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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Manter a cabeça erguida: da minha rotina e do que eu tento fazer...

Sexta-feira é um dia meio ressacado pra mim, sempre parece que eu bebi uma boa cachaça a semana inteira ou simplesmente passei a segunda e a terna enfurnada no arquivo e a quarta e a quinta enfurnada na universidade, então acordo meio dolorida... É meu dia oficial de descanso, de assistir anime, de dormir até tarde...

Os fins de semana eu guardo para colocar as leituras em dia, fichar meus textos, organizar a semana... Mas, não é apenas de minha rotina que eu gostaria de postar hoje, embora pense que valha a pena registrar esses dias em que estou aprendendo a ser historiadora.

Eu também gostaria de deixar por aqui, a poesia que remexeu meus pensamentos durante toda a semana com seu convite a manter a cabeça erguida e olhar adiante. Algo decididamente muito difícil de se fazer, uma vez que a coluna as vezes reclama e as pernas latejam, mas suponho que viver em pé é sempre melhor que rastejando e quem vive de cabeça erguida pode ver o mar, o sol e as possibilidades adiante!



"ERGUER A CABEÇA ACIMA DO REBANHO"

Erguer a cabeça acima do rebanho
é um risco
que alguns insolentes correm.

Mais fácil e costumeiro
seria olhar para as gramíneas
como a habitudinária manada.

Mas alguns erguem a cabeça
olham em torno
e percebem de onde vem o lobo.

O rebanho depende de um olhar.
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P.S.: Tita, obrigada por ter compartilhado a poesia comigo e me apresentado o autor!

sábado, 22 de outubro de 2011

Sobre Esperança...


"Enganoso presente de Pandora, a esperança então neutraliza o objeto de interesse, tornando impossível refletir sobre ele. Em vez disso, leva as pessoas a agirem segundo considerações de outro tipo, tais como deuses, justiça ... todas elas... presumivelmente menos poderosa que a natureza humana, e em especial numa crise."
(SAHLINS, Marshall. História e Cultura: apologia a Tucídides. pg. 118)
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Se eu pensasse que a vida segue uma lógica racional, se eu acreditasse em uma Natureza Humana,  se eu não fosse uma romântica incorrigível... talvez eu concordasse com essa idéia.

Como não, faço como Sahlins e cito a idéia apenas para dizer que não gosto dela e continuo achando que a Esperança não é um presente enganoso é apenas aquilo que dia após dia nos faz levantar da cama e seguir vida a diante uma vez que seguramente não sabemos que surpresas nos trará o dia.

Como diria o lendário Rei Davi:

"Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite."
(Salmo: 19, 02)

Sonho Impossível - Maria Bethânia

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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Melhor que ir é só voltar...

Como é bom estar de volta! No último domingo começou lá em Natal - Rio Grande do Norte a 34ª Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação, a ANPEd e lá fui eu para Natal, foi uma viagem curtinha, fui no Domingo e ontem (quarta-feira) já cheguei em casa.

Mas, apesar de ter sido uma viagem curta, foi ótimo! Natal é linda! Eu já tinha ido lá em outra ocasião, aliás, quem viajou comigo da ultima vez foi a Elaine Canha do Casinha de Taipa. Nós ficamos em uma pousada super fofa, com um ambiente bem acolhedor e foi ótimo também.

Inclusive, data dessa viagem uma da minhas fotos favoritas, tiradas pela Elaine, toda vez que vejo essa foto me divirto, saca só minha cara de abusada e o bico rsrs...

Dessa vez fiquei em uma pousada mais modesta, mas foi igualmente bom.

A ANPEd é uma evento onde o Olimpo dos pesquisadores em Educação se reúne e ir lá é uma experiência no mínimo didática.

E sim, a parte os detalhes profissionais da viagem, o que quero registrar são alguns momentos lúdicos... Aqueles em que nos descontraímos, sorrimos, aproveitamos a paisagem, o vento... a alegria dos vinte anos...

Então, vou as fotos:

A chegada, eu adorei essa foto:


Eu na abertura do Evento, usando um vestido sem mangas, algo raríssimo:

A paisagem de Natal com a quail convivi durante o evento, Ponta Negra #Perfeita:



O evento foi durante o dia então praia só a noite, as minhas fotos preferidas desse momentos foram as que ficaram meio embaçadas...




Ah, fui com mais duas amigas da pós, na praia não tinha quem tirasse foto de nós três juntas, aqui está a solução para juntar nós três em uma foto:


Sim, para não dizer que só deixei aqui fotos desfocadas:


A feira de livros que fiz, tenho até medo da fatura do cartão:


A foto na feira, sim, eu pedi para minha colega de viagem tirar ela assim mesmo, não foi natural #TôGordinha:


E por último, a lembrança de Natal:

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Cultura...

 "Os seres humanos são seres interpretativos, instituidores de sentido. A ação social é significativa tanto para aqueles que a praticam quanto para os que a observam: não em si mesma mas em razão dos muitos e variados sistemas de significado que os seres humanos utilizam para definir o que significam as coisas e para codificar, organizar e regular sua conduta uns em relação aos outros. Estes sistemas ou códigos de significado dão sentido às nossas ações. Eles nos permitem interpretar significativamente as ações alheias. Tomados em seu conjunto, eles constituem nossas "culturas", que todas as práticas sociais expressam ou comunicam um significado e, neste sentido, são práticas de significação."
(Stuart Hall)
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Nos últimos tempos tenho lido sobre Cultura, entre as leituras cruzei com Stuart Hall, um teórico cultural jamaicano que contribui para os estudos culturais com obras chaves para os estudos da cultura, dos meios de comunicação e dos debates políticos... Gosto muito de tudo que leio dele, é um fofo, tem grandes sacadas em tudo o que escreve, não posso deixar de destacar a passagem ai de cima... Realmente somos seres interpretativos, construímos códigos de sentidos a esses códigos chamamos CULTURA é tudo de bom estudar isso.

Para quem quiser ler o texto de onde tirei a citação ele está aqui eu indico, é óptimo!

Stuart Hall. Photo: Clinton Hurton. Courtesy of Annie Paul.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Dos poesia que reencontrei entre meus papeis...

Para uma orgulhosa portadora de rinitis, sinositis e todas as itis do mundo... mexer em papeis já antigos não é tarefa fácil, mas na aula de ontem a tarde um colega de curso me falou de sua necessidade em relação a um determinado texto e eu lembrei que tinha esse texto cometendo em seguida a temeridade de dizer a ele.

Resultado: tive que abrir as pastas de guardados de 2009... Tou espirrando até agora e acho que vou caminhar até o meu lindo broncodilatador do coração um doce amigo para todas as horas amargas!

Mas, não é isso que eu queria compartilhar, o que gostaria de partilhar são os versos que achei entre meus papeis não tão antigos, são uns versos com os quais me encontrei pela primeira vez através dos mares virtuais, na época me tocaram profundamente e eu, felizmente, tive a ideia de imprimir e guardar, na impressão só faltou, creio eu, o titulo, não sei bem porque, acho que na ansiedade ou pressa por fazer alo que não me recordo mais... não copiei e colei... Sei lá...

Mas, a questão que realmente martela em minha mente nesse momento é, afinal de contas:

Quem é mais afetado pelo choque;
o Sândalo caído
ou o machado perfumado?

É curiosos como ao rever as palavras as emoções voltam na mesma intensidade, é um tipo de sensação agridoce... Uma nostalgia... Um peso... E também alguma leveza...

Enfim, deixo os versos por aqui para guardar a lembrança, para encontros menos asmáticos e para compartilhar uma poesia que amo, claro.

"De todo o conhecimento que posso buscar
de toda a riqueza que posso alcançar,
de toda a virtude a que minha alma anseia,
e por tudo o que me esfolo e sondo
e sonho,
nem a sabedoria dos mestres,
nem a pureza dos santos
me ajudam a responder essa indagação:

Quem é mais afetado pelo choque;
o Sândalo caído
ou o machado perfumado?
Ironia cruel, vendo o gigante caído,
Penso que o gume frio do machado
Nada vale sem um cabo que o empunhe.
O Sândalo o forneceu a mão que o deitou.

Observo-o caído interrompendo a passagem.
Caiu sobre a trilha antiga, obrigando os passantes a darem a volta.
Eu o deixarei lá, o bravo gigante!
Ficará ali até que seu tronco se desfaça sob a chuva e o sol.
Um testemunho incômodo, de que ali viveu e floriu.
Perfumou o ar com sua extinção...
Breve a trilha se desviará para o canto
E os viajantes, evitando o tronco,
Passarão ao largo do lago morto.

E entre essas duas coisas mortas,
A trilha da vida dará uma pausa,
Suspirará e tomará um novo alento.
Talvez o lago volte a brilhar, talvez o toco de árvore
Reviva seus galhos de folhas e sombra.
Talvez...

Atrás de mim, sinto a lareira arder suavemente,
Uma frágil flama que se apaga em lento crepitar.
Sua forma delgada lembra a figura de uma mulher
Dançando lenta e sensualmente.
Sinto um impulso de avivar-lhe as brasas
Lançar-lhe uma nova acha que fortaleça suas chamas
Mas não me movo.
Tudo tem um inicio e tudo tem um fim.
Sinto isso, mesmo que minha razão fraqueje em aceitá-lo.

E por mais que eu lamente a queda da árvore
E tema o frio que se instalará na casa e na minha alma
Quando a labareda delicada se apagar
Deixo que o mundo pulse e siga.
Deixo que a chama apague."

(Sahge)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Blogagem coletiva: Pátria amada, Brasil!


Quando a Vivian do Flores e Livros me escreveu falando da Blogagem Coletiva proposta pela Van do Retalhos de Quem Sou fiquei logo entusiasmada, pensei em mil coisas, mas como mil coisas não da para escrever, lembrei de um soneto publicado no Diário de Pernambuco em 7 de Setembro de 1830 por um brasileiro anônino.

Essa pessoa cujo nome eu não sei, tinha grande esperanças para o Brasil e comemorava esse dia com fé em um futuro melhor pra si e para os seus... De forma diferente nós também sonhamos e que ao sonho se junte o esforço de lutar porque desesperança se não subtrai nada também não acrescenta.

Enfim, resgato as palavras dele para compor a proposta da Van.

Ao aniversário da Independência

Brasileiros!... de novo o dia assoma
Natalício feliz da Independência!
Mais fausto, mais brilhante, e de excellencia,
Que os aureos dias que viu Grecia, e Roma!

Cessou da escravidão males sem soma
Cessou de Lysia injusta e prepotente
E da Gloria exaltada a suma essencia
Hoje na Patria, por Pedro o septo toma.

Briozos da ventura que gosamos,
Distintos na virtufe, e lealdade,
Somos livres! He quanto dezejamos!

Ferros não mais, avulte a Integridade!
Prosperem nossos fados, defenda-mos,
A Lei, o Throno, a Patria, a Liberdade.


Ah, também acabei lembrando de uma das canções mais lindas que aprendi com minha mãe durante minha infância, lembro que ela lavava os pratos enquanto me ensinava o Hino da Independência, nós ainda não podemos "ver contente a mãe gentil" ainda "não raiou a liberdade no horizonte do Brasil", mas espero e luto para que esse dia chegue.


Hino - Da Independencia do Brasil

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E sim, para sair da palavra a ação, pego carona na Mari, a Mãe Polvo e convido os que por aqui passarem:

"Então que tal fazermos a nossa parte de cidadão brasileiro assinando a petição a nossa predidentA Dilma para salvar a "Ficha Limpa"!?

Eu já assinei, pq o que eu quero é um BASTA a corrupção."

domingo, 4 de setembro de 2011

Do que achei dentro de um livro!

Atualmente minha vida está quase que inteiramente centrada no exercício da leitura, o que decididamente não é ruim, eu amo, eu sonhei com isso, eu gosto disso... porém ler deixa a gente meio desconectada do mundo, das pessoas... da vida... Graças ao mestrado eu tive que pedir licença da creche e estou afastada dos meus pequenos e sinceramente sinto tanta, mas tanta falta deles que nem sei expressar... Quem é professora sabe do que estou falando!

Taí que hoje, no meio das minhas leituras precisei de um livro que já tinha lido há dois anos atrás, fui atrás dele na minha estante e quando abrir suas páginas dei de cara com uma foto de dois anos atrás tirada na intimidade da sala de aula de educação infantil. Eu tenho centenas de fotos com Vivi, a mãe dela é do clube das que se atrasam muito e nós tinhamos muitos momentos juntas, esse momento clicado com a ajuda da tecnologia da camera digital e transferido para o papel através da sensibilidade de Goretti, de quem também sinto muita saudade, foi único, talvez ele seja o que mais vai durar como memória de nossa relação.

Não posso deixar de gravar aqui esse momento, mesmo correndo o risco de encarar um processo colocando a foto de uma criança que não é minha no bloguito. Bem, se a mãe reclamar eu tiro táh?!?!


E sim, falando em livro, tenho que registrar também que Setembro já começou em clima de festa com o lançamento do livro Vidas do qual também sou co-autora, claro que estarei dedicando uma postagem para elezinho futuramente, mas não hoje, se quiserem saber mais sobre o livro, a história de como ele nasceu é só passar lá no Um pouco de mim e conferir.


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Para quem preenche os silêncios...

No começo do ano passado eu me graduei em História, minha maior expectativa durante o curso era me tornar uma professora de História, mas a vida as vezes vai por caminhos diferentes dos que a gente sonha ou espera de maneira que eu acabei me tornando uma pesquisadora em vez de professora.

Passei a dividi meu tempo entre a Educação Infantil e os arquivos da cidade, passei pelo Arquivo Público Jordão Emerenciano, pelas Igrejas Matriz (Boa Vista, Santo Antônio, São José), pela Cúria Metropolitana, pelo Instituto Histórico Geográfico.


Diferente da sala de aula o trabalho no arquivo é baseado em você com você mesma, solitário, calmo, você quase não sente o movimento dos ponteiros do relógio marcando as horas, minutos e segundos em que você larga tudo e mergulha no nascimento, vida e morte de outros.

Eu não me preparei psicologicamente para o arquivo, para a multidão fascinante de gente morta que volta a vida diante de você, fala, puxa você para a imensidão do passado e repentinamente emudece, silencia, não te diz mais nada, te sufoca e ameaça com o peso das impossibilidades fazendo lembrar até que ponto uma ausência pode ser atrevida.

Vista da Boa Vista, a partir do arquivo da Igreja.
Foi nessa solidão povoada, nesse barulho silêncioso que eu aprendi a amar a música de uma certa inglesa meio destrambelhada que na época era noticia mais pelos escândalos do que pela música. Enquanto eu procurava pelos vestígios dos mortos Emy preencheu com sua voz os silêncios.

Amy Whinehouse-Valerie

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Não sou bem o tipo que tem ídolos, não faço o tipo FÃÃÃÃÃÃ.... Mas, tinha apreço por ela, torcia para que ela conseguisse se equilibrar, para que viessem outras músicas... Torcia pela felicidade dela, para que ela não se tornasse tão cedo mais uma entre a multidão de pessoas que viram um nome no jornal, um registro em um livro empoeirado ou nas páginas virtuais da net.

Bem, a morte dela já não é notícia, o jornal já se cansou de falar curiosidades e blá... blá... blá... Mas, enquanto eu começo a voltar a rotina dos arquivos ela vem comigo e novamente sua voz ecoa nesse silêncio e me acompanha quebrando a modorra que cerca esse trabalho.

Pensando nisso eu senti vontade de escrever essa pequena anotação, tão fora de tempo. Não sei se estarei sempre pesquisando de agora em diante, quanto tempo durará essa rotina, se vingarei por fim como Historiadora, se vou conquistar um lugar ao sol nesse universo tão conturbado da produção em História, mas sei que sempre que ouvir Emy vou lembrar desse inicio de século XXI, dos meus 20 anos, do trabalho no arquivo e de como nem mesmo o tempo, esse fabuloso ladrão, consegue apagar determinadas memórias.

Vista do céu do lugar onde estou na Boa Vista...
E também eu preciso dizer meu último obrigada a essa fabulosa maluquinha que povoou nosso mundo, se daqui a 100 anos houver alguém fuçando na História de nosso tempo e essa pessoa repentinamente esbarrar nela, ou  ela esbarrar nessa pessoa (há quem diga que o documento nos encontra e não o contrario) espero que esse fuçador/historiador tenha sensibilidade para entender essa moça, sua música e seu presente, nosso presente.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

CANSAÇO...

As vezes, não sempre nem constantemente, apenas AS VEZES, me bate um profundo cansaço... Nesses momentos só me resta roubar as palavras de Fernando Pessoa e usa-las como forma de expressão... Faço isso porque o silêncio também é uma forma de opressão e, embora eu não tenha certeza, eu suspeito que pior do que sentir o cansaço é se sentir oprimida...


CANSAÇO
Álvaro de Campos

O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço...

segunda-feira, 27 de junho de 2011

6 Semelhanças entre a pós-graduação e o Jardim de Infância: quase tudo verdade!!!


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P.S.: Só acrescentaria que as crianças não comem biscoito no almoço e sim uma refeição balanceada prescrita por uma nutricionista, já o pós-graduando... E que eu não recorto e colo nem para o blog que dirá para trabalhos acadêmicos... E o resto, é bem verdadeiro!!!

 Saudades da Educação Infantil!!!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A questão Freud: isso é uma perseguição!!!

Pois é, quando eu começo um post com "pois é" pode ficar crente que lá vem Lesera braba... Mas nessas horas só o "pois é" me socorre!

Pois é, isso já ta tomando ares de perseguição, eu preciso dizer aos deuses que colocam os livros e as pessoas na minha vida que eu sou historiadora em formação e não psicóloga, psicanalista ou derivativos em formação. Um dia, em um passado remoto, eu pensei em ser psicóloga, mas isso passou, foi, era... Desisti, não deu!

Parece que as ideias dos psicanalistas me perseguem... Jesus, tou lá eu no conforto da minha madrugada cultivando minhas olheiras, quer dizer, estudando sobre Cultura e Educação, dois objectos caríssimos a história, e eis que, sem ser convidado, quem aparece? Ele mesmo, o Freud, e cheio de importância, como pessoa que promoveu umas "das cinco grandes mudanças da forma de se fazer ciência", alias ele é o segundo dessa lista, Marx é o primeiro: "a descoberta do Inconsciente mudou os rumos do fazer histórico possibilitando a existência de estudos que tratam da história de coisas subjectivas como o amor, a morte, o medo".

Eu mereço isso? Até Certeau, um dos meus teóricos favoritos, dedica uma seção inteira do  "A escrita da História" para trata da colaboração do veio ranzinza ao fazer histórico, uma seção INTEIRA para os "Os escritos Freudianos" poxaaa... eu mereço[2]? E isso para por ai não violão, ainda tem Carlo Ginzburg que vai nos ensinar a pegar emprestado o método da psicanálise para nos auxiliar na pesquisa em história em "Mitos, emblemas, sinais:morfologia e história", eu mereço[3]???

E, para conclui sem conclusão, depois do episódio da Formação continuada e do papo de psicóloga eu comecei a implicar com as ideias de Freud aplicadas a crianças, porque o veio ranzinza nunca tratou crianças pelo que me consta, e porque eu gosto de implicar com qualquer coisa, vivia perguntando se por algum acaso nos últimos 100 anos ninguém pesquisou nada relacionando criança e psicanálise, então, para minha alegria e pena, eis que eu acabei de ganhar o livro da Julia Kristeva, falando sobre Melanie Klein, psicanalista austríaca responsável por lançar as bases e desenvolver a técnica da análise de crianças, pós-freudiana... Opa, isso responde a minha pergunta!?!?

Tá bom, eu desisto!!!!! Não, não vou largar a história para me dedicar a psicologia!!!! Vou apenas começar a ser mais seria em relação a Freud, implicar menos e ler mais!!!
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PS [1]: Tentei colocar algumas imagens nesse post, mas o blog não está colaborando!
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P.S. [2]: Depois que escrevi o post fiquei pensando na forma que me relaciono com alguns autores que gosto, quando topo com Fernando Pessoa pelos caminhos da vida e da história digo que "me encontrei" quanto topo com Freud digo que "estou sendo perseguida" rsrsrs...
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P.S. [3]: O povo acha que eu tou brincando quando digo que o veio ranzinza do Freud me persegue, mas até a Cris, lá de seu CaFoFo me mandou a foto do divã do home!!!Sentiu como nem querendo, desabafando, sofrendo eu escapo? E o Senhor Verden ainda diz que meu problema é sexual, rsrs... Ah, que eu sempre desconfiei disso kkk......


domingo, 24 de abril de 2011

Palavra de professor.

Como os textos se avolumam sobre minha mesa, reservei o feriadão para ficar em casa de frente para o computador organizando a vida, lendo, fichando e digitando...  De maneira que cá estou eu em pleno sábado a noite curtindo a companhia do Profº Rogério Fernandes, um português, professor da Universidade de Lisboa, que morreu de ataque cardíaco no ano passado com 78 anos.

O fato que ele foi um pioneiro na área de pesquisa em História da Educação não garantiu a ele destaque no Jornal Nacional nem derivativos no Brasil, em Portugal eu já não sei... O que sei que ele é velho conhecido meu e que me deu um trabalhão trazer para minha estante "Os caminhos do ABC."


Mas, não é esse livro que me fez abrir esse post, embora esse livro seja um clássico, leitura recomendada para qualquer pessoa que queira começar a entender o que é educação em Portugal e em todos os lugares que fizeram parte daquele imenso Império que foi o Português, tão grande e rico que um certo historiador francês disse que o século XVI foi o século Ibérico da mesma forma que o século XX foi o século americano.

Voltando ao assunto... estive lendo essa noite o artigo "Da palmatória à Internet: uma revisitação da profissão docente", ele escreveu esse artigo para o número 11 da Revista Brasileira de História da Educação, está disponível inclusive para download aqui, nele se reflecte, como o titulo sugere, sobre os diversos métodos didaticos já utilizados nas salas de aula de Portugal, é, junto com todos os livros e pesquisas que este professor construiu, uma herança para cada um de nós, afinal quer história mais imbricada com a portuguesa que a nossa???

E sim, em meio as reflexões sobre as praticas educativas ele também fala sobre a Internet e os blogs  algo que realmente é palavra de professor que vale a pena não só escutar como gravar na memoria para tentar aprender a administrar cada dia melhor essa louca experiência que é a vida virtual.

Nos diz ele:

"Graças ao ciberespaço e ao universo cognitivo da Internet, professores e alunos, graças a esse aparelho, poderão investigar os temas que lhes interessam, obtendo informações rápidas. Serão elas fiáveis? Além disso, graças a existência de blogs emanados de comunicadores entusiastas, o computador, mediante o acesso à Internet, permite alargar a comunicação. Todos sabemos, contudo, que nem sempre a comunicação via Internet se inscreve em propósitos transparentes, podendo, ao invés, servir para enredar numa teia prejudicial aqueles que se deixam envolver por falta de advertência."
(Rogério Fernandes_2006)

Ah, quase esqueci: Feliz Páscoa!

Imagem daqui!
 

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Entre as Ciências Exactas...

Dizem que pessoas que gostam de ciências humanas, tipo História, de literatura e derivativos não são muito chegadas nas ciências exactas... Obviamente que esse dito tem lá sua razão de ser, a disputa entre os cientistas naturais e os cientistas ligados as humanidades é antiga, data de séculos atrás.

Os cientistas da natureza, físicos, químicos e derivativos em geral não gostam de admitir que um saber  não comprovado em laboratório é cientifico e os cientistas ligados as humanidades gostam de dizer que o povo das ciências exactas só entende de vidros, formulas e bombas atômicas (o que tem um fundo de verdade \o/)!!!

Birras... muitas birras... disputas... muitas disputas... Eu que o diga, afinal eu tive a honra de ainda estudante de História me apaixonar por um estudante de Química e acredite eu herdei dessa relação um ódio profundo e ilimitado pela donzela explosiva... Estou contando os dias para vê minha irmã passar no vestibular para ter o prazer de queimar em alta fogueira todo e qualquer livro de Química que resida em minha casa, e não, não vou doar a biblioteca nenhuma, preciso ter o prazer dessa queimada!

Já com Física eu não tenho problema existencial nenhum, alias se a Química para mim tem tons femininos, talvez pelas experiências sempre contento misturas, soluções, ácidos, bases e sais que remetem muito a cozinha (ou pelo meu ciúme e amor frustrados rsrsrs), a Física para mim tem um tom masculino, é a ciência da mecânica, da eletricidade, dos fenômenos naturais... grandes tecnologias são desenvolvidas nos laboratórios e tem a fabulosa fibra óptica.

Hoje eu encontrei com um amigo que estuda física, ele está na fase do mestrado e pesquisa coisas referentes ao tema Fibra Óptica, passamos uma boa hora falando unicamente nisso e nessa hora inteira ele me explicou que tudo que eu escrevo no meu pc se transforma em luz e é transmitido por quilômetros e quilômetros de fibra óptica até chegar a outro pc em qualquer parte do Brasil e do mundo.

E sim, que o mesmo acontece com nossa voz quando ligamos para nossos amigos ou parentes que moram  longe,  nossa voz vira luz e viaja na velocidade da luz até chegar aos ouvidos de nossos entes queridos que estão tão... tão... distantes, e que um fio de fibra óptica, que aliás é vidro, um fio infinitamente pequeno de vidro, é melhor condutor que muitoooo cobre junto, além de mais barato.

Pode parecer bobo, mas eu nunca tinha parado para pensar nisso. Fiquei assim chocada, ouvindo e ouvindo sobre como esse processo acontece e todos os detalhes científicos da coisa (pois é, com físicos vc não escapa dessa parte).

Ah, no final eu ganhei até um presente, uma parte do aparelho que ele estava manipulando hoje a tarde lá na Área 2 da UFPE e um convite para conhecer o laboratório.

Parece estranho, mas é assim quando você se relaciona com os cientistas da natureza, o papo deles é estranho, eles te explicam coisas que vc nunca sonhou, nem precisou saber, te falam de equações e soluções e etc..., te dão presentes estranhos e te convidam para visitar o laboratório... São tudo menos comuns!

Meu presente incomum: receptor de fibra óptica!