Hoje foi um dia bastante festivo em minha igreja, o conjunto musical foi inaugurado, minha irmã faz parte dele e eu fui convocada a comparecer. Até ai nada de anormal, igrejas tem um calendário festivo grande, grande demais para o meu gosto, diga-se de passagem! O anormal foi que eu decidi me arrumar para a festa de forma normal para o padrão da minha igreja e de forma anormal para o meu padrão!
Incrível como as pessoas olharam pra mim hoje, muitas ficaram sem fala até. As adolescentes, naturalmente mais francas, quase deixaram o queixo cair e fizeram um auê daqueles rsrs...Foi muito engraçado, será que as meninas realmente pensam que nunca subi em um salto agulha na vida e que não tenho nem ao menos um vestido de noite decente no guarda-roupa? Fala sério!!!
A festa foi boa, constatar a reação das pessoas em relação a mim vestida em traje de noite também, mas no final enquanto eu conversava com mainha sobre a nossa igreja local, suas festas, seus problemas e soluções de repente sentimos o peso de uma ausência, a noite teve uma virada em seu sentido.
Ouvi em algum lugar que a morte é uma ladra, verdade, ela nos rouba definitivamente o que temos de mais caro e com o tempo, cada vez mais, começamos a perceber o quão caro é o bem que a morte nos rouba.
Agora estou saudosa de um dos meus amigos que a morte roubou cedo demais de todos nós, ele faz falta na hora da festa, mas faz mais, imensamente mais, falta no dia-a-dia, no cotidiano da escola dominical, nos culto de meio de semana, na rotina de cuidar das crianças, de fazer as coisas acontecer. Faz falta sobretudo na hora de conversar, filosofia, história, sociologia, alegrias, dificuldades, solidão e medo, com quantas pessoas ao longo da vida conseguimos juntar todos esses temas em um conversa???
Nesses momentos de falta é preciso se agarrar a algo que amenize a dor da separação, que ao menos por um pouco de tempo traga nosso ente querido de volta, nesse momento eu me apeguei a alguns textos de meu amigo que foram publicados no Diário de Pernambuco.
Eu lembro quando eles foram publicados, do orgulho que sentimos, todos nós, a gente fez festa, eu disse a ele que aquela certamente era uma forma de garantir um pedaço de eternidade, já que os jornais vão para os arquivos públicos onde mesmo daqui a 100, 200 anos poderão ser lidos, se bem conservados, e com o recurso da net então, nem se fala!
Hoje, lanço mão dessa forma de eternidade que meu amigo conquistou para si, e compartilho um dos textos que foram publicados no Diário de Pernambuco, como ainda estou festejando o aniversário da cidade deixo aqui "O Recife(anos 50) e a pensão de Dona Bombom", atenua minha saudade ler as palavras e sim, posto pq a virtualidade era tema frequente de nossos papos, acho que Felis ficaria até satisfeito de saber que postei algo dele aqui, talvez até tivesse um blog também a essa altura do campeonato. Quem sabe?