domingo, 28 de julho de 2013

A passagem dos dias...

Hoje quando liguei o computador me deparei com alguns versos do Mario Quintana

"... Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!..." 

Ainda não se passaram 50 anos do meu tempo, mas de repente me surpreendeu a velocidade com a qual o tempo passa e os dias se sucedem... Me lembrei também dos versos de Junqueira Freire:"Assim as horas do tempo/ correndo, correndo vão,/ assim passou inda há pouco/ o matutino clarão.". E tudo passa tão rápido que nossos mil planos acabam não sendo realizados e as mil postagens que desejávamos fazer também não foram feitas.

Queria ter falado algo sobre o dia 25 de julho que condensou em si três comemorações significativas para mim: Dia do autor nacional, dia da  "Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe" e também dia do motorista... Sim, aos 45 do segundo tempo do dia meu pai recebeu um sms da empresa para a qual presta serviço felicitando ele pelo dia. Mas o querer não virou realização, foi engolida pelo cansaço e pelo desanimo de escrever!


Outra coisa significativa que ocorreu foi a realização da 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência aqui em Recife no campus da Universidade Federal de Pernambuco. A prefeitura do Recife e o governo do estado de Pernambuco pagaram as inscrições dos professores e eu tive o prazer de ter participado do evento pela primeira vez e essa seria também uma ocasião que merecia um post ou posts.

A 65ª Reunião Anual da SBPC já começou movimentada com o governador e o prefeito sendo lindamente vaiados pelos docentes na abertura da reunião. Há quem ache o protesto valido, há quem ache o protesto mal educado e desnecessário, eu não estava no meio dele, mas o prefeito e o governador desejam agir na administração dos bens públicos de Pernambuco e Recife como os antigos senhores de engenho costumavam agir, isso choca a sensibilidade dos professores e bem estamos em um momento de dessacralização das autoridades públicas.


A parte a conveniência ou inconveniência dos protestos, participar da SBPC foi realmente incrível! Pesquisadores de todos os lugares possíveis e imagináveis do Brasil; diversas áreas do conhecimentos; vários sotaques misturados; vários centros de tecnologia juntos... Vários interesses, sonhos, objetivos, ideias e o melhor de tudo REALIZAÇÕES efetivas sendo expostas em um único lugar. Foi uma experiencia única e maravilhosa!

Conversei muito, vi muito durante essa semana, falei com o pessoal do Museu de Astronomia, Ciências e Afins do Rio de Janeiro, conheci mulheres que trabalham no Sertão de Goiás pesquisando e desenvolvendo possibilidades de renda para e com o povo de lá, conheci novas tecnologias que estão sendo desenvolvidas, descobri velhas tecnologias que fazem a diferença na vida das pessoas quando postas em prática; discuti gênero com um representante da Marinha Brasileira, conversei sobre a distribuição da internet pelo Brasil, papiei com um grupo de Brasilia que desenvolve didática para ensinar inglês a deficientes visuais. Em suma, passei a semana inteira indo a exposição da SBPC, com exceção da quinta-feira, e não consegui ver tudo.

Ah, além de falar e falar, ouvir e ouvir acumulei uma série de material impresso, livros, gibis informativos e derivativos que as instituições produziram para distribuir entre os professores! Pena que estou sem câmera digital para registrar essas coisas e gravar na paredes desse blog.

Enfim, os dias se passaram muito rápido... e o recesso escolar acabou... amanhã volta tudo ao normal. Creche pela manhã, escola a tarde, vida que segue rápida demais, uma coisa sucedendo a outra vertiginosamente. Eu só me recordo do meu Salmo preferido:

"Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite."
(Salmos 19:2)

domingo, 21 de julho de 2013

Estranho diálogo!

Pois é... 
"Aviso aos navegantes: Quando começo um post com "Pois é" podem ficar cientes que lá vem leseira brava. Então sintam-se avisados."
Pois é, geralmente quem tem o habito de publicar no blog pequenos diálogos curiosos e reveladores com amigas é a Vaneza com Z, mas aconteceu um dialogo comigo que merece um registro para começar a semana rindo.


Tirem suas conclusões companheiros e companheiras de virtualidade e me ajudem a entender o que essa pequena tiradorazinha de onda quis dizer, porque eu até agora eu não consegui decifrar esse enigma kkkkkk...

Boa Semana a todos e todas....

sábado, 20 de julho de 2013

Cineclube Moscouzinho, quando fui convidada para um cine debate em Jaboatão e a Pandora saiu da virtualidade.

Jaboatão é uma cidade próxima a Recife, lá funciona toda sexta na Casa da Cultura - com raras exceções o "Cineclube Moscouzinho" que sem exceção alguma tem feito emergir várias discussões interessantes através de filmes e documentários. Estou falando dessa experiencia pedagógica porque essa semana a Tairine, uma das organizadoras do projeto, me convidou para participar como debatedora.

Confesso que senti um certo temor porque não sou bem uma especialista em cinema e derivativos, mas o tema foi demasiado tentador. Em parceria com a Rede Ecumênica da Juventude, o cineclube esteve dando continuidade a uma mostra cinema sobre direitos e cidadania e o tema foi a "Maioridade Penal".

Tema complexo, espinhoso, cheio de nuances responsável dividi opiniões... Como professora me senti demasiado tentada a participar e fui com fé e com gosto.

Assistimos o documentário "Juízo" de Maria Augusta Ramos, Diler Trindade e Telmo Maia, produzido em 2007. Nele se conta como procede a justiça com os "de menor" començado pelo julgamento, passando pela forma como a punição prevista no julgamento é executada até chegar ao após tudo das crianças. Como já disse, não sou cinéfila, então todo o trabalho foi uma grata surpresa. Juízo é uma coisa primorosa. Muito bem feita, deve ter demandado uma grande pesquisa, produção e derivativos. O documentário está disponível no You Tube, eu indico e deixo o link.

A parte isso tudo, assim que terminei de passar pela experiencia de participar do Cineclube fiquei super ansiosa para postar aqui porque além de ter sido uma experiencia enriquecedora aconteceu uma coisa curiosa... A Tairine, pessoa querida que me fez o convite, me conhece pessoalmente, nos encontramos nos corredores da UFPE quando eu ministrava aulas de história em um pré-vestibular em funcionamento lá, mas nossa comunicação ocorreu através do facebook graças a esse artificio ela esqueceu lindamente meu nome e no cartaz anunciando o evento o nome que constava era o Pandora e não o meu nome. A confusão de nomes foi inusitado porque geralmente para compromissos assim sou chamada pelo nome de batismo mesmo.

Todos concentrados assistindo.
Lá eu esclareci o ocorrido, mas as pessoas, mesmo assim, me chamavam de Pandora e a todo momento eu lembrava da Irena que na descrição da minha assinatura na Saleta de Leitura diz que eu sou conhecida como Pandora no mundo virtual.... Uau, agora sou também no mundo real! Que diferente! Que surreal! Gosto do meu nome, mas também gosto da Pandora, me apeguei a essa alcunha, claro que adoro quando me chamam pelo nome, mas...

Enfim, sem mas... para concluir deixo aqui algumas imagens dessa experiencia feliz. Debater é ótimo! Todos tem vez e voz no Cineclube, após o filme todos nos organizamos em circulo, os debatedores convidados comentam o filme depois todos os outros também podem se expressar de forma livre.

No melhor estilo professora!
Essa semana foi de exceção, o cine não ocorreu nem na sexta e nem na Casa da Cultura, mas eu amei tudo, fui muito bem recebida e apesar de Jaboatão não ficar a  uma distancia confortável me sinto inclinada a voltar sempre e sempre e a convidar quem mora em Recife e Região Metropolitana para está por lá sempre que possível.

Antes que eu me esqueça por lá também conheci um rapaz envolvido com o jornal independente "A Nova Democracia". Não posso dizer que conheço essa experiencia jornalistica, mas estou investigando. De toda forma é uma fonte alternativa de informação produzidas por pessoas politizadas, bem informadas e criticas. Também deixo o link do site do Jornal para quem se interessar LINK.

Foto que mais gostei!

E para encerrar uma imagem de todos os que compareceram em circulo, iguais em direitos e deveres exercendo nosso direito a cidadania debatendo um tema central para a sociedade.



Obrigada Tairine pelo convite, pela oportunidade e por tudo o mais!!!
Foi um momento maravilhoso!!!

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Uma questão de resiliência!




"Resiliência ou é um conceito oriundo da física, se refere à propriedade que alguns materiais possuem de acumular energia quando são submetidos a estresse sem se romperem. O elástico, o bambu e a vara de salto em altura são exemplos de materiais resilientes."

Em momentos de crise coisas estranhas costumam vim a memória. Quando a moça loira sentada no degrau pintado de cal da escadaria saiu de casa pela manhã, se alguém perguntasse a ela qual o nome de seu professor de física ela forçaria o fundo de suas memórias e não ia conseguir encontrar essa informação. Mas, naquele momento difícil, como um trovão inesperado que cruza o céu noturno de cima a baixo, lhe veio a memória a lembrança da voz grave do professor falando sobre resiliência, elástico, bambu e vara de salto em altura.

Se pegou calculando quanto tempo havia passado entre aquela aula e esse momento... Nove, dez, onze... quinze anos. Meu Deus! Como o tempo passou rápido! Parece que foi ontem que a bolsa que ela segurava era uma grande mochila azul repleta de livros didáticos, seu tênis um all star customizado com borboletas e o sonho de ser médica era apenas um sonho.

Naquela época ninguém lhe contou sobre a gravidade da sensação do fracasso após cada perda. Todos só lhe diziam o quanto era nobre ser médica e quantas vidas ela salvaria.

Ninguém lhe avisara também do quão pernóstico um diretor de hospital, um governador e presidente poderiam ser e no bojo das lembrança escolares lhe veio a mente a professora de português descrevendo o significado da palavra:

Pernóstico; adjetivo e substantivo masculino. Informal. Característica de algo ou de alguém que é afetado, pretensioso, presumido ou pedante. Informal. Algo ou alguém que é atrevido; que responde ou que resmunga. Brasil. Indivíduo utiliza termos incomuns, que geralmente não conhece, para aparentar certa cultura que não tem.

Sorriu sozinha em meio ao desamparo, mesmo com a distancia imposta pelo anos, ela podia ver o rosto rechonchudo da professora, ouvi-la falando daquele jeito explicadíssimo dos professores de português e sentir em seu olhar aquela ternura paciente mesmo nos piores momentos de sua turma pouco comprometida com os significados das palavras.

Não! De repente lhe ocorreu que não era paciência o que havia no olhar de sua querida professora. Era pura RESILIÊNCIA, com letras maiúsculas e coragem reforçada.

A professora, era o tipo de pessoa que podia até ser dobrada, mas nunca quebrada... Houvesse o que houvesse ela sempre voltava e tornava voltar a sala de aula... Dia após dia, ano após ano, até finalmente chegar o dia da formatura no qual ela entregava  o diploma, o abraço e os parabéns aos seus alunos.

Ainda em meio as emoções das memórias a moça loira sorriu de si para sim mesma, aprumou a postura, respirou fundo, levantou e seguiu em frente... Ela também era resiliente!
_________

Essa foi a minha participação na 2ª Edição do desafio de escrita "Momentos de Inspiração" proposto pela Irene Moreira, a querida M@myrene.

Atualmente minha palavra de ordem tem sido "Resiliência" e é isso que desejo a todo mundo. Isso não é blog de auto-ajuda, eu detesto segundas-feiras, como sei que a vida não é fácil desejo "Que possamos ser resilientes, que possamos envergar, esticar, dobrar, mas não quebrar! E se quebrar que encontremos uma boa cola no caminho e uma boa semana para tod@s nós!"




sábado, 13 de julho de 2013

Completando frases...

A Silvana Haddad do Meus Devaneios Escritos me indicou a trocentos anos a tag, que pode ser compreendida com sinônimo de meme, Complete as frases, eu topei e cá estou eu!


Primeiro as regras:

Completar todas as frases;
Repassar para 6 pessoas e avisá-las;
Ao completar as frases, você pode optar por manter as mesmas ou inventar outras.

Agora vamos as frases:

Sou Muito... chata, implicante, arengueira e gosto de ser assim.

Não suporto... falsidade, pimenta e suspense desnecessário.

Eu nunca... pensei que fosse tão difícil encontrar um amor possível antes dos 30, li Meg Cabot, saltei de paraquedas, nadei na parte funda da piscina, degustei comida tailandesa ou fui a qualquer lugar fora do Brasil.

Eu já... mordi uma amiga virtual quando desvirtualizei a amizade.

Quando criança... era melancólica e introspectiva - nem eu acredito nisso, mas Mainha jura que é verdade.

Neste exato momento... estou com sono, muito sono mesmo e preocupada.

Eu morro de medo... de pimenta e amores impossíveis.

Eu sempre gostei de... olhar o céu azul.

Se eu pudesse... eu pagaria todas as minhas dividas nesse exato momento.

Fico feliz quando... leio um bom livro, recebo correspondência eletrônica - mesmo quando são apenas sinais de fogo - e concreta das pessoas que amo; quando como minhas três bananinhas fritas e tomo um café passado na hora; e especialmente quando estou dormindo.

Se pudesse voltar no tempo... iria ao Galpão Crioulo de 1984 no qual o César Passarinho cantou "Guri" de forma especialmente emocionante; daria uma passada nessa casa em qualquer manhã de 1885 antes de agosto de 1885 para conhecer Jaqueline (minha irmã que morreu nove meses antes que eu nascesse) e brincaria com ela um pouco; iria dar uma volta em Recife no domingo de 13 de maio de 1888 e me misturaria a massa.

Adoro... Jesus - mas também gosto muito de banana frita; livros; Fernando Pessoa; meus amigos; minha enorme, barulhenta e invasiva família.

Quero muito... pagar minhas contas e obter sucesso profissional.

Eu preciso... pagar minhas contas e ser uma profissional bem sucedida.

Não gosto... do meu momento atual; de pimenta; de noites insones; de suspenses desnecessários; surpresas; pessoas cuja convivência foi constante no passado te adicionam no face, escrevem "Que saudades!",  não se dão ao trabalho de "interagir de forma comum" e simplesmente não respondem quando você tenta "puxar assunto".
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Vou burlar a regra de indicar seis blogs, mas quem quiser fazer faça e depois me contar :)

quinta-feira, 4 de julho de 2013

"O recado do Espedito!" ou "Os pirangueiros nunca esquecem!"


Espedito é um amigo de longa data, estudamos na mesma escola e vivemos algumas aventuras ao longo do ensino médio... Eu sempre tagarela, emotiva, complicada... Ele sempre centrado, assertivo, descomplicado e pirangueiro.
Pirangueiro: adjetivo comumente usado no Nordeste do Brasil, pessoa de mão fechada, pão duro, econômico, da tchau com a mão fechada, Espedito Lourenço.
A foto acima é a memória de uma noite na qual, segundo ele, eu e uma turminha de meninas da igreja o levamos a falência em uma pizzaria. Obviamente eu me ofereci para pagar minha parte e ele insistiu em pagar a conta sozinho o que na minha opinião torna essa história da falência uma mentira deslavada. Mas, apesar de estarmos em desacordo em relação a noite na pizzaria, eu adoro essa foto.

Falando da pãodurice  mitológica de Espedito acabei lembrando da minha época de Rumo a Universidade - um pré-vestibular destinado a alunos da escola publica estadual - nessa época nós ganhávamos uma pequena ajuda de custo de R$ 50,00 que eu gastava em tempo recorde, e ele? Bem... Era tão econômico que eu não me surpreenderia se ele contar que abriu uma poupança com aquele dinheiro e no final do curso comprou a casa própria, o carro do ano ou coisa do gênero.

Aliás, foi por essa época de pré-vestibular que peguei o livro de geografia do Espedito emprestado e... Bem... Nessa época eu já era um ser completamente voador, com problemas no ombro esquerdo e capaz de esquecer até meu nome o que se dirá de um pobre livro de geografia?!? Uma pessoa gentil se compadeceu de mim e pediu para segurar meus livros no ônibus lotadíssimo que eu costumava pega... E bem[2]... quando chegou minha parada eu desci e fiz o meu primeiro bookcrossing da vida...

E bem[3]... isso faz 10 anos, quem lembra do que aconteceu há 10 anos atrás néh???

Pois é, os pirangueiros lembram... Por esses dias sem querer o Espedito chegou a esse bloguito e olha o recado que ele me deixou:

"Oi Jaci! Ou melhor, Pandora!
Fiquei muito feliz por ter lido um artigo no seu blog, ele relatava que tudo que você construiu ao longo da sua vida foram livros, são tantos que já formam uma biblioteca.
Que bom! Lembra que você ainda me deve uma biblioteca inteira:
livro de geografia x anos x juros x correção monetária = tudo que Jaci construiu ao longo da vida."
(Espedito Lourenço - grifos meus)
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P.S.: Esse texto foi publicado com a devida autorização do Espedito, antes de postar mostrei a ele e pedi autorização para publicar e usar nossa foto.

domingo, 30 de junho de 2013

Sonhos...

Uma vez há alguns anos atrás uma das professoras mais queridas que já tive fez a minha então jovem turma de aprendizes de historiadores e historiadoras a seguinte pergunta:

"O que move a História?"

Não foram poucas as respostas que surgiram: dinheiro, poder, fama, fortuna, ambição, cobiça, guerras, política... Enfim... no final de nossas suposições ela soltou a dela: 

SONHOS


Mas Sonhos???

Mas como assim sonhos???

E explicou, algo que segundo minhas memórias soou mais ou menos assim: A História é uma ciência que se preocupa com os feitos dos homens, e mulheres no tempo e antes de qualquer coisa os nós sonhamos... Dos nossos sonhos nascem nossos desejos e dos desejos todo o resto... politica, dinheiro, poder, fama, um bem maior, esperança... tudo começa nos sonhos.

Depois de tudo ela nos presentou com uma bandeja de sonhos de padaria! E nem preciso dizer que essa foi uma aula inesquecível e vez ou outra, ou vem e sempre, eu lembro desse momento lúdico nos mais diversos contextos.

Sempre quis registrar esse ocorrido aqui, pois acredito nessa ideia de minha ex-professora com nome e alma de pássaro. No entanto, só hoje chegou o momento certo para escrever sobre esse ocorrido.

Pois hoje estou com espirito de comemoração junto a uma de minhas queridas companheiras de virtualidade que está realizando um sonho, escrevendo um capitulo único de sua história.

A Sheila do blog "Cozinha de Mulher" fez publicar o seu primeiro livro, o "Sabores de A ao Z"resultado de uma blogagem coletiva ousada na qual ela percorreu sabores de países do globo terra indo do A ao Z descobrindo pratos possíveis de serem feitos por pessoas com ou sem muita experiencia com facas, panelas e fogão. Eu estou feliz com a Sheila e tenho que divulgar essa experiencia!


Eu não poderia deixar de felicitar, divulgar e festejar junto a Sheila esse feito enquanto desejo que todo mundo sonhe mais e melhor, sonhos individuais e coletivos e que ao acordar sejamos capazes de transformar nossos sonhos em realidade!

Escrever um livro, plantar uma árvore, ter filhos, colecionar livros, doar livros, viajar para longe, pesquisar, ser mais feliz na segunda-feira... até mesmo mudar o mundo.


sexta-feira, 28 de junho de 2013

Noite de São João...

Desde maio eu voltei a trabalhar na creche e passei a prestar serviço para a prefeitura de Recife como professora de uma escola municipal na qual leciono História, História do Recife e Ensino Religioso. Em síntese: tenho tido dias longos, loucos, meio improváveis, as vezes sinto um dia se tornar uma vida inteira...

Hoje comecei a vida com crianças de três anos, livros infantis, massa de modelar, papas, melancias, banhos, colchões, lençóis, almoço - "Se não comer não ganha suco!" -, higiene bucal, sono, para eles e elas, para mim não...

Depois que eles e elas dormiram eu corri para cima de moto rumo ao mundo do sexto ano com a pré-história e pinturas rupestres no Parque Nacional da Serra da Capivara; das demandas dos adolescentes agitados, indisciplinados, agressivos, carentes de tudo do sétimo ano e da arte de tentar equilibrar todos os conflitos para falar da Idade Média antes que o sinal toque para o intervalo; e dos dois nonos anos onde todos os habitantes da América Pré-colombiana parecem olhar para mim esperando com a paciência única dos mortos para ver como faço para resolver o alvoroço dos alunos, a forma como a sala está de cabeça para baixo e ainda assim encontrar tempo para falar sobre eles.

Não, um dia não é uma vida, o dia é mil vidas. A minha, a dos alunos e a de todos os mortos que precisam ser invocados nas aulas de história!

Enfim, depois de tudo, quando finalmente comecei a trilhar o caminho que me traz de volta para casa eu encontrei com várias fogueiras acesas. Amanhã é dia de São Pedro e aqui, nos bairros de subúrbio do Recife, essa tradição persiste. A frente de uma casa a folgueira já estava com o fogo alto dançando no ritmo do vento de cidade litorânea, em outra uma criança soltava bombinhas, mais a frente havia pessoas bebendo algo alcoílico e comendo comida de milho... e tantas outras cenas...


Me ocorreu que acontecia algo como uma "noite de S. João para além do muro do meu quintal" e "do lado de cá" estava "eu sem noite de S. João" contando apenas "com uma sombra de luz de fogueiras na noite, um ruído de gargalhadas, os baques dos saltos e um grito casual de quem não sabe que eu existo".

Ando meio melancólica por esses dias, tentei omitir isso desse espaço, afinal um diário/blog é feito de memória e esquecimento e sempre se pode esquecer de momentos tristes... Mas, em perspectiva eu sinto que vou gostar de lembrar dessa noite melancólica noite de São Pedro e da poesia de Fernando Pessoa que o Vitor Ramil musicou tão lindamente. Deixo aqui o registro do momento, do poema e da música.


Noite de S. João

Noite de S. João para além do muro do meu quintal. 
Do lado de cá, eu sem noite de S. João. 
Porque há S. João onde o festejam. 
Para mim há uma sombra de luz de fogueiras na noite, 
Um ruído de gargalhadas, os baques dos saltos. 
E um grito casual de quem não sabe que eu existo. 

Alberto Caeiro, In: "Poemas Inconjuntos" 
Heterónimo de Fernando Pessoa

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Autoras...

Quase em cima do laço, estamos publicando o podcast do mês de junho. Em função da falta de internet, pasmem, do lado alemão Atlântico, só conseguimos gravar ontem a oitava "tagarelação literária" das Meninas dos Livros. O tema da vez foi Escritoras. Cada uma de nós falou de uma autora que nos marcou especialmente, ou por um livro, ou por vários. 


Dona Aleska falou sobre Jean Kwok e seu livro A Garota Traduzida. A nossa prefeita, Michele Lima, que já está pensando nas eleições, falou de Marian Keyes, enquanto eu falei sobre a Marion Zimmer Bradley por, além de ser autora de As Brumas de Avalon, e a Ana se empolgou falando da Agatha Christie.

Enfim, quem gosta de ouvir falar de livros, autoras e derivados, sinta-se convidado a ouvir nosso bate-papo e comentar, aqui e lá no blog das "Meninas dos Livros", nós sempre respondemos os comentários \o/





sábado, 22 de junho de 2013

Fechando ciclos...

Definitivamente tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo nesses dias enquanto o Brasil deixa de ser o país do futebol para ser o país das manifestações... Sei lá, nunca pensei que viveria um tempo assim, mas vou dizer uma coisa: "Eu não estava dormindo!" e muitas pessoas também não estavam essas manifestações não apareceram do nada, elas são parte de um movimento em torno de uma conscientização politica... espero que algo continue mudando em nós e para melhor.

Sim, continue mudando porque algo no Brasil já vem se transformando há tempos, desde o momento no qual elegemos o Lula para presidente nos negando a aceitar algo minimamente semelhante a Fernando Henrique novamente. Penso que depois do Lula ficou um grande buraco frustrado no coração do Brasileiro, esperávamos mais dele e de alguma forma por esses dias conseguimos expressar essa frustração misturada com o desejo der ter mais e melhor.

A parte isso, eu particularmente também vivo um momento de fechamento de ciclo... Enfim defendi minha dissertação ontem. A dissertação em si levou dois anos para ser conclusa entre a reelaboração do projeto, a pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental e a escrita do texto, mas eu tenho a impressão que levei uma vida para realizar isso.

Meu Deus, como me sinto cansada!!!
Feliz, cansada, meio chapada e mais um pouco cansada!!!

Claro, também me sinto uma professora de História mais completa, agora posso dizer que fiz uma pesquisa histórica, respondi um problema historiográfico e colaborei com algo para a conhecimento da história de minha cidade e de minha profissão e embora minha pesquisa e meu problema não sejam coisas grandiosas essa realização é significativa para mim e eu não acreditava muito que seria possível.

Então, agora eu me sinto muito grata a Deus, a minha família, aos meus amigos e também as pessoas queridas, companheiros e companheiras de virtualidade que me doaram de graça ao longo do processo da pesquisa palavras de apoio e incentivo através desse blog sempre que eu expus aqui de alguma forma minhas angústias e inseguranças.

Muito, muito, muito obrigada \o/ 


Sou muito grata a cada um de vocês!!!
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P.S.: Só a titulo de registro, vou deixar nesse post o resumo do meu trabalho para o caso de alguém ter curiosidade de saber em que investir tanto de meu tempo.

CULTURAS ESCOLARES EM RECIFE: ESCOLAS PARTICULARES E MÉTODOS DE ENSINO (1880-1888)

Nos últimos vinte anos o conceito de cultura escolar emergiu dentro do cenário das pesquisas em educação no Brasil. Compreendido como uma das facetas do processo de escolarização, ele engloba toda a vida escolar, ideias, corpos, mentes, objetos, condutas, formas de ser e fazer. Nesse trabalho investigamos, através dos anúncios de escolas publicados por professores particulares no Diário de Pernambuco, algumas das características das culturas escolares anunciadas e potencialmente vividas na cidade do Recife entre 1880 e 1888. Nos anúncios, os docentes apresentaram os endereços de suas escolas, algumas características dos prédios e espaços nos quais suas escolas funcionaram, os graus de instrução potencialmente ensinados (primário e secundário), as disciplinas oferecidas, os valores morais orientadores do ensino, métodos de ensino, os objetivos a serem alcançados pelos alunos e etc. Dessas informações nos detivemos nos endereços, através dos quais mapeamos as escolas, localizando-as na geografia da cidade. Além disso, analisamos as descrições dos espaços escolares e dos métodos anunciados. Para investigar as características dos métodos de ensino anunciados somamos, aos anúncios das escolas, a análise das cartilhas de alfabetização dos métodos de Castilho, João de Deus e Intuitivo ou Lição das Coisas. Por fim, analisamos como e se as culturas escolares do Recife, nos últimos anos da escravidão, se relacionaram, ou não com os debates acerca da Abolição, característicos do período. Por fim, concluímos que nas culturas das escolas particulares do Recife localizaram-se nos bairros centrais, estiveram abertas aos debates pedagógicos característicos do período, mas se mantiveram majoritariamente distanciadas dos debates e propostas, tanto abolicionistas, quanto escravistas.