segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Comentando "A Trilogia do Mago Negro".


Sou obrigada a confessar: quando a "Trilogia do Mago Negro" escrita pela australiana Trudi Canavan foi lançada em 2012 pela editora "Novo Conceito" ela mal fez cocegas na minha vontade de ler. Quando vi o lançamento até tive vontade de ler, mas não cheguei a me mover no sentido de adquirir o livro, me pareceu, pelo trabalho gráfico e divulgativo feito pela editora, mais uma história qualquer com magos e poderes daquelas que eu até leio, mas decididamente não de forma prioritária como ocorre quando surge algo do Neil GaimamPratchett ou mesmo Rick Riordan, por exemplo.

Definitivamente esse não foi a primeira vista um projeto literário capaz de chamar minha atenção de forma contundente e definitiva, ou seja, com a Trudi não funcionou o famoso "amor a primeira vista", com ela eu precisei de um encontrou praticamente "pessoal".

O que me proporcionou esse encontro foi o Luciano, editor do blog .Livro. Ele me convidou para ler o volume 1 da série para o blog dele e ai começou a ser construída uma relação de amor.

A partir da leitura do volume 1, "O Clã dos Magos", a trilogia se tornou um projeto literário pelo qual sou afeiçoada ao estremo. A Trudi Canavan foi a primeira autora australiana que li na vida e ela já tem o meu respeito pra lá de incondicional. A história dela foi a primeira que vi nessa leva de livros juvenis com poderes mágicos e derivativos a colocar uma favela no mapa da cidade e da favela tirar a sua heroína.

A história contada nessa trilogia, apesar de colecionar jargões e derivativos típicos do gênero, me pegou. Parece que a Trudi leu boa parte das pesquisas sobre o processo de favelização, estudou as questões relacionadas aos preconceitos sociais, está a par de alguns tema relacionados as lutas feministas e para completar ainda se interessa por discutir homofobia.Tenho consciência de que parece muita coisa para uma trilogia cuja história ainda se passa em outro mundo com mitos, geografia e história próprios, e talvez seja mesmo.

Para quem ler Tolkien, Kiralia, Irmadin e derivativos vão deixar muito a desejar, algumas partes da história sobram mesmo, em especial no vol. 1 (doí dizer isso, mas é verdade); outras faltam, em especial no vol. 2; algo aqui e ali poderia ser melhor trabalhado e a tradução recebeu criticas das leitoras e leitores bilíngues (que não é meu caso); e a capa poderia ser mais charmosa. No entanto, já conclui a leitura do segundo volume da trilogia e posso dizer: "Trudi Canavan tem dado conta do recado, ou melhor, ela tem dado um recado muito interessante!".

Por algum motivo que desconheço, o Luciano considerou interessante me convidar para ler esse tal de segundo volume da trilogia, e publicou a resenha feita por mim do livro "A Aprendiz" em seu blog, quem estiver interessado pode passar lá e conferir as observações que teci a respeito do livro: A Aprendiz Volume 2 da Trilogia do Mago Negro.

Além de comentar o o livro 1 e 2, o Luciano também me enviou o livro 3 dessa trilogia, no qual a Trudi conclui a história dando conta da ação, da aventura, do romance e até nos premiando com doses agradáveis de sensualidade. Lá no blog dele está a resenha de "O lorde supremo, vol. 3 da Trilogia do Mago Negro".


Para sistematizar, deixo aqui em ordem o link de todas as resenhas que fiz sobre "A trilogia do Mago Negro" no .Livro:

O Clã dos Magos, vol. 1

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Um filme que quero ver, Elizabeth Bishop e memórias...

Quem ou foi aluno noturno da UFRPE sabe que quando o Barro Macaxeira-Várzea ou do Rio Doce-Dois Irmãos, entre outros, são ônibus que lotam a noite e quando param lá depois das aulas surge automaticamente uma longa fila diante da qual os estudantes fazem as mais diversas escolhas.

Alguns correm para ela de maneira desesperada para garantir um lugar sentado ou próximo a porta, em troca do que eles esperam cerca de uma hora enquanto o ônibus vai enchendo; outros ignoram e esperam um mais vazio; uns terceiros comem tranquilamente sua coxinha de galinha com catupiri bebericando caldo de cana e  quando a fila esta no final pulam no ônibus; e ainda há uns tipos que ficam papeando até o momento no qual eles tem que correr desesperadamente para não perder o ônibus irritando muito quem entrou primeiro e achava que o ônibus já ia sair.

Eu geralmente fazia parte do ultimo grupo e foi em uma dessas ocasiões, em meio a um papo de "espera ônibus encher", que um amigo me contou a respeito da existência de Elizabeth Bishop, segundo ele era fundamental que eu conhecesse.

Conto essa história novamente pois hoje uma vez mais lembrei da Elizabeth, cuja lenda conta que foi uma americana, poetiza das mais importantes do século XX, em língua inglesa, e viveu cerca de 20 anos no Brasil, antes de voltar para sua terra consagrada.

Entre os poemas dela que amo encontra-se "Arte de Perder" cuja leitura sempre me emociona e me leva a reflexão... Em especial nos últimos tempos nos quais tenho perdido tantas coisas a ponto de esquecer como é ganhar...

A parte isso, acordei recordando a Elizabeth Bishop, pois acabei de ver que o Bruno Barreto fez um filme sobre a vida dela chamado "Flores Raras" e esse filme foi selecionado para participar de uma mostra de cinema em Berlim com Glória Pires e a atriz americana Tracy Middendorf no elenco... Acho que esse é um filme que entra para minha lista.

Para quem gosta de cinema e tiver interesse fica o link da matéria: Filme de Bruno Barreto é selecionado em Berlim


Para quem gosta de poesia fica o poema que amo:

Arte de perder
Elisabeth Bishop

A arte de perder não é nenhum mistério;
Tantas coisas contêm em si o acidente
De perdê-las, que perder não é nada sério.
Perca um pouquinho a cada dia.
Aceite, austero,
A chave perdida, a hora gasta bestamente.


A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
Lugares, nomes, a escala subseqüente
Da viagem não feita.
Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe.
Ah! E nem quero Lembrar a perda de três casas excelentes.


A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas.
E um império
Que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles.
Mas não é nada sério.

– Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada.
Pois é evidente que a arte de perder não chega a ser mistério por muito que pareça (Escreve!) muito sério.
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P.S.: Tinha esquecido, o terceiro podcast das "Meninas dos Livros" está no ar lá blog o assunto do mês é séries Aleska falou sobre "As Crônicas de Arthur", a Mi falou da “Academia e Vampiros”, eu falei de “Crepúsculo” e Ana sobre "Os Três Mosqueteiros" e rolou até briga rsrs... Fica o link também:


sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Especial CLAMP 3: RG Veda e Chobits!

RG Veda foi o primeiro mangá oficial criado pela CLAMP. Com elementos da mitologia védica, como o título RG Veda, que é uma referência ao Rigveda, o mais antigo dos quatro manuscritos religiosos Hindu, os Vedas. RG Veda conta a estória do príncipe Ashura, que como castigo por seu pai, Ashura-ô, ter tentado desafiar o destino, Ashura nasce sem gênero sexual, para que não possa continuar a linhagem real do Ashuras. Ashura já foi representado em ilustrações do mangá como uma dupla formada por um homem e uma mulher e ambos os pronomes de gênero masculino e feminino podem ser usados para se referir a ele.

Aqui vemos então pela primeira vez um dos temas de maior valor para a CLAMP: A não necessidade de definição ou importância do gênero sexual de um personagem para que ele venha a amar e se apaixonar, o que podemos ver claramente na paixão de Ashura por Yasha-ô. E como no final de X/1999, Ashura se sacrifica, durante a luta final, ao ver que iria "ferir" o seu amor Yasha-ô, mostrando assim um dos temas mais relevantes para a CLAMP, o dos amores impossíveis e das paixões trágicas.

Chobits conta a história de Hideki Motosuwa, um estudante que um dia encontrou uma robô no lixo, e decidiu então leva-la para casa. Conhecidos como persocoms, abreviação de personal computer, esses robôs pequenos ou com formas e dimensões humanas, podem ser programados para acessar a internet ou realizar tarefas domésticas, sendo considerados por esse motivo robôs de estimação.

Quando Hideki finalmente liga a sua persocom, a única palavra que ele escuta é ela falando "Chii". Hideki então decide batizar a robô com o nome de Chii. Chobits passa a narrar então a busca de Chii para desenvolver sua própria personalidade e encontrar o seu lugar no mundo.

Desde o começo o leitor percebe que Hideki e Chii estão destinados a se apaixonarem perdidamente. A grande questão em Chobits é que sendo uma robô, Chii nunca poderá ter uma relação com Hideki que não seja uma relação platônica.

E mais uma vez temos aqui um dos temas mais importantes para a CLAMP, o dos amores platônicos e das paixões impossíveis. E compreendemos então que para as mangakás da CLAMP, não importa a forma física do ser amado, e sim o valor e a intensidade da relação amorosa.


Continua...
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P.S.: Essa postagem faz parte, como o titulo anuncia do Especial Clamp feito a partir de uma postagem do Sidney no página do Japanholic's Hyperdimension, se você quiser entender melhor essa história basta consultar as outras postagem do especial... 



Engraçado... esses textos não foram campeões de comentários, mas são campeões de visualizações... Incrível como a CLAMP tem fãs!

sábado, 5 de janeiro de 2013

Blog Retro 2012.


Blog Retrô é uma blogagem coletiva proposta pela Elaine Gaspareto do Um pouco de Mim já há alguns anos da qual vez em quando eu gosto de participar.

Esse ano nós temos que rever nossos escritos e ponderar acerca de 4 pontos:

"1- Qual sua postagem mais querida em 2012? Qual te deu mais prazer em fazer?
2 - Qual sua postagem mais popular, a que mais as pessoas gostaram, a mais comentada em 2012? Qual o motivo, você sabe?
3 - Qual sua postagem menos popular em 2012? Qual seria o motivo?
4 - Qual sua postagem mais pessoal, aquela onde tinha realmente um pouco mais de você?"

Confesso que o primeiro ponto foi o mais complicado, como eu blogo por prazer, por desabafo, por necessidade de extravasar os sentimentos cada postagem revela muito de mim, meus desejos, sonhos, frustrações e medos.... Eu não gosto nem de pensar muito nisso para não ter a exata noção do quanto me exponho nessa brincadeira de blogar e acabar ficando paralisada de pânico.

Enfim, depois de reler, rever e tudo e tal, acabei decidindo por uma do inicio do ano: "Palavras de Pórtico", amo falar de Fernando Pessoa e relembrar as experiencias vividas com esse livro ao longo dos anos... É um texto demasiado especial para mim... O "Eu profundo e os outros eus" segue sendo o livro da minha vida (lembrando: a Bíblia é mais que um livro).

A minha postagem mais popular, pergunta mais fácil de todas porque agora o Blogger nos informa a postagem mais acessada, foi "O velho desejo de voar...". Talvez muitos de nós sejamos acometidos por esse desejo e essa postagem recebeu comentários lindíssimos entre os quais esteve o poema de Manuel de Barros, compartilhado pelo Christian V. Louis.

"Para compor um tratado sobre passarinhos
É preciso por primeiro que haja um rio com árvores
e palmeiras nas margens.
E dentro dos quintais das casas que haja pelo menos goiabeiras.
E que haja por perto brejos e iguarias de brejos.
É preciso que haja insetos para os passarinhos.
Insetos de pau sobretudo que são os mais palatáveis.
A presença de libélulas seria uma boa.
O azul é muito importante na vida dos passarinhos.
Porque os passarinhos precisam antes de belos ser eternos.
Eternos que nem uma fuga de Bach."

A menos popular não foi a e sim "as" referentes ao "Meme Literário de Um Mês". Sim eu adorei fazer esse meme, foi divertido e tudo e tal, mas não foi uma proposta que deu certo para meu estilo de "blogar". Para minha pessoa, memes e blogagens coletivas funcionam quando as pessoas envolvidas na proposta se envolvem nela mesmo, há blogagens coletivas/memes dos quais participam 10 pessoas e classifico como um sucesso pois todas as 10 pessoas se dão ao trabalho de ler uns aos outros e trocar ideia, mesmo que nunca tenham se falado/lido antes e nem pretendam ser falar/ler depois. Esse meme não funcionou assim, não houve muita troca, tive dificuldade de acompanhar as postagens das outras pessoas e vi alguns dos blogueiros que acompanho desistirem no meio do caminho...

Por fim, quase todas as postagens desse blog são ultra-pessoais, talvez por isso eu não me esforce nem um pouco por divulgar o espaço e coisas do gênero... Então essa foi outra escolha difícil, mas não impossível e acabei decidindo pela postagem "Não gosto da realidade...", também foi uma postagem na qual os comentários foram significativos, ela permanece atual e por esses dias me peguei dizendo a um amigo:

"Eu adoro essa sensação de "irrealidade enorme" a realidade me cansa."


Merecem ainda "menção honrosa":

O texto no qual falei sobre os romances, minha mãe e meu romantismo: "Entre os livros da minha mãe, Lisbela e Eu.

O texto escrito no dia do aniversário de 52 anos do meu pai: "Sobre Animes e o "Ser pai": Usagi Drop!"

Aquele no qual falei sobre minha visão da infância dos meninos: "Todo menino é um Rei"

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Para concluir...


Que 2013 seja melhor do que foi 2012!!!
Que todos os melhores desejos se realizem, até mesmo os malucos!!!

"Então, pintei de azul os meus sapatos 
por não poder de azul pintar as ruas, 
depois, vesti meus gestos insensatos 
e colori, as minhas mãos e as tuas."
(Carlos Pena Filho)

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Depois do Natal, antes do Ano Novo!

As vezes eu acho que o melhor das festas de fim de ano é poder acordar depois do meio dia sem culpa... Enfim... dia 24 passou e agora parece que começa a ser gerado aquele sentimento de necessidade de retrospectiva e eu acordei com vontade de escrever como a algum tempo eu não sentia.

Porém, o blog completa cinco anos em Janeiro então vou deixar os balanços para essa época e para não desperdiça a vontade de escrever por hora vou me deter apenas em pequenos registros de alguns marcos e marcas de fins de 2012 que não quero ver perdidas no tumulto dos posts a serem escritos.

Primeiro gostaria de destacar a formatura do meu irmão caçula... Nós ainda vivemos em guerras rotineiras por pouca coisa, quase nada ou quase tudo... Mas agora ele é uma irmão mais novo devidamente formado em História. Tem uma profissão, um emprego publico e o plano secreto para 2013 é alcançar um cargo publico federal. #SorteParaEle

Ah, nas festas de formatura meu atritoso, irritante, chato irmão ganhou um vinho e me deu... Não esperava essa atitude da parte dele... Vinho de formatura é mais doce que outros vinhos, tem a doçura das vitórias conquistadas e esse presente me soou como um tímido reconhecimento por qualquer coisa... e eu sigo APAIXONADA por meu irmão!

Mas nem só de vitórias foram as experiencias de fim de 2012 e é bom lembrar de não esquecer de quem se foi. Nesse ano perdemos Voinho mais cedo, bem mais cedo, do que esperávamos  Meu avô, Pedro Clemente, era um homem sólido, firme, de personalidade forte e vigor impressionante. Foi duro ver ele definhar ao longo cinco meses até virar praticamente um bebê super desenvolvido, mas ainda com a mente clara... Creio que agora ele está nos braços do Senhor, com toda sua firmeza física restabelecida para combinar com a mente lúcida... Mas fica  a saudade... tendendo a ser eterna....

Para completar as frustrações de 2012, minha dissertação ainda não está completamente escrita e meu prazo está a cada dia, hora, minuto, segundo mais curto e nem no dia de Natal me permito esquecer dela. Mas acho que o pior já passou, os primeiros capítulos já foram escritos, o texto caminha para a sua conclusão e pela primeira vez eu acredito que posso termina-lo. Acreditem, eu sou tão insegura de minhas habilidades com a escrita que essa constatação já é um grande avanço.

A parte isso, aos 45 do segundo tempo chega as minhas mãos um fabuloso calhamaço sobre a Abolição da escravidão. Quando minha orientadora me mostrou quase que eu caia para trás diante das quase 700 páginas de um livro que aborda a história da escravidão e do antiescravismo no mundo, pensei: "Meu Deus! Isso deve ser uma sopa de pedra!".

Mas, para a minha alegria, o nobre Seymour Drescher escreve tão bem e tão legal quando o George R. R. Martin e o livro é melhor do que os primeiros três volumes das "As Crônicas do Gelo e Fogo". E eu não posso deixar de ressaltar o quanto sou feliz por poder ter sido ao longo de 2012 uma pesquisadora, mesmo quando me sinto "procurando agulhas em palheiros".

E falando em livros e histórias, agora eu faço parte de mais um blog o "Meninas dos Livros", casa do podcast que atende pelo mesmo nome. Todos os nossos casts estarão lá e quem gosta de ouvir pessoas falando sobre livro, e brigando nos intervalos, pode da uma olhada por lá. E sim, o nosso novo podcast sobre literatura infanto-juvenil também já está no ar Meninas dos Livros: Literatura Infanto-Juvenil.:

Ainda sobre livros, não quero esquecer de mencionar a chegada do volume 2 da Trilogia do Mago Negro e como Trude Canavan continua a ser uma querida em "A Aprendiz". Tanto quando "O clã dos magos", esse livro já está mexendo com meus sentimentos... É incrível como eu gosto cada vez mais da Sonea, personagem principal da trama, do Rothen, professor da Sonea, e da história construída por essa australiana danada. E mais uma vez agradeço ao Luciano do .Livro pela oportunidade de ler a história de grátis.

Ah, e olhando a foto que tirei do livro na estante, acabei pensando que a Bailarina, o primeiro bibelô que ganhei na vida, acabou se dando bem com o Mago Negro, pensei em comprar para ela um Soldadinho de Chumbo, mas olhando assim me pergunto se o Mago não ficaria com ciúmes... E sim, é claro que meus bibelôs de estante tem personalidade e quando não estamos olhando vivem suas histórias. Todo mundo que teve infância ou assistiu Toy Story sabe disso!

E por fim... Após esse longo post, se eu não voltar em edição extraordinária daqui para o dia 31 já deixo a todos e todas os meus votos de Feliz Ano Novo!!! Que em 2013 possamos continuar a nos encontrar sempre e sempre. Eu adoro esse blog, adoro comentar nos outros blogs... Tem sido muito especial tudo isso!


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P.S.: Deixo o Podcast aqui também!!!



sábado, 22 de dezembro de 2012

Só para desejar...

Passei só para desejar um Feliz Natal a todos e todas!
Que Deus nos abençoe!

E a parte qualquer coisa desejo a todos que o Cristo nos conceda graça, paciência, tolerância, coragem, amor, esperança, sonhos possíveis, força para realizar os sonhos, boas experiências, força para enfrentar as más, bom humor, ombro amigo para desafogar as magoas, todas as coisas boas do mundo junto com toda a persistência que precisamos para enfrentar todas as coisas más.

Que nossas noites e dias sejam felizes e quando não que nós possamos ter força para levantar a cabeça e seguir caminhando!

Feliz Natal!!!


"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz."
(Isaías 9:6)
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P.S.: A Patrícia do Café entre Amigos promoveu por esses dias em seu blog uma eleição para os melhores blogs de 2012, o Prêmio Xícara de Ouro. Para minha surpresa algumas pessoas, 45 para ser exata, indicaram esse bloguito como um dos melhores.

A essas pessoas eu gostaria de agradecer muito e bastante! Me senti muito honrada. Obrigada!!!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Quando meus ouvidos se abriram...

Eu já disse muitas vezes que não sou uma das pessoas mais musicalizadas do mundo... É uma vergonha, eu sei, mas no meu mundo interno existe um silêncio no qual poucas músicas conseguem entrar, o que não significa que o externo não seja barulhento.

Eu vivo cercada de sons, a vizinha da frente escuta Calipso no volume mais alto, a de baixo adora um forro estilizado no melhor estilo Gatinha Manhosa, a de cima é evangélica e parece em guerra com a de baixo então escuta os hinos apocalípticos no maior volume enquanto meu primo escuta uns raps sem ouvir bem o que as letras dizem...

Na minha casa as pessoas também tem suas músicas... Júnior escuta dos Racionais e suas letras tipo "Preferencialmente preto, pobre, prostituta pra policia prender... para e pense por que..." a Benito de Paulo cantando "Eu sou como uma borboleta... Tudo o que eu penso é liberdade. Não quero ser maltradado...(não é tão mal, mas... nem sempre estou afim de ouvir). Rafaela ouve de uma cantora anunciando que "um terremoto vai acontecer aqui" a Emily desafiando minha sanidade com seu "I'm going under/ Drowning in you/ I'm falling forever/ I've got to break through/ I'm going under". Minha mãe ama apenas os hinos e meu pai... Aaaah... É uma longa história barulhenta com Roberto Carlos, Luiz Gonzaga, Raul Seixas, Clara Nunes e tantos outros aos pedaços, nunca um CD inteiro de uma vez.... variando de um ritmo a outro... em altíssimo tom, talvez o maior incomodo seja o altíssimo som e não as músicas em si.

É uma bagunça sonora que piora quando a gente desce a escadaria e ganha as ruas... os ônibus... as lojas... as curvas... os becos... as vielas... tudo no mundo é tão barulhento, quente e se misturam tanto tantas coisas! Parece que não há espaço para mais nada e nem para mim, como diz Claudineia, só me resta desligar o botão "realidade" e fazer meu caminho em piloto automático e me entregar a meus silêncios...

MAS, as vezes, não sempre nem constantemente, algo parece pressionar meu silêncio. Um som ultrapassa as barreiras da minha irrealidade, faz curvas e sussurra dentro de meu campo auditivo mais alto que qualquer grito... e então eu escuto... meus ouvidos se abrem!

Foi assim que eu escutei lá longe ou aqui perto alguém cantando "Não quero ver você triste assim, não... que a minha música possa te levar amor..." E eu estava tão triste e talvez ainda esteja, me sentindo tão mal amada, tão sem azul, tão solitária no meio de tanto barulho que meus ouvidos surdos se abriram e deram passagem a canção... um rap que me devolveu o azul e me deixou com uma reflexão digna de milhares de notas.

Quando cheguei em casa procurei pela música... pelo autor... e tudo o mais... Acho que estou apaixonada pelo Criolo e na sequencia compartilho o que talvez seja minha mais nova paixão musical.

E sim, quer o mundo acabe ou não no próximo dia 21, é sempre bom lembrar: "As pessoas não são más, elas só estão perdidas... Ainda há tempo..."

Criolo

"Cê quer saber, então vou te falar
Porque as pessoas sadias adoecem
Bem alimentadas ou não, porque perecem?
Tudo está guardado na mente
O que você quer nem sempre condiz com o que o outro sente
Eu tô falando é de atenção
Que dá cola ao coração e faz marmanjo chorar
Se faltar um simples sorriso
Ou às vezes um olhar
E que se vem da pessoa errada não conta
A amizade é importante Mas o amor escancara tanto
E o que te faz feliz também provoca a dor
A cadência do surdo no coro que se forjou
E aliás, cá pra nós, até o mais desandado
Dá um tempo na função quando percebe que é amado
E as pessoas se olham e não se falam
Se esbarram na rua e se maltratam
Usam a desculpa de que nem Cristo agradou
Falô, você vai querer mesmo se comparar com o Senhor?

As pessoas não são más, mano, elas só estão perdidas. Ainda há tempo.

Não quero ver você triste assim, não
Que a minha música possa te levar amor"

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Diferenças que deviam separar, no entanto...

Penso  que nesse pequeno globo azul girante que chamamos de Terra, mesmo que  ele seja majoritariamente coberto por água, existe coisas tão diferentes, mais tão diferentes que o concilio muitas vezes parece impossível. Parece, parece mesmo, mas não é.

Eu lembro quando a Ana me mostrou pela primeira vez uma canção cantada pelo Cesar Passarinho, foi bem após ela ter me enviado um caderno e um CD de músicas instrumentais. Eu tinha me apaixonado pela canção clássica "Milonga para as missões" tocada pelo Renato Borghetti e ela me mostrou um vídeo no qual ele novinho acompanhava o Passarinho cantando GuriFoi amor a primeira  nota, porque nesse vídeo antigo eu não consegui ver nada muito bem rsrs...

O Renato foi totalmente eclipsado pela interpretação gloriosa do Passarinho que me levou as lágrimas, sou uma molenga emotiva. O fato do homem cantar em legitimo gauchês canções que representam uma cultura tradicionalista totalmente diferente da minha (sou recifense suburbana de raiz) não me separou do Passarinho porque o jeito emotivo dele se uniu ao meu. E a diferença eu resolvi pesquisando, ouvindo e ouvindo novamente, tentando entender mais e melhor o mundo no qual ele viveu, amou e até creu, para poder compreender mais e melhor sua forma unica de dar vida as letras e canções feitas para ele por outros homens igualmente geniais.

A medida que conheço esse homem passo a gostar mais dele e a culminância da paixão me fez encomendar um caderno com a imagem do meu nego querido e letras das cações cantadas com tanta emoção por ele e a Ana fez para minha pessoa esse caderno. Aliás, a Ana sempre tem me ajudado a conhecer mais e melhor a cultura gaúcha, foi ela quem me presenteou a um tempo atrás, e de uma forma irritantemente linda, com um volume de "Contos Gauchescos e Lendas do Sul" do Simões Lopes Neto.

O "Contos Gauchescos" é uma coleção de histórias contadas (talvez até vividas) pelos gaúchos do fim do século XIX e inicio do século XX. É um livro lindo, merece um post só para ele, mas devido a linguagem do livro, para mim ele tem sido de leitura complexa. Estou cem anos separada do mundo do Simões Lopes, pertencemos a partes muito diferentes do Brasil, vivemos e ouvimos vidas muito diferentes, temos trajetórias de vida difíceis de conciliar.

E no entanto... eu me pego ouvindo/lendo o Simões passar parágrafos e parágrafos descrevendo as mudanças de tons do céu ao entardecer, a beleza das Três Marias e observar esses detalhes é coisa tão tipica de mim que com todas as experiencias que nos separam finalmente me vi unida a esse homem distante no tempo no prazer de apreciar e descrever o esplendor do céu em fim de tarde e a grandeza das constelações noturnas.

As diferenças que nos separam de repente tornam-se insignificantes frente ao que nos une... E a vida flui em torno de quebra de preconceitos e estereótipos fraquinhos e fortes.

E essas reflexões surgiram a parti de um post feito pela Ana hoje de manhã. Essa nega contou lá no Gurias Arretadas de como ela se viu lendo um cordel gaúcho e eu achei tão bonito ver essa literatura (que não foi criada no nordeste, mas da qual o povo do nordeste do Brasil se apropriou, mexeu, remexeu, transformou e fez sua, fez nossa) contando uma história do sul que não resistir a esse registro.

Achei linda essa experiencia da Ana transformada em post e escrevi outro post só para dizer que acho fantástico quando diferentes se aproximam, quando tudo o que devia se separar se une, quando as pessoas se esforçam para entender as histórias dos outros e construir a partir desse entendimento uma nova história.

Deixo o link para o post da Ana:


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Preguiça de ler!!!

Não são poucas as pessoas que sofrem desse mal mortal e terrível chamado "Preguiça de Ler" e eu não sou exceção, vez ou outra sofro de uma preguiça literária gravíssima!!!

Nos últimos tempos esse mal tem me ocorrido em relação há alguns gêneros... E sim, como sou desaforada listei as minhas atuais preguiças literárias no meu post de hoje lá no Em Quantos...

Quem quiser passar lá, conferir e quem sabe contar as suas preguiças literárias, cá está o convite!