Não é por nada, eu naturalmente amo Cazuza. Amei ele quando li a letra de uma canção dele em um livro didáctico do meu tio, eu estava na segunda série, tinha uns 8 para 9 anos... muitoooo antes de ouvir a voz dele, muito antes de qualquer compreensão sobre o que as coisas são e não são... E agora depois de compreender uma gota do oceano que é a realidade só consigo continuar amando... Eu sei, é um gosto estranho...
E mais... ouvindo ele cantar Cartola amo ainda mais... e, na falta de alguém para compartilhar esse momento, abro um post só para guardar a beleza dessa canção...
A música na voz de Cazuza:
E a letra de Cartola:
O Mundo é Um Moinho
Cartola
Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho.
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés.
Ah... antes de terminar tão melancólico post.... recordei os versos de William Butler Yeats que encontrei no blog de um amigo, talvez tais versos contrabalancem a melancolia desse momento...
Deixo então os versos de Yeats para espantar os terrores melancólicos que a noite tem o mal hábito de trazer algumas vezes...
“Dancemos lá, junto à praia!
O rugido do vento, o barulho da água?
Para que se importar?
Sacode a tua cabeleira molhada de sal.
És jovem e ignoras a glória dos néscios,
Não sabes do triunfo dos tolos,
Pois não és antiga como o Sol.
Não sabes o que é perder um amor
Tão logo o tenha conquistado,
Nem por que morre um bom operário
Então, porque hás de temer