sábado, 20 de julho de 2024

"A Parábola do Semeador" de Octavia E. Butler


Sábado, 20 de julho de 2024

Tive meu sonhos recorrente na noite passada. Acho que era esperado. Ele acontece quando eu reluto - quando me debato dentro de uma prisão pessoal e tento fingir que nada incomum está acontecendo. Ele acontece quando tento ser a filha de meu pai.
Hoje é nosso aniversário - o meu décimo quinto e quinquagésimo quinto do meu pai. Amanhã, vou tentar deixá-lo contente - ele, a comunidade e Deus. Então, ontem à noite, sonhei com um lembrete de que tudo é mentira. [...] (pág. 12 de "A Parábola do Semeador")
As palavras acima não são minhas, mas sim o início do livro "A Parábola do Semeador", vol. 1 da "Duologia Semente da Terra", da Octavia E. Butler. E sim, este é um livro cuja história começa a ser contada a partir do dia de hoje, 20 de julho de 2024. A Octavia escreveu esse livro no início da década de 90 do século XX, mas a história começa exatamente na data de hoje, por isso, escolhi essa data para postar a resenha e se alguém decidir começar a ler esse livro exatamente hoje pode ser que esse alguém comece a ficar um tanto assombrado com a capacidade da autora de fazer previsões muito exatas sobre o atual estado não só dos Estados Unidos como do mundo inteiro.

quarta-feira, 17 de julho de 2024

"Recruta Zero, nº 1" de Mort Walker


Ao longo da minha vida foram poucas as vezes que meu pai incentivou de alguma forma meu hábito de leitura. Mesmo agora meu Painho, em nossos momentos de atritos ideológicos ataca bastante meus pobres livros, mas um dia em algum momento da minha infância ele presenteou a mim e a meu irmão com uma revista em quadrinhos do Recruta Zero.

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Dançar na chuva enquanto a chuva vem...


Por esses dias fui convidada por minha amiga Claudineia para conhecer sua nova sobrinha e passar uns dias em Garanhuns com ela e a família da irmã dela. Essa foto que abre o post é resultante desses dias. Claudineia é a de camisa azul, a sobrinha dela, Clara é a mocinha, eu sou a pessoa de bermuda preta, camisa de gatinho e moletom do Batman.

quinta-feira, 4 de julho de 2024

Muitas vistas panorâmicas de Recife

Se eu fosse descrever Recife eu roubaria as palavras que meu saudoso e amado Terry Pratchett usou para descrever Ankh-Morpork em "A Magia de Holy Wood":

"Os poetas a muito desistiram de tentar descrever a cidade. Os mais espertos disfarçam. Dizem que... bem... talvez ela seja malcheirosa, talvez ela seja superpovoada, talvez ela seja um pouco como o Inferno seria se controlassem o fogo que queima por lá e formassem um curral cheio de vacas com problemas intestinais durante um ano. Mas é preciso admitir que ela é cheia de vida pura, dinâmica e vibrante. E é verdade, apesar de serem os poetas quem dizem isso. E as pessoas que não são poetas dizem: e daí? Os colchões também tendem a ser cheios de vida, mais ninguém escreve odes a eles. Os cidadãos odeiam morar lá e, se são obrigados a mudar para outra cidade por causa do trabalho, por aventura ou, o que é mais comum, para esperar que algum estatuto de limitações expire, não vem a hora de voltar para que possam sentir um pouco mais do prazer de odiar viver lá. Eles colocam adesivos na parte de trás da carroça dizendo: "Ankh-Morpork - Odeia-a ou deixe-a"

domingo, 30 de junho de 2024

"Uma Proposta Final" de Helena Vieira

Poucas coisas na vida são tão boas quanto ler um continho gostosinho que traz para o coração da leitora um pouco do que aconteceu depois do fim de um romance beeemmm gostosinho. Não tem como não amar. "Uma Proposta Final" da Helena Vieira é justamente esse tipo de conto gostosinho, ele narra o que acontece depois do fim com o casal Morgana e Arthur cuja história eu conheci através da leitura do livro "Uma Proposta de Prazer".

quinta-feira, 27 de junho de 2024

"O peso do vazio: dançando com o mistério" de Olivia Lautre

"O Peso do Vazio" da Olivia Lautre é um Dark Romance é um gênero literário no qual as autoras se propõem escrever histórias consideradas indigestas nas quais incesto, pedofilia, violências sexuais, violências psicológicas e por ai vai. Horror! Horror! É uma viagem ao coração das trevas humano. A pessoa que se propõe a desbravar esse gênero precisa saber onde vai pisar... esse terreno íngreme, cheio de buracos, luz suficiente apenas para produzir sombras e mais sombras.

Ultimamente esse gênero literário tem sido uma das coisas sobre as quais mais tenho ouvido falar. Os pequenos barulhos em meu entorno começaram via redes sociais, através de leitoras absurdadas com as situações retratadas nesse gênero, foram aumentando com uma das minhas estudantes mais queridas conversando comigo sobre as leituras dela e, por fim, se tornou ensurdecedores quando uma amiga próxima trouxe os livros da Olivia Lautre para o nosso grupo do whatsapp.

Muitas pessoas seriam capazes de resistir a esse tipo de som, esse não é meu caso, a minha curiosidade literária não permitiu.

quarta-feira, 26 de junho de 2024

50 Resenhas para 2024


Tenho dificuldade em estabelecer metas e cumprir essas metas estabelecidas. Por outro lado conheço a sensação de cumprir metas estabelecidas previamente e estou precisando da sensação de bem estar em minha vida atualmente assim como melhorar minha frequência de escrita nesse espaço.

Visando tanto ter a sensação de ir construindo algo e também a manutenção de uma pratica de registro estou aqui pensando em ter como meta a escrita de 50 resenhas literárias ao longo dos próximos 6 meses de 2024.

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Eu não consegui digerir nem mesmo Janeiro e já estamos em junho...


Me absurda como o tempo passou e simplesmente não tenho conseguido atualizar esse espaço. Me sinto sem palavras para descrever as coisas que tenho vivido e vou vivendo sem escrever e vou sentindo os dias infinitos nesses meses que voaram.

Tenho estado tão cansada vivendo minha vida que não sei como pode haver tanto cansaço para sentir. Como professora lido com as cadernetas, estudantes, registros de aula, confecção de aulas, feituras de aulas. Como filha indo e vindo da casa dos meus pais, sentido eternamente falta de Lion e certa magoa por meus pais e irmão não terem me apoiado em trazer Lion comigo. Como dona de casa eternamente envolta nos afazeres da casa, nos custos da casa, no sonho da casa própria.... me sinto cansada, tão cansada.

sábado, 20 de abril de 2024

Inclusive amor é a grande desilusão do que se pensava que era amor [ Citação 015]


"A um certo modo de olhar, a um jeito de dar a mão, nós nos reconhecemos e a isto chamamos de amor. E então não é necessário o disfarce: embora não se fale, também não se mente, embora não se diga a verdade, também não é mais necessário dissimular. Amor é quando é concedido conhecer um pouco mais. E poucos suportam perder todas as outras ilusões. Há os que se voluntariam para o amor, pensando que o amor enriquecerá a vida pessoal. É o contrário: amor é finalmente a pobreza. Amor é não ter. Inclusive amor é a desilusão do que se pensava que era amor." (Clarice Lispector)

Quando comprei a edição em e-book de "Todos os Contos" de Clarice fiquei mais ou menos incrédula se realmente eu conseguiria ler ainda nessa vida um calhamaço heterogêneo de 656 páginas, se esse não seria aquele elefante branco na minha Biblioteca Kindle. Surpreendentemente, isso não ocorreu, a leitura dos contos me tomam muitas vezes como uma febre. Pouco a pouco me vejo avançar atônita, encantada com cada lance de palavras, digressão, epifania e foi 57% do livro.

sábado, 10 de fevereiro de 2024

"Laços de Família" de Clarice Lispector

Janeiro foi um mês muito longo mesmo. Senti como se tivesse vivido um ano dentro de um mês, muita coisa aconteceu e tenho vontade de escrever sobre elas. Algumas escrevi a mão em meus cadernos e cabe transcrever, outras ficaram no mundo das ideias. Quero escrever aqui, mas não dou certeza. Certo mesmo é que quando o feriado de Carnaval aflorou no horizonte larguei minhas coisas em casa e vim para a casa dos meus pais com um livro de Clarice Lispector na bolsa e a escolha não foi aleatória, pensei mesmo no fato de um livro intitulado "Laços de Família" combinar muito bem com a decisão de passar esses dias com os meus e as minhas.