quinta-feira, 12 de junho de 2014

Minha Alma Gêmea...

Ontem eu fui assisti Malévola, um filme rico em efeitos especiais, pirotecnias e Angelina Jolie, porém o que me cativou no cativar não foi tudo isso. Na minha opinião, o ponto forte do filme é fazer pensar que o amor verdadeiro tem mais de um forma.

O beijo de amor, o ato de amor, pode não vim do príncipe encantado, do menino encantado, do homem o mulher dos seus sonhos. Príncipe e princesa podem ser apenas uma miragem, o amor verdadeiro pode morar na sua melhor amiga, na mãe, amigo cujo hobby é te irritar até a morte, no irmão, na irmã, no pai, nos tios que são heróis de verdade ou na tia que te acalentou em dias distantes da infância. E o mesmo vale para a alma gêmea. 

Reza a lenda que a alma gêmea é alguém do sexo oposto capaz de nos completar e com o qual nós poderemos casar e vive essa e muitas outras vidas. Blá! Total engano! Lorota de primeira.

Eu  encontrei a minha alma gêmea na figura da Michele Lima, ou Mi porque definitivamente sou intima. Eu me sinto privilegiada por ter encontrado minha alma gêmea. Eu posso morrer pobre/sem grana, mas me sinto mais rica que muita gente só pelas pessoas que encontrei pelas caminhos. A Mi em especial é o tipo de pessoa que não se acha fácil.

Me sinto privilegiada por poder desfrutar de sua companhia. Foi um golpe de sorte ter encontrado com ela nessas esquinas da blogosfera e tem sido um tipo de benção imerecida poder construir nos limites e possibilidades do dia-a-dia as bases e as estruturas de nosso afeto.

E hoje é aniversário dela e eu aproveito para agradecer a Deus pela vida dela! Como disse Dom Helder Câmara e eu não canso de repetir"É possível caminhar sozinho. Mas o bom viajante sabe que a grande caminhada é a vida e esta supõe companheiros. Companheiro, etimologicamente, diz-nos o dicionário, é quem come o mesmo pão."

Mi, muito muito obrigada:
Pelo seu companheirismo,
Por me deixar fazer parte de tua vida,
Por todos os momentos que partilhamos,
Por ser a prefeita querida,
Por me ouvir e me deixar te ouvir também!

É uma honra ser sua amiga e alma gêmea!
Te desejo o melhor todos os dias da tua vida!
Estou morrendo de saudades de te morder!

Eu te amo e gosto de te amar!
Perdoa meus erros de grafia táh?!?!

Morro de ciumes de você porque uma geminiana sem ciúmes é como o mar sem sal!
Te divido com a Aleska só porque também morro de ciúmes dela também kkkkk...

Amo essa foto!
Nós três juntas! #SaudadesImensas

sábado, 7 de junho de 2014

Sorvete, andanças no Recife Antigo e algumas coisas encontradas por lá! [Desafio 12 Lugares #05]

Em 1995 eu tinha nove anos, cursava a terceira série do "Ensino Fundamental 1", estudava no turno da tarde na Escola Gilberto Freyre localizada Alto Treze de Maio. De todos os meus anos escolares esse tenha sido o mais feliz.

Eu amava a Tia Rita, a sala, a vista para a praia de Olinda proporcionada pelos combogós da sala. Costumava terminar meus exercícios rápido porque a tia me permitia ficar olhando o mar ao longe e quase todos os dias tomava uma bola de sorvete de casquinha. O sorvete custava R$ 0,30, toma-lo era um ato ilegal, pois eu era proibida terminantemente de tomar qualquer coisa gelada, mas ele elevava meu humor melancólico e devaneante as alturas.

E eu fui bombardeada com essas reminiscencias de quase vinte anos atrás porque em Casa Amarela há uma sorveteria na qual há mais de 70 anos se produz vários sabores de sorvetes artesanais muito famosos eu eu fui lá provar o danado.


Realmente, o "Sorvetes Artesanais" merece toda fama! O danado é delicioso! E eu não sou uma pessoa fácil de elogiar comida não. Quem me conhece sabe o quanto sair comigo para fazer qualquer refeição pode ficar entre uma experiencia irritante e constrangedora. Mas, eu amei o sorvete de cajá e acerola. Tinha gosto de infância!

Sou péssima com fotos, bem se ver a carteira no fundo e o guardanapo #Aff

Como eu não cumpri o "Desafio 12 Lugares de Maio", acabei aproveitando a energia do sorvete e troquei a ida ao cinema por um passeio ao centro do Recife para adiantar o de Junho! Fui visitar o "Espaço Cultural dos Correios", lá tem uma "Sala Histórica" aberta a visitação constante daqui para o fim do mês escrevo sobre isso, mas por hora só preciso registrar que andar pelas ruas do Recife Antigo é muito legal.

Dei uma passada pelas Rua do Bom Jesus, a Antiga Rua dos Judeus! Já visitei a Sinagoga, mas daqui para o fim do ano perigo fazer isso de novo só pelo prazer de está lá e depois contar!


Encontrei com o Antônio Maria, autor do "Frevo nº 1 do Recife", um hino do nosso Carnaval, um simbolo dessa cidade antiga, complicada e tão amada que basta ficar longe dela por um curto período para desejar voltar!


E na volta ainda dei de cara com a sugestão criativa de "colar na rua os meus medos". Fiquei pensando quais são os meus medos!


Ah, o medo colado lá em cima era o seguinte:


Perto disso meus medos são insignificantes!
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Esse post faz parte do Desafio 12 Lugares do blog "Aceita um leite?
"

terça-feira, 27 de maio de 2014

Só uma música que não sai de minha cabeça...

Pois é, fui assistir "X-Men: Dias de um Futuro Esquecido" porque X-Men fez parte de minha adolescência, eu amo o Wolverine e Hugh Jackman é simplesmente, incrivelmente, formidavelmente lindo.

Não esperava ser atingida por uma bomba de emoção.

Mas fui...

E como fui, não consigo tirar da minha cabeça a voz da Roberta Flack cantando "The First Time Ever I Saw Your Face"

 Eu devo está numa TMP dos infernos, louca ou sei lá o que, mas fiquei tão embevecida que o corpo nu Hugh Jackman me pareceu pouco menos que nada...

Aliás, ainda há uma lágrima em mim para essa canção... Não canso de ouvi-la... Não sei se vou cansar um dia...

E eu nem mesmo sou uma criatura musical, ou escuto músicas que abordam relacionamentos, romance, paixonites, fossa e derivativos [Roupa Nova/Los Hermanos nem sob tortura]...

Enfim... Devo mesmo está de TPM... Que passe logo...

sábado, 24 de maio de 2014

Romance Contemporâneo [Desafio Calendário Literário]

No Calendário Literário montado pela Lu Tazinazzo a ordem do mês de Maio é um romance contemporâneo, então lindamente chutei o pal da barraca literária e resolvi mês ler apenas autores atuais ou no minimo que entraram no foco do mercado editorial nessas primeiras décadas do século XXI e foi um dos melhores meses literários dos últimos tempos.

De entrada li os três primeiros livros da série de romances históricos "Os Bridgertons", escritos pela Julia Quinn.


Alguém pode dizer que tais textos não contam como romances contemporâneos pois as histórias se passam no século XIX, no entanto, eu vou ser chata e lembrar uma vez mais que romances históricos, independente da profundidade da pesquisa feita pelo autor, falam muito mais sobre o presente do que sobre o passado e essa regra vale muito para a Julia Quinn.

A autora de “O duque e eu”, “O visconde que me amava” e  “Um perfeito cavalheiro” sabe como construir um texto engraçado, leve, com uma fluidez perfeita e um toque de sensualidade no ponto, sem ser pornográfica. Fica claro o quanto ela é fã de Jane Austen, domina bem o gênero romance histórico e é competente para crescer como autora dentro dele Me tornei fã confessa da Julia, de seus rapazes apaixonados, de suas heroínas cheias de personalidade e sensualidade e do luminoso século XIX inventado por ela.

De saída terminei de ler a trilogia "A Seleção" da Kiera Cass e comecei a ler a trilogia "Estilhaça-me" da Tareheh Mafi, nada mais atual que séries cujo final estão saindo do forno.


Eu tenho inúmeras criticas a história da Kiera Cass, ela negligenciou a distopia e tem um discurso politico extremamente e irritantemente conservador, através do qual parece reafirmar a necessidade de hierarquias sociais. Honestamente considero danosas histórias infanto juvenis carregadas de conservadorismo, esses texto tem, mesmo que não seja a intensão das autoras e autores, um caráter pedagógico para os leitores em formação. Mas, eu precisava ir até o fim com "A Seleção" pois me identifiquei com a protagonista dividida entre dois amores com a capacidade única de falar duas vezes antes de pensar.

Na idade da America passei por uma situação semelhante, a diferença é que eu tinha três pentelhos no meu pé. Pois é, eu também acho um absurdo ter sido uma adolescente de alto-estima tão fragilizada. Brinquei muito ao longo da leitura da série dizendo que, se fosse a America, chutava os Maxon e Aspen e ia lutar com aos rebeldes. É claro que ela não fez isso, algumas pessoas preferem mesmo casar aos 17 anos em vez de ir a universidade, arrumar uma profissão, viajar, escrever um blog, ter sua própria renda mensal.

Eu tenho fama de ser péssima conselheira sentimental, mas ainda assim me sinto tentada a deixar aqui três avisos para a America, e qualquer menina de 17 anos a beira de se comprometer pela vida toda com um homem:
Primeiro: O príncipe pode ser o tipo de pessoa que não lida bem com rejeição e capaz de uma crueldade impressionante;
Segundo: O carinha intoxicantemente bonito, pode se revelar uma pessoa assustadoramente sem senso de limites;
Terceiro: Aquele cara que te jurou amor eterno 5 vezes [eu contei] pode 10 anos depois oscilar entre te olhar com ódio mortal e fingir que não te conhece [ainda não acredito que ele não superou essa história, a namorada dele é muitoooo mais alta, magra e bonita que eu, só não tem tanto busto, não se pode ter tudo.].
Muito mais promissora foi a experiencia de ler "Estilhaça-me" da "Tareheh Mafi". A história desse livro se passa em um futuro no qual os recursos da Terra estão quase totalmente esgotados e há uma ditadura opressora reinando no mundo. Nesse contexto pós-apocalíptico emerge a figura de Juliet, uma moça cuja vida não foi nada fácil até o momento e começa a história presa em manicômio. Ela é aparentemente uma criatura perigosa superpoderosa, capaz de criar uma grande devastação salvar o mundo.

Tareheh Mafi, tem um senso critico penetrante, é envolvente, carismática, possui um lirismo capaz de me fazer vibrar a cada paragrafo. Em um primeiro encontro, simplesmente amei a Juliet, apesar dela ser meio maluquinha, não tenho palavras para o Adan, o seu par romântico nesse primeiro livro.

Ah, se com a America eu me identifiquei de primeira com a Juliet eu fui identificada. No meio da leitura do volume um comentei com uma das minhas estagiarias sobre o "fogo da muléstias dos cachorros" da protagonista, ela ficou curiosa e me pediu para ler o livro. Agora ela tem considerado ser a Juliet parecida comigo e ainda ler trechos do livro para comprovar. Ainda não decidi se essa comparação é boa ou ruim.

E essa foi a minha participação no "Desafio Calendário Literário", do blog "Aceita um leite".


sábado, 17 de maio de 2014

Notas escritas em uma noite de sexta...

É uma noite de sexta qualquer e de repente sinto-me como em um enlevo... Não a toa me refugiei no quarto do meu irmão, abri a janela, escuto os sons da ruas e aprecio o momento degustando damasco seco.  Até mesmo meu cabelo com seu gritante excesso de comprimento está solto.

Nem mesmo lembro quando foi a ultima vez que soltei meu cabelo, talvez em outra vida. Estou feliz e felicidade não rima com rima com cabelo preso.

Se um gênio da lâmpada me aparecesse agora, eu pediria apenas uma garrafa de chá gelado sabor pêssego e bastaria isso para o momento ser perfeito.

Me vendo assim, relaxada, escrevendo esses desvarios e leseiras a toa, não se diria que ontem quase cheguei ao pânico. A greve dos PMs teve o dom de libertar o pior dentro de tantas pessoas que em um minuto o mundo pareceu ultrapassar o limite do meramente inseguro...

Quando o pânico ultrapassou o limite do imaginável eu estava na escola na qual trabalho pela manhã e vi pais e mães chegarem um após outro, desesperados e alarmados, para levarem seus filhos e filhas para casa.

Quase liguei para o meu pai ou para algum de meus tios. Não o fiz. Não sou criança. Simplesmente me obriguei a pegar minhas coisas e ir para meu próximo destino: a creche. Chegando lá tratei de convidar os responsáveis pelas crianças para pega-las mais cedo... No final da tarde, enquanto providenciava o jantar das crianças cujos pais são costumeiros retardatários, invejei a sorte delas... Talvez não seja de todo ruim ser responsabilidade de alguém vez ou outra, ter alguém para providenciar jantar e segurança.

Enquanto escrevia essas linhas o relógio me contou da passagem da sexta para o sábado, meu irmão me expulsou do quarto dele e eu me abriguei na sala na qual gozo da companhia do gato e da cachorra irritante e tudo isso parece está bem longe... Mesmo não estando...

Claro que não está. Violência e medo nunca estão longe, não nesse mundo ou nessa vida. Nem por isso coisas boas deixam de ocorrer...

Ontem uma companheira de virtualidade me convidou para participar de um projeto adorável dela. Hoje pela manhã tive um sonho maravilhoso com uma amiga minha, estávamos na Grécia. Uma notificação do celular me avisou que o pequeno presente enviado a um amigo chegou, parece que ele gostou. Descobri que perdi alguns quilos e as saias que não mais cabiam em mim voltaram a entrar e, pelo prazer da incoerência, resolvi fazer pizza para comemorar. Enquanto o cheiro do queijo com orégano se alastrava pela casa, ouvi meu irmão ler um conto de Allan Poe.

Há qualquer coisa de reconfortante em ouvir meu irmão lendo em voz alta. Aliás, não só lendo, mas modelando. Na quarta-feira, ele voltou depois de um longo tempo a moldar o velho monte de massa de abandonado por meses.

A arte de meu irmão não é de uma beleza clássica, nem sempre, quase nunca, ele retrata coisas doces, mas me passou pelo corpo todo uma sensação agradável ao ver um dos trabalhos dele finalizado... Na sexta havia outro e hoje a tarde me peguei levantando a cabeça por cima do livro que lia e vendo ele moldar... Há algo certo numa cena na qual eu apareço lendo qualquer coisa enquanto ele molda... Vez ou outra falamos alguma coisa um com o outro enquanto cada um faz o que gosta de fazer...

A vida segue... e eu poderia ficar aqui muito tempo mais...

Poderia contar como foi finalmente tomar meu primeiro porre... De como fiquei bêbada de wiski e simplesmente amei a sensação da embriaguez...
Poderia falar das desventuras e venturas do ensino de história, de como ganhei um rato de borracha, um desenho da Sailor Moon e uma bolada que doeu fisicamente, mas sobretudo moralmente, no meio da aula de geografia.
Poderia contar como não me imagino não trabalhando como educadora infantil, das minhas estagiarias ótimas e do andamento das contações de história.
Ou ainda de minhas ultimas leituras, dos planos para o futuro, dos sonhos, do amor platônico que, graças a Deus ou não, morre a cada dia...

Poderia escrever muito mais... se... somente se... eu não tivesse que ir trabalhar amanhã....

Ninguém deveria ser obrigado a trabalha no sábado pela manhã, todavia não me sinto tão infeliz com essa possibilidade. Estou em paz, ainda que momentaneamente...

Acho que vou guardar alguns desses damascos para amanhã, deixar todas as reticências exatamente onde estão e, como o gênio da lâmpada não apareceu até a presente hora, vou dormir sem meu chá gelado mesmo, amanhã talvez eu mesma me dê essa dádiva...

Aos que chegaram até aqui nesses devaneios, deixo minha gratidão e cumprimentos...
Até nosso próximo encontro amigos!

domingo, 11 de maio de 2014

Lagoa do Ouro, Bar Argentino e Rafael [Desafio 12 Lugares #04]

Lagoa do Ouro é uma cidadezinha do Agreste Pernambucano, fica há umas boas horas de distancia de Recife, não tem nenhuma grande atração turística e eu jamais teria ido parar lá se não fosse a interferência da minha querida amiga Clau.

Só para constar, os convites de Clau são os mais irrecusáveis e imprevisíveis do mundo. Apesar dos planos dela serem meticulosos, mil e uma coisas inusitadas tendem acontecer e as coisas nunca saem como previstas. Não é a toa, independente da distancia e do tempo planejados para a viagem, ela SEMPRE leva roupa suficiente para passar uma vida no lugar.

Dessa vez nossa aventura rumo a uma simples alegre visita ao pai dela em Lagoa do Ouro virou um café da manhã na casa da irmã dela, com direito a palestra sobre como se produz achocolatado de caixinha; um almoço na casa da mãe do marido da irmã dela, no qual eu fui convidada para o casamento do irmão do marido da irmã da Clau ; um jantar com direito a ternas emoções com o pai dela; culminando com um fim de noite em um bar argentino em pleno Agreste pernambucano. Como podem ver, meu amor por Clau não é gratuito, ela me mete nas aventuras mais deliciosas do mundo.

Visitar cidade do interior de pernambuco é uma delicia e um tormento. Invariavelmente eu sou muito bem recebida nesses lugares no qual tudo fecha na sexta-feira santa, a internet não funciona, se anunciam mortes em carros de som e as pessoas se conhecem pelo nome e árvore genealógica.

As pessoas de Lagoa do Ouro são de uma simplicidade acolhedora, me abraçaram literalmente e contaram algumas de suas histórias. Mesmo agora, ainda me pego pensando em algumas das palavras que ouvi por lá.

"A pessoa tendo saúde e paz é rico."
"A gente tem por obrigação tratar todo mundo bem, mas não de querer bem a todo mundo. Nem todo mundo merece 'mão no ombro'."
Aliás, eu estou até o presente momento apaixonada pelo pai de minha amiga, um ser humano de uma especie em extinção, capaz de sair um pouco antes do cair da noite só para providenciar bananas para o meu jantar em plena "Sexta-feira Santa". Nem meu pai faz isso!

Essas pessoas que vivem de arar a terra e faze-la produzir a seu tempo são impressionantes, mesmo com a dureza da vida não perderam a ternura. Elas não merecem suportar o jugo ao qual estão expostas. Não merecem conviver o coronelismo com pessoas "cujas terras vão até onde a vista alcança". A situação de negação de direitos alarmante, a ausência do poder público é revoltante. O vento de desigualdade que sopra  no Agreste de Pernambuco ao longo do Planalto da Borborema é de enregelar os ossos.










E só para impressionar, não tão distante assim de Lagoa do Ouro existe a cidade de Garanhuns. Uma cidade do interior nada usual, bem urbanizada, arborizada, lojas de grife aos borbulhões, bares e restaurantes chiques de doer.  A velha dicotomia brasileira também habita o agreste pernambucano. Foi em Garanhuns que conheci um restaurante Argentino, descobri que batom vermelho chama bastante atenção e colhi as provas finais que mordida de amor não doí.


Eu amei o "Chicruta"! O ambiente é agradável, as pessoas são educadas e disponíveis, a comida não é ruim... tudo colabora para bons momentos, exceto talvez o preço, mas bem isso é Garanhuns e o que se pode fazer?!?

Quanto as provas documentais que mordida de amor não dói, olhem e avaliem por si só:


 



Meu obrigada ao Iran, autor dos registros documentais valiosos, um dos melhores maridos de amigas do mundo!


E eu sei que o post já está imenso, escreve-lo foi uma maratona que me consumiu algum tempo, mas não posso deixar termina-lo sem dizer algo sobre sonhos.

Citando Neil Gaiman, creio que "sonhos são esquisitos, idiotas e me apavoram"; detalhes escondidos sobre o futuro, presente, passado e nós mesmo podem ser revelados em sonhos; e as almas das pessoas vez ou outra se cruzam nos sonhos. Quando a gente dorme a gente sabe, quando acorda esquece! Levando isso em conta, acontecimentos como meu encontro com o Rafael soam como se um sonho tivesse cruzado com a realidade. E isso justifica toda a correria, o quase não ter dado tempo, minha pessoa está usando o melhor "look mundo cão", a mordida e os apertos que ele levou de mim, e a foto na qual sorrimos bobamente ter saído embaçada e desfocada.


Ah, o Rafael me deu um livro daqueles que parecem ter sido sonhados e não escritos:


Rafa, que estranho texto o Destino escreveu para nosso encontro ein?!?!
Você é muitoooooo mais chato pessoalmente.
Certamente é por isso que eu te amo, seu pentelho!!!
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Esse post faz parte do desafio "12 Lugares" proposto pelo blog "Aceita um leite?"

sexta-feira, 2 de maio de 2014

O Épico Jogos Vorazes [Desafio Calendário Literário]

Vai ser fácil para quem me segue no twitter lembrar o quando me preocupei com a escolha do livro épico para ler em Abril. Para mim não estava claro quais livros se encaixam nesse perfil, nunca tinha refletido sobre o conceito de épico antes. Então, como é de minha natureza, para encontra o conceito travei de mim para comigo uma guerra até chegar a uma decisão razoável sobre o que eu chamaria de épico.

Para começo de história, na minha opinião, para ser épico não basta ao livro abordar um daqueles recortes do passado de um personagem ou civilização sobre o qual existem muitas lendas e poucos documentos; ter magia ou personagens como dragões, anões e elfos; se passar em uma terra localizada em algum outro ponto duvidoso do multiverso; ou ter personagens com nomes impronunciáveis à língua nua.

Cheguei a conclusão que épico é um livro cujo texto, independente do recorte temporal abordado, é capaz de exigir certo comprometimento afetivo. Deve ser escrito por um autor capaz de olhar para a realidade [no passado ou no presente] e explorar seus pontos incômodos com competência e arte, questionando os limites do ser humano. Precisa ter drama, dor, vitórias, derrotas e sangue, pois"ninguém quer saber o gosto do sangue, mas o vermelho ainda é a cor que incita a fome". Por fim, o épico tem que deixar o leito com uma bela ressaca literária.

Me julguem, mas o livro épico de abril foi "Jogos Vorazes" da Suzanne Collins.

Sim, o livro é classificado até mesmo em sua ficha catalográfica como "Literatura Infanto-juvenil" de cinco formas diferente. Mas, eu discordo totalmente dessa classificação.
"1. Sobreviventes - Literatura Infanto-juvenil
2. Programa de Televisão - Literatura Infanto-juvenil
3. Relações Humanas - Literatura Infanto-juvenil
4. Ficção Cientifica - [caso alguém ainda não tenha entendido] Literatura Infanto-juvenil
5. Ficção [alguém advinha o que vem depois] Infanto-juvenil americana."
Certamente a Suzanne Collins construiu um texto com linguagem simples e definitivamente seus personagens são adolescentes, porém a forma como ela aborda questões de sobrevivência, as relações humanas e a influencia da mídia na sociedade do espetáculo em uma trama de ficção cientifica eleva o texto dela a qualquer coisa que exige comprometimento, atenção, envolvimento afetivo e deixa uma ressaca literária de matar em qualquer inocente. O livro é épico da introdução a conclusão!


"Jogos Vorazes" é uma trilogia cuja ação se passa em qualquer lugar do nosso futuro, após alguns desastres naturais e guerra o mundo está divido em 12 distritos e é governado pela Capital de forma ditatorial. Os "jogos vorazes" é um acontecimento anual, um jogo no qual cada um dos 12 distritos oferece um casal de adolescente para competi dentro de uma arena até que só reste um vivo.

Nesse contexto emerge a figura de Katniss Everdeen que vai disputar a 74ª Edição dos Jogos Vorazes de uma forma jamais vista. Katniss é uma caçadora, uma sobrevivente, a morte prematura do seu pai deixou sua mãe arrasada e paralisada, para proteger e garantir a sua sobrevivência e a de sua irmã Primm ela teve pular da adolescência para a faze adulta em tempo recorde. É uma personagem tão real que da medo, conheço várias meninas como ela, me apeguei a ela, torço por ela... Ela coloca no bolso qualquer rei ou rainha de tempos remotos, cavaleiros de távolas redondas ou quadradas, elfos, duendes ou até mesmo hobbits.


Esse post faz parte do Desafio Calendário Literário proposto pelo blog "Aceita um leite?".


terça-feira, 29 de abril de 2014

BookCrossing Blogueiro 2014


Entre os dias 16 e 23 de abril ocorreu blogosfera a fora o "Boocrossing Blogueiro", inspirado no "Bookcrossing", esse evento, tutelado Luma do Luz de Luma, consiste em libertar um livro de nossa estante para que outra pessoa possa vim a ler o danado.

O Luciano descreveu bem no .Livro como podemos libertar esse livro:
"Livro escolhido, podemos “esquecê-lo”em algum lugar onde ele será encontrado, locais públicos de fácil acesso e com um bom tráfego de pessoas são uma boa escolha, mas atentem também para que o livro não fique por ali exposto a sol e chuva. Pensem em locais como recepções, portarias, praças, cafés, rodoviárias, transporte público, ou, ainda, bibliotecas ou uma outras pessoas que você imagine que gostará da surpresa. O importante é que faça o livro circular."
Eu geralmente participo do evento e postar sobre o evento faz parte da aventura, mas confesso que nos últimos dias eu perdi minha vida para uma sucessão de obrigações profissionais e não consegui motivação suficiente para sentar e escrever. Mas, eis que hoje quando cheguei em casa fui recepcionada pelo BookCrossing.

É que a Calu do blog "Fractais da Calu", também participante do evento, me enviou um livro com direito a um bilhetinho e tudo. Foi uma delícia ser recebida em casa por um livro. Me senti abraçada e animada para escrever. Obrigada Calu!


Além da Calu, a Aleskita do "A Menina das Ideias" também se arriscou a utilizar o serviço dos correios para desapegar de um livro colocando ele em minhas pouco delicadas mãos. Obrigada Aleskita!


Quanto a mim, desapeguei da minha edição de "Fale!" - Laurie Halse Anderson. Eu dei ele ao professor de "Português" da escola na qual ensino para que ele sorteasse entre os alunxs interessadxs. Graças ao Luciano eu li e resenhei esse livro. "Fale!" deveria ser figurinha fácil nas bibliotecas de escolares.


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Só para constar, a lista de todos os participantes está lá no "Luz de Luma"

Só para constar [2], atualmente eu estou postando também lá no "Blog da Elaine Gaspareto", hoje saiu um texto meu por lá "Sobre os romances hots de ontem e de hoje". Planejo falar mais pausadamente sobre essa experiencia de escrever na Elaine em um futuro próximo, mas por hora deixo só o convite.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Como assim "Dicas de Literatura Infantil Para Crianças Negras"?

Nem sempre pensei como penso hoje... Nem sempre tive essa clareza politica-filosofica, mas hoje sinto um arrepio na espinha quando leio algo como "Dicas de Literatura Infantil para Crianças Negras".

Opaaaa... Agora existem livros específicos ideais para crianças negras, livros ideais para crianças brancas e livros para crianças japonesas... e por ai vai?!?! Isso não me soa bem... não me soa bem mesmooo. E olha que desse assunto eu, modéstia a parte, posso falar!

Tenho anos de pesquisa em "História e Cultura Afro-brasileira" e "Literatura Afro-brasileira" e por ai vai... Tenho anos de bagagem como educadora infantil em uma creche na periferia de Recife... Sou membro de uma família pra lá de mestiça... Meu pai é negro, também sou negra, com pouca tinta é verdade, mas sou! Tenho em minha estante uma coleção de livros infantis e dentro dessa coleção outra coleção de livros nos quais os personagens são negros e negras, histórias sobre a África ou se passam na África. Falo sabendo do que falo.


É preciso FRISAR, DESTACAR, ENDOSSAR:

Todos os livros são ideais para crianças negras, mesmo aqueles nos quais não há crianças negras!

 Todos os livros são ideais para crianças brancas mesmo os que não tem crianças brancas!

Eu compreendo a sede de material no qual crianças negras, homens negros, mulheres negras apareçam e sejam protagonistas das histórias que todos temos. Não ignoro a realidade dura e cruel do racismo. Não ignoro a necessidade FUNDAMENTAL de mais livros livros com príncipes, mocinhos, deuses, gênios, princesas, vilãs, elfas, ninfas negros e negras. Sei disso, estudo isso, trabalho e trabalharei com fé em Deus contra o eurocentrismo, o racismo todos os dias da minha vida.

Mas eu chego a tremer [isso não é metáfora estou tremendo de raiva] e ter coisas quando vejo pessoas querendo limitar o universo cultural das minhas crianças... Nem sempre eu entendi isso, mas é preciso compreender: para construir um mundo humanamente equilibrado não podemos criar guetos e sim desfazer guetos já construídos.

A dica para de Literatura Infantil Para Crianças Negras é

TODA LITERATURA JÁ ESCRITA NESSE MUNDO.
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P.S.: Esse post revoltadinho, tipo desabafo, não era para ser escrito, estamos em dias de coisas boas como o 8º Bookcrossing Blogueiro, mas ou eu escrevia isso ou morria!

domingo, 13 de abril de 2014

Mais Macho...


Hoje acordei ouvindo Luiz Gonzaga. Já passava das nove da manhã e meu irmão decidiu escutar algumas músicas do velho mestre. A música responsável por me fazer atravessar a barreira entre o sono e o despertar chama-se "Paraíba masculina" e mal abri os olhos, minha mãe sorriu para mim e entre o riso jogou um "Olha Rita!". Voinha Rita era paraibana, minha mãe me acha parecida com ela psicologicamente e emocionalmente e semana passada eu fui, após uma reunião tensa, honrada com o titulo de "Mais Macho...". Então já acordei sorrindo para a nova semana.

Não me escapa que atribuir a uma mulher capaz de enfrenta uma situação desafiadora com burrice mal-calculada coragem o titulo de "macho" e a um homem covarde o titulo de "mulherzinha" evidencia o imenso machismo da cultura pernambucana. Mas, é reconfortante ser associada a Dona Rita, ela era autentica e corajosa. Autenticidade e coragem são coisas das quais ando precisando. Não tenho um sertão para atravessar carregando meus sete filhos, mas tenho desafios a enfrentar e eles me dão medo.

Aliás, meus últimos tempos tem sido demasiado marcados pelo medo. Tenho repensado constantemente minha escolha profissional pela docência e até que ponto essa foi uma escolha acertada. Não tenho me sentido uma boa professora! Tem sido difícil enfrentar dia após dia algumas turmas! Eu sinto como se estivesse me afogando e não há quem me ajude a respirar! Acho que vou sumir ou desaparecer! Fazia tempo que eu não ouvia tanto Duvet...

Investi tanto de mim, minha força, tempo, sono, atenção e cuidado nessa profissão que tenho dificuldades em acredita que escolhi errado. E se escolhi errado, preciso de uma nova escolha... Mas qual? Eu não tenho medo do escuro, mas me pego pedindo "por favor deixem as porcarias da luzes acesas". Queria muito ter certeza de que tudo não foi simplesmente "Tempo Perdido".

Talvez por tudo isso, mesmo não ignorando o machismo, ser adjetivada como "mais macho...", me fez feliz. Me fez crer, por alguns instantes, que talvez eu não esteja tão fragilizada quanto penso. Ainda tenho folego para "ser" qualquer coisa de resiliente e decidida.

Ah, falando de decisões, é preciso lembrar de não esquecer algo fundamental: dia 16 começa mais uma edição do Bookcrossing Blogueiro. Novamente um grupo de pessoas estará espalhando literatura por alguma esquina, curva, banco de praça, ônibus ou derivados. Se passou aqui, leu esse desabafo, mas não conhece a ideia, clica na imagem e confere como funciona. Você corre o risco de gostar!