sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Quando alguém me deu razão ou a surpresa da concordância.

Pois é, quando eu começo um post com "pois é" pode esperar leseira da braba, quem me conhece sabe, eu sou uma criatura implicante, birrenta, briguenta, encrenqueira, em sintese: um arengueira profissional. #MeJulguem

O fato é que vez ou outra eu brigo até comigo e discordo até das minhas opiniões. Quando qualquer coisa começa a virar consenso demais em minha consciência e uma certeza começa a cristalizar demais, minha tendencia é colocar ela em cheque. Minha unica certeza é Jesus, o resto é duvida e eu não sou um tipo que consegue manter as duvidas só para mim então aí já viu...

As meninas (Aleska, Ana, Michele) dizem que eu sou a "Miss Simpatia" de nosso grupo só que já chegamos ao 4º cast e eu discuto tanto com as meninas que começo a pensar que estou mais para Miss Arenga...

Aliás, eu não sei como consigo construir tantos laços de amizade ou como minha família consegue gostar da minha companhia e sentir saudades quando fico fora... Deve ser o costume...

A pessoa, depois que pega o costume, gosta até de gente arengueira.* Portanto, o surpreendente não a capacidade de ter amigos ou familiares próximos e sim quando acontece a concordância.

Gente isso é raro!!!
Uma concordância é algo raro, precioso e mais valioso que ouro!!!

Um "A Jaci tem razão quando diz..." não acontece todo dia. Aliás, acontece muito... muito... mais muito mesmo... raramente. Logo quando acontece merece todo um conjunto de celebrações de minha parte e até um post.

Então, ontem saiu o podcast número 4 das Meninas dos Livros, o tema foi os quatro primeiros livros da série Harry Potter, rolou uma discussão honesta, divertida e acalorada entre mim e as meninas que, para não variar, não concordaram comigo.

Porém, a Mamis do blog "Filial de Marte" , a primeira pessoa que comentou o podcast, ponderando tudo achou que eu tinha razão e disse as palavras mágicas: "A Jaci tem razão quando diz..." e eu fiquei tão metida que resolvi registrar esse momento único.

Deixo o link para a postagem do blog porque o texto da Aleska ficou muito bom: "4° Podcast: Série Harry Potter parte 1".

O link para o comentário da Mamis, para o caso de alguém querer conferir e ver que estou falando a mais pura verdade: Comentário da Mamis.

E o podcast em si, caso alguém queira ouvir e da a razão a outra pessoa que não seja eu só por birra...

Se eu não estivesse tão feliz por ouvir alguém dizendo "Jaci tem razão quando diz..." eu mesma discordaria de mim em algum ponto shaushaus....
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*Talvez o correto seja: "As pessoas, depois que se acostumam,  passam a gostar até de gente arengueira." Mas, achei melhor escrever daquele jeito.

Para ouvir aqui:




terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A cara das Meninas dos Livros


Estive zapeando pela net e reencontrei esse texto que vai ai em  baixo, achei tão a cara das Meninas dos Livros Aleska Lemos, Ana Seerig, Adriana T, Vaneza com Z, Nadia V, Erica Ferro, Michele Lima (a pessoa é tão viciada que olha como ficou o bolo de casamento dela ai do lado), a Luma (que faz meio mundo de blogueiras e blogueiros espalhar livros pelas ruas da cidade), a Jussara (que escreve as melhores resenhas do mundo), a Júlia (que aos sete anos não tem idade para namoro, mas escreve tão bonito que já é uma menina dos livros), a Irene, querida mãezona da Saleta de Leitura... e tantas outras que por aqui passam de vez em quando ou de vez em sempre.

Não resisto ao impulso e, meio que para espantar o clima meio melancólico no qual minha ultima reflexão aqui escrita me deixou, me junto ao clube dos que postaram esse texto em algum momento de suas vidas bloguisticas.

Ah, antes de seguir, deixo meu obrigada aos companheiros de virtualidade! É muito bom ouvir/ler vocês, é uma terapia e ajuda a enfrentar os dilemas naturais da vida. Obrigada!!!
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Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.

Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.

Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criador pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro. Compre para ela outra xícara de café. Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gosta ou gostaria de ser a Alice.

É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa.

É que ela tem que arriscar, de alguma forma. Minta. Se ela compreender sintaxe, vai perceber a sua necessidade de mentir. Por trás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. E isto nunca será o fim do mundo.

Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois. Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo.

Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque, durante algum tempo, são mesmo.

Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.

Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu [Cat in the Hat] e a Aslan, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.

Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.

Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve.


Texto original: Date a girl who reads – Rosemary Urquico
Tradução e adaptação – Gabriela Ventura

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Não estou preparada...

Não é como se eu não soubesse desde sempre que as pessoas morrem. Eu sei disso, todos sabem, alguns menos e outros mais, mas todos sabem!

Também não é como se eu nunca tivesse dialogado com a ideia de morrer cedo ou tarde... Já nasci em uma família enlutada, nasci exatos nove meses apos a morte de Jaqueline, acompanhei ao longo da minha infância muitas das fazes do longo luto dos meus pais e talvez até tenha vivido de certa forma certo luto pela irmã mais velha que  nunca conheci e nem poderia ter conhecido.

Lembro do dia no qual constatei sozinha e em pânico que se ela não tivesse morrido talvez eu não tivesse nascido e de ter sentido uma aflição culpada por algo que não fiz; da imensa gratidão que senti por um tio quando ele tirou o quadro de Jaqueline da parede da sala; da sensação de ir sorrateiramente da uma olhadinha escondida na fotos dela e na chupeta branca que ela nunca gostou de usar guardada por anos junto as lembrancinhas de "Dia dos Pais"; do dia no qual painho jogou a chupeta no lixo; de ter me arrependido por não ter guardado o objeto; de encontrar um vestido dela guardado nas coisas de mainha e deixado lá sem tocar.

Também sei que a morte nem sempre é repentina e todos os dias nós morremos aqui e ali... Um dia eu li os versos de Cecília Meireles e concordei tanto que nunca cheguei a esquecer deles:


"Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
....
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer..."

Não ignoro essas certezas. Mas hoje foi diferente, hoje a certeza da presença da Morte na vida me pegou de um jeito dolorosamente novo.

Em meio a um papo descompromissado regado a café, biscoitos secos e a boa e velha bagunça na cozinha de Mainha minha vizinha começou a falar de meus avôs e avós. Voinho Pedro e Voinha Rita, pais de Painho já não estão entre nós e no entanto suas histórias continuam firme e forte, viraram lendas e nos fazem tanto chorar quanto ri muito. A agora lendária chatice de Voinha, tão semelhante a minha, a força rude de Voinho, tão semelhante a de meu pai, foi abrandada pelo tempo me fazendo pensar que  Painho Hulk será um ótimo Voinho besta e babão para meus filhos e filhas.

Até ai nada de inesperado, fazem poucos meses desde a morte de voinho e nós já estamos entrando naquela faze de lembrar para ri, para matar a saudades, para compartilhar momentos... O inesperado foi minha vizinha tocar no nome de Pai Elias, meu avô por parte de mãe que eu nunca chamei de Vô, Vovô ou Voinho e sim de Pai.

Do alto de seus 71 anos, Pai é um homem nada velho, ele é prá lá de ativo, inteligente, claro, separado de Mãe há quase 30 anos é mulherengo pra chuchu, animado, cheiroso, sem vergonha, capaz de me mimar bastante e eternamente do meu lado em qualquer pendenga. Sou a primeira neta dele (quer dizer depois de Jaqueline - como dizem os mais velhos da família que parecem ter um compromisso moral de não esquecer dela e se estou falando deles então é bom também lembrar). Pai me chama de "Menina Passarinho", sempre lembra de trazer frutas para mim e ama qualquer coisa que eu cozinhe para ele de feijão a torta de abacaxi.

Eu adoro Pai até debaixo d'água e nunca até a manhã de hoje me ocorreu a ideia existir, viver, respirar, amar, sorrir e chorar em um mundo no qual ele não existe para me chamar de Menina Passarinho e dizer que Painho não deveria me aperrear.

Mas, minha vizinha no meio das piadas e lembranças de Voinha e Voinho derrubou em mim essa dolorosa consciência ao construir umas frases simples. Ela apenas disse: "Seu Elias está ficando velho... Ei Jaci, aproveita teu avô porque nesses dias é ele que se vai vice!".

Pensando bem ela apenas transformou em palavras algo para lá de obvio, mas as vezes a coisa mais difícil de se ver é o que está de frente a nosso nariz. Bastou isso para a velha consciência da finitude me atingir como um soco no estomago capaz de dilacerar minhas forças e embaçar todo o azul do céu de verão.

Se eu fosse conversar com minha mãe agora, sei que ela diria que isso tudo é besteira e me lembraria da possibilidade de Pai viver muitos anos mais, afinal ele não bebe regulamente, não fuma, dorme bem, é sexualmente ativo até demais para todos os gostos e é feliz. E ainda pode ser que minha mãe emendasse dizendo que a morte só quer uma desculpa por isso qualquer um de nós pode muito bem ir antes dele com toda a facilidade do mundo.

Mas, nesse momento não consigo assimilar essas conclusões simples, minha mente não funciona com clareza. Sinto-me apenas perdida e medrosa em relação a chegada desse dia terrível no qual as minhas pessoas queridas serão apenas lembranças.

Talvez por ainda estar de luto pelas pessoas que se foram de forma trágica naquela boate em Santa Maria (Qual brasileiro não sofreu ou está sofrendo com aquelas famílias?), pelas fragilidades naturais da TPM ou por qualquer outro motivo o certo apenas é que nesse momento computo em pânico apenas a sensação de não está definitivamente preparada para a chegada desse dia terrível no qual as minhas pessoas queridas serão apenas lembranças.

Alguém está?

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Agradecimentos e resultado do sorteio!!!

Passado o momento da blogagem coletiva vem o momento de agradecer a todos e todas que me deram a honra de participarem da brincadeira e claro, divulgar o resultado do sorteio!

Agradeço aos que participaram fazendo as postagens e compartilhando conosco um pouco do seu universo infanto-juvenil e aos que não participaram mais leram algumas das postagens e comentaram enriquecendo ainda mais a experiência.

Foi muito bom contar com vocês e espero que novas blogagens e novas experiencias virtuais venham a se somar a essas amanhã, nas próximas semana, meses, anos...

E em especial eu não posso deixar de agradecer ao Alexandre do blog "Do que eu quero" a ele eu só posso dizer: "Foi muito bom está com você nego!!! Espero que possamos ser parceiros em várias outras experiencias virtuais e concretas!!! Obrigada por ter feito o banner e pela parceria!!!"


Agora vamos aos sorteios!



Sorteio 1: o livro "Enquanto alguns dormem" do Christian V. Louis escrito em parceria algumas blogueiras que vai para:

O número 9 dos textos da blogagem corresponde a: Lane Lee do blog "Flor D'Lane".


Sorteio 2: o livro "Um pouco de nós" construído a partir do concurso de contos promovido pela Elaine Gaspareto vai para:



O número 12 corresponde a Michele Lima do blog "Notas de Rodapé"

Parabéns as meninas que ganharam!


E sim, antes que eu conclua o post, um obrigada especial a Irene, minha querida Mamyrene pelo selo muito fofo!!!


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P.S.: Na hora de criar a lista de participantes no Add Your Link eu cometi um erra então para que os links dos participantes ficassem visíveis eu tive que alongar a página, mas passada a blogagem vou fazer o blog voltar ao normal.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Blogagem Coletiva: Herói ou heroína da infância


Me pareceu adequado comemorar de alguma forma o aniversário do blog com uma blogagem coletiva o que não me parece adequado é na multiplicidade de personagens povoadores de minha imaginação infantil escolher apenas um para fazer parte desse texto.

Embora tenha dito a quem me perguntou que sim, podem acrescentar mais de um herói ou heroína a seu texto, me alto impus a tarefa de falar apenas de um único personagem ou uma única personagem.

E acabei optando pela Lucy ou Hikaru Shidou, personagem de Guerreiras Mágicas de Rayearth, anime produzido pela CLAMP e exibido no Brasil nas manhãs do SBT no tempo que a Eliana ainda era apresentadora infantil. Lembro que a principio assistia esse anime enquanto esperava mainha voltar da escola de Rafaela e os horários oscilavam tanto e demorou tanto repetindo que chegou um tempo no qual eu passei a levar Rafa na escola e assistia quando voltava.

A experiencia de acompanhar a história das três meninas convocadas da Terra para o mundo magico de Cephiro pela princesa Esmeralda foi tão intensa que influenciou de forma significativa a forma como construir minha subjetividade e forma de ver e encarar o mundo. Para mim era fabuloso acompanhar um desenho animado capaz de discuti de forma tão direta amor, liberdade, amizade, fidelidade e responsabilidade.

No meio de tudo Lucy acabou se tornando a personagem principal do anime, mas minha identificação com ela advém do fato dela ser a menor das guerreiras, gostar de usar o cabelo transado (amigas da vida concreta eis o motivo da minha eterna trança), ter um forte senso de responsabilidade, ser uma fofa e claro o Lantis, meu amor de adolescência!

Assistir Guerreiras Mágicas era um momento agradável no meio do tumulto que era minha vida naquela época... Eu não conto porque contar é viver 2 vezes e eu não estou afim de reviver esses momentos em uma época festiva, mas é bom em horas de crise ter como referencia um personagem que enfrenta e vence desafios... Naquela época almejava conseguir superar os desafios como fez Lucy.

Até hoje sou fã, se reeditarem o mangá lidamente comprarei, sempre que vou ao sebo vejo se encontro algo das garotas para comprar e quando a Ana voltar da Alemanha farei uma encomenda de um belo caderno com "As Guerreiras Mágicas" para me alto-presentear.


E antes que me esqueça (até parece que eu esqueceria de dizer isso), obrigada a todos e todas que prestigiam esse espaço! De muitas formas esses espaço também é de vocês!

A quem aprecia a arte de comentar fiquem sabendo que cada comentário é um presente e uma honra, vocês são meus companheiros de virtualidade e espero que esse companheirismo dure!

Aos que gostam de ler e não comentam por apreciarem as virtudes do silêncio, espero que se sintam acolhidos por aqui. Agradeço pela credibilidade de suas visitas, quando se sentirem confortáveis estarei aqui para ouvir vocês!

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