quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Quando passei um fim de semana em São Paulo

Não, esse não é um diário de viagem... Mas, sim, eu andei batendo perna no Sudeste nesse fim de semana e deixar de registrar essa experiencia aqui é uma coisa assim impossível de ser feita, pois esse é o sentido do blog para mim: viver e narrar; narrar e viver... Quando vivo algo novo, inquietante, assustador, belo ou cômico tenho necessidade existencial de narrar! Tenham paciência comigo porque esse post pode ficar grande, prolixo e cheio de imagens a respeito das quais talvez nem todos os que cruzam os caminhos e descaminhos desse blog tenham interesse.

Enfim, fazia um bom tempo (coisa de mais de ano) que a Mi - Michele Lima para os não-íntimos - convidava a mim e a Aleska, a "Meninas das ideias" e  do blog "Entre Livros e Sonhos" para conhecer a casa dela em São Paulo e nós adiávamos por vários motivos, então de repente em um lapso de loucura ou sanidade eu e a Aleska compramos as passagens e decidimos ir no dia 13 de setembro para voltar no dia 16.

Se você me conhece e sabe que painho é o Hulk, eu posso te contar um segredo: ele ficou sabendo com menos de 15 dias de antecedência pela boca do meu avô, me faltou coragem para falar, e quase colocou a casa abaixo. Painho ficou verde, vermelho, azul, branco e negro de novo... Fez um escândalo suficientemente grande para a vizinhança perguntar o que raios eu tinha aprontado e a mãe da Michele teve que conversar com a minha mãe via skape - com ele conferindo cada palavra atrás da parede.

Passado o drama, embarquei para uma das melhores aventuras dos últimos vinte sete anos, senão a melhor. A família da Michele, em especial a mãe dela, é incrível; conhecer pessoalmente companheiras de virtualidade é um prazer sem limites; São Paulo é uma cidade monstruosamente geminiana.

Se minha cabeça fosse uma cidade seria São Paulo!!! O MASP protegendo telas do Van Gogh; a Av. Paulista e seus artistas de rua; toda aquela diversidade afetiva; o metrô com portas ante-suicídio; as cafeterias em cada esquina; a livraria cultura com seu dragão de madeira; o bairro da Liberdade; as coisas de otaku; a melona, picolé de melão de todos os sabores; o moço que ajeitou minha melona como se eu fosse uma criança e sorriu para mim de forma doce; os nordestinos; a moça tocando Mozart no violino próxima ao frenesi de um mercado oriental; as meninas e meninos de cabelos coloridos; o show da Beyonce no Morumbi e o corintiano sorrindo para mim faltando apenas uma parada antes do fim da viagem de ônibus...



Degustando a Melona!!!

Avenida Paulista em fim de tarde!

Avenida da Liberdade - Japão em São Paulo.

MASP de costas!

Portas para evitar que as pessoas cometam suicídio. 

Michel não morreu mesmoooo!!!

Maquinas para comprar livros!

Dragão na livraria Cultura.

Museu da Língua

Pinacoteca

Quem disse que não há estrelas em São Paulo!

A Lua em São Paulo.

A proposito, apesar da minha curta estadia ter sido suficiente para construir com essa cidade um vinculo afetivo, apesar de ter identificado na sua diversidade a própria essência do que sou... Preciso não esquecer de pontuar: São Paulo é uma cidade cinza, o azul do céu é cinza, o verde das árvores é cinza, as pessoas... as pessoas sobem a escada rolante correndo no sábado a tarde... Ela faz os homens cinzentos ladrões do tempo das pessoas do livro "Momo e o Senhor do Tempo" do Michael Ende parecerem reais, não a toa Criolo cantou "Não existe amor em SP".

Voltando as coisas boas, o melhor das viagens sempre são encontros... E essa foi uma viagem de encontros memoráveis e inesperados! Conhecer, cheirar e morder as meninas foi ótimo... Como é bom desvirtualizar!!! Todo mundo devia fazer isso vez ou outra!!!

Aleska divertida demais \o/

Mi, em momento velhinha!

Aleska, madura e humilde como disse a mãe da Mi \o/





Ainda no terreno das desvirtualizações, eu estou aqui procurando uma forma de descrever o encontro que tive com a Rebeca, filha da Di do blog "Mãe Bipolar, Filha Jacaré". Eu acompanho o blog da Di, desde antes do primeiro aniversário da Rebeca... Li a Di contando das venturas e desventuras de sua maternagem, de como enfrenta seus desafios, seus alentos e desalentos... E sim, ouvi/ler as histórias de uma pessoa cria vínculos afetivos, e sim, eu sonhei ter a oportunidade conhecer a Rebeca mais de uma vez... Me emocionou profundamente conhecer a Di, e sua família. O Taz - que é super simpático, fácil conversar com ele; a Di, super corajosa indo me ver - afinal eu sempre posso ser uma psicopata néh?; e a Rebeca, uma aprendiz de bruxinha lindaaaaaa e cativante!!! Só faltou a foto...

Bem, eu tirei umas fotos da Rebeca comendo com a ajuda do pai, mas não pedi a Di para publicar ainda. Mas publico a foto dos Cupcakes com os quais ela nos presenteou... Pense em um doce delicado, deliciosamente delicados, divinos! Super indico o Cup*Di*Cakes.


E por fim, porque ninguém aguenta mais meu blá... blá... blá... tenho que falar das coisas fofas que trouxe para casa!


Sim, eu ganhei presentes, comprei mais livros, botons, chaveiros, cartões postais legais, lembranças do MASP e da Pinacoteca e mais moradores para minha estante além dos que a Aleska me presenteou!


A Meg foi a Aleska, a Mônica a o DVD do Castelo Animado da Mi.

Já fui alojando a turma nova na estante: o Minion e os dragões foram presentes da Aleska... E sim, os dragões tem nome, o primeiro é Haku, em referencia ao filme "A Viagem de Chihiro; o segundo é o Drogo, em referencia as Crônicas do Gelo e Fogo.


E sim, também pude realizar o sonho de trazer dois dos meus personagens preferidos de todos os tempos para minha estante: a Sakura Card Captors e o Wolverine... O Wolve não é como a da Vaneza, mas já consola!


Acho mesmo que fui longe demais com esse post... Então vou parar por aqui... contar todas as coisas ocorridas é missão impossível, talvez seja melhor abraçar a ideia de que, assim como a História e a Memória, o blog é feito de lembranças e esquecimentos... Agora, talvez, eu só precise mesmo lembrar de não esquecer de uma vez mais agradecer a Michele e a mãe dela pela hospitalidade, a Aleska pelo favor do encontro e a Adriana - Di - por além de ter me dado um abraço carinhoso ter compartilhado comigo a sua tão amada família. Me sinto tão, mais tão, mais tão honrada por ter estado com vocês!!! Deus abençoe a vocês!!!
_____________

P.S.:

A Aleska também escreveu sobre sua experiência pessoal em São Paulo, assim, se vocês quiserem conferir o lado dela da aventura, basta clicar aqui: Conhecendo São Paulo no Fim de Semana.

A Mi, também falou um pouco sobre nossas aventuras aqui: Minhas novas aquisições!

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Sobre uma pequena viagem ao interior de Pernambuco

Tenho a impressão que boa parte das pessoas residentes em Nova Descoberta são naturais de alguma cidade do interior de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e derivativos ou mesmo são descendentes de pessoas oriundas desses lugares. Minha família funciona dessa forma, talvez por isso vez em sempre tem alguém indo a alguma cidadezinha do interior visitar parentes e outros até acabam comprando um pedaço de terra para voltar depois da aposentadoria.

No entanto, apesar da frequência de visitas dos meus vizinhos e da minha própria família, oriunda do interior do estado da Paraíba, já fazia um bom tempo desde minha ultima ida ao interior. Tanto tempo que quando minha vizinha, movida por uma saudade desesperada misturada a um desejo maluco de comer comida de milho, pediu ao meu pai para leva-la a casa dos pais dela em São Caetano das Raposas para uma estada de apenas um fim de semana eu me convidei para ir junto.

Na estrada!
Para mim ir ao interior é uma mistura de experiencia existencial e busca de fortalecimento de raízes. Sem contar que há poucos meses foi a vez de minha irmã ir e quando ela voltou trouxe notícias duras da seca, e nós queríamos ver como tudo ficou depois da chuva. E uau, bastou um pouco de chuva para a terra ficar verdejante novamente, cheia de vida, de flores e vários roçados em muitos pontos.


Na casa da mãe de minha vizinha reinava um contentamento e verdade seja dita: ninguém sabe ser mais acolhedor que as pessoas do interior, fazia muito tempo que eu não era tão bajulada gratuitamente em minha vida e em três tempos eu me senti tão bem como se estivesse na casa de Voinha. Aliás, fiquei com a impressão que quando as pessoas se mudam para a cidade, elas carregam na sua mala o estilo de vida do interior e basta apenas se instalarem aqui para fazer valer tudo isso.

Acho que está com a mãe de Maria foi como está novamente com voinha. Rapidamente nós ficamos intimas de vida inteira, rapidamente eu já estava na cozinha mexendo panela, picando cebola e lavando pratos enquanto ela dizia para eu não fazer nada e ao mesmo tempo ia me acolhendo em seu espaço... enfim... Foi muito legal!!!! E olhando assim, começo a pensar que a Aleska está certa, eu gosto mesmo é de "pegar intimidade" com as pessoas rsrsrs...

E falando de intimidade, Maria costuma dizer que minha casa parece uma casa de farinha na época de fazer farinha, então um dos primeiros espaços que ela fez questão de me mostrar foi justamente a danada da Casa de Farinha. Não estava em funcionamento, mas eu aproveitei assim mesmo para tirar fotos do maquinário simples, porém eficiente com o qual a mandioca é transformada em farinha de mesa, massa para bolo, papas e tapioca.

Casa de Farinha vista do lado de fora.






Além da casa de farinha, outra coisa que adorei foi ter contanto com tantas flores... Poxa fazia tanto tempo desde a última vez que estive em um ambiente verde.





E ainda teve a tal da comida de milho, que eu não como porque milho me da uma coceira terrível. Mas confesso, fazer a comida é uma emoção associada ao melhor da minha infância maluca, da nostalgia ver alguém ralando o milho, o coco, misturando tudo do jeito certo e pondo para cozinhar.

O caldeirão!

O que tem dentro: pamonhas!!!

Só de olhar me coço!

Claro, ajudar a mexer a canjica é sempre... sempre... sempre significativo.


É claro que não posso deixar de pontuar a dificuldade da vida no interior de Pernambuco: no sítio dos pais da minha vizinha não há internet, sinal para celular é difícil e a seca castiga... Ser sertanejo não é uma tarefa nada suave. É preciso ser disciplinado e organizado para não passar fome ou privações piores e adquirir essa disciplina tem preço, um preço muito alto, as vezes alto demais na minha opinião. Não a toa em meio a um de nossos momentos de intimida conversativa dona Iraci olhou para mim com sua enxada incrivelmente amolada e falou uma coisa difícil de ser esquecida: "Minha filha, essa é minha caneta. A única caneta que me deram. Você pensa que eu não choro? Eu choro, eu queria ter estudado...".

Enfim, complicado, mas nem sempre infeliz e para não terminar esse post com melancolia compartilho uma imagem feliz da irmã da Maria, a Fana trazendo um jerimum da orta dela. Um presente para nossas humildes pessoas o qual ainda não foi aberto, mas vai deixar nosso feijãozinho uma delicia quando for.



E também uma imagem minha com minha mãe... Eu meio sem querer tirar a foto todo malamanhada e ela meio que mandando o Dario tirar a foto mesmo assim. #NadaDemocrática - Ah, essa cacimba - reservatório de água ao lado - é incrivelmente funda e estava totalmente esvaziada a seis meses atrás, assim como toda essa paisagem verde estava simplesmente seca de morrer.


P.S.: A imagem da Fana eu pedi para colocar na net e ela deixou.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O Rey paulista


Com meus 10, 11 anos, meu maior encanto na biblioteca era a Série Vagalume. Não sosseguei até ler todos. Se não li todos da série, li quase todos. Até que um dia comecei a reparar no autor dos livros que mais gostava e, pra minha surpresa, havia um nome na maioria deles: Marcos Rey.

Nunca esqueci, apesar de ter abandonado aquela estante da biblioteca da escola por já não haver nada novo. Anos depois, quando comecei a trabalhar voluntariamente na biblioteca de uma escola, entre livros a serem encapados encontrei “O caso do filho do encadernador: romance da vida de um romancista”. O que era? Uma autobiografia de Marcos Rey. Capa nada atrativa, livro pequeninho, mas meu encanto passado me fez pegar para ler.

Confesso que foi uma leitura devagar e não empolgante, mas mesmo assim fiquei feliz de tê-la feito. Descobri como Edmundo Donato virou Marcos Rey, como começou a escrever e, especialmente, como chegou na série Vagalume. Me surpreendi ao saber que ele começou escrevendo livros adultos e que, inicialmente, recusou escrever livros infanto-juvenis. Mudou de ideia ao saber o número de vendas dos livros. Acabou se tornando o principal autor da série e, acredito, seu nome ficou marcado por ela.

Claro, depois disso fui atrás dos livros adultos dele. Não me arrependi. Li primeiro “Memórias de um gigolô”, que virou filme e série, e depois “Malditos paulistas”. Ainda tenho que buscar outros títulos dele, como “Café na cama”, seu primeiro livro e primeiro sucesso – chegou entre os mais vendidos.

Confesso que me surpreendi com a leitura. Histórias com a malandragem brasileira e a boêmia paulista. Aliás, antes dos livros de Rey, nem sabia ao certo o que imaginar da tal boêmia. Acabei me encantando. Uma leitura leve, de entretenimento, com um humor encantador. Voltei a me apaixonar por Rey. E fiquei com vergonha e pena de mim.

Vergonha por não ter descoberto esses livros antes. Pena por não vê-los à venda nas prateleiras. Marcos Rey é mais um nome que foi deixado de lado. Um autor nacional fantástico que é conhecido pela série Vagalume e nada mais. Pelo menos no sul, onde vivo. Talvez em São Paulo seu nome seja mais lembrado. Espero que sim.

Meu conhecimento sobre autores nacionais é pouco, mas se me pedissem uma indicação, daria Rey. Uma leitura impossível de não agradar, uma leitura pra ser feita entre um livro complexo e outro, uma leitura pra descobrir outra visão da tumultuada e caótica São Paulo. Ah, ok, é uma São Paulo antiga, mas talvez essa seja a graça. A verdadeira São Paulo boêmia.

Agora cá me xingo mais uma vez. Ainda preciso catar livros dele para por na minha prateleira. Então vão atrás dos livros de Marcos Rey, leiam sua simples e encantadora autobiografia, mas deixem alguns exemplares pra mim. Esse é, definitivamente, um nome que eu quero ter à disposição na minha coleção.

Site com frases, títulos e biografia dele: http://www.marcosrey.com.br/home.htm

Ana Seerig
_______________________

Nota da Pandora: Reza a lenda que sou implicante e arengueira, tá talvez não seja lenda, mas vejam bem: eu pedi a Ana para escrever sobre literatura brasileira, ela podia ter falado do Érico Veríssimo, do Sabino, do Simões Lopes Neto de outros tantos pelos quais ela tem paixão... Porém, no entanto, todavia, ela escolheu falar justamente sobre o Marcos Rey e da Série Vagalume sabendo da minha falta de apego e implicância com ambos. Tão vendo que não sou a única a provocar?!?! hahah...

Enfim, obrigada a Ana por ter se proposto a escrever, não tenha duvida que amei a sua escolha, e adorei descobrir um pouco mais sobre o Marcos Rey. Apesar de não ser fã, a série Vagalume também faz parte de minha trajetória como leitora, o livro "Sozinha no mundo" e a querida Pimpa sempre vão fazer parte de minha memória afetiva literária. #ProntoConfessei

A Ana Seerig escreve no Alguma coisa a mais para ti ler, porém em 2013 ela pode ser lida mesmo é no Blogário de Au Pair.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Fique em pé quando você estiver no chão

"Fique em pé quando você estiver no chão" é o nome de uma música, para ser exata a música chama-se "Steh auf, wenn du auf Boden bist", faz parte do álbum "Auswärtsspiel"  publicado/lançado em 2002 pela banda alemã Die Toten Hosen. Foi a Ana Seerig que me apresentou essa canção, a banda e todos os derivativos.

Ou melhor, em março quando eu estava simplesmente acabada, meio morta e quase entrando em estado de decomposição ela fez a tradução da canção do alemão para o português e me enviou por e-mail com os seguintes votos: "... pensei mesmo que ela poderia te trazer algum bem, como às vezes as músicas fazem, quando nos dão ânimo ou mesmo desabafam por nós.".

Enfim, quando liguei meu computador para conferir as coisas antes de ir ao trabalho vi que a Ana legendou o vídeo da música e disponibilizou no YouTube. Sinceramente, acordar com essa música na cabeça é uma dádiva, mostra que música realmente tem algo de divino. Então, eu compartilho ela com todos os meus companheiros de virtualidade com os desejos de que consigamos "ficar em pé quando estivermos no chão", "nos controlar quando estivermos sozinhos" e "quanto uma tempestade nos deixar de joelhos" Deus nos de força para que simplesmente possamos "virar o rosto para onde sopra o vento".


Bom Dia a todos e todas!!!


Fique em pé quando você estiver no chão
Steh auf, wenn du am Boden bist – Die Toten Hosen

Quando você estiver consigo mesmo no final
E simplesmentente não querer nada mais
Porque você apenas se pergunta
Porquê e para quê e o quê deve viver

Controle-se, também quando você está sozinho
Controle-se, não jogue agora tudo pro alto
Controle-se, e qualquer dia você entenderá,
Que isso de vez em quando acontece.

E quando uma tempestade te deixa de joelhos,
Apenas vire o rosto para onde sopra o vento
Não importa se nuvens negras estão sobre você
Em algum momento elas passarão

Fique em pé quando você estiver no chão
Fique em pé quando você estiver caído
Fique em pé, de algum modo isso já vai passar 

É difícil não se perder no seu caminho
E pelas regras e leis daqui
Sem traição uma vida se direciona
O homem ainda se respeita

Se os indícios estão todos contra você
E ninguém quer apostar em você
Você não precisa provar nada
A menos que seja pra você mesmo
Sem pânico, não será tão ruim assim
Não mais do que arrancarem sua cabeça 
Venha e veja o que acontece

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O que tem na nossa estante + resultado do sorteio...


Eu confesso: junto com todas as criticas possíveis e imagináveis tenho também um fraco pelas princesas Disney e pela Bela Fera muito mais... Ela é fofa, querida, corajosa, gosta de ler e ainda dança aquela valsa... Aiii.... Não resisti a tentação de abrir esse post com ela, pois quando criança uma dos meus maiores sonhos era ter uma biblioteca como a que a Fera oferece a Bela. 

Bem, ainda não cheguei na biblioteca dos sonhos... dificilmente vou chegar porque não tenho mais a intensão de acumular tantos livros.... Mas, uma estante sempre quero ter... Como já contei aqui, a minha primeira prateleira de livros foi um presente de meu tio Zé e a atual também... Como se não bastasse ser o lugar no qual eu guardo o meu patrimônio mais querido, minha estante/prateleira também é um símbolo do apoio de uma das pessoas que admiro. Talvez pelo peso simbólico, talvez por dividi-la com minha irmã caçulinha pokemom ela fique mais em ordem.

Minha Estante
Fora a prateleira ainda tenho uma estante de aço que vive em eterno estado de bagunça... Vivo tentando arrumar, mas ela tem uma implicância terrível com a ordem... Terrível, faz até vergonha mostrar!

Enfim, a parte a tumultuada e afetiva relação que construo com a estante, de fato ela guarda muitas coisas além de livros, a saber: músicas, filmes, lembranças de viagens longas e curtas, dos chás de bebês de sobrinhos adotivos de coisas que foram e que serão, dos sonhos e realizações... Enfim, quando a Michele Lima - Mi para mim pois sou intima - solicitou minha cumplicidade para a criação de um blog no qual o assunto é o conteúdo de nossas estantes eu simplesmente abracei a ideia de coração, pâncreas, rins, figado e derivativos abertos.

Parte da Estante da Mi
Cá estou eu lá... ou melhor estarei em breve... ainda não consegui postar nada... Todavia as meninas já estão ativas por lá fazendo o blog andar, preenchendo as páginas em branco com as histórias saídas de nossas estantes eternamente em franco crescimento.

Estante da Aleska!
Então, escrevo esse post para registrar essa nova aventura bloguistica e para convidar a quem interessar possa a conhecer:


Ah, além disso também tenho que anunciar o resultado do sorteio dos livros. Cada pessoa que disse que queria recebeu um número e o sorteio foi feito pelo RandomOrg


Luciano - 01
Mãe de Três - 02
Lane Lee - 03
Ana Paula - 04
Erica Ferro - 05

Parabéns ao Luciano!!! Espero que ele goste da leitura!!! :p

sábado, 24 de agosto de 2013

As paredes do banheiro



Quando conheci o inevitável
Passei a aceitar
Às silenciosas ofertas de proteção e cumplicidade
Contidas nas paredes do meu banheiro.
_______

Essa foi minha participação na

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Questões de amor e ódio!

Hoje as "Meninas dos Livros" se reuniram para gravar mais um podcast e depois de tudo a prefeita Mi - Michele Lima para os não íntimos - postou a seguinte foto no facebook para representar alguns dos momentos de afeto, carinho e atenção entre eu e a Ana.


Olhando assim tenho a impressão que está virando rotina nossos desentendimentos literários... Ou talvez se desentender seja nossa forma de nos entendermos... De toda forma essa foto me lembrou que o nosso cast de Agosto saiu faz um tempo e eu ainda não cumpri a demanda de posta-lo aqui para fins de divulgação e registro.

Em Agosto decidimos falar sobre livros cuja leitura foi capaz de nos despertar sentimentos de amor e ódio.


A Aleska - nossa bibliotecária - falou de  "O discurso do método e as meditações metafísicas" de Descartes;
A Ana Seerig ficou com "O mundo segundo Garp" do John Irving;
A Michele Lima - prefeita - falou sobre "Os Sete" de André Vianco; e
Eu atinei de levar para o podcast um antigo debate entre eu e a Ana e falei sobre "O morro dos Ventos Uivantes da maluca querida Emily Bronte. 

O podcast das Meninas dos Livros constitui atualmente um dos meus maiores prazeres, falar de livros com pessoas tão passionais, inteligentes, afetivas e calorosas como as meninas é um prazer.

E você? Tem amigas com as quais costumam discordar e brigar por motivos tolos sem correr o risco de perder a amizade? Gostam de falar de livro? Possuem um livro que não conseguem decidi se amam ou odeiam? Já ouviram algum de nossos podcasts? Tem alguma dica de leitura para a gente? Tem algo que gostaria de nos ouvir falando?

Para baixar o cast basta clicar no LINK ou ouvir aqui mesmo:


____

Só para constar, o sorteio dos livros continua valendo é só ir lá no post e dizer que quer participar: "Sobre o desafeto a literatura nos tempos do Império - Parte 2"



segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O desafeto a literatura nos tempos do Império - Parte 2


Dando continuação ao texto da semana passada no "Sobre o desafeto a literatura nos tempos do Império" preciso reafirma a sorte que me considero com sorte por ter começado a aventura pelo passado através das mãos sonhadoras de José de Alencar. Depois dele a época do Império parecia para mim um lugar de sonho, melhor para se viver, quase substituindo a Idade Média de Walter Scott que o cinismo do meu professor de história transformou em um lugar de frio, opressão e cabanas de chão batido.

Maaaasss... no melhor da festa com seus finais felizes e homens capazes de se converter de seus maus caminhos me apareceu Machado de Assis e seu brilhante e inquietante "Dom Casmurro". Acho que Machado fez sucesso com a adolescente que fui porque já conhecia um pouco da sociedade imperial, do vocabulário do período, era muito fã de uma pessoa cínica (meu professor de História que nem mesmo aprova minha escolha por essa profissão #MagoaEterna) e claro, Machado dialoga com o leitor.

Em Dom Casmurro, nós conhecemos a história de Bentinho, membro de um família abastada do Império acompanhamos a história de amor dele com a Capitu. Como quem conta a história é o Bentinho ele conduz nosso olhar para onde quer e confesso: em minha primeira leitura fui meio seduzida por ele e até acreditei nas doces daquele velho rabugento, solitário e muito hipócrita. Algo que foi mudando ao longo das sucessivas leituras que fiz do livro ao longo dos últimos 10 anos e hoje sou do fã clube da Capitu correndo o serio risco de colocar o nome "Capitulina" em uma filha minha.

Depois de Dom Casmurro li o "Memórias Póstumas de Brás Cubas" e, apesar de Brás ser uma verdadeira cocada de sal com pimenta tão hipocrita quando o Bentinho, confesso que nunca consigo odiar esse personagem. Me apaixonei irremediavelmente pela sinceridade pós-vida dele; pela forma como ele coloca diante de nossos olhos as sacanagens daquela sociedade; e pelo capitulo sexy mais bem pensado da história de toda literatura, nunca deixei de ler o capitulo "O velho dialogo de Adão e Eva" sem dar risinhos e imaginar a cara das recatadas senhoras lendo isso! O Rafael Cortez musicou esse dialogo, deixo o link.

Depois desses dois livros comecei uma Odisseia alucinada com Machado: li todos os romances dele, os vários contos - ainda não sei se li todos os contos - e derivativos. De todos os seus romances o meu preferido é o "Memórias Póstumas...", a fina ironia toca o meu coração e me faz ri sozinha... O que mais me da ternura é Helena. Nunca existirá heroína tão incrível quanto ela. Doce, suave, gentil, inteligente, sagas, acima de tudo digna. Eu me precipito no caos cada vez que o Manuel Carlos coloca no ar uma protagonista com o nome de Helena em suas novelas. Aliás, eu detesto as novelas de Manoel Carlos e minha alma chora e se contorce cada vez que identifica uma referencia a obra do meu amado autor em sua obra. Provavelmente Machado se revira no tumulo.

Mas, voltando a minha louvação alucinada ao meu primeiro amor literário, nunca me canso do olhar atento dele, de sua capacidade de se comunicar com seu leitor, de enxergar de uma forma tão profunda as pessoas ao seu redor, a forma como elas pensavam, planejava e executavam suas vidas. Como a Jussara disse a respeito da sociedade imperial: "... como saberíamos quais sentimentos passavam pela mesma sociedade sem Machado de Assis?". Não é a toa que os historiadores do Império usam os livros dele como documento.


Além dos historiadores, quem se interessou por Machado foi o Eduardo de Assis, um professor do curso de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais responsável por vasculhar toda a obra dele, junto aos seus orientandos, em busca de referencias a pessoas negras livres, libertas ou escravas. Com todo o anacronismo do multiverso ele foi em busca das referencias a afro-descendência dele.

Embora hoje eu tenha minhas criticas ao Eduardo de Assis, confesso que o trabalho dele foi criterioso e a seleção de textos dele inclui crônicas, criticas de teatro, contos e trechos de livros foi uma boa aquisição para minha estante. Assim como a edição da correspondência de Machado e Joaquim Nabuco publicada pela editora de Monteiro Lobato. Confesso que quase tenho menos birra com Lobato só pelo fato dele ter feito publicar essa coleção de cartas.

Enfim, esse texto ficou gigante e você chegou até aqui e resolveu dar mais uma chance a Machado ou mesmo uma primeira chance ficaria feliz de emprestar meus livros... mas como não posso resolvi praticar um pouco da lição da Luma e bem entre os que se interessarem vou está sorteando aqui no próximo domingo minha edição de Helena junto com um dos textos biográficos da minha coleção.


Há quem diga que para começar a ler Machado é melhor recorrer aos contos, mas atualmente não tenho nenhum em minha estante - por culpa da Luma me desapeguei deles - então decidi por Helena, que é o romance de Machado em melhor estado físico dele em minha estante. Para concorrer basta dizer no comentário que quer e domingo que vem faço o sorteio e envio pelo correio.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Um encontro com um amigo querido!

Interrompendo a programação oficial desse blog para Agosto - programação essa que talvez se estenda por Setembro - preciso dizer que encontrar amigos queridos são daqueles pequenos prazeres que fazem a vida valer a pena e podem resgatar a bem aventurança de um dia difícil.

Por exemplo, sexta-feira foi um dia tenso na minha vida de educadora infantil, cheio de pequenos inconvenientes inconfessáveis em qualquer rede social... Afinal, como já disse uma vez a querida Marise do Filial de Marte, hoje a internet é vitrine e não um buraco negro nos qual podemos gritar a vontade. Posso dizer apenas que sai depois do meu horário deixando para trás uma gestora muito irritada.

Aparte o terror do dia, a tarde de sexta foi premiada pelo encontro há muito agendado e eternamente adiado com o Alexandre. Marcamos na frente do Passo Alfandega para posteriormente dar uma olhadinha em dupla na Cultura.


Uma peculiaridade do Passo Alfandega é que a Prefeitura da Cidade do Recife há alguns anos decidiu colocar na frente dele a estatua de Ascenso Ferreira, um poeta recifense muito querido por mim desde os tempos de adolescente.


Ele é autor de um dos poemas mais geniais que conheço, sei decorado, mas nunca consigo praticar:
Hora de comer, - comer!
Hora de dormir, - dormir!
Hora de vadiar, - vadiar!
Hora de trabalhar - Pernas pro ar que ninguem é de ferro!
(Ascenso Ferreira)
Como cheguei antes do Alexandre fiquei ali sentada ao lado do querido Ascenso, fitando o curso do Rio Capibaribe e pensando:
"Que a vida passa...
(...) Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses."
(Fernando Pessoa)
Acabei tirando fotos do Rio Capibaribe com esse meu jeito improprio para tirar fotos e essa minha câmera barata que eu adoro!


"Ó macio Capibaribe ancestral e mudo, pequena verdade onde o céu se reflete!" Não tem jeito, normalmente eu lembro muito de Fernando Pessoa quando paro na frente do Capibaribe e na maré alta de agosto e com esse vento todo então nem se fala. Ah, também lembro do Salmo 46:
"Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo."
(Salmo 46:4)
Um rio realmente alegra o coração de uma cidade e mesmo o Capibaribe não sendo divino ninguém poderá dizer que ele não é limpo... A julgar pela quantidade de rins pelas quais essas águas já passaram, passam e ainda passarão devem ser limpíssimas!

Enfim, parando de devanear, depois que o Alexandre chegou e interrompeu meus devaneios fomos para a Cultura que nem merece essa propaganda gratuita, mas... é um espaço tão bom quanto qualquer loja de fast food.


Conversamos em uma tentativa frustrada de colocar a conversa em dia e trocamos presentes.


Ele me presenteou com uma edição de Crepúsculo e ganhou uma edição de Bordados. Ironicamente, embora os textos sejam tão diferentes no estilo, na forma e no conteúdo, ambos são textos escritos por mulheres que falam de forma direta ou não de experiencias delas, são histórias incrivelmente femininas. Pensar nisso me lembra uma fala de Angela Carter a respeito das muitas mulheres que contam histórias e são personagens de história:
"Por mais que no fundo sejamos irmãs, isso não significa que temos muito em comum.". (Angela Carter_103 Contos de Fadas_p. 18)
Ah, o Alexandre fez uma dedicatória afetuosa para mim:


Nós tentamos tirar uma bonita foto juntos:


E no final, antes de pegar o ônibus e voltar para casa, ainda tirei mais uma foto do Capibaribe em um inicio de noite de sexta-feira.