terça-feira, 13 de agosto de 2013

Um encontro com um amigo querido!

Interrompendo a programação oficial desse blog para Agosto - programação essa que talvez se estenda por Setembro - preciso dizer que encontrar amigos queridos são daqueles pequenos prazeres que fazem a vida valer a pena e podem resgatar a bem aventurança de um dia difícil.

Por exemplo, sexta-feira foi um dia tenso na minha vida de educadora infantil, cheio de pequenos inconvenientes inconfessáveis em qualquer rede social... Afinal, como já disse uma vez a querida Marise do Filial de Marte, hoje a internet é vitrine e não um buraco negro nos qual podemos gritar a vontade. Posso dizer apenas que sai depois do meu horário deixando para trás uma gestora muito irritada.

Aparte o terror do dia, a tarde de sexta foi premiada pelo encontro há muito agendado e eternamente adiado com o Alexandre. Marcamos na frente do Passo Alfandega para posteriormente dar uma olhadinha em dupla na Cultura.


Uma peculiaridade do Passo Alfandega é que a Prefeitura da Cidade do Recife há alguns anos decidiu colocar na frente dele a estatua de Ascenso Ferreira, um poeta recifense muito querido por mim desde os tempos de adolescente.


Ele é autor de um dos poemas mais geniais que conheço, sei decorado, mas nunca consigo praticar:
Hora de comer, - comer!
Hora de dormir, - dormir!
Hora de vadiar, - vadiar!
Hora de trabalhar - Pernas pro ar que ninguem é de ferro!
(Ascenso Ferreira)
Como cheguei antes do Alexandre fiquei ali sentada ao lado do querido Ascenso, fitando o curso do Rio Capibaribe e pensando:
"Que a vida passa...
(...) Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses."
(Fernando Pessoa)
Acabei tirando fotos do Rio Capibaribe com esse meu jeito improprio para tirar fotos e essa minha câmera barata que eu adoro!


"Ó macio Capibaribe ancestral e mudo, pequena verdade onde o céu se reflete!" Não tem jeito, normalmente eu lembro muito de Fernando Pessoa quando paro na frente do Capibaribe e na maré alta de agosto e com esse vento todo então nem se fala. Ah, também lembro do Salmo 46:
"Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo."
(Salmo 46:4)
Um rio realmente alegra o coração de uma cidade e mesmo o Capibaribe não sendo divino ninguém poderá dizer que ele não é limpo... A julgar pela quantidade de rins pelas quais essas águas já passaram, passam e ainda passarão devem ser limpíssimas!

Enfim, parando de devanear, depois que o Alexandre chegou e interrompeu meus devaneios fomos para a Cultura que nem merece essa propaganda gratuita, mas... é um espaço tão bom quanto qualquer loja de fast food.


Conversamos em uma tentativa frustrada de colocar a conversa em dia e trocamos presentes.


Ele me presenteou com uma edição de Crepúsculo e ganhou uma edição de Bordados. Ironicamente, embora os textos sejam tão diferentes no estilo, na forma e no conteúdo, ambos são textos escritos por mulheres que falam de forma direta ou não de experiencias delas, são histórias incrivelmente femininas. Pensar nisso me lembra uma fala de Angela Carter a respeito das muitas mulheres que contam histórias e são personagens de história:
"Por mais que no fundo sejamos irmãs, isso não significa que temos muito em comum.". (Angela Carter_103 Contos de Fadas_p. 18)
Ah, o Alexandre fez uma dedicatória afetuosa para mim:


Nós tentamos tirar uma bonita foto juntos:


E no final, antes de pegar o ônibus e voltar para casa, ainda tirei mais uma foto do Capibaribe em um inicio de noite de sexta-feira.


domingo, 11 de agosto de 2013

O desafeto a literatura nos tempos do Império - Parte 1


Parece mentira, mas me ensinaram durante os sete longos ano de curso de História e pós-graduação que nem sempre existiu o país Brasil, na verdade o nosso país é uma invenção até recente, no frigir dos ovos não temos mais que 200. Essa enormidade geográfica localizada no sul da América na qual as pessoas falam o estranho idioma chamado português começou a ser inventado no inicio do século XIX, mais especificamente em 1822.

Bem, há quem não acredite nisso, vocês meus queridos companheiros de virtualidade podem não acreditar, mas um contemporâneo da "Independência do Brasil", o fracês August de Saint-Hilaire disse com todas as letras do querido alfabeto: "Havia um país chamado Brasil, mas absolutamente não havia brasileiros". Foi ao longo dos oitocentos que vários dos pilares de nossa vida social e identidade foram construídos, tudo isso foi registrado de diversas formas e entre elas está a literatura.

Uma das coisas que eu tento por todas as vias possíveis e imaginárias é compreender porque os leitores brasileiros tem tanta resistência aos textos literários produzidos nesse período. É mais que mero desinteresse é quase uma desafeição generalizada a autores como José de Alencar e Machado de Assis.


Eu tento compreender o motivo dessa desafeição generalizada, muitos justificam que isso se deve a um primeiro encontro traumático nas aulas de português do Ensino Médio no qual a "Literatura Brasileira" é conteúdo obrigatório e os autores canônicos como o tal do Machado e o tal do Zé de Alencar são OBRIGATÓRIOS. Bem, putz, esses autores estão no currículo porque são tão importantes que as pessoas que elaboraram os Parâmetros Curriculares Nacionais (um grupo composto por alunos, professores e acadêmicos) considerou que é DIREITO de todo e qualquer brasileiro conhecer esses autores.


Não é maldade, não é questão de obrigatoriedade é questão de direito!!! Que uma adolescente confunda direito com obrigatoriedade e implique vá lá... Mas os adultos arrastam essa implicância pela vida como um tipo de amuleto de sorte e esquecem que melhor que conhecer o outro é conhecer a si mesmo. Aliás, é possível conhecer melhor o outro quando conheço bem a mim e tudo aquilo através do qual eu me tornei quem sou.

Bem, eu não sei se estou certa quando penso as coisas expostas nos dois últimos parágrafos... De fato, como acontece com inúmerxs jovens brasileiros a mim, como aluna de escola pública localizada em uma comunidade popular favela, foi negado o CONSTITUCIONAL DIREITO de ter aulas regulares de literatura brasileira durante os meus anos de ensino médio e o resultado disso foi ter conhecido José de Alencar e Machado de Assis por acidente nas estantes da biblioteca escolar.

Primeiro veio os romances de Alencar, confesso que os romances indianistas jamais me atraíram, mas os romances urbanos.... Aaaah... Quanto perde quem não dã uma chance a eles!!! A cidade do Rio de Janeiro se erguia diante de mim como que por mágica, as moças bem vestidas, os moços com seus ternos, as carruagens, os bailes, as sensibilidades... Tudo tão bem descrito, tudo sob aquela áurea tão particular.

Era maravilhoso contemplar o passado pelo olhos de José de Alencar. Confesso, hoje a criticidade misturada ao ceticismo me faz fazer inferências menos generosas a respeito da obra dele que a adolescente que eu fui. Mas hoje consigo compreender que os romances ditos "indianistas" representam o esforço de José de Alencar de descrever ou inventar o melhor passado possível para o recém criado Império do Brasil e os romances urbanos o esforço dele de documentar o presente desse Império da melhor maneira possível.


Sei que o texto já deve ter cansado a beleza de muita gente até chegar a esse ponto, mas se você leu quando adolescente os textos de Alencar, ou não leu por implicância com a chata da sua professora ou professor de literatura... Bem, agora talvez seja a hora de praticar o perdão, se ela ou ele fez parecer que era obrigação sua, foi um erro de linguagem, na verdade a ideia é que era um direito seu conhecer um pouco de como o seu país começou a ser construído, de como pensavam aquelas pessoas que inventaram o Brasil, o brasileiro e derivativos.

Ai bem, depois do romantismo de José de Alencar, por uma sorte inexplicável da vida encontrei Machado de Assis... E ai toda a beleza lirica da sociedade Imperial foi posta em xeque...

Desconfio que devaneie demais nesse post e decidi deixar essa parte na qual falo mais sobre Machado para o próximo bloco, ou melhor post...

Ah, mexendo e remexendo no face criei uma página para esse blog deixo aqui o link, ainda não sei bem para quer vai servir, mas quem quiser curti, fica a dica, ou melhor o LINK

sábado, 3 de agosto de 2013

Ler literatura brasileira.


Quando era adolescente eu frequentei durante um tempo uma Sala de Leitura na qual os livros não eram divididos por ordem alfabética e sim pela nacionalidade do autor e eu achava essa divisão o máximo, pois eu podia escolher em qual país me embricaria de acordo com meu humor e curiosidade e através desse exercício fui aprendendo pela experiencia que cada povo tem sua particularidade e partir de então podia decidir com quem eu queria dialogar.

Por motivos difíceis de explicar, lembro que quando acordava mais melancólica me embricava na estante dos livros franceses, quanto estava mais pratica corria para a literatura inglesa, quando queria algo mais século XX corria para os americanos e a curiosidade pela diferente me empurrou vez ou outra para lugares exóticos como a República Tcheca, a China, a Índia, um breve passeio pela Russia e etc... Mas, quando eu queria me encontrar na narrativa, quando eu queria buscar alto-conhecimento ou redescobrir minha própria história eu sempre procurei a literatura brasileira.

José de Alencar foi um dos melhores professores de história do Brasil que já tive, hoje vez ou outra discuto comigo mesma a história que ele contou e sua narrativa, mas parando e pensando ele foi meu primeiro professor de História do Brasil Império e Machado de Assis sem duvida foi o melhor, aliás, continua sendo. Lima Barreto me ensinou sobre os dias da República Velha, Raquel de Queiroz sobre a vida vivida no Sertão, Graciliano Ramos sobre o lado negro do Estado Novo de Getúlio Vargas... e a lista é grande... imensa...

Talvez pela largueza da lista misturada a uma estranha saudade de falar de literatura por aqui, resolvi que para esse mês de agosto meu plano secreto é contar aqui sobre alguns livros escritos por autores brasileiros que andei lendo. Alguns são clássicos, alguns foram escritos por autores independentes bem jovens ou nem tanto...E pretendo fazer sorteios afinal exercitar o desapego é sempre necessário!!!

Ah, e vocês companheiros e companheiras de virtualidade o que pensam e sentem a respeito da literatura brasileira? Sei que muitos foram apresentados a ela nas salas de aula, coisa que lamentavelmente, ou não, não aconteceu comigo! Se estiverem com vontade compartilhem suas experiencias, ouvir sempre é bom!



quarta-feira, 31 de julho de 2013

"Veneno" - Participação na Blogagem Coletiva "Continue a estória..."

Amanda ficou olhando para a tela de seu PC sem entender o porquê alguém escrevera aquilo, com que intuito? Queria poder entender o que faz uma pessoa ser tão amarga e cruel cometer tamanha violência em escrever palavras tão duras e sem coerência. Será que era uma pessoa conhecida ou meramente passara por ali e resolvera descarregar todo seu ódio e dor em uma única pessoa que teve a infelicidade de estar em seu caminho virtual. Pensou ser uma figura feminina pela maneira de escrever talvez estivesse enganada. Ela e seu único amigo que fizera no curso de psicologia ficavam analisando as pessoas em segredo, não profissionalmente e sim por pura diversão. A muito queria deixar o curso por não se adaptar, não era o que sonhara para sua vida, porem o que queria realmente não importava. Ter um diploma em mãos seria o maior orgulho para seus tutores. Voltou a se fixar na tela, sempre se distraia quando lembrava no quanto estava infeliz, será que a intenção daquela pessoa cruel era acabar ainda mais com seus dias?

Resolveu deletar as mensagens. Não adiantaria ficar ali remoendo ninharias, absolvendo intriga, absolvendo infâmia como bucha a absolver água suja. E em um clique, deletou aquelas palavras ofensivas em mais três fechou as abas abertas, desconectou da rede e desligou o computador. Muita coisa esperava por ela naquele dia, o tempo urgia, a vida chamava do lado de fora de sua casa com mil problemas clamando por solução nenhum deles ia ser resolvido com a angústia gerada por aquele veneno destilado.

Veneno... Enquanto fazia o caminho do seu quarto a porta de saída de sua casa experimentou a sonoridade dessa palavra: Veneno... As vezes a rotina dos seus dias parecia um veneno para a sua alma, se submeter ao desejo alheio por vezes envenenava os seus dias, o seu tempo, os pensamentos e desejos... Ela tinha boa vontade, se dedicava, compreendia a natureza da cobrança que sofria, mas ainda assim tudo parecia um veneno... Definitivamente sua rotina já estava suficientemente envenenada por suas necessidades imperiosas para que ela dedicasse qualquer grama de pensamento para palavras ditas por sabe-se lá quem.

Embriagada por tais pensamentos Amanda fechou a porta de casa, colocou sua mochila nas costas, seguiu para o ponto de ônibus rumo a mais um dia de aula. Cada dia era menos um dia e enquanto o veneno não matava lhe fortalecia... Da mesma forma que aquelas palavras também lhe fortaleceram de alguma forma maluca. Breve, muito em breve, seu diploma estaria em suas mão, seus tutores estariam satisfeitos e ela ainda teria a vida inteira pela frente e em seu peito pulsava a certeza de que seria uma vida muito bem vivida.

O ônibus chegou, ela fez sinal, ele parou, ela subiu, logo ao entrar, no primeiro olhar lançado ao interior do veiculo ela vislumbrou seu melhor amigo, seu único amigo, seu irmão de alma, sorrindo seu melhor sorriso, lhe olhando com o olhar mais cúmplice do mundo... Nem tudo em sua vida era veneno e no balanço do ônibus misturado ao responder a voz familiar de seu amigo pode enfim esboçar o primeiro sorriso do dia que certamente não seria o ultimo...
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Esse texto é a minha participação na Blogagem Coletiva "Continue a estória..." da Verinha do Blog "Eternamente VV".

A proposta dessa blogagem consistia em continuar o texto a partir da palavra "... Resolveu..." achei interessante e tentei fazer esse exercício de escrita. Sempre tive vontade de escrever em parceria com alguém, essa blogagem me possibilitou isso. Espero que tenha ficado bonitinho!

Outras participações confira  AQUI

domingo, 28 de julho de 2013

A passagem dos dias...

Hoje quando liguei o computador me deparei com alguns versos do Mario Quintana

"... Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!..." 

Ainda não se passaram 50 anos do meu tempo, mas de repente me surpreendeu a velocidade com a qual o tempo passa e os dias se sucedem... Me lembrei também dos versos de Junqueira Freire:"Assim as horas do tempo/ correndo, correndo vão,/ assim passou inda há pouco/ o matutino clarão.". E tudo passa tão rápido que nossos mil planos acabam não sendo realizados e as mil postagens que desejávamos fazer também não foram feitas.

Queria ter falado algo sobre o dia 25 de julho que condensou em si três comemorações significativas para mim: Dia do autor nacional, dia da  "Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe" e também dia do motorista... Sim, aos 45 do segundo tempo do dia meu pai recebeu um sms da empresa para a qual presta serviço felicitando ele pelo dia. Mas o querer não virou realização, foi engolida pelo cansaço e pelo desanimo de escrever!


Outra coisa significativa que ocorreu foi a realização da 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência aqui em Recife no campus da Universidade Federal de Pernambuco. A prefeitura do Recife e o governo do estado de Pernambuco pagaram as inscrições dos professores e eu tive o prazer de ter participado do evento pela primeira vez e essa seria também uma ocasião que merecia um post ou posts.

A 65ª Reunião Anual da SBPC já começou movimentada com o governador e o prefeito sendo lindamente vaiados pelos docentes na abertura da reunião. Há quem ache o protesto valido, há quem ache o protesto mal educado e desnecessário, eu não estava no meio dele, mas o prefeito e o governador desejam agir na administração dos bens públicos de Pernambuco e Recife como os antigos senhores de engenho costumavam agir, isso choca a sensibilidade dos professores e bem estamos em um momento de dessacralização das autoridades públicas.


A parte a conveniência ou inconveniência dos protestos, participar da SBPC foi realmente incrível! Pesquisadores de todos os lugares possíveis e imagináveis do Brasil; diversas áreas do conhecimentos; vários sotaques misturados; vários centros de tecnologia juntos... Vários interesses, sonhos, objetivos, ideias e o melhor de tudo REALIZAÇÕES efetivas sendo expostas em um único lugar. Foi uma experiencia única e maravilhosa!

Conversei muito, vi muito durante essa semana, falei com o pessoal do Museu de Astronomia, Ciências e Afins do Rio de Janeiro, conheci mulheres que trabalham no Sertão de Goiás pesquisando e desenvolvendo possibilidades de renda para e com o povo de lá, conheci novas tecnologias que estão sendo desenvolvidas, descobri velhas tecnologias que fazem a diferença na vida das pessoas quando postas em prática; discuti gênero com um representante da Marinha Brasileira, conversei sobre a distribuição da internet pelo Brasil, papiei com um grupo de Brasilia que desenvolve didática para ensinar inglês a deficientes visuais. Em suma, passei a semana inteira indo a exposição da SBPC, com exceção da quinta-feira, e não consegui ver tudo.

Ah, além de falar e falar, ouvir e ouvir acumulei uma série de material impresso, livros, gibis informativos e derivativos que as instituições produziram para distribuir entre os professores! Pena que estou sem câmera digital para registrar essas coisas e gravar na paredes desse blog.

Enfim, os dias se passaram muito rápido... e o recesso escolar acabou... amanhã volta tudo ao normal. Creche pela manhã, escola a tarde, vida que segue rápida demais, uma coisa sucedendo a outra vertiginosamente. Eu só me recordo do meu Salmo preferido:

"Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite."
(Salmos 19:2)

domingo, 21 de julho de 2013

Estranho diálogo!

Pois é... 
"Aviso aos navegantes: Quando começo um post com "Pois é" podem ficar cientes que lá vem leseira brava. Então sintam-se avisados."
Pois é, geralmente quem tem o habito de publicar no blog pequenos diálogos curiosos e reveladores com amigas é a Vaneza com Z, mas aconteceu um dialogo comigo que merece um registro para começar a semana rindo.


Tirem suas conclusões companheiros e companheiras de virtualidade e me ajudem a entender o que essa pequena tiradorazinha de onda quis dizer, porque eu até agora eu não consegui decifrar esse enigma kkkkkk...

Boa Semana a todos e todas....

sábado, 20 de julho de 2013

Cineclube Moscouzinho, quando fui convidada para um cine debate em Jaboatão e a Pandora saiu da virtualidade.

Jaboatão é uma cidade próxima a Recife, lá funciona toda sexta na Casa da Cultura - com raras exceções o "Cineclube Moscouzinho" que sem exceção alguma tem feito emergir várias discussões interessantes através de filmes e documentários. Estou falando dessa experiencia pedagógica porque essa semana a Tairine, uma das organizadoras do projeto, me convidou para participar como debatedora.

Confesso que senti um certo temor porque não sou bem uma especialista em cinema e derivativos, mas o tema foi demasiado tentador. Em parceria com a Rede Ecumênica da Juventude, o cineclube esteve dando continuidade a uma mostra cinema sobre direitos e cidadania e o tema foi a "Maioridade Penal".

Tema complexo, espinhoso, cheio de nuances responsável dividi opiniões... Como professora me senti demasiado tentada a participar e fui com fé e com gosto.

Assistimos o documentário "Juízo" de Maria Augusta Ramos, Diler Trindade e Telmo Maia, produzido em 2007. Nele se conta como procede a justiça com os "de menor" començado pelo julgamento, passando pela forma como a punição prevista no julgamento é executada até chegar ao após tudo das crianças. Como já disse, não sou cinéfila, então todo o trabalho foi uma grata surpresa. Juízo é uma coisa primorosa. Muito bem feita, deve ter demandado uma grande pesquisa, produção e derivativos. O documentário está disponível no You Tube, eu indico e deixo o link.

A parte isso tudo, assim que terminei de passar pela experiencia de participar do Cineclube fiquei super ansiosa para postar aqui porque além de ter sido uma experiencia enriquecedora aconteceu uma coisa curiosa... A Tairine, pessoa querida que me fez o convite, me conhece pessoalmente, nos encontramos nos corredores da UFPE quando eu ministrava aulas de história em um pré-vestibular em funcionamento lá, mas nossa comunicação ocorreu através do facebook graças a esse artificio ela esqueceu lindamente meu nome e no cartaz anunciando o evento o nome que constava era o Pandora e não o meu nome. A confusão de nomes foi inusitado porque geralmente para compromissos assim sou chamada pelo nome de batismo mesmo.

Todos concentrados assistindo.
Lá eu esclareci o ocorrido, mas as pessoas, mesmo assim, me chamavam de Pandora e a todo momento eu lembrava da Irena que na descrição da minha assinatura na Saleta de Leitura diz que eu sou conhecida como Pandora no mundo virtual.... Uau, agora sou também no mundo real! Que diferente! Que surreal! Gosto do meu nome, mas também gosto da Pandora, me apeguei a essa alcunha, claro que adoro quando me chamam pelo nome, mas...

Enfim, sem mas... para concluir deixo aqui algumas imagens dessa experiencia feliz. Debater é ótimo! Todos tem vez e voz no Cineclube, após o filme todos nos organizamos em circulo, os debatedores convidados comentam o filme depois todos os outros também podem se expressar de forma livre.

No melhor estilo professora!
Essa semana foi de exceção, o cine não ocorreu nem na sexta e nem na Casa da Cultura, mas eu amei tudo, fui muito bem recebida e apesar de Jaboatão não ficar a  uma distancia confortável me sinto inclinada a voltar sempre e sempre e a convidar quem mora em Recife e Região Metropolitana para está por lá sempre que possível.

Antes que eu me esqueça por lá também conheci um rapaz envolvido com o jornal independente "A Nova Democracia". Não posso dizer que conheço essa experiencia jornalistica, mas estou investigando. De toda forma é uma fonte alternativa de informação produzidas por pessoas politizadas, bem informadas e criticas. Também deixo o link do site do Jornal para quem se interessar LINK.

Foto que mais gostei!

E para encerrar uma imagem de todos os que compareceram em circulo, iguais em direitos e deveres exercendo nosso direito a cidadania debatendo um tema central para a sociedade.



Obrigada Tairine pelo convite, pela oportunidade e por tudo o mais!!!
Foi um momento maravilhoso!!!

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Uma questão de resiliência!




"Resiliência ou é um conceito oriundo da física, se refere à propriedade que alguns materiais possuem de acumular energia quando são submetidos a estresse sem se romperem. O elástico, o bambu e a vara de salto em altura são exemplos de materiais resilientes."

Em momentos de crise coisas estranhas costumam vim a memória. Quando a moça loira sentada no degrau pintado de cal da escadaria saiu de casa pela manhã, se alguém perguntasse a ela qual o nome de seu professor de física ela forçaria o fundo de suas memórias e não ia conseguir encontrar essa informação. Mas, naquele momento difícil, como um trovão inesperado que cruza o céu noturno de cima a baixo, lhe veio a memória a lembrança da voz grave do professor falando sobre resiliência, elástico, bambu e vara de salto em altura.

Se pegou calculando quanto tempo havia passado entre aquela aula e esse momento... Nove, dez, onze... quinze anos. Meu Deus! Como o tempo passou rápido! Parece que foi ontem que a bolsa que ela segurava era uma grande mochila azul repleta de livros didáticos, seu tênis um all star customizado com borboletas e o sonho de ser médica era apenas um sonho.

Naquela época ninguém lhe contou sobre a gravidade da sensação do fracasso após cada perda. Todos só lhe diziam o quanto era nobre ser médica e quantas vidas ela salvaria.

Ninguém lhe avisara também do quão pernóstico um diretor de hospital, um governador e presidente poderiam ser e no bojo das lembrança escolares lhe veio a mente a professora de português descrevendo o significado da palavra:

Pernóstico; adjetivo e substantivo masculino. Informal. Característica de algo ou de alguém que é afetado, pretensioso, presumido ou pedante. Informal. Algo ou alguém que é atrevido; que responde ou que resmunga. Brasil. Indivíduo utiliza termos incomuns, que geralmente não conhece, para aparentar certa cultura que não tem.

Sorriu sozinha em meio ao desamparo, mesmo com a distancia imposta pelo anos, ela podia ver o rosto rechonchudo da professora, ouvi-la falando daquele jeito explicadíssimo dos professores de português e sentir em seu olhar aquela ternura paciente mesmo nos piores momentos de sua turma pouco comprometida com os significados das palavras.

Não! De repente lhe ocorreu que não era paciência o que havia no olhar de sua querida professora. Era pura RESILIÊNCIA, com letras maiúsculas e coragem reforçada.

A professora, era o tipo de pessoa que podia até ser dobrada, mas nunca quebrada... Houvesse o que houvesse ela sempre voltava e tornava voltar a sala de aula... Dia após dia, ano após ano, até finalmente chegar o dia da formatura no qual ela entregava  o diploma, o abraço e os parabéns aos seus alunos.

Ainda em meio as emoções das memórias a moça loira sorriu de si para sim mesma, aprumou a postura, respirou fundo, levantou e seguiu em frente... Ela também era resiliente!
_________

Essa foi a minha participação na 2ª Edição do desafio de escrita "Momentos de Inspiração" proposto pela Irene Moreira, a querida M@myrene.

Atualmente minha palavra de ordem tem sido "Resiliência" e é isso que desejo a todo mundo. Isso não é blog de auto-ajuda, eu detesto segundas-feiras, como sei que a vida não é fácil desejo "Que possamos ser resilientes, que possamos envergar, esticar, dobrar, mas não quebrar! E se quebrar que encontremos uma boa cola no caminho e uma boa semana para tod@s nós!"




sábado, 13 de julho de 2013

Completando frases...

A Silvana Haddad do Meus Devaneios Escritos me indicou a trocentos anos a tag, que pode ser compreendida com sinônimo de meme, Complete as frases, eu topei e cá estou eu!


Primeiro as regras:

Completar todas as frases;
Repassar para 6 pessoas e avisá-las;
Ao completar as frases, você pode optar por manter as mesmas ou inventar outras.

Agora vamos as frases:

Sou Muito... chata, implicante, arengueira e gosto de ser assim.

Não suporto... falsidade, pimenta e suspense desnecessário.

Eu nunca... pensei que fosse tão difícil encontrar um amor possível antes dos 30, li Meg Cabot, saltei de paraquedas, nadei na parte funda da piscina, degustei comida tailandesa ou fui a qualquer lugar fora do Brasil.

Eu já... mordi uma amiga virtual quando desvirtualizei a amizade.

Quando criança... era melancólica e introspectiva - nem eu acredito nisso, mas Mainha jura que é verdade.

Neste exato momento... estou com sono, muito sono mesmo e preocupada.

Eu morro de medo... de pimenta e amores impossíveis.

Eu sempre gostei de... olhar o céu azul.

Se eu pudesse... eu pagaria todas as minhas dividas nesse exato momento.

Fico feliz quando... leio um bom livro, recebo correspondência eletrônica - mesmo quando são apenas sinais de fogo - e concreta das pessoas que amo; quando como minhas três bananinhas fritas e tomo um café passado na hora; e especialmente quando estou dormindo.

Se pudesse voltar no tempo... iria ao Galpão Crioulo de 1984 no qual o César Passarinho cantou "Guri" de forma especialmente emocionante; daria uma passada nessa casa em qualquer manhã de 1885 antes de agosto de 1885 para conhecer Jaqueline (minha irmã que morreu nove meses antes que eu nascesse) e brincaria com ela um pouco; iria dar uma volta em Recife no domingo de 13 de maio de 1888 e me misturaria a massa.

Adoro... Jesus - mas também gosto muito de banana frita; livros; Fernando Pessoa; meus amigos; minha enorme, barulhenta e invasiva família.

Quero muito... pagar minhas contas e obter sucesso profissional.

Eu preciso... pagar minhas contas e ser uma profissional bem sucedida.

Não gosto... do meu momento atual; de pimenta; de noites insones; de suspenses desnecessários; surpresas; pessoas cuja convivência foi constante no passado te adicionam no face, escrevem "Que saudades!",  não se dão ao trabalho de "interagir de forma comum" e simplesmente não respondem quando você tenta "puxar assunto".
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Vou burlar a regra de indicar seis blogs, mas quem quiser fazer faça e depois me contar :)

quinta-feira, 4 de julho de 2013

"O recado do Espedito!" ou "Os pirangueiros nunca esquecem!"


Espedito é um amigo de longa data, estudamos na mesma escola e vivemos algumas aventuras ao longo do ensino médio... Eu sempre tagarela, emotiva, complicada... Ele sempre centrado, assertivo, descomplicado e pirangueiro.
Pirangueiro: adjetivo comumente usado no Nordeste do Brasil, pessoa de mão fechada, pão duro, econômico, da tchau com a mão fechada, Espedito Lourenço.
A foto acima é a memória de uma noite na qual, segundo ele, eu e uma turminha de meninas da igreja o levamos a falência em uma pizzaria. Obviamente eu me ofereci para pagar minha parte e ele insistiu em pagar a conta sozinho o que na minha opinião torna essa história da falência uma mentira deslavada. Mas, apesar de estarmos em desacordo em relação a noite na pizzaria, eu adoro essa foto.

Falando da pãodurice  mitológica de Espedito acabei lembrando da minha época de Rumo a Universidade - um pré-vestibular destinado a alunos da escola publica estadual - nessa época nós ganhávamos uma pequena ajuda de custo de R$ 50,00 que eu gastava em tempo recorde, e ele? Bem... Era tão econômico que eu não me surpreenderia se ele contar que abriu uma poupança com aquele dinheiro e no final do curso comprou a casa própria, o carro do ano ou coisa do gênero.

Aliás, foi por essa época de pré-vestibular que peguei o livro de geografia do Espedito emprestado e... Bem... Nessa época eu já era um ser completamente voador, com problemas no ombro esquerdo e capaz de esquecer até meu nome o que se dirá de um pobre livro de geografia?!? Uma pessoa gentil se compadeceu de mim e pediu para segurar meus livros no ônibus lotadíssimo que eu costumava pega... E bem[2]... quando chegou minha parada eu desci e fiz o meu primeiro bookcrossing da vida...

E bem[3]... isso faz 10 anos, quem lembra do que aconteceu há 10 anos atrás néh???

Pois é, os pirangueiros lembram... Por esses dias sem querer o Espedito chegou a esse bloguito e olha o recado que ele me deixou:

"Oi Jaci! Ou melhor, Pandora!
Fiquei muito feliz por ter lido um artigo no seu blog, ele relatava que tudo que você construiu ao longo da sua vida foram livros, são tantos que já formam uma biblioteca.
Que bom! Lembra que você ainda me deve uma biblioteca inteira:
livro de geografia x anos x juros x correção monetária = tudo que Jaci construiu ao longo da vida."
(Espedito Lourenço - grifos meus)
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P.S.: Esse texto foi publicado com a devida autorização do Espedito, antes de postar mostrei a ele e pedi autorização para publicar e usar nossa foto.