Pois é, (toda vez que começo um post com "Pois é" pode espera leseira) já que esse é o terceiro post que escrevo com esse titulo, posso dizer que estou construindo uma série baseada na afirmação da Rose em Sandman???
Talvez, pode até ser... já que quanto mais fujo das artes produzidas sob a inspiração do universo onírico mais elas parecem me perseguir. Devo ter um imã para isso e o melhor da história é a capacidade que essas obras, por mais leves que sejam, tem de promover uma sutil bagunça na frágil organização do meu próprio mundo onírico.
O ultimo livro que andei lendo "O sonho de Eva" um romance brasileiro com elementos de suspense e ficção cientifica, que chegou a mim através da Saleta de Leitura, me fez uma vez mais refletir sobre o que mostram e escondem os sonhos...
Até cometi a temeridade de anotar um sonho e pensar a respeito, exercício que não gosto mesmooooo com muitooosss "ooos".
Enfim, para, com pleonasmo e tudo, "botar para fora" todas as lembranças que "entraram para dentro" durante a leitura resolvi fazer um post falando sobre as obras que mexeram com os meus sonhos e mexem até hoje.
A primeira produção que falava de sonhos e me fez questionar os limites e possibilidades do mundo onírico foi o filme Vanilla Sky com Tom Cruise e Penélope Cruz. O drama de David, personagem principal do filme, e o desenrolar de toda história me fez esgotar todo meu estoque de lágrimas, quase fiquei desidratada. Foi através dessa história que descobri a criogenia.
Assistir Vanila Sky não mudou minha vida, mas colocou inúmeros "e ses" na minha cabeça por muito tempo e até hoje quando digo que "Queria ter nascido gato!" lembro de Penélope Cruz dizendo: "Te vejo em outra vida quando formos gatos.".
Outro que balançou as estruturas e me fez pensar nos sonhos foi obviamente o Senhor dos Sonhos, Morfeu, popularmente conhecido como Sandman. Conheci essa obra de Gaiman primeiro pela net, só bem depois consegui adquirir parte do material impresso referente a esses quadrinhos de fins da década de 1980 a de 1990.
É impressionante como Gaiman pega referencias dos mais diversos lugares e sintetiza nessa obra: Mitologia Cristã, Psicanalise, Shakespeare, Mitologia Grega, nem mesmo a África foi esquecida em seus escritos.
Os Perpétuos formam uma família para lá de interessante, de certa forma eles são os filhos e os pais da humanidade.
Nesse ritmo outra obra que me fez refletir sobre sonhos foi o popular e recente A Origem, com o Léo DiCaprio muito fofo, interpretando o obstinado Dom Cobb.
Já assisti esse filme umas trocentas vezes sozinha e também com meu irmão, excelente cúmplice para qualquer tema e em especial os existenciais. Sempre termino desejando firmemente que ele tenha resolvido suas demandas e encontrado seu final feliz, mas, não consigo convencer a mim mesma dessa hipótese. Na minha opinião "A origem" é um filme que não acaba quando termina.
Assisti parte desse filme sozinha, parte com meu irmão e tive a impressão que juntaram todas as conversas loucas que tivemos na madrugada e mais as de inúmeras outras pessoas e colocaram em um único lugar. Muito louco, as vezes confuso, ao mesmo tempo interessante e diferente.
Admito que grande parte das produções que vi ou li sobre sonhos foram interessantes, as vezes até emocionantes como Vanilla Sky.
Contudo, de maneira geral, com exclusão apenas para um certo sonho com Centauros, acho muito correta a fala de Rose Walker: "Sonhos são esquisitos, idiotas e me apavoram.".