “O caso do filho do encadernador: romance da vida de um romancista”. O que era? Uma autobiografia de Marcos Rey. Capa nada atrativa, livro pequeninho, mas meu encanto passado me fez pegar para ler.
Confesso que foi uma leitura devagar e não empolgante, mas mesmo assim fiquei feliz de tê-la feito. Descobri como Edmundo Donato virou Marcos Rey, como começou a escrever e, especialmente, como chegou na série Vagalume. Me surpreendi ao saber que ele começou escrevendo livros adultos e que, inicialmente, recusou escrever livros infanto-juvenis. Mudou de ideia ao saber o número de vendas dos livros. Acabou se tornando o principal autor da série e, acredito, seu nome ficou marcado por ela.
Claro, depois disso fui atrás dos livros adultos dele. Não me arrependi. Li primeiro “Memórias de um gigolô”, que virou filme e série, e depois “Malditos paulistas”. Ainda tenho que buscar outros títulos dele, como “Café na cama”, seu primeiro livro e primeiro sucesso – chegou entre os mais vendidos.
Confesso que me surpreendi com a leitura. Histórias com a malandragem brasileira e a boêmia paulista. Aliás, antes dos livros de Rey, nem sabia ao certo o que imaginar da tal boêmia. Acabei me encantando. Uma leitura leve, de entretenimento, com um humor encantador. Voltei a me apaixonar por Rey. E fiquei com vergonha e pena de mim.
Vergonha por não ter descoberto esses livros antes. Pena por não vê-los à venda nas prateleiras. Marcos Rey é mais um nome que foi deixado de lado. Um autor nacional fantástico que é conhecido pela série Vagalume e nada mais. Pelo menos no sul, onde vivo. Talvez em São Paulo seu nome seja mais lembrado. Espero que sim.
Meu conhecimento sobre autores nacionais é pouco, mas se me pedissem uma indicação, daria Rey. Uma leitura impossível de não agradar, uma leitura pra ser feita entre um livro complexo e outro, uma leitura pra descobrir outra visão da tumultuada e caótica São Paulo. Ah, ok, é uma São Paulo antiga, mas talvez essa seja a graça. A verdadeira São Paulo boêmia.
Agora cá me xingo mais uma vez. Ainda preciso catar livros dele para por na minha prateleira. Então vão atrás dos livros de Marcos Rey, leiam sua simples e encantadora autobiografia, mas deixem alguns exemplares pra mim. Esse é, definitivamente, um nome que eu quero ter à disposição na minha coleção.
Site com frases, títulos e biografia dele: http://www.marcosrey.com.br/home.htm
Ana Seerig
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Nota da Pandora: Reza a lenda que sou implicante e arengueira, tá talvez não seja lenda, mas vejam bem: eu pedi a Ana para escrever sobre literatura brasileira, ela podia ter falado do Érico Veríssimo, do Sabino, do Simões Lopes Neto de outros tantos pelos quais ela tem paixão... Porém, no entanto, todavia, ela escolheu falar justamente sobre o Marcos Rey e da Série Vagalume sabendo da minha falta de apego e implicância com ambos. Tão vendo que não sou a única a provocar?!?! hahah...
Enfim, obrigada a Ana por ter se proposto a escrever, não tenha duvida que amei a sua escolha, e adorei descobrir um pouco mais sobre o Marcos Rey. Apesar de não ser fã, a série Vagalume também faz parte de minha trajetória como leitora, o livro "Sozinha no mundo" e a querida Pimpa sempre vão fazer parte de minha memória afetiva literária. #ProntoConfessei
A Ana Seerig escreve no Alguma coisa a mais para ti ler, porém em 2013 ela pode ser lida mesmo é no Blogário de Au Pair.
Taí uma série que eu não li e um escritor brasileiro que eu desconheço (pelo menos no quesito e ter lido algum livro dele). Conheço de nome e acho que foi através de conversas suas com a Seerig no Twitter.
ResponderExcluirFiquei com vontade de conhecer o Rey paulista depois desse post. A Seerig sabe que eu sou uma pessoa que tem uma queda pelo charme da boemia paulista. Porque boemia me lembra poetas e poetas me lembram... Deixa quieto (risos).
;)
Sacudindo Palavras
A Vagalume tinha um peso enorme quando eu tava me formando como leitor - hoje em dia todo mundo já começa anjo-fada-gnomo e perde bastante com isso - e os títulos eram disputados pelos alunos. É uma pena que tenha caído em esquecimento, era muito mais útil se aprender as durezas da vida com Tonico - meu preferido da série - que com alguém importado que pouco tem a ver com nossa cultura.
ResponderExcluirNão pude deixar de sorrir ao ver o título do post. Minha mente meio indie(ota) pensou direto na Lana del Rey, mas fiquei muito feliz de estar enganado, e sorri mais ainda.
ResponderExcluirComo a Ana, também li a maior parte dessa coleção na minha infância.
Parece que foi há toda uma vida.
A Ana me deixou uma intensa vergonha de mim mesmo por ter me esquecido desta série por tanto tempo. É incrível como as coisas somem, assim...
Um dia adicionarei também esta coleção à minha biblioteca.
E possivelmente terei que dormir em cima de livros, porque eles já estão disputando espaço com a minha cama.
Tenho que me lembrar de matar a Pandora de susto mais vezes...
Amo, amo Marcos Rey e o conheci pessoalmente por ocasião da gravação de "Memórias de um gigolô", meu marido foi um dos diretores. Marcos Rey é um autor que deve ser mais valorizado e divulgado, belo post.
ResponderExcluirbjs
Jussara
Eu Li Sozinha no mundo e o mistério do cinco estrelas e posso dizer que gostei bastante. Recomendio!
ResponderExcluirSanta ignorância minha!!! Conheci a série, mas não relacionei ao autor. E não li nenhum de seus livros. Agora, o que faço? Sigo a Ana (que ama) ou a Pandora (que torce o nariz)?
ResponderExcluirLi muitos livros da Vagalume e, curiosamente, lembro de não ter gostado de nenhum do Marcos Rey, à exceção de Sozinha no Mundo, que eu amei :)
ResponderExcluirViajei no tempo agora com a série vagalume.. Nossa "O rapto do menino de ouro" eu li.. srsr
ResponderExcluirAi que gostoso recordar de momentos tão despreocupados da minha vida kkkkkk
Um beijo minha linda.. estava com saudade desse cantinho..
Tenha uma sexta-feira super linda viu?
Eu li praticamente toda a série vagalume...
ResponderExcluirSim...
Sempre fui rata de biblioteca...
Hahaha...
Só não sabia tudo isso do Marcos Ray...
Adorei aprender mais, Ana!!!
Bjo, bjo!!!