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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O Rey paulista


Com meus 10, 11 anos, meu maior encanto na biblioteca era a Série Vagalume. Não sosseguei até ler todos. Se não li todos da série, li quase todos. Até que um dia comecei a reparar no autor dos livros que mais gostava e, pra minha surpresa, havia um nome na maioria deles: Marcos Rey.

Nunca esqueci, apesar de ter abandonado aquela estante da biblioteca da escola por já não haver nada novo. Anos depois, quando comecei a trabalhar voluntariamente na biblioteca de uma escola, entre livros a serem encapados encontrei “O caso do filho do encadernador: romance da vida de um romancista”. O que era? Uma autobiografia de Marcos Rey. Capa nada atrativa, livro pequeninho, mas meu encanto passado me fez pegar para ler.

Confesso que foi uma leitura devagar e não empolgante, mas mesmo assim fiquei feliz de tê-la feito. Descobri como Edmundo Donato virou Marcos Rey, como começou a escrever e, especialmente, como chegou na série Vagalume. Me surpreendi ao saber que ele começou escrevendo livros adultos e que, inicialmente, recusou escrever livros infanto-juvenis. Mudou de ideia ao saber o número de vendas dos livros. Acabou se tornando o principal autor da série e, acredito, seu nome ficou marcado por ela.

Claro, depois disso fui atrás dos livros adultos dele. Não me arrependi. Li primeiro “Memórias de um gigolô”, que virou filme e série, e depois “Malditos paulistas”. Ainda tenho que buscar outros títulos dele, como “Café na cama”, seu primeiro livro e primeiro sucesso – chegou entre os mais vendidos.

Confesso que me surpreendi com a leitura. Histórias com a malandragem brasileira e a boêmia paulista. Aliás, antes dos livros de Rey, nem sabia ao certo o que imaginar da tal boêmia. Acabei me encantando. Uma leitura leve, de entretenimento, com um humor encantador. Voltei a me apaixonar por Rey. E fiquei com vergonha e pena de mim.

Vergonha por não ter descoberto esses livros antes. Pena por não vê-los à venda nas prateleiras. Marcos Rey é mais um nome que foi deixado de lado. Um autor nacional fantástico que é conhecido pela série Vagalume e nada mais. Pelo menos no sul, onde vivo. Talvez em São Paulo seu nome seja mais lembrado. Espero que sim.

Meu conhecimento sobre autores nacionais é pouco, mas se me pedissem uma indicação, daria Rey. Uma leitura impossível de não agradar, uma leitura pra ser feita entre um livro complexo e outro, uma leitura pra descobrir outra visão da tumultuada e caótica São Paulo. Ah, ok, é uma São Paulo antiga, mas talvez essa seja a graça. A verdadeira São Paulo boêmia.

Agora cá me xingo mais uma vez. Ainda preciso catar livros dele para por na minha prateleira. Então vão atrás dos livros de Marcos Rey, leiam sua simples e encantadora autobiografia, mas deixem alguns exemplares pra mim. Esse é, definitivamente, um nome que eu quero ter à disposição na minha coleção.

Site com frases, títulos e biografia dele: http://www.marcosrey.com.br/home.htm

Ana Seerig
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Nota da Pandora: Reza a lenda que sou implicante e arengueira, tá talvez não seja lenda, mas vejam bem: eu pedi a Ana para escrever sobre literatura brasileira, ela podia ter falado do Érico Veríssimo, do Sabino, do Simões Lopes Neto de outros tantos pelos quais ela tem paixão... Porém, no entanto, todavia, ela escolheu falar justamente sobre o Marcos Rey e da Série Vagalume sabendo da minha falta de apego e implicância com ambos. Tão vendo que não sou a única a provocar?!?! hahah...

Enfim, obrigada a Ana por ter se proposto a escrever, não tenha duvida que amei a sua escolha, e adorei descobrir um pouco mais sobre o Marcos Rey. Apesar de não ser fã, a série Vagalume também faz parte de minha trajetória como leitora, o livro "Sozinha no mundo" e a querida Pimpa sempre vão fazer parte de minha memória afetiva literária. #ProntoConfessei

A Ana Seerig escreve no Alguma coisa a mais para ti ler, porém em 2013 ela pode ser lida mesmo é no Blogário de Au Pair.