domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sabado: um dia para se emocionar!

Não! Chega!  Realmente, realmente hoje eu não sei por onde começar a "falar" o que preciso falar! Tou confusa.... Acontece que esse Sábado foi muito diferente, foi decididamente um dia diferente e cheio de coisas emocionantes em muito graus, tanto que eu não sei por onde começar, bem, talvez uma boa idéia seja começar pelo começo.

Então vamos lá, primeiro o que venho primeiro:

Pois é, eu tenho dois irmãos mais novos hominhos, um é devidamente consanguíneo, um aperreador da estrela, filho da minha mãe e do meu pai e um é adotado \o/. Trata-se de Renato, um amigo do meu irmão que foi chegando, foi chegando até que virou parte da família, tanto que quando chega aqui já vai entrando, se quiser água vai lá e pega, se não tem copo limpo ele lava o copo, se eu tiver de toalha saindo do banho não tou nem ai... Gostamos muito de Renato e acho que o gostar é mutuo. Mas, desde que ele começou a namorar com uma certa menina lá em Fortaleza (eu ouvir alguém dizer uma vez que cunhada não é família é karma: totalmente verdade) ele se distanciou fisicamente um pouco daqui de casa, porque agora tem dois empregos para poder juntar dinheiro e ir passar as férias com ela.

Ontem, ele apareceu aqui e foi aquela festa, aquele reencontro e eis que ele joga a idéia de ir para um rodízio de comida japonesa. Aí eu fiz charme e drama, não quis ir... não quis ir... não quis ir... não ia... Foi nesse ponto da história que Renato deu a tacada final e abriu a carteira e mostrou uma coisa que foi assim, muito inesperada. Bem ao lado da foto da mãe dele, da namorada e da avó tinha uma foto minha. Pegou pesado!!! Resultado, lá fui eu, Renato, Júnior e a namorada de Júnior ao japonês comer sushi, foi uma noite óptima, muito agradável.

E não acabou, chegando em casa, tranquilona, lá fui eu dá uma olhada básica nos blogs, na verdade eu gosto de certas rotinas e há alguns meses que faz parte da rotina dos sábados dá uma olhadinha no blog da Elaine Gaspareto, pq todo sábado ela indica aos seus leitores um blog diferente e sempre gosto das indicações dela.

Ai tomei um susto, eu sou muito mole prá essas coisas e ouvi uma pessoa cuja opinião eu respeito tanto falando tão bem de mim, emocionou lá no fundo, naquele lugar onde as lágrimas de felicidade brotam e os sorrisos de alegria são produzidos. Foi  uma leitura assim linda \o/.

Estou entalada de alegria até agora, fui dormir nas nuvens, encanta... encantada... encantada...


Admirável mundo novo que possui gente assim como a Elaine que está tão longe geograficamente, mas consegue está tão perto dos seus leitores e é tão generosa em suas atitudes que a gente só pode dizer:


sábado, 12 de fevereiro de 2011

Gostos desconexos: você tem???

DESCONEXO: adj. sem conexão; desunido, incoerente, se eu fosse a responsável por escrever o dicionário eu acrescentaria a palavra Jacilene ou Pandora.

Pois é, há algum tempo eu me achava a rainha dos gostos desconexos, nada na minha vida combina com nada. Gosto de coisas que muitas vezes são tão opostas que chegam a dar indigestão. E essa caracteristisca nem sempre é legal, as vezes é uma coisa muita chata. Mas, porém, no entanto, todavia, nem tudo está perdido, recentemente conheci a Mariana Mansur do Blog da Mariana Mansur, ela é igualmente desconexa em seus gostos e adoçou minha vida com um texto onde fala sobre o tema que, claro, trago para a minha Caixa, com todo o orgulho do mundo.

Obrigada Mariana!
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SOBRE GOSTOS DESCONEXOS
Mariana Mansur

Quando eu era adolescente, há praticamente dez anos, eu estudei em colégios que pareciam verdadeiros shoppings. As pessoas, então, pareciam protagonistas de filmes.

Por muito tempo, eu desejei ser assim, exatamente como essas pessoas. A vida alheia me parecia muito convidativa e bem, bem melhor que a minha.

Imaginei como seria estar naquela festa, naquela viagem. Como seria vestir aquela roupa, frequentar aqueles lugares. 

Inevitavelmente, o tempo passou. E eu me dei conta de que essas pessoas eram exatamente como muitos outras aí fora, que gostam do que todos gostam, frequentam os lugares que todos frequentam, dizem as coisas que todos dizem. E que, para se identificar com uma delas, não era necessário um esforço para ser - era preciso, justamente, não ser. Não ter opiniões próprias, não ter nada a acrescentar. Era como estar em alto mar e não nadar, deixar-se ir conforme a maré. 

Descobri, então, algo melhor ainda: eu gosto de gostar dos filmes que eu assisto, gosto de gostar das músicas que eu ouço, das bandas em que eu vou a shows, gosto de gostar de escrever. Gosto de ter em mim esse conjunto de características que formam quem sou hoje, e que passa bem longe da grande massa de pessoas que desejam apenas uma coisa todos os dias: ser igual a todo mundo.

"A mediocridade refugia-se na padronização" - Frederick Crane


Beijinhos!!
Mariana Mansur
Blog da Mariana Mansur

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

RESULTADO DO SORTEIO: BLOGAGEM COLETIVA+PERSÉPOLIS

Pois bem, e chegou a hora de encerrar o ciclo: BLOGAGEM COLETIVA, ou seja, enfim, chegou a hora do resultado do sorteio.

Como já havia dito, usei a tecnologia do papelinho, tentei fazer todos mais ou menos do mesmo tamanho.

Coloquei em um saquinho:

Chamei Rafa, como era 12:00, ela já tava dormindo, se arretou comigo (arretar = um pouco mais que irritar), mas pegou o papel:
Altamente sonolenta, tirei uma foto da cara dela, mas fiquei com medo de ser morta em seguida receio de que ela não aprovasse a exposição de sua imagem aqui!


 Fez a graça e foi dormir de novo!!! Enfim, irmãs mais novas podem ser úteis!!!


E a M@myrene foi a sorteada!!!

E assim, um ciclo se encerra e outro se abre \o/ Vamos embora então, obrigada a todos e todas \o/ Foi uma experiencia ótima e que venham mais como essa pelos anos a fora!!!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Desesperança, esperança e mudanças...

Nos últimos dias eu estive sofrendo de um mal terrível, especialmente para quem é educadora... um mal chamado DESESPERANÇA.

Desesperança é como uma doença que vai e vem e quando ela vem  a tendência é ela se alastra por todo seu corpo e mente intoxica meus sonhos, rouba o azul do céu e o calor do sol, é terrível!!! Terrível especialmente porque sou uma pessoa idealista, trabalho com educação e gosto do meu trabalho, mas ele perde todo o sentido se eu não tiver esperança que a mudança é possível, que haverá um amanhã melhor que o hoje, que algo vai mudar e que no fim haverá alguma luz a iluminar os que estão no túnel.

Sem esperança não faz sentido EDUCAR, acordar cedo, enfrentar o mal humor matinal, as dificuldades da vida, a desigualdade e tudo o mais e eu estava um pouco assim, sem sentido, me sentindo como Cazuza: 

"Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada"

Mas, a Aleska propôs essa ideia de falar sobre esse tema e eu abracei, com esperança ou sem esperança EDUCADORA também é uma daquelas coisas que vc é e pronto, não é algo que vc deixe de ser um dia, sou educadora e tenho responsabilidades e uma delas incluí não desperdiçar uma oportunidade de problematizar a realidade e convidar outras pessoas a fazerem o mesmo.

E enfim, o resultado da Blogagem foi tão bom, foi tão mais amplo do que eu esperava, foi uma experiência tão maravilhosa, tanta gente pensando a respeito do assunto, multiplicando idéias pela rede... tocando em um assunto complicado que é como a Jussara me lembrou tão lindamente em um comentário: "É falando sobre o assunto que combatemos preconceito.".

E o tema continua circulando no folego da blogagem, hoje vi o post da Georgia do Saia Justa em que la conta sobre uma escolha que ela fez em relação a seus filhos que é no mínimo inspiradora, deixo aqui o link. E a postagem da Renata C. no Uma Esposa expatriada onde ela também fala do tema, link aqui.

É claro que eu sei que isso não muda o mundo, mas me dá um pouco mais de esperança na possibilidade de mudança, é como se no concreto brotasse uma mudinha de qualquer coisa verde capaz de iluminar os olhos de uma criança que passa e de fazer alguém sonhar... E toda mudança começa com um sonho.


domingo, 6 de fevereiro de 2011

Sem palavras: Blogagem Coletiva

Tarde quente de Domingo, estou eu aqui altamente sem palavras, o que posso dizer que mostre minha gratidão a todos e todas que participaram da nossa ideia, que toparam o desafio de falar de um tema que não é nem um pouco leve, que é difícil e trás consigo um quilo de questões complicadas demais... tanto que muitas e muitas vezes preferimos silenciar e seguir em frente dando uma de doido, sem ver, sem comentar, sem questionar?
   
Eu e Aleska tivemos um grande sábado \o/ Não só marcado por grandes postagens, mas por comentários maravilhosos, incriveis, que valiam por muitas postagens \o/ Inesquecivel!!!

Aprender novas coisas, rever conceitos, emoção, superação, acho que vi de tudo, cada postagem trouxe um elemento novo ao debate que ficou a cada colaboração mais e mais amplo.. Indo desde a discussão a respeito de um preconceito ao contrario que faz com que as pessoas pensem que deficientes físicos são incapazes ou coitados, passando pela possibilidade que o fazer artístico tem de integrar pessoas diferentes ao convívio social, chegando a necessária lembrança de que a escola hoje muitas vezes se encontra despreparada para receber o aluno cego, cadeirante, surdo etc... e que a professora tem que "se virar nos trinta" para vencer o desafio que é a "Educação Inclusiva"

Foi tudo muito agradável, a blogagem terminou sendo uma experiência muito doce, inesquecivel.

Durante a semana estarei fazendo o sorteio do livro entre os participantes da blogagem, uma vez mais digo obrigada a todos e todas eu queria dar a vocês "o céu meu bem e o meu amor também"!


sábado, 5 de fevereiro de 2011

Blogagem Coletiva: Possibilidades para inclusão de portadores de necessidades especiais!

A idéia de fazer essa blogagem coletiva não foi minha, essa idéia foi da Aleska, mas eu topei pq o tema me interessa, ia escrever um texto e falar sobre uma das pessoas que mais amo no mundo, uma menina linda de 18 anos que luta muito pela vida, a Thalita, que é mais que é uma  prima, ela é minha amiga .

Thalita é uma pessoa incrível, ela é uma heroína, tem dificuldade para andar, falar e alguma dificuldade cognitiva também, mas ela é dura viu, vence todo dia um leão e pratica esporte (capoeira), faz fisioterapia, fono, estuda na escola formal e enfrenta os preconceitos sem perder a ternura.

Outro dia alguém da minha família questionou: "Pra que essa menina vai a escola?". Bem, a resposta óbvia é também curta: é porque é direito dela, não é um favor, ela tem direito a educação de qualidade condizente com as necessidades dela!

E sim o que a Adriana do "CAIXINHA DA ADRI" escreveu expressa bem o motivo pelo qual eu defendo a pertinência da educação especial, por uma questão de sorte eu tive contacto com o texto antes do dia da postagem e pedi a ela para postar aqui hoje, nele ela fala sobre o exemplo do "Eduardo" que serve muito bem para dizer que ser portador de necessidade especial não tem nada haver com ser incapaz.



Sucesso, apesar da deficiência: é possível?


Antes de casar e morar fora do Brasil eu queria dar um novo rumo à minha vida e comecei uma segunda faculdade, a de Direito. Havia um colega que fazia apenas algumas disciplinas, mas cuja presença era marcante; vou chamá-lo de Eduardo, para preservar a sua privacidade. Ele era deficiente físico: sua mãe teve problemas no parto e ele nasceu com uma deformidade nas pernas, mas o seu intelecto era perfeito.

As pessoas o olhavam com um misto de pena e distanciamento, pois o seu aspecto, à primeira vista,  assustava  realmente. Ele não podia se locomover sem a ajuda das muletas e a maioria das suas provas tinha de ser feita oralmente, pois não coordenava bem o braço direito.

Com o tempo, fui conhecendo-o melhor já que, pela sua dificuldade em copiar as matérias, ele pedia os meus cadernos emprestados. Conversávamos sobre diversos assuntos, então fiquei sabendo que era filho único, que o pai os havia abandonado, que a mãe o criara sozinha, com muita dificuldade, fazendo serviço doméstico, e que ele cursava somente 3 matérias das 6 da grade curricular porque era o que podiam pagar. Era admirável o modo com que lidava com tudo isso, sempre sorridente, e de bom humor!  E, como se não bastasse tudo isso, ele era letrista de músicas folclóricas! Tanto humanismo em um corpo tão frágil!

Quando li a proposta de postagem das donas do blog entrei em contato e perguntei se poderia escrever sobre uma pessoa que, para mim, foi um exemplo de vida. Já que não tenho mais nenhum contato com deficientes físicos nem com seus cuidadores. Elas concordaram, então aqui compartilho com vocês a bela história do Eduardo.  Não tive mais notícias dele, não sei continua a faculdade, mas, com certeza, ainda não a concluiu. Porém, nem isso o incomodava pois, em suas próprias palavras, “É só uma questão de tempo, eu vou devagar, mas vou,  um dia desses eu chego lá!”

Um abraço,

Adri
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Recife, 08 de Julho de 2011.


Na época dessa blogagem eu era uma pessoa inexperiente com blogagens colectivas, ainda sou, mas era mais, então não coloquei todos os links dos posts das pessoas que participaram dessa aventura comigo!


Eu sei, pode me chama de burra, eu mereço!

Agora estou tentando fazer esse esforço, lentamente vou buscando post por post para deixar aqui o linck:


ESCOLA VIRTUAL PARA PAIS

CURSO LIBRASNET 

SONHOS, TEORIAS E PALAVRAS:  PARTE 1 e PARTE 2 

DESCONSTRUINDO A MÃE


LOST IN JAPAN


M@MYRENE

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Nutrir, mas não só de leite!

 

 Nutrir a criança? Sim.
Mas não só com o leite.
É preciso pegá-la no colo.
É preciso acariciá-la, embalá-la.
E massageá-la.

É necessário conversar com a sua pele,
Falar com suas costas
Que têm sede e fome,
Como sua barriga.

Hoje realmente a vida recomeça a pegar no tranco, a voltar a seus eixos normais... O ano letivo teve sua abertura oficial, começamos com formações, as crianças ainda não voltaram a sala de aula, mas a parte meu mau-humor de segunda, o ano já começou bem para mim, afinal começou com esses versos de Frédérick Leboyer que reproduz tudo o que eu acredito quando o assunto é o cuidar na educação infantil!

Isso é o melhor do cuidar, é ser grudenta, pegar no colo, cheirar, amassar, brincar, falar com as costas da criança, sentir aquela pele deliciosa nas mãos, segurar aquele milagre feito carne e andando no meio de nós, obviamente que eu sou infinitamente menos delicada que essa pessoa que está na foto, mas as crianças gostam táh! 

O importante é sentir TUDO, viver tudo, sorrir muito com os pequenos, aproveitar que os problemas podem ser resolvido com um pouco de colo, dengo, uns cheirinhos, poucos apertinhos e  "táh bom tia!" com aquele sorriso de gente sem vergonha e aquela voz doce.

Eu sei que eu exagero um pouco, mas se exagero é porque sei que quando o assunto é amor é sempre melhor dá demais do que de menos e quem me dera que eu pudesse aliviar as dores de metade dos meus entes queridos simplesmente colocando eles no colo, dando uns cheiros, uns apertos e eles dissessem: "Táh bom Jaci, passou!", o mundo seria bem mais fácil, eu dormiria muito melhor e infelizmente a verdade é que eu não consigo resolver nem meus problemas...  Logo, só me resta curtir meus bebes...
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P.S.: Não gosto de dar conselhos as  mães, pq elas acham sempre que nós não sabemos de nada, mas, se por acaso vc tem filhos, se eu fosse você ia aproveitar cada minuto, cada segundo possivel nutrindo ele de todo carinho do mundo \o/ Eu sei que educar não é só isso (ah, se sei!), mas tocar, cheirar, apertar é a melhor parte, curta isso!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Segunda-feira!!!



É, pois é, néh?!?!? Fim de férias... De volta a rotina de todo dia... Acordar cedo, dormir tarde... Ler o que eu não quero... Minha vida estava tão boa... Trabalho de meio expediente... o resto do dia livre... acorda a hora que quer...

É, mas o ano letivo começou e a primeira segunda-feira chegou com tudo... Eu gosto do meu trabalho, mas também estava gostando das minhas férias \o/


E sim, eu detesto Segunda-Feira! Pense em um dia que me da até uma angústia... 

Eu concordo com o Garfield, o ar da segunda da alergia, já acordo sufocada, angustiada, tudo de novo, as mesmas mães ignorantes, as mesmas mães que pensam que você é uma idiota, a mesma gestora insuportável, as mesmas dificuldades de estrutura, o mesmo salário triste...

Depois Rafa pergunta pq o despertador do meu celular é They Say. É tão óbvio, meu mal-humor matinal precisa desse tônico, depois eu vou no ônibus escutando Sérgio Lopes para ter paciência e Cazuza, pq... ah, pq eu gosto de escutar Cazuza.


E sim, é preciso ter muita paciência para aguentar o aperto, as cutuveladas na cara, a péssima qualidade do transporte urbano, o calor matinal, aquele congestionamento monstro de todo dia, alguém que sempre acerta o foco da dor do meu ombro...

Uma vez alguém me disse que eu devia ficar feliz, afinal "eu tenho ombro pra doer, tenho emprego, não sou apenas eu que sofro no transito, no ônibus...no aperto...".


Tudo verdade!!! Só que na segunda, jogo do contente não dá, não consigo da uma de Poliana no primeiro dia da semana... a partir da terça a coisa já melhora, mas na segunda... realmente não dá, não sou eu, é ela... Segunda não devia existir, mas já que existe devia ser feriado!


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Recife, 03 de Julho de 2011.

É impressionante como todo domingo e toda segunda esse post sempre é super consultado... Na verdade eu mesma morro de vontade de repostar ele toda segunda-feira....

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Um encontro com o Carnaval!

Pois é, hoje, andando pelas ruas do centro do Recife eu topei com o Carnaval, personificado na sonoridade do frevo ele sorriu para mim largamente, mas, tragédia das tragédias, seus olhos estavam tristes.

Eu explico:

Graças a minha orientação religiosa eu não brinco o Carnaval e nem sou uma grande fã, mas moro em Recife e todo recifense sente o Carnaval de alguma forma e tem algo que marca os carnavais de sua infância  e uma opinião a respeito da festa e de seu significado: orgia, bagunça, a melhor coisa do mundo, exemplo de diversidade cultural, alegria, alienação, gasto desnecessário de dinheiro público, um feriado legal... etc... E olha, néh que para mim o Carnaval é "um frevo que sorri com olhos tristes".

Acho que tenho essa ideia por causa do meu pai que sempre escutava o Moacir Franco cantando Turbilhão desde o Natal até a Pascoa, em todas as bebedeiras dele tem obrigatoriamente que tocar,  e, por incrível que pareça, eu gosto dessa canção, escutando o frevo lembrei dela.

Turbilhão sempre me parece uma musica melancolicamente verdadeira, não fala do Carnaval, ela fala da vida... Ele coloca o Carnaval como uma metáfora da vida, por trás do barulho agitado, da correria desvairada das pessoas, das festas, alegrias, trabalhos, lutas, bagunças, dos sorrisos, da busca incessante por um sentido para tudo a gente vive apenas escondendo as muitas dores com fantasias, correndo atrás de uma Colombina que está sempre um passo a nossa frente, corremos e nos cansamos, então paramos, respiramos, pensamos em esquecer... Esquecer? Que nada! Só estamos recarregando para continuar, para recomeçar nossa caça as "colombinas azuis".

Queria dizer alguma coisa a mais, algo que lembrei enquanto caminhava ouvindo o som de Turbilhão pelos ouvidos da memória. Algo me fez ver no céu tons de lilás, mas não estou encontrando as palavras certas... Então vou terminando esse post com a letra e a canção, acho que vale a pena ouvir, meu gosto musical não é, nas palavras da minha irmã, "essa coca-cola toda", mas essa não é das piores.




Moacir Franco - Turbilhão

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Turbilhão
Moacir Franco

A nossa vida é um Carnaval
A gente brinca escondendo a dor
E a fantasia do meu ideal
É você, meu amor

Sopraram cinzas no meu coração
Tocou silêncio em todos clarins
Caiu a máscara da ilusão
Dos Pierrots e Arlequins

Vê Colombinas azuis a sorrir laiá
Vê serpentinas na luz reluzir
Vê os confetes do pranto no olhar
Desses palhaços dançando no ar

Vê multidão colorida a gritar lará
Vê turbilhão dessa vida passar
Vê os delírios dos gritos de amor
Nessa orgia de som e de dor

La lalaia lalaia lalaia



"Persépolis, vol. 1" de Marjane Satrapi


Eu comprei minha edição de Persépolis há uns três anos atrás, um pouco antes de ter saído o filme francês que tratava da mesma história e eu estava tão atolada de coisas para fazer que só agora depois da faxina de Dezembro quando eu reencontrei minhas duas edições, o volume 1 e volume que tem a história completa., que tive tempo de terminar de ler tudo, tanto que ainda estou entre encantada com a história e digerindo ela.

Persépolis é um trabalho lindo, com ele Marjane Satrape brincando de contar sua história, acaba contando  uma face da história do seu povo, dos Iranianos descendentes dos antigos e poderosos Persas. E sim, quando os artistas decidem contar episódios da história de seu povo é sempre bom a gente se segurar, pq costuma sai dessa experiência coisas muito boas.

Ela coloca a gente pra fazer uma viagem que começa quando os árabes invadem a Pérsia em 642 d. C. e derrubam a dinastia dos Sassânidas, passa pelo século XII e os mongóis, caminha pelas idas e vindas dos mundo muçulmano, chega nas Guerras do século XX e cai em 1980, um ano após a Revolução islâmica e enfim chega a garotinha fofa que ela era aos 10 anos de idade.

Então a gente conhece uma menina iraniana  "normal" que vive o inicio de uma revolução com toda as suas problematicas e é isso mesmo que ela mostra com seus traços vigorosos e seu bom humor, tanto que o primeiro "capitulo" diz respeito ao uso de véu, que em 1980 passou a ser obrigatória e como as crianças encaram isso de forma super descontraída na escola sem entender o porque daquela novidade, aliás, as questões referentes ao uso do véu vão ir e voltar nessa história todo o tempo e geram de boas piadas a boas reflexões.

No mais a família de Marjane não é uma família tão comum assim, eles eram, nas palavras de Marjane, até que modernos, possuem uma posição economica consideravelmente boa, então ela tem acesso a cultura e se percebe que na vida dela desde cedo fé, politica, economia e diferentes visões da História se misturam de um jeito tão louco que sonho de infância dela era ser profeta.

Ela pensava em ser a primeira Profeta mulher e ao mesmo tempo admirava os grandes heróis socialistas da década de 80 do século XX. Tipo, Che Guevara, Fidel e Trotsk, chegando até a achar semelhanças entre Deus e Marx. Aliás, é verdade que as representações comuns de Marx são muito parecidas com as representações clássicas de Deus como homem velho e barbudo.

E essa coisa de mostrar ângulos diferentes, pessoas diferentes e junções subjectivas meio estranhas como Marx e Deus dialogando e uma menina que quer ser profeta, mas admira Fidel Castro são coisa que me fizeram amar Persépolis de cara.

Logo de cara fiquei fascinada, achei que os quadrinhos eram um ótimo recurso didático, já que trata de história de uma forma descontraída e real, mostra o macro das grandes propaganda estatais e o micro das reações das pessoas a elas, as peculiaridades da cultura persa, a forma como as pessoas reagiam a revolução, ao menos as pessoas da classe média.
Satrapi se permite falar de tudo; da revolução que tirou  o Rei do poder; das subtilezas do regime islâmico que impôs depois dele; das mulheres e dos homens em seu cotidiano; das estratégias que as pessoas tinham para conseguirem ter mais liberdade; de quando sua família assustada com bombardeios e perseguições durante a longa guerra Irã x Iraque envia ela com 14 anos para a Áustria e o que aconteceu por lá; da sua depressão pós-guerra; da bagunça que fica quando 1 milhão de pessoas são mortas, tantas outras são mutiladas e família ficam destruídas no espaço de oito anos; da vida nas universidades; da vida familiar: namoro, casamento; das relação regime x população; do processo de alienação cultural; do que choca e do que emociona.
 
Enfim, eu sou suspeita para falar porque gostei muito desse trabalho e fiquei/estou com muita vontade de ver o filme e tudo o mais e foi porque tenho como tenho  o volume completo, acabei decidindo sortear o meu volume 1, entre as pessoas que se propuserem a participar da blogagem colectiva que a Aleska e eu decidimos fazer no dia 5 de Fevereiro.

Ah, ilustrei essa postagem com algumas passagens do livro que achei interessante e que mexendo aqui e acula até cabem bem em uma possível aula de história. E sim, é só clicar em cima que aumenta. Ah [2], engraçado, sempre acho biografia um gênero textual bastante chato, no entanto misturando Quadrinhos, franqueza, notas históricas e bom humor fica até legal!!!