quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Organizando as bagunças e relembrando livros perdidos...

Fim de ano, hora de arrumar as bagunças, sim, "as bagunças" no plural pq eu sou tão banguceira que tenho bagunças diferentes em diferentes lugares!

Uma das minhas mais elevadas bagunças é a bagunça dos livros e é incrível como sempre que vou arrumar essa bagunça especifica me pego pensando nos livros que emprestei e não recebi de volta. Geralmente eu não tenho problemas em emprestar, mas, francamente, quando paro para pensar nos livros que emprestei e nunca mais recebi de volta me da um baita aperto no coração... Sinto falta deles é como perder de vista um tipo de ente querido, fica um vazio simbólico... Aquela sensação de eu tenho e não tenho ao mesmo tempo...

Tipo, emprestei meu livro "A Revolução dos Bichos" de George Orwell. Na minha pobre opinião, uma perfeita parábola a cerca de regimes que nascem a partir de revoluções populares, como a Revolução Russa, e acabam virando regimes totalitários... tão cruéis e excludentes quanto o capitalismo, senão piores... Livro adorável, usei ele como linguagem alternativa em uma aula sobre os antecedentes da Revolução Russa, uma experiência pedagógica memorável... emprestei o danado e até hoje, nunca mais tive notícias...

 

Outro livro que adorei e que perdi de vista para nunca mais, foi "O Rei de Ferro", o primeiro livro da serie "Os Reis Malditos" de Maurice Druon. Ótimo livro, fala sobre os precedentes da Guerra dos cem anos, da um panorama massa da França naquele período de fim do Feudalismo, a consolidação do poder do Rei sobre os nobres e sobre a Igreja. O papa de grande lider passando a apenas um joguete nas mãos de Filipe o Belo, alguns dos grandes mitos históricos, como aquela questão da espoliação dos bens dos templários e a morte do líder da ordem e sua famosa maldição (que ficou mais famosa ainda pela pena de Dan Brown em seu Código Da Vinci). Maurice Druon da show nesse livro, ai sim sabe escrever ficção usando história.


Outro que foi emprestado para nunca mais, foi "O perfume" de Patrick Süskind, também ótimo livro de ficção histórica, virou até filme, eu até hoje não vi o dito, mas dizem que também é ótimo... Na desculpa de falar sobre um assassino que se orienta pelo olfato, Patrick fala sobre a França anterior Revolução Francesa, mas não vida politica e coisa do gênero, ele fala de História da Vida Privada... Amas de leite, infância, sobre como o trabalho infantil era coisa comum na ocidente de então, saúde pública, as corporações de ofícios pré-capitalistas... e tantas coisas mais, personagens históricos se mesclam a personagens fictícios e a história é ótima... e eu emprestei e nunca mais... Resultado, comprei novamente outra edição no sebo.



Outro que tive que comprar uma segunda edição foi "O passado esteve aqui" de Stella Caar, não sou bem fã dessa autora, mas gostei muito desse livro, foi um dos primeiros que comprei na vida, tinha 15 anos quando comprei esse livro, não faz tanto tempo assim... Mas a história tem valor sentimental... emprestei a minha prima, até hoje, acho que ela nem lembra onde deixou o livro. Resultado, um dia desses passei no sebo, vi essa edição e comprei... dessa vez vou pensar duas vezes antes de emprestar.


Mas, de todos os golpes do destino, de todos os empréstimos não devolvidos... O pior, o mais doloroso... foi o da "Metamorfose" de Kafka!


Pocha, ganhei esse livro de um amigo, nós participamos de uma peça de teatro juntos, durante os ensaios falávamos muito sobre livros e coisas do gênero, então pouco tempo depois da apresentação da peça ele chegou para mim e me mostrou uma edição desse livro: "Olha Jaci o que ganhei!" (professores as vezes ganham livros na escola)... Eu: "Pocha que massa! A gente tava falando desse livro outro dia não foi!?!"... Ele: "Foi, então, este eu trouxe pra tu, toma é presente!". Quase que eu choro! Ta bom... eu sou sentimental táh! Emprestei cheia de recomendações... Nenhuma delas funcionou e o livro jamais voltou para mim... As vezes até penso em comprar outra edição, mas sei lá... nunca vai ser a mesma coisa...

Foto com todos os atores da peça, menos eu, estava fazendo não sei o que... 

Já estou traumatizada com empréstimos... E se fosse continuar com a lista, ela ficaria infindável... Quase chego a dizer que hoje não empresto mais meus livros, só que isso seria uma conversa mole, eu tenho uma seria dificuldade de dizer não a quem quer que seja e como também gosto de pegar emprestado sei que vou continuar emprestando.

Outro dia um dos meus adoráveis adolescentes passou aqui em casa, estava fazendo um trabalho sobre Fernando Pessoa e precisava de material, emprestei a ele "O eu profundo e os outros eus" e "Mensagem", com o coração na mão, mas emprestei! Ele fez o trabalho, foi muito bem obrigada, demorou um pouquinho, mas devolveu... confesso que já estava de agonia... detesto me separar de "O eu profundo e os outros eus", sei lá... Me dá agonia ficar longe desse livro, mas ele ainda assim não é a Bíblia que não possa sair do meu calcanhar néh?!?!

O único dos meus livros que realmente não empresto é ela: a Bíblia... essa não sai de perto de mim de jeito nenhum... quer uma Bíblia? Eu te dou, mas a minha não empresto! E não é questão de superstição, tenho plena consciência que a Bíblia fechada é um livro qualquer, só que aberta é o livro do meu Deus néh?!?!?  Ainda assim tenho esse culete de te-la como algo pessoal e intransferível.

Os outros livros, até sofro, mas não sei dizer não e sinceramente penso que não faz sentido ter livros apenas para mim... literatura tem mesmo é que circular, que ser lida e relida pelo máximo de pessoas possíveis... Só gostaria que as pessoas lembrassem de devolver.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sobre saudades do blog e doenças que se prolongam...

Há um tempo atrás era comum que eu passasse semana inteira sem postar, só que de uns tempos para cá isso se tornou cada vez mais comum, eu posto algo quase que diariamente e me tornei uma blogueira regular, tão regular que passar esses dias sem postar me foi sofrível, o blog me fez falta, tem tanta coisa que eu queria postar por esses dias e não pude... Os selos que recebi, uma postagem que uma amiga me propôs fazer... alguns agradecimentos... enfim...

Minha pequena gripe misturada a uma deliciosa crise de asma alérgica se prolongou por mais tempo do que eu esperava... 

Acreditem a coisa ficou preta por aqui, aliás, cinza seria uma cor mais adequada. Estou me sentindo cinza e todas as tenebrosas profecias da minha mãe referentes ao que alimentação ruim e excesso de trabalho podem causar se realizaram. Vivenciei desde febre regada a pesadelos asmáticos até uma pavorosa cena em um ônibus lotado finalizada com uma senhora aferindo minha pressão enquanto me questionava quando a uma possível gravidez \o/

Enfim, parece que agora tudo está ficando estável... e em processo de recuperação, voltando a vida e aos blogs e ao trabalho e aos livros e ... e... e... tantas coisas que minha mãe já começou a bradar aos quatro ventos as profecias referentes ao que ocorre com quem volta a ativa antes de se recuperar completamente... Isso é um ciclo vicioso, o ano já está acabando, essa doença chata acabou me deixando atrasada em muitos aspectos, tudo está ainda mais puxado que antes, mas falta muito pouco para tudo chegar ao fim, agora tenho que deixar rolar, em Janeiro eu vou me cuidar... Janeiro não está tão longe e vai dá tudo certo!!!
 

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

E depois da tempestade...

Bem, continuo gripada... mas já tá passando... cumpri meus compromissos como podia e cá estou um tanto quanto melancólica e me perguntando se todo esse esforço vale mesmo a pena... Se se gastar dessa forma trás algum retorno... Ontem foi o dia de culminância de uma serie de esforços e investimentos.... de uma época de tempestades e muito movimento... Então hoje é o dia do pós-tempestade, portanto o dia da bagunça e da ressaca.

Claro, sem dúvida, tudo valeu a pena. Como diria meu lindo e perfeito Fernando Pessoa "tudo vale a pena se a alma não é pequena" e em relação as dores, "Quem quer passar além do Bojador tem que passar além da dor".

E sim, ontem, enquanto resolvia meus problemas e enfrentava meus compromissos, eu pensei em muitas coisas, pensei em muitas pessoas, pq quando a gente tá doente fica melancólico pra chuchu (no meu caso as vezes funciona o contrario também, quando fico melancólica fico doente pra chuchu... Minha mãe diz que é "de família"... Aff... Karma) e quando a gente fica melancólica a gente pensa, relembra, mastiga e até mesmo rumina a vida como o boi rumina o pasto.

Porém entre tantos pensamentos ouso destacar um ensinamento que recebi da Filosofa Ro, pq este eu espero levar para a vida toda e lembrar especialmente naqueles momentos em que o furacão parece pior!

"Cabeça pra cima no cabelo com chapinha e peito pra frente no sutiã poderoso.
Podre só em casa , na rua é força na peruca."

Tirando o batom, a imagem combina comigo... gostar de decote é meu pecado particular e Deus perdoa, bem, eu espero que perdoe!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

E quando tudo o que não deveria acontecer aconte????


Pois é... tem coisas que acontecem que são de doer... Amanhã eu tenho um compromisso ultra sério, na verdade dois... estou a um tempão me preparando para esses compromissos... e eis que quando eu menos esperava acontece as coisas inusitadas da vida:

1º. Eu fico terrivelmente gripada... doida para cair na cama, lutando contra a febre.

2º. Da gripe vem a rouquidão... pois é, como eu vou cumprir meus compromissos que exigem fala e muita fala sem poder falar? Ótimo!!!

3º. Vou ter que fazer uma viagem de três horas entre um compromisso e outro, ótimo para minha garganta, o ônibus tem um condicionador de ar super potente (eu já fiz a viagem antes, sei do que tou falando); e

4º. Para completar minha felicidade suprema eis que eu me vejo as portas de uma linda e maravilhosa crise asmática.... a noite promete ser longa \o/ 

Pq as crises sempre começam nos piores momentos ein? Não podem esperar a gente não está cheia de coisas para fazer?

Tenha santa paciência! E o remédio me da uma tremedeira terrível... aff... ruim com ele pior sem ele!!! Aliás, sempre que eu me vejo com essas pequenas e incomodas crises eu me sinto tão criança, tão frágil, tão indefesa... acho que isso é o pior... Que chatice, quero de volta minha saúde!!!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Educação Infantil: entre a magia e a dureza da vida!.

Pois é, todo mundo sabe que Educação não é uma das dez aréas mais legais para se trabalhar no Brasil... Dãh... Todo mundo que trabalha com Educação sabe disso desde o primeiro momento que decide seguir por esse caminho... Mas, nós somos idealistas, cheios de energia... e sim, queremos mudar o mundo...

Há quem diga que não há idealismo que resista a prática pedagógica. A rotina da sala de aula é incansável, só que nós não somos... Nós cansamos... minguamos, somos vencidos pelos problemas cotidianos e ser vencido é sempre frustrante, porém, não duvide do poder de um ideal... Ele é forte viu! Não sou a mesma idealista que era a cinco anos atrás, contudo ainda há muito idealismo para ser ressignificado por aqui!

Enfim, Educação Infantil tem coisas boas, muitas coisas boas... Por exemplo:

Você chega cheia de olheiras, mais pra lá do que pra cá... E então escuta aquele "Tiaaaaaaaaaaaaaaaaa..." E todo mundo pula em cima de você como se vc fosse o último biscoito do pacote! Loucura total, se vc não voltar a vida como uma Fénix então desista!!!

Também tem aquela situação clássica: final de expediente, morta de cansaço, descabelada, suja de sopa (pq quando vc tem dois anos é normal derramar sopa por todo lado e isso inclue a saia da tia, o cabelo da tia, a camisa da tia, a tia como um todo...), vc pensa que tá mal, muito mal, ai vem um pirrainho daqueles olha pra vc e diz: "Tia tu é linda!". Aí o que vc faz? Se joga, mata o menino de chero e o mundo fica perfeito novamente!!!

E os momentos únicos de congelamento estarrecido diante de certas atitudes??? Pense na cena: um pequeno do alto dos seus dois anos de idade acorda no meio da soneca da tarde e pede para fazer chichi, vai no banheiro, tira a torneirinha, fez seu chichizinho, balança o lindo goguinho, guarda, da descarga, lava as mãos, enxuga, olha para você, informa: "Sou homem tia!" e volta a deitar. Confesso que se meu queixo não estivesse no chão eu ia ter dito: "Que conversa é essa??? Você é bebê!!!"

É, tem coisas boas, muitos beijos, muitos afagos, as brincadeiras, o descobrir da fala, o descobrir do corpo, o amor verdadeiro... é muito doce, apesar de cansativo. Eu sou apaixonada por Educação Infantil, de todos os universo pedagógicos que eu frequento esse é o mais desestressante... É legal trabalhar com adolescentes, é legal trabalhar com formação de professores, mas trabalhar com Educação Infantil é mágico!!!

Só que tem coisas ruins... Tem coisas péssimas.... Tem coisas muito dolorosas... A vida não é fácil para ninguém, mas perceber que tem pessoas que começam a sofrer antes de saber falar a palavra "sofrer" machuca um pouco.

Crianças mal cuidadas, pais que parecem adolescentes, senão crianças, que não tem senso de higiene pessoal, que vivem abaixo da linha da pobreza... que sofrem com fome, descaso e exploração e passam esse legado aos filhos... Cresceram sem perspectiva, vivem sem perspectiva e educam seus filhos no mesmo caminho...

Mães e Pais muito rudes... que só receberam rudeza da vida e só respondem a vida com mais rudeza... e eu sou parte da vida deles, nós (tias e tios) somos parte da vida deles, a parte que só é tratada aos gritos, que tem que medir até onde devemos ser gentis e até onde devemos nos impor... o limite sútil que existe entre o "Eu te entendo..." e o "Me respeite...".

Mães que trabalham muito e pesado, que não tem marido, atrasadas, eternamente atrasadas. Já me incomodei muito com atrasos, hoje levo com tranquilidade, espero, tenho paciência... Simplesmente é necessário entender que algumas patroas simplesmente não entendem que as suas empregadas também tem família e precisam pegar o filho na creche as 5:30 da tarde então largam as empregadas de seis da tarde... Também é preciso entender que algumas mães trabalham vendendo doces em terminais de integração do outro lado da cidade, não tem ajuda nenhuma de homem algum, contam apenas com a creche... Atrasos não me estressam mais...

Muita coisa não me estressa mais, nem minha chefe que fecha meu ponto se me atraso mais que 15 minutos (não só o meu, mas de todo mundo) e que esquece de olhar os problemas estruturais que temos na sala, de olhar a forma como os pais nos tratam, de garantir que exista dentro da creche uma gestão democrática!!! Nem a Gerência de Educação Infantil da cidade do Recife que se importa demais com a parte da legislação que fala de horários e de menos em nos garantir um salário digno de nossa enorme responsabilidade e coisas básicas como um plano de saúde me tiram do sério mais...

Porém, no entanto, todavia... tem coisas que não dáh para engolir em seco... Existe um limite para todos nós, um limite do suportável!! E esse limite para mim é quando vejo uma criança em estado de sofrimento, doente, as doenças infantis são um limite para mim... ai não tem ignorância de pai certa, rudeza certa... chefe certa... ou burrice certa da minha parte...

Quando entrei na creche, há quatro anos atrás, as meninas que trabalhavam na minha classe reclamavam que os pais procuravam machucado no corpo dos filhos e pediam explicações... Hoje, quatro anos depois, os pais é que reclamam pq nós estamos de olho neles... Os pais é que chegam explicando o que aconteceu com os filhos... E tanto eu quanto Go, ou tanto Go quanto eu (não sei qual das duas é mais chata com esse assunto) pegamos no pé, e pegamos menos do que devíamos, acredite, poderíamos ser mais chatas e não somos.

Essa semana, depois do feriadão do Dia da Republica aconteceu um fato interessante a esse respeito, digno de nota... Na volta desse feriado, na terça, Gô percebeu na hora do banho um ferimento estranho no bumbum de uma de nossas crianças... Bem, esse tipo de coisa não dá para passar. Qualquer pessoa sã sabe disso... Passou milhares de coisas por nossas cabeças, não vou mentir... É só ver o noticiário e qualquer um entende o que quero dizer... Mostramos o ferimento a nossa coordenadora pedagógica e ela disse para mandar o pai levar a criança na pediatra e trazer um parecer dela, não somos médicas... Tudo bem... 

Go me pediu para falar com o pai, e lá fui eu... Pacientemente conversei, expliquei, combinei... "Vá na pediatra para ela vê o que é isso... traga a receita... traga o parecer dela... Precisamos saber do que se trata!" Gente eu falei com ele com toda a paciência do mundo... Ele me disse que levaria na pediatra do posto de saúde que tem ao lado da creche onde nossas crianças são atendidas sem marcação de consulta... É só chegar comprovar que é da creche e pronto...

Enfim, ficamos tranquilas, conhecemos a pediatra, confiamos na pediatra (muito não, mas eu sou chata e não confio muito nem em mim)... Enfim, quando cheguei na creche ontem perguntei pela receita as meninas da manhã e qual não foi a surpresa!!! O pai não foi na pediatra... Não fez nada do que combinamos, meu sangue subiu a cabeça... Fiquei contando os minutos para ver o dito... E quando ele chegou me ouviu... me ouviu muito... Confesso que exagerei um pouco, no meio da conversa a esposa dele alterou a voz para mim, eu me alterei a voz para ela, não devia ter me alterado, perdi o controle.

Hoje a coordenadora pedagógica venho falar comigo, disse que os pais se queixaram da "ignorância da tia"... Que nós temos que manter um padrão de comportamento, que não podemos nos alterar com os pais... Blábláblá... Mas vou contar uma coisa a vocês, não me importo de ser chamada de ignorante, não me importo nem mesmo de ser ignorante... Até pq depois de ter sido ignorante com eles, os dois trataram de levar o menino na pediatra, ela esclareceu que o ferimento tratava de um sintoma de um germe de cachorro, receitou tratamento e os pais iniciaram hoje mesmo.

E esse para mim é um dos lados mais duros da Educação Infantil: tem mãe e pai que só faz o que é necessário, o básico, quando vc sai da linha, é necessário que vc acumule uma fama de ignorante para que um direito básico da criança seja respeitado por seus próprios pais.

Confesso que eu adoraria que os pais me ouvissem quando falo sorrindo, com voz doce e rosto amável, mas também confesso que se for preciso ser tachada de "ignorante" para garantir que uma criança faça tratamento médico, use roupas razoavelmente limpas e seja bem tratada eu vou ser "ignorante" até dizer basta! 

Ah, também confesso que não sou tão ignorante assim, antes fosse... metade disso tudo é fama... eu sou um pouco chata, confesso... SÓ QUE:

Ignorância é que eu aguento dos pais todos os dias. Ignorância é a gestora me dizer que três atrasos e eu terei uma falta, ignorância é as infinitas infiltrações no banheiro, ignorância é um aumento porco todo ano... ignorância é vc ficar três dias com seu filho e deixar ele pegar germe de cachorro!!! Ignorância é vc gritar com uma pessoa que quer apenas que vc leve seu filho no médico!!! Isso é ignorância!!!

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O post ficou grande demais... mas eu precisava falar!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Me sentindo pequena...

Outro dia encontrei nos descaminhos do meu próprio pc uma arte de meu irmão, na verdade depois encontrei essa arte no próprio blog dele, meus irmãos são talentosos e eu sou muito babona do talento deles... Só que não é essa a questão!

A parte o fato de que eu realmente sou babona, as vezes me sinto contemplada por coisas que tratam em suas artes..


Pequena, sozinha, preza no meio do nada... claro que penso que se sentir assim vez ou outra não é nada de mais ou de menos, talvez todos se sintam assim de quando em quando... o  que não torna menos ruim se sentir assim, estou em prantos e não tenho lágrimas a chorar, estou tão sem saco para gastar minhas lágrimas com esse tipo de coisa...

Sei que essa sensação é  como um pesadelo, não sei como começou, mas sei que em breve vai acabar e se eu me concentrar bastante em abrir os olhos, no final sei que repentinamente vou  conseguir acordar e vai haver luz ao meu redor... É sempre assim não tem do que ter medo!!!

domingo, 14 de novembro de 2010

Entre reinações e caçadas: minhas impressões sobre Monteiro Lobato

Assim, particularmente, EU não sou fã de Monteiro Lobato, li alguns de seus livros: As caçadas de Pedrinho, Saci e os dois volumes de Os doze trabalhos de Hércules ainda quando era criança, entre os nove e os doze, e posteriormente fiz algumas pesquisas sobre ele e vou confessar que mesmo quando era criança não era fã.

Sempre me desagradava a maneira que Emília tratava Tia Anastacia e todo mundo, ela é extremamente mal educada e minha avó era negra (era pq faleceu) e na minha imaginação infantil algumas coisas me entalavam com Emília e o fato de Narizinho não ir a escola me dava abuso, sempre adorei a escola (mesmo quando vivi problemas a escola era um lugar que eu gostava)... Isso me referindo "As caçadas de Pedrinho" e ao livro "Saci", só li "Os doze trabalhos de Hercules" pq aos 12 anos eu já era louca de amor por Mitologia Grega (Cavaleiros do Zodiaco também é cultura táh, sempre acho interessante a versão oriental dos mitos ocidentais) e também vivi essa angústia pq Narizinho não vai a essa aventura, fica cuidando da avó no Sítio.

Enfim, depois de começar a estudar história fui dá uma olhadinha em "Reinações de Narizinho" e me estarreci com um Monteiro Lobato que diz que Tia Anastacia é a "negra de estimação" do Sítio!!! Ops, o que é isso? Fala sério!!!

Ah, lembrei da história que me fez ver Reinações, conto ela aqui pq acho importante: uma amiga ganhou de uma amigo uma edição de "Histórias de Tia Anastacia", é que ela tem uma filhinha e gosta de ler histórias para ela, minha amiga foi ler para a menina dela despreocupadamente e imagine só o que aconteceu?

Ela me confidenciou que enrolou a pirralha e não terminou nem a primeira página. Graças a Deus! Afinal basta o mundo para expor as crianças de cor a situações de preconceito e violência simbólica, elas não precisam vivenciar esse tipo de experiência dentro de casa e menos ainda na hora de dormir. E seria hipocrisia da parte de qualquer um negar que o preconceito existe e que situações simbolicamente e as vezes concretamente violêntas são rotina na vida de homens e mulheres de cor no Brasil.

Deixa esse livro para a menina ler quando for mocinha e tiver meios intelectuais para entender o contexto histórico em que a obra de Monteiro Lobato foi escrita, quem era o homem e a própria história afro-brasileira néh! "Vamos devagar com o andor que o Santo é de barro"

Aliás, sobre ir "devagar com o andor pq o santo é de barro", acho que é mais ou menos isso que propõe  o Conselho Nacional de Educação com o Parecer CNE/CEB n°.15/2010 (que está aguardando homologação pelo Ministério de Educação), cujo assunto é uma possível “orientação para que a Secretaria de Educação do Distrito Federal se abstenha de utilizar material que não se coadune com as políticas públicas para uma educação antirracista”. Algo que é muito pertinente, se a Secretaria de Educação pretende distribuir nas escolas livros de Monteiro Lobato, ou qualquer outro autor que nesse livros existam Introdução, Prefacio ou notas de rodapé esclarecendo sobre o período histórico, sobre as relações interracias que marcaram esse periodo e derivativos. Afinal as histórias de Monteiro Lobato que chegam até nós através da Globo são muito diferentes das que chegam através do punho do autor.

Quando comecei fazer releituras da obra de Monteiro Lobato entendi coisas que não percebia antes, mais tarde passei a me debruçar com mais atenção sobre a História Afro-brasileira, que é a história de todos nós, e sobre os intelectuais afro-brasileiros... Descobrir Solano Trindade, redescobrir Machado de Assis, encontrei com um José Carlos do Patrocínio, "Tigre da Abolição" e tantos outros nomes que marcaram nossa história que são esquecidos, nem aparecem nos livros didáticos e ainda de quebra são embranquecidos.

Descobrir nessa onda os motivos de Monteiro Lobato tecer sua narrativa e, sinceramente, minha opinião pessoal é que o fato dele ser um grande nome da Literatura Brasileira mostra apenas que o brasileiro é racista e machista e nem percebe. (Mas, isso é pessoal viu gente).

Bem, essa é minha opinião pessoal sobre o tema e como este é meu blog é um lugar mais que adquado para colocar essa opinião.

Ainda sobre Monteiro Lobato e minhas pesquisas sobre ele e a questão do afro-descendente, encontrei um conto dele que tem o titulo "Negrinha" e fala de uma menina que mesmo depois da Abolição continua sendo tolerada na casa da ex-senhora de sua mãe para ser vitima de violência e maus tratos constantes até morrer de febre e ninguém nem perceber direito... Nesse conto a gente encontra um Monteito Lobato que denuncia as violências sofridas pelos homens e mulheres, violência contra a criança, detalhes de uma sociedade altamente hipócrita e derivativos... Nas palavras dele de negrinha ficaram apenas duas impressões:

"Uma cômica, na memória das meninas ricas:
— Lembras-te daquela bobinha da titia, que nunca vira boneca?
Outra de saudade, no nó dos dedos de D. Inácia: — Como era boa para um cocre!..." 
(LOBATO, 1927)

Juntando esse conto com as obras infantis a gente ver a ideia de Monteiro Lobato a cerca do lugar do negro na sociedade: sempre servindo e na dependência dos brancos de posse... Ou uma sofrida Negrinha, "negra de estimação" de uma mulher má ou uma boa tia Anastácia, "negra de estimação" de uma mulher boa e generosa como Dona Benta! Sempre vistos como seres a servir, colocados na copa e na cozinha, sempre com seus destinos a serem determinados por terceiros... Eu detesto essa forma de olhar... e mesmo sabendo o momento histórico de Monteiro Lobato e considerando tudo isso, sei essa visão de mundo e essa forma de relação interracial ainda persiste em nossa sociedade, é uma continuidade.

Bem, minhas sinceras desculpas aos fãs do homem, eu não sou ninguém no jogo do bicho, minha opinião é só minha opinião táh, mas é justamente desconstruir essas imagens do Negro em nossa História que humildemente pessoas como eu, que trabalham pesquisando História e Cultura Afro-brasileira, querem.

Queremos que as pessoas percebam que embora homens e mulheres de cor tenham ocupado esses lugares de sofrimento e subordinação houveram outros lugares para eles... Os negros não foram apenas escravos, foram também homens e mulheres que superaram a escravidão, chegaram aqui e deram a volta por cima.  A abolição não é resultado apenas do trabalho de homens como Joaquim Nabuco ou dos interesses dos ingleses, mas sim do trabalho duro e constante de homens e mulheres negros e negras que compunham uma imprensa negra, pessoas que se movimentavam não só fisicamente como intelectualmente, que organizavam um discurso que validava a Abolição, organizavam fugas coletivas, faziam coisas que até Deus duvida e que me enchem de orgulho de ser herdeira de uma cultura afro-descente, tanto quando sou herdeira da cultura portuguesa e indígena.

Ah, como professora, mesmo não morrendo de amores, eu até trago Monteiro Lobato para a roda de leitura, não dá para ignora-lo, mas trago através dos estudos recentes sobre a representação do negro na literatura infantil, como por exemplo a desses textinhos legais que capinei na net com a ajuda de pessoas que também pesquisam esse tema, a saber:

Imagens do negro na literatura infantil brasileira: análise historiográfica. de Maria Cristina Soares. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, nº 1, p.77-89, janº/abr.2005. Disponível aqui!

A figura do negro em Monteiro Lobato. de Marisa Lajolo. Presença Pedagógica. vol. 4, nº 23, p. 23-31, set/out. 1998. Disponível aqui! 

O universo ideológico da obra infantil de Monteiro Lobato de Zinda Maria Carvalho de Vasconcelos.
"... a autora analisa a obra infantil de Lobato com argúcia, perspicácia e conhecimento de causa, apoiada na sua própria ideologia, mas sem preconceito, numa brilhante crítica que sabe compreender e interpretar não só a obra, mas também a personalidade e as contradições do escritor que, sendo intransigente fiel a si mesmo, foi igualmente fiel ao Brasil e às suas crianças." 
 
Acho absurdo que os livros de Monteiro Lobato venham para as escolas com nota de rodapé falando sobre as questões ambientais que cercam "As caçadas de Pedrinho" e não falem sobre as questões que envolvem as relações raciais e acho que a denuncia de Antônio Gomes da Costa Neto, mestrando da UNB e toda a polêmica gerada em torno são o máximo... Se queremos construir um Brasil verdadeiramente igualitário onde a cidadania de direito seja exercida de fato por todos temos mesmo que colocar nossa boca no trombone!!!

Não é questão de banir as obras de Monteiro Lobato, como a imprensa alardeou aos sete ventos nas últimas semanas, mas sim de não deixar passar em branco as relações raciais contidas na obra do homem... e sobre isso tem um texto muito interessante no Blog da Cidinha... Achei super esclarecedor e recomendo!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Uma lembrança e um aniversário!


Eu lembro do dia em que essa foto foi tirada, eu tinha quase oito anos e Rafa está de olhos esbugalhados porque todos estamos gritando feito loucos de alegria e tudo o mais... Ela tinha acabado de levantar a cabeça pela primeira vez... Caracá... esses bracinhos fizeram força para levantar essa cabeça e esses olhos nos perguntam "qualé o que vcs tem ein? Que agunia é essa?"

Não é nada! É que minha irmã caçula sempre assim, impressionantemente, faz coisas quando a gente menos espera!

Da primeira vez que ela levantou a cabeça para dizer a gente que era mocinha e podia fazer isso até hoje lá se foram 18 anos... e eu lembro de quando ela era uma bebezinha perfeitamente calma, silenciosa, branquela, careca, difícil de adoecer e de chorar... ela cresceu um pouco e as vezes eu não entendo isso... enfim... troquei todas as minhas bonecas por ela e não me conformo que tenha crescido tão rápido rsrsrsrs...

Enfim, só queria dizer: Feliz Aniversário Rafa... Muitos anos de Vida! Sinto saudades de quando vc era assim pequenininha...


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A espera...


Símbolos
Fernando Pessoa, Álvaro de Campos

Símbolos? Estou farto de símbolos…
Mas dizem-me que tudo é símbolo,
Todos me dizem nada.
Quais símbolos? Sonhos. —
Que o sol seja um símbolo, está bem…
Que a lua seja um símbolo, está bem…
Que a terra seja um símbolo, está bem…
Mas quem repara no sol senão quando a chuva cessa,
E ele rompe as nuvens e aponta para trás das costas,
Para o azul do céu?
Mas quem repara na lua senão para achar
Bela a luz que ela espalha, e não bem ela?
Mas quem repara na terra, que é o que pisa?
Chama terra aos campos, às árvores, aos montes,
Por uma diminuição instintiva,
Porque o mar também é terra…
Bem, vá, que tudo isso seja símbolo…
Mas que símbolo é, não o sol, não a lua, não a terra,
Mas neste poente precoce e azulando-se
O sol entre farrapos finos de nuvens,
Enquanto a lua é já vista, mística, no outro lado,
E o que fica da luz do dia
Doura a cabeça da costureira que pára vagamente à esquina
Onde se demorava outrora com o namorado que a deixou?
Símbolos? Não quero símbolos…
Queria — pobre figura de miséria e desamparo! —
Que o namorado voltasse para a costureira.
 
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Quando vi essa imagem lembrei imediatamente do poema Símbolos de Fernando Pessoa! Eu até já postei ele por aqui, na época lembrando de uma costureira que eu via esperando o namorado que a deixou.

Enfim, não é nada  pessoal, não espero que ninguém volte para mim, nem mesmo que alguém venha, que utilidade isso teria? De que me adiantaria? Além do mais não faço o tipo que fica a espera esse tipo de coisa, muito embora sempre que digo isso a sedução de esperar por um amor passe pela minha cabeça. e alguma coisa me sussurre baixinho "o que custaria esperar?" Mas, a minha IDÉIA MELHOR aparece na hora falando em alto e suficiente bom tom: "Esperar por um amor é uma idéia burra, você não espera por coisas assim vá trabalhar!".

Contudo, achei essa imagem muito lírica e sou apaixonada por esse poema, sempre "queria que o namorado voltasse para a costureira"! Sempre gostaria que os símbolos se dissolvessem e simplesmente o "namorado voltasse para a costureira...", simplesmente pq acredito que toda espera deve encontrar um fim...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Madrinha da Noiva!!!

Sim, o casamente de uma de minhas melhores amigas se aproxima!

O relógio marca seu poderoso tic tac, Sexta-feira é o grande dia e aaaaaaaaaaaahhhhh eu nem acredito nisso...

Hoje foi o dia da última prova dos vestidos. Cheguei na loja as 9:30 sai de lá era 13:30 da tarde e eu que esperava chegar no trabalho as 11:00 acabei chegando as 14:00 e se minha chefe já é um "porrezinho da estrela" com o livro de ponto geralmente imagine como ela estava hoje!! Porque sim, eu avisei a minha amiga que trabalha comigo do meu atraso, masssssss não avisei a chefe, pq sim eu também sei ser chata!!!

E a parte isso, o convite está lindo... fofíssimo, a cara de Midiam e Wellington; a daminha ficou fofa em seu vestido; a noivinha uma coisa graciosa, parece um fada; e Midiam está de fazer chorar, só de lembrar como ela é uma noiva perfeitamente linda meus olhos se enchem d'água, parece mentira, contudo é verdade...

E isso não é tudo!! Tem as maravilhosas descobertas de quem  é pela primeira vez MADRINHA de casamento, a saber:

1º)Vestidos de madrinha, além de custarem caro para alugar, são lindosssssss!!!! Gente, meu vestido é lindoooooooooooooo!!! Eu fiquei uma graça nele, nem parece eu. Porém (sempre tem um porém aff), antes de chegar ao escolhido (um modelo tradicional, romântico, meio esverdeado) eu provei outros e entre os outros estava um vestido no modelo sereia e pasmem eu descobrir estarrecida e em pânico que eu tenho cintura e que fico assustadoramente bem nesse tipo de vestido\o/, fiquei até sexy... ooooooohhhhhhhh... Nunca no Brasil eu usaria um modelo desse (talvez no futuro, quando eu tiver com sete quilos a menos_reforçarei o regime)!!!

2º) As pessoas que fazem catálogo de vestido de noivas provavelmente acham que mulheres negras não costumam se casar na Igreja, pq enquanto eu esperava cerca de 4 horas para provar meu vestido eu vi muitos catálogos e não achei uma noiva negra "pelo amor de Deus", nem mesmo morena... fiquei chocada, pq minha amiga é negra e sim, ela vai casar na Igreja. Comentei isso com ela, ela morreu de ri, me deu um cascudo e me chamou de chata \o/ Táh nem ai, quer é casar!!!

3º) As pessoas que fazem catálogos de roupa de noivos também acham que homens negros não se casam na Igreja, pq sim... quando a melancolia tomou conta de mim por ver aquela noivas altas, sorridentes e impecáveis naqueles vestidos esvoaçantes (totalmente o contrario daquelas pessoas totalmente ensandecidas, loucas de agonia e ansiedade que estavam desfilando na minha frente) eu pensei: "Vou ver os noivos!". E sim, gente cadê os negros??? Os negros não casam de terno, fraque ou meio-fraque??? Rapaz eu acho que casam, mas a parte isso, será que as pessoas que fazem os catálogos sabem que loiros de olhos azuis não são bem o sonho de consumo de todas as mulheres do planeta??? Existem algumas que sonham com outro tipo de príncipe encantado!

4º) Esse negócio de casamento, sinceramente, não é meu sonho de consumo!! Ao menos não nesses moldes... tudo é muito caro... o número mágico do casamento é R$1000,00 tudo é prá lá de mil reais... o sentimento mágico do casamento é STRESS, nunca vi pessoas mais stressadas que noivas, elas sorriem,  choram, ficam nervosas, ficam calmas... ficam satisfeitas, implicam com a saia da noivinha... sentem tudo ao mesmo tempo... tem pesadelos perdendo o avião da viajem de lua de mel,  sonham em usar a camisola da noite de núpcias, se angustiam pensando nas dividas, mandam as dividas para o inferno... adoram o vestido, duvidam da beleza dele... Noivas são mulheres enlouquecidas... nada parecidas com as mulheres irradiando alegria que aparecem no catalogo, nada parecidas com princesas Disney!

E, por último, descobrir que:

5º) Ser madrinha é uma experiência única: é rir, chorar, se angustiar, orar tudo isso junto com uma amiga impressionantemente querida que está prestes a dar um grande passo e eu estou adorando tudo isso. Mesmo pensando que eu ia gostar muito mais de ser madrinha se pudesse encontrar nos catálogos de noivos ao menos alguns noivos afrodescendentes, pq os catálogos existem para dar carne aos sonhos de consumo feminino, mas o meu sonho de consumo não estava ali, ou seja, não me senti contemplada!!!