Hoje acordei ouvindo Luiz Gonzaga. Já passava das nove da manhã e meu irmão decidiu escutar algumas músicas do velho mestre. A música responsável por me fazer atravessar a barreira entre o sono e o despertar chama-se "Paraíba masculina" e mal abri os olhos, minha mãe sorriu para mim e entre o riso jogou um "Olha Rita!". Voinha Rita era paraibana, minha mãe me acha parecida com ela psicologicamente e emocionalmente e semana passada eu fui, após uma reunião tensa, honrada com o titulo de "Mais Macho...". Então já acordei sorrindo para a nova semana.
Não me escapa que atribuir a uma mulher capaz de enfrenta uma situação desafiadora com burrice mal-calculada coragem o titulo de "macho" e a um homem covarde o titulo de "mulherzinha" evidencia o imenso machismo da cultura pernambucana. Mas, é reconfortante ser associada a Dona Rita, ela era autentica e corajosa. Autenticidade e coragem são coisas das quais ando precisando. Não tenho um sertão para atravessar carregando meus sete filhos, mas tenho desafios a enfrentar e eles me dão medo.
Aliás, meus últimos tempos tem sido demasiado marcados pelo medo. Tenho repensado constantemente minha escolha profissional pela docência e até que ponto essa foi uma escolha acertada. Não tenho me sentido uma boa professora! Tem sido difícil enfrentar dia após dia algumas turmas! Eu sinto como se estivesse me afogando e não há quem me ajude a respirar! Acho que vou sumir ou desaparecer! Fazia tempo que eu não ouvia tanto Duvet...
Investi tanto de mim, minha força, tempo, sono, atenção e cuidado nessa profissão que tenho dificuldades em acredita que escolhi errado. E se escolhi errado, preciso de uma nova escolha... Mas qual? Eu não tenho medo do escuro, mas me pego pedindo "por favor deixem as porcarias da luzes acesas". Queria muito ter certeza de que tudo não foi simplesmente "Tempo Perdido".
Talvez por tudo isso, mesmo não ignorando o machismo, ser adjetivada como "mais macho...", me fez feliz. Me fez crer, por alguns instantes, que talvez eu não esteja tão fragilizada quanto penso. Ainda tenho folego para "ser" qualquer coisa de resiliente e decidida.
Ah, falando de decisões, é preciso lembrar de não esquecer algo fundamental: dia 16 começa mais uma edição do Bookcrossing Blogueiro. Novamente um grupo de pessoas estará espalhando literatura por alguma esquina, curva, banco de praça, ônibus ou derivados. Se passou aqui, leu esse desabafo, mas não conhece a ideia, clica na imagem e confere como funciona. Você corre o risco de gostar!
rss sabe que essa semana eu vi um vídeo de uma turma de mulheres da paraíba batendo num assaltante cujo fundo era essa música? Não gostei muito do que fizeram com o cara, porque linchamento é algo pesado, mas eu bem que gostaria de ser forte assim ás vezes.
ResponderExcluiràs vezes algo que sonhamos muito não se torna satisfatório depois de um tempo. precisa ponderar, mas acho q não deve se sufocar de culpa se quiser mudar os rumos. e acho q nunca é tempo perdido. tudo o q aprendemos se soma. beijos, pedrita
ResponderExcluirTudo deve ser resolvido com educação...
ResponderExcluirBeijo Lisette.
Se tem uma coisa que eu me pego repensando é minha escolha profissional, mas no meu caso eu tenho a vantagem de sempre ter sabido que a docência não era para mim, então nunca nem me arrisquei. Acho normal se questionar e concordo, nesse aspecto,de alguém que não tem medo de enfrentar o que vem pela frente, o "mais macho" não chega a ser uma ofensa.
ResponderExcluirA semana é curtinha, então vamos entrar nela com ânimo renovado ;) hoje não é segunda, já é quarta!
Dois abraços e dias mais tranquilos ;)
Eu acho que as dúvidas fazem parte da essência do ser humano, e mais ainda das geminianas ansiosas como nós. Nós PRECISAMOS ter as respostas, e acho que a maior parte do nosso medo vem de não poder adiantar o tempo como um DVD, e pular logo para o desfecho. Acredite, você acaba de descrever a mim mesma.
ResponderExcluirDúvidas são naturais, por isso, tente encará-las assim mesmo, com naturalidade. E se você concluir que precisa mudar, ÓTIMO! Mude, você só continuará sendo você mesma, muito provavelmente, nós terminaremos nossa vida com cinco profissões diferentes na bagagem, e isso não tem nada de errado.
A gente se preocupa tanto com o futuro (tem que se preocupar, sim, mas nem tanto), que esquece de viver o presente. Quando vê, já passou. Sei que isso é clichê, mas esse é um dos motivos de eu criar tantos desafios para mim mesma: poder olhar para trás e ter um lembrete documentado do quanto eu fiz.
O medo é legal, desde que ele venha de uma situação em que podemos controlar. Se foge ao nosso controle, nem vale a pena senti-lo. Espero ter ajudado =D
Oi, Pandora!
ResponderExcluirTome cuidado para não ficar depressiva, pois quando isso acontece, temos a impressão que fazemos tudo errado. Se fortaleça emocionalmente! Ouvir músicas tristes piora, ainda mais Legião Urbana... pelamordedeus!! Sua mãe tem que colocar mais Gonzagão para você acordar! Se eu fosse você, sairia para dançar! :D
Obrigada por divulgar o BookCrossing Blogueiro!!
Beijus,
Amei o post (Que novidade, sempre amo o que vc escreve)
ResponderExcluirQuestionar nossas escolhas é algo quase constante na vida eu acho, eu penso que não devemos desistir logo delas, mas se depois de tentarmos com todas as nossas forças chegamos a conclusão de que devemos tomar um novo caminho não acho que seja fraqueza, eu repito isso quase como um mantra na minha vida "Tentar e desistir não é pecado, pecado é desistir antes de tentar".
Não é a sua escolha que foi feita de forma errada. Errada é a estrutura que colocaram à sua disposição. E olha que eu não conheço a escola onde você trabalha mas se ela reflete o nível da educação brasileira você não tem espaço para criar, material para ofertar, ferramentas e estrutura para desenvolver um projeto pedagógico.
ResponderExcluirHá e sobre o Bookcrossing Blogueiro acho que vou participar esse ano...
ResponderExcluirUi texto difícil de comentar Pandinha, pq decisões, escolhas devem ser feitas por nós mesmos, mas geminianas são difíceis de fazerem escolhas.....
ResponderExcluirQuantoà mulher macho, prefiro bem mais elas! detesto mulheres super frágeis e frescas, embora às vezes todas nós podemos ser assim! rsrsrs
Bjs, Mi
Oi Jaci,
ResponderExcluirvim correndo pra lhe perguntar se vc recebeu o livro que te enviei por ocasião do bookcrossing.Te mandei um email na data , mas não sei se "foi".Tomara que o livro liberto já esteja em tuas mãos.
Volto depois com calma.
Bjkas,
Calu
Oi Jaci,
ResponderExcluirvoltei com calma e te digo que esses medos rondam de quando em vez nossas certezas.Imagino quantas barreiras vc deve estar enfrentando na profissão e espero sinceramente que a claridade abrace tuas escolhas te dirigindo para um bem maior.
Uma feliz e abençoada Páscoa pra ti.
Bjos,
Calu