quarta-feira, 13 de março de 2013

Pausa...

Eu não gosto realmente de dizer isso... 
Mas não estranhem se demorar a aparecer novas postagens...

quinta-feira, 7 de março de 2013

Especial CLAMP 4: Sakura Card Captors

Em Sakura Card Captors, conhecemos Sakura Kinomoto, uma menina de dez anos que ao libertar por acidente um conjunto de cartas mágicas chamadas Cartas Clow, recebe do guardião das cartas, Kerberos, uma criatura pequena parecida com um bicho de pelúcia, a missão de capturar todas as cartas que estão perdidas, transformando-se assim em uma Card Captors.

A genialidade das mangakás da CLAMP está no fato de que além da sugestão yaoi que Touya Kinomoto, irmão de Sakura, e o melhor amigo dele Yukito Tsukishiro tem uma relação amorosa, todas as crianças de Sakura Card Captors estão apaixonadas platônicamente umas pelas outras, independente do sexo biológico de cada uma.

Como são crianças que ainda não estão na pré-adolescência, a sexualidade delas ainda é latente, ou seja, que ainda não se manifestou por completo e portanto o amor que elas sentem entre si, é puro e casto.

Sakura tem uma paixão por Yukito, mas Sakura também ama Tomoyo Daidouji, a melhor amiga dela, e também ama Syaoran Li, um menino que é um Card Captors rival de Sakura no início. E por sua vez Tomoyo também ama Sakura e Syaoran além de amar Sakura, também tem uma paixão por Yukito.

E é esse sentimento amoroso e puro que faz com que todos os personagens de Sakura Card Captors se arrisquem uns pelos outros e também se doem incondicionalmente. O leitor ao ver todo esse amor e amizade sem limites, se identifica totalmente com a obra e ao mesmo tempo deseja que esse tipo de relação também possa existir na vida real. Obra máxima da CLAMP, Sakura Card Captors é inspiração de amor e amizade para todos aqueles que lêem a sua estória.

O filósofo grego Platão, em sua teoria platônica da alma, afirma em seu diálogo "O Banquete": Amar alguém ou alguma coisa é amar sua alma e não o envoltório grosseiro e mortal que é o seu corpo. A alma ama as formas ou ideias. Ela deseja a formosura. Ama a perfeição.

Com esta citação do filósofo grego Platão, termino este breve ensaio em que procurei definir as idéias e os conceitos que se encontram nos mangás criados por Ageha Ohkawa, Mokona, Tsubaki Nekoi e Satsuki Igarashi, o grupo CLAMP. Após venderem mais de 100 milhões de volumes de seus mangás e serem aclamadas por todo o público e por toda crítica, os mangás da CLAMP podem ser considerados obras de arte, porque mantêm constância em seus temas e mostram evolução em seus trabalhos, tendo atingido assim o conceito do que é clássico, ou seja: obras que inspiram e educam toda a humanidade.

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E o ciclo de postagens especiais falando sobre a CLAPMP vai chegando ao fim.
E eu vou agradecendo a página Japanholic's Hyperdimension por ceder os textos para a publicação aqui no blog. Foi um prazer para mim.
Espero  que as pessoas que andam acessando os textos estejam satisfeitas com o conteúdo que tem encontrado, eu ao menos estou.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Músicas para a segunda...

Não, esse não é um post tipo "como a segunda é promissora!". Esse não é um blog focado em alto-ajuda, quem me conhece sabe que eu e a segunda-feira não temos uma tradição de amizade, amor e respeito, seria muita falta de franqueza pousar de otimista... Ainda mais agora quando me encontro atormentada por minha coluna e por meu ombro esquerdo eternamente danificado.



É sério a segunda não gosta de mim!
Tudo bem, eu também não gosto dela e a reciproca é verdadeira!

 

É aquela coisa, eu já começo a segundo pedindo graça a Deus, porque se ele me der força eu mato um! 


Mato quando eu chegar na parada de ônibus e a quitadeira me avisar que o ônibus continua não descendo e eu vou ter que subir no sol quente! 



Mato quando eu chegar na integração e encontrar aquela habitual desordem, os poucos ônibus para os muitos passageiros e a necessidade de ser selvagem!


Mas sinceramente, não importa muito o motivo o mal humor é latente na segunda e parece que ele atrai... #TristeIsso

Mas... recentemente a Dona Ana Seerig me apresentou duas canções que conseguem amenizar o meu mal humor de segunda e hoje, faço feito o Garfield faz com o ursinho e só para não partir de mal humor começo o dia ouvindo-as!



1º) Datemi Un Martello da fofissima Rita Pavone, que está preciosamente inspiradora nesse vídeo cantando toda serelepe uma música um tanto quanto psicopata, mas bem adequada para meu mau humor. Aaah se eu arrumo um martelo e a oportunidade de dar umas marteladas na cabeça de alguns vereadores donos de empresas de ônibus que se reúnem no silêncio da noite para aumentar o preço da passagem sem melhorar a qualidade do transporte urbano!!!!


2º) A lirica canção de titulo nada sugestivo "Eu só quero acabar com você" do grupo Validuaté. Ela é também meio psicopata, mas quem nunca nem por um minuto teve uma vontadezinha de desejar a alguém  como o prefeito mentiroso, o dono da empresa de transporte público, os prefeitos hipócritas que não cuidam dos problemas de urbanidade da cidade e a algumas pessoas mais que:

"...Tomara que sempre chova em todas as tuas festas.
Tomara que tu tropeces em todas as pedras.
Tomara que tu sempre enfrentes filas enormes.
E mesmo morrendo eu não quero mais que tu retornes...."



Enfim, na segunda eu me permito não jogar o jogo do contente...
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A parte o meu mau humor segundistico (essa palavra existe?) registro aqui uma coisa boa que aconteceu no fim de semana e me alegrou por demais... A Sheilinha querida do meu coração lá do blog "Cozinha de Mulher" fez um post com um prato nordestino e dedicou a minha pessoa.


Quem quiser conferir uma culinária nordestina tipica de Pernambuco, sinta-se convidado, todo mundo tende a ser recebido bem nessa cozinha!!!



Obrigada Sheila pela lembrança!!!




quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Uma festa e dois selos...

Sim, esse blog e esta blogueira estão em festa! E o motivo é que a linda, querida e amada Erica Ferro do Sacudindo Palavras tirou uma boa nota nos exames do ENEM e se tornou a mais nova estudante de biblioteconomia da Universidade Federal de Alagoas.

Como sei o quanto ela se esforçou, sofreu e tudo o mais para conquistar essa vaga estou super feliz e não consigo deixar de registrar aqui todo os meus parabéns a Dona Ericona!!!

Como a Erica também é uma super paratleta, campeã de natação, desejo que os próximos anos dela sejam assim:


Feita festa, vamos aos selos...

Por esses dias andei recebendo selos relacionados a leitura e hoje é o dia de aderir as brincadeiras! Começando pela ordem de recebimento

"Selo de Incentivo a Leitura", que recebi da Aleska do Entre Livros e Sonhos e da Nádia do Palavras em Movimento.


As regras do selinho são:

- Indicar 10 blogs (é expressamente proibido oferecer a quem quiser pegar sem indicar seus blogs antes Não sei quem fez a regra, mas se tu quiser pegar, pega na cara de pau mesmo e  se alguém questionar diz que fui eu que mandou pegar.).

- Avisar aos blogs escolhidos.

- Colocar a imagem no blog para apoiar a campanha.

- Responder a pergunta:


"Qual livro você indicaria para uma pessoa começar a ler?"

Não consigo pensar pensar em um único livro capaz de agradar a diversidade de pessoas não-leitoras com potencial para vim a ser leitoras. Mas, posso citar alguns livros com os quais tive experiencias de sucesso: para uma pessoa que tem um grande vinculo afetivo com o pai e uma mãe durona, porém querida, é boa ideia oferecer o belo "A menina que roubava livros"; para pessoas que amam a natureza "O jardim secreto" pode ser uma boa escolha; livros como "A viuvinha" e "Cinco Minutos" de José de Alencar podem aquecer o coração de uma alma que tenha um romantismo menos moderno e "As crônicas de Narnia" podem ser o primeiro amor de alguém que cresceu em um lar evangélico ou católico.

O segundo selo é o "Leia Sempre" que ganhei da Calú do blog "Fractais da Calú", da Jussara do "Palavras Vagabundas" e do Alexandre do blog "Do que eu quero".


As regras são:

1 - Citar o nome e o link de quem te enviou: Já citei acima.


2 - Indicar 2 livros (no mínimo) que leu em 2012 e gostou (não há limite máximo).


3 - Listar 3 livros (no mínimo) que deseja ler em 2013 (não há limite máximo)

Dom Quixote de La Mancha de Miguel de Cervantes
Os miseráveis de Victor Hugo
O mal estar na cultura de Freud
Jane Eyre de Charlotte Brönte
Fernando Pessoa: uma quase auto-biografia de José Paulo Cavalcanti Filho
O ano da morte de Ricardo Reis de José Saramago
Emma de Jane Austen

4 - Oferecer para mais 10 pessoas ou blogs e avisá-los:

Gostaria de ver essas pessoas queridas do meu coração (sente a pressão psicológica on) respondendo:

Luciano Santos do .Livro
Mamis do Filial de Marte
Irene do M@myrene
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P.S.: Vaneza com Z, eu senti vontade de te indicar esses selos, mas como já te constrangi pedi educadamente para você participar da blogagem coletiva de aniversário, vou deixar essa passar em brancas núvens... #TeAmo

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Um casamento e dois chás de fralda - Uma das madrinhas da noiva!

Eu tenho uma teoria, alimentada por excesso de filmes e livros americanos, de que uma pessoa sabe que anda estabilizada e confortável em uma vida de solteira grau 10.000 quando começa a ser demasiadamente convidada para chás de fralda e casamentos.

Pois é, depois de em menos de dois meses ser comparecido para um casamento e dois chás de fralda eu começo a me convencer que sou uma pessoa orgulhosamente estabilizada em uma vida de solteira e para chegar a perfeição só falta sair de casa e ir morar sozinha.


A parte essa reflexão de inicio de post, eu sou apaixonada por minhas amigas e por meus sobrinhos e sobrinhas então não poderia deixar de registrar aqui esses capítulos de meus vinte e poucos anos. Como eles fazem menção a uma considerável gama de acontecimentos, decidi  contar a história do casamento de Claudineia e Iran do qual eu fui madrinha.

E a proposito, antes que eu fale sobre o casamento de Clau, é bom dizer que essa não vai ser a primeira vez que ela aparece aqui. Clau é a minha amiga ninfa sobre a qual falei em maio do ano passado e também é a amiga que me proibiu de contar de como "Fui a Garanhuns, não fiz nada do que queria fazer, mas ganhei uma coca-cola grátis".

Acompanhei alguns capitulo do namoro e do noivado de Clau, então quando ela decidiu casar achou justo me convidar para ser uma das madrinhas.

Como não sou uma pessoa habituada a me arrumar para ocasiões formais, o casamento de Clau representou uma verdadeira operação de guerra para mim começando pela coisa mais obvia do mundo, alugar o vestido, passando por fazer uma viagem de 4 horas para Garanhuns, até chegar ao dia da festa no qual eu tive que acordar as sete da manhã porque era o único horário disponível na manicure.

O problema é que ninguém me avisou que quando uma das madrinhas da noiva se hospeda na casa na qual a noiva mora ela tem que trabalhar duro e o resultado foi que, enquanto a noiva corria para resolver os detalhes de última hora do casamento, a madrinha aqui teve que receber metade da família do noivo, ir no mercado, colocar o almoço no fogo para uma pequena tropa e lavar pratos estragando as pobres unhas que a fizeram acordar as sete hora da manhã. Se não tivesse sido cômico, divertido e gratificante teria sido trágico.

Na verdade ter ajudado a Clau fez do dia do meu dia de madrinha algo pra lá de inesquecível e fiquei até bonitinha de madrinha. Valeu muito o esforço para está na festa e conhecer a família de Clau inteira, incluindo a sobrinha dela, coisa mais fofa do mundo. Geralmente não me dou muito bem com meninas, mas há exceções.


O casamento da minha amiga ninfa foi perfeito, o vestido dela foi digno de uma ninfa. Feito pela mãos da mãe dela, fez com que aos meus olhos ela parecesse ter saído de um conto de fadas e na hora da valsa eu me sentia olhando o baile da Cinderela do lado de dentro do desenho. Minha amiga estava tão linda que só de lembrar me emociono.


A minha foto não ficou das melhores, mas o sentimento para o qual ela me leva é o melhor do mundo, foi tirada um pouco antes do momento no qual os padrinhos e madrinhas se juntaram a ela na valsa... Nunca tinha dançado nada na vida antes, meu companheiro de valsa foi um par maravilhosamente tolerante, eu só fazia ri e estava embriagada de emoção.

Eu e meu companheiro entrando na Igreja, ficou muito elegante essa imagem!
E como se não fosse suficiente, na hora de jogar o buquê eu quase peguei o danado! Pois é, para minha surpresa o danado veio em minha direção, eu olhava e não acreditava, parecia um delírio sonho...



Aliás, delírio sonho foi o que eu vivi nos 15 milésimos de segundo nos quais o buquê voou para mim e meus dedos chegaram a tocar nas flores. Juro que esses breves milésimos de segundos foram tempo suficiente para que eu me vice toda vestida de noiva correndo em uma praia deserta na direção de um cara empalitosado muito parecido com o Terry Crews (se é que não era o próprio), mas...


Quando eu estava prestes a chegar nele... Catabum... Raquel pegou o buquê e detonou com meu delírio sonho! Se eu não gostasse muito da Raquel, e ela não formasse um par muito fofo com o Rodrigo, eu teria ficado um pouco mais que emocionalmente abalada pela destruição precoce do meu delírio sonho de contento com o lindo Tery Crews! Para ninguém dizer que estou mentindo, deixo a imagem do momento do abraço entre Raquel e Clau, demonstrou bem a alegria dela, acho que foi maior do que o meu desalento...


Ah, o post vai acabando por aqui, mas se vocês pensam que a festa de casamento acabou ai estão enganados... No outro dia ainda houve espaço para mais festa no sítio no qual minha amiga cresceu com direito a um novo bolo, muito mais comilança e chororó dobrado porque se não tivesse muitas lágrimas não poderia ser uma história na qual a Clau é a protagonista e eu sou parte do elenco.


Enfim, o casamento de minha amiga ninfa foi uma das experiências mais significativas desse início de 2013, dessa faze da minha vida, depois dos 25 antes dos 30, e talvez do conjunto dos meus dias. Desejo a ela toda a sorte, felicidade, amor e o mesmo tipo de presença de espirito que fez ela escolher como detalhe do look de casamento um sapato rosa de salto impossível.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

200 anos de Orgulho e Preconceito!


"O maior clássico de Jane Austen, e um dos meus livros preferidos, fez 200 anos e eu não fiz nem um postizinho a respeito disso!"

Acordei constatando isso e me senti profundamente envergonhada! Como pode? Onde esse mundo vai parar desse jeito? Que absurdo dos absurdos! Preciso mudar esse quadro catastrófico e me redimir com Mr. Darcy, Elinor Dashwood, Elizabeth Bennet, Fanny Pride, Anne Elliot, Emma e toda a turma.

E foi com o intuito  de me redimir de tamanho crime fui remexer em minha coleção de tralhas relíquias Austerianas e é impossível não sentir uma sensação gostosa de familiaridade, nostalgia e beleza.


Orgulho e Preconceito, Razão e Sensibilidade, Mansfield Park me levam  para muitas das melhores lembranças de minha adolescência só de ler o primeiro paragrafo.


Adquirir as séries da BBC foram uma das maiores satisfações do meu inicio de vida adulta. Na minha opinião, outras adaptações podem vim a ser feitas nos próximos duzentos anos, mas dificilmente elas poderão superar em capricho e qualidade o trabalho dos autores, pesquisadores, roteiristas, direção de arte e derivativos responsável por essas produções.


E claro, além dos livros e séries, tem os sem número de produtos feitos a partir da poderosa inspiração de Jane. Por mim eu teria uma amostra de tudo o que sai de qualidade inspirado em Orgulho e Preconceito & Cia. Maaaaas, por hora, eu me conformo apenas com o fofo filme "Clube de Leitura de Jane Austen" e "O diário de Bridget Jones" e alguns marcadores fofos que a Irene me enviou da última bienal de São Paulo.


E para concluir, sem concluir, pois sei que cedo ou tarde vou novamente querer escrever algo sobre Austen aqui ou em outros espaços, deixo um trecho final da matéria escrita por Raquel Sallaberry Brião e publicada na revista "Conhecimento Pratico Literatura" n. 39, cuja copia colorida a Ana Seerig me enviou pouco antes de viajar para a Alemanha e fez a minha alegria por dias.


Para ler Jane Austen 

Jane Austen é para ser lida com prazer. A começar por Orgulho e Preconceito, o "mais leve, luminoso e cintilante", segundo as palavras da própria autora. É fácil encantar-se com Elizabeth Bennet e Mr. Darcy, e se divertir a valer com Mr. Collins. A seguir, apaixonar-se sem medidas junto com Marianne Dashwood, com o sempre amoroso apoio de Elinor, com plena Razão e sentimento. E, sem susto, prosseguir viagem até A Abadia de Northanger, pois o senhor Tilney garantirá o riso. A próxima anfitriã é ninguém mais do que Emma, disposta a nos fazer felizes, nem que para isso cisme em nos casar. Para repousar dessa maratona e meditar sobre a vida, nada melhor do que o silêncio de uma propriedade rural e a companhia da amável Fanny Price, em Mansfield Park. Mas não se enganem! O campo também pode ser movimentado com os irmãos Crawford!

Ainda não se convenceu a ler Jane Austen?

Só me resta a Persuasão de Anne Elliot, perfeita conhecedora do coração de homens e mulheres.

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Raquel Sallaberry Brião edita o site Jane Austen em Português e a sua matéria sobre Jane Austen pode ser encontrada clicando AQUI

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Um momento com Clara Trueba diante do Feminismo...

Clara Trueba é o nome de uma das personagens de um dos livros mais especiais que já li na vida: "A casa dos espíritos" escrito pela brilhante Isabel Allende.

Quem me apresentou esse livro foi a Jussara através de uma resenha linda lá no Palavras Vagabundas. Depois de ler o texto da Jussara não demorou muito para que eu corresse para uma das mais marcantes experiências literárias por mim vivenciadas até o momento.

O livro da Allende é para ri, chorar, se emocionar e refletir bastante não só sobre  vida familiar e História com H maiúsculo. Até hoje eu não sei se Allende escreveu um capitulo da história do Chile usando como pano de fundo a saga da família Trueba ou se ela escreveu a saga das família Trueba usando como pano de fundo aquele capitulo da história do Chile.

Depois de tudo só me restou duas certezas: Isabel é uma contadora de histórias fantástica e suas palavras e personagens caminharão comigo até o fim dos meus dias.As personagens de Allende são daquele tipo que vem a memória quando eu menos espero e falam comigo, implicam ou me ajudam a constatar o obvio em algumas situações particulares. Loucura néh?!?! Pois é!

Por esses dias tive um desses momentos com a Clara Trueba e achei que merecia um registro.

De uns tempos para cá me tornei mais simpática do que nunca as demandas levantadas pelas feministas (da net, da rua, da faculdade e do mundo) e olhando imagens postadas nos corredores das redes sociais, conversando pelos corredores da faculdade, pelos ônibus e derivativos a Clara me veio a memória.

Ela também teve muitos encontros com as feministas do mundo e possibilidades de avaliar suas demandas, sua mãe foi uma rica senhora que apesar de ocupar uma confortável posição social, ou justamente por ocupar uma confortável posição social, era sufragista - feminista- no Chile e a levava desde pequena para suas ações nas fabricas e cortiços da cidade. Foi a impressão de Clara a respeito desses momentos que me veio a mente e eu não consigo resistir ao impulso de registrar aqui a passagem do livro tal e qual foi escrita:

"As vezes Clara acompanhava sua mãe e duas ou três de suas amigas sufragistas em visitas a fabricas, onde subiam em caixotes para arengar às operárias, enquanto, a distância prudente, os capatazes e patrões observavam, zombeteiros e agressivos. Apesar de sua pouca idade e completa ignorância das coisas do mundo, Clara percebia o absurdo da situação e descrevia em seus cadernos o contraste entre sua mãe e suas amigas, com casacos de pele e botas de camurça, falando de opressão, igualdade e direitos a um grupo triste e resignado de trabalhadoras, com toscos aventais de algodão cru e as mãos vermelhas de frieira. Da fabrica, as sufragistas se dirigiam a confeitaria da Praça das Armas para tomar chá com bolinhos e comentar os progressos da campanha, sem que essa distração frívola as afastasse nem um segundo de seus inflamados ideais.  Outras vezes sua mãe levava-a às comunidades marginais e aos cortiços, aonde chegavam com o coche carregado de alimentos e roupa que Nívea e as amigas costuravam para os pobres. Também nessas ocasiões, a menina escrevia com assombrosa intuição que as obras de caridade não eram capazes de mitigar essa monumental injustiça."
(Isabel Allende_ A casa dos espíritos_91-92)

Depois de rever essa reflexão da Clara me ocorreu que realmente a história é feita de rupturas e continuidades. As feministas cuja ação venho observando ainda são mulheres muito semelhantes as observadas por essa garota silenciosa de intuição assombrosa que saiu de algum lugar das memórias de Isabel Allende para a minha...

Link  para a resenha da Jussara: "Clara, Branca e Alba": A casa dos Espíritos de Isabel Allende

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Do que se diz sobre quem não ler...

É engraçado, o Brasil definitivamente não é um país de leitores. Sim, eu quero que o Brasil venha a ser um país com mais leitores, luto por isso, faço campanha, divulgo idéias e tudo e tal.

Acredito na ideia de ser a leitura um jeito interessante de adquirir conhecimento e cresce como ser humano. Desde os sete anos sou apaixonada pela leitura e isso é tão central que minha mãe lembra minha primeira palavra lida e não lembra a primeira palavra falada.

MAS...

Eu me pergunto todos os dias se para exaltar as possibilidade da leitura é preciso mesmo desqualificar, desvalorizar, ridicularizar, menosprezar e classificar como menor toda e qualquer cultura que não seja escrita.

Me perdoem, mas eu não consigo deixar de me irritar quando vejo coisas como:


Ou:


Sinceramente, o habito de ler em si não nos torna mais humano que uma pessoa que não ler.

Gostar de ler não nos torna superiores a nenhum outro ser humano na terra.

Manipular a norma culta como se tivesse engolido a gramatica não nos torna seres elevados, nobres e justos.

Pessoas que não leem pensam sim e como pensam, sentem, lutam, constroem coisas lindas, reflexões lindas.

Analfabetos não são idiotas feitos para serem enganados, pessoas letradas também são enganáveis, manipuláveis, vulneráveis em vários sentidos.

Sinceramente [2] o lugar no qual eu conheci o maior percentual de pessoas altamente letradas foi também o local no qual eu conheci mais pessoas traiçoeiras, mesquinhas, dadas a falsidade, sem nenhuma capacidade de ter empatia com o outro e nada confiáveis.

Eu DETESTO esse suave desprezo que as vezes percebo nas pessoas letradas em relação as iletradas.

E nesse meu momento de mal humor reafirmo algo que já disse antes:


"Eu não acho que ler apenas expulse do espirito de alguém a ignorância.... Conheço tanta gente altamente letrado, com títulos e mais títulos que é um poço sem fundo de ignorância.

Conheço gente que ler tanto e não tem caráter, humilha, massacra com uma facilidade tremenda pessoas que não tiveram acesso a uma formação igual a sua.

Ler é bom, alarga os horizontes, eu não sei o que seria de mim sem a leitura, MAS, existem coisas que os livros não ensinam.

Limites, empatia e senso de responsabilidade por exemplo, nenhum livro me ensinou isso.

Quem me ensinou limites foi meu pai que não foi além do primeiro colegial e aprendeu a ler motores, rodas e estradas e não livros.

Empatia, essa coisa que te faz cuidar dos mais frágeis quem me ensinou foi Voinha que era analfabeta.

Senso de responsabilidade foi Dona Gilda, Mãe, quem me ensinou e nunca a vi com livro algum.

E a suavidade de um beijo, a força de um abraço, a alegria de ouvir uma voz querida a de ser ouvido por alguém foi minha mãe quem me ensinou e ela apenas terminou o ensino fundamental e desde que se tornou mãe abandonou os romances da Nova Cultural."

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Quando alguém me deu razão ou a surpresa da concordância.

Pois é, quando eu começo um post com "pois é" pode esperar leseira da braba, quem me conhece sabe, eu sou uma criatura implicante, birrenta, briguenta, encrenqueira, em sintese: um arengueira profissional. #MeJulguem

O fato é que vez ou outra eu brigo até comigo e discordo até das minhas opiniões. Quando qualquer coisa começa a virar consenso demais em minha consciência e uma certeza começa a cristalizar demais, minha tendencia é colocar ela em cheque. Minha unica certeza é Jesus, o resto é duvida e eu não sou um tipo que consegue manter as duvidas só para mim então aí já viu...

As meninas (Aleska, Ana, Michele) dizem que eu sou a "Miss Simpatia" de nosso grupo só que já chegamos ao 4º cast e eu discuto tanto com as meninas que começo a pensar que estou mais para Miss Arenga...

Aliás, eu não sei como consigo construir tantos laços de amizade ou como minha família consegue gostar da minha companhia e sentir saudades quando fico fora... Deve ser o costume...

A pessoa, depois que pega o costume, gosta até de gente arengueira.* Portanto, o surpreendente não a capacidade de ter amigos ou familiares próximos e sim quando acontece a concordância.

Gente isso é raro!!!
Uma concordância é algo raro, precioso e mais valioso que ouro!!!

Um "A Jaci tem razão quando diz..." não acontece todo dia. Aliás, acontece muito... muito... mais muito mesmo... raramente. Logo quando acontece merece todo um conjunto de celebrações de minha parte e até um post.

Então, ontem saiu o podcast número 4 das Meninas dos Livros, o tema foi os quatro primeiros livros da série Harry Potter, rolou uma discussão honesta, divertida e acalorada entre mim e as meninas que, para não variar, não concordaram comigo.

Porém, a Mamis do blog "Filial de Marte" , a primeira pessoa que comentou o podcast, ponderando tudo achou que eu tinha razão e disse as palavras mágicas: "A Jaci tem razão quando diz..." e eu fiquei tão metida que resolvi registrar esse momento único.

Deixo o link para a postagem do blog porque o texto da Aleska ficou muito bom: "4° Podcast: Série Harry Potter parte 1".

O link para o comentário da Mamis, para o caso de alguém querer conferir e ver que estou falando a mais pura verdade: Comentário da Mamis.

E o podcast em si, caso alguém queira ouvir e da a razão a outra pessoa que não seja eu só por birra...

Se eu não estivesse tão feliz por ouvir alguém dizendo "Jaci tem razão quando diz..." eu mesma discordaria de mim em algum ponto shaushaus....
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*Talvez o correto seja: "As pessoas, depois que se acostumam,  passam a gostar até de gente arengueira." Mas, achei melhor escrever daquele jeito.

Para ouvir aqui:




terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A cara das Meninas dos Livros


Estive zapeando pela net e reencontrei esse texto que vai ai em  baixo, achei tão a cara das Meninas dos Livros Aleska Lemos, Ana Seerig, Adriana T, Vaneza com Z, Nadia V, Erica Ferro, Michele Lima (a pessoa é tão viciada que olha como ficou o bolo de casamento dela ai do lado), a Luma (que faz meio mundo de blogueiras e blogueiros espalhar livros pelas ruas da cidade), a Jussara (que escreve as melhores resenhas do mundo), a Júlia (que aos sete anos não tem idade para namoro, mas escreve tão bonito que já é uma menina dos livros), a Irene, querida mãezona da Saleta de Leitura... e tantas outras que por aqui passam de vez em quando ou de vez em sempre.

Não resisto ao impulso e, meio que para espantar o clima meio melancólico no qual minha ultima reflexão aqui escrita me deixou, me junto ao clube dos que postaram esse texto em algum momento de suas vidas bloguisticas.

Ah, antes de seguir, deixo meu obrigada aos companheiros de virtualidade! É muito bom ouvir/ler vocês, é uma terapia e ajuda a enfrentar os dilemas naturais da vida. Obrigada!!!
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Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.

Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.

Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criador pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro. Compre para ela outra xícara de café. Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gosta ou gostaria de ser a Alice.

É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa.

É que ela tem que arriscar, de alguma forma. Minta. Se ela compreender sintaxe, vai perceber a sua necessidade de mentir. Por trás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. E isto nunca será o fim do mundo.

Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois. Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo.

Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque, durante algum tempo, são mesmo.

Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.

Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu [Cat in the Hat] e a Aslan, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.

Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.

Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve.


Texto original: Date a girl who reads – Rosemary Urquico
Tradução e adaptação – Gabriela Ventura