quinta-feira, 12 de abril de 2012

Propagandas fofas...

Bem, as pessoas, empresas e derivativos que fazem propagandas nem sempre são muito éticos, verdadeiros ou coisas do gênero... Isso é fato, mas venhamos e convenhamos que publicitário é um bicho cuja criatividade é difícil de contestar.

Uma vez ouvi um publicitário dizer que não é o segredo que é a alma do negócio e sim "A propaganda do segredo é que a alma do negócio!"

Hoje, tive mais uma daquelas tardes no arquivo e em meio aos documentos propícios a minha pesquisa fui observando algumas propagandas muito fofinhas.

Não resisti e fotografei algumas delas e trago-as para a Caixa porque acho uma delicia ver esses vestígios do passado nos contando que a vida já ocorreu de outras formas, que houveram outros presentes, outras surpresas... O passado não é pior ou melhor que o presente é apenas outro tempo.

Ah, antes de ir as propagandas fofas, hoje vi no face a seguinte tira do Calvin:


Bem, história pode até ser um tipo de LITERATURA, mas ficção não é não... O historiador, diferente do ficcionista é limitado pela materialidade da vida. Eles podem até fazer suposições e usar de imaginação em seus textos, mas tem por obrigação amarrar seus pés nos limites do possível enquanto o ficcionista aaaahhh, esse pode voar por mares nunca dantes navegados!

O historiador precisa de suas fontes, seus vestígios do passado, para falar o ficcionista precisa apenas de sua imaginação.

E sim, é possível conhecer, apenas não podemos achar que chegamos a verdade última. Mas o conhecimento, ainda que limitado e fracionado, é conhecimento e não pode ser desprezado antes tem que ser eternamente analisado, pensado e repensado.

E sim, agora vou as propagandas fofas encontradas no Diário de Pernambuco de 1887:

Propaganda de remédio para tosse, há quem diga que no século XIX as crianças eram vistas como pequenos adultos, as vezes eu duvido dessa ideia, e acho que apenas as crianças pobres eram vistas como mão de obra em potencial e propagandas assim me fazem pensar mais ainda nessa hipótese.


Eu não tenho a minima ideia do que vem a ser essas pilulas, mas esses cavalos me pareceram fofos.


Essa serpente saindo da taça ficou uma coisa rica, vamos lá o desenhista caprichou!!!


Aaaahhh... Essa propaganda é claramente enganosa... Mas me faz pensar que problemas com cabelo não são coisas de hoje...


Essa eu achei fofa porque mostra o cuidado com a pequena infância, a mulher cuidando do bebê!!!


Maquinas assim só me lembram da infância na casa de Mãe (avó materna), ele é costureira... Acho lindo maquina de costura!


Gente esse Óleo é praticamente o elixir da vida néh?!?! Mas o que mais me surpreendeu é que a Emulsão Scott passou do século XIX, atravessou o XX e ainda existe... Rapa, eu acho que vou começar a tomar esse óleo!


E sim, a propaganda de produtos dentais desde 1887 prometendo mundos e fundos em proteção contra caries e cura para a dor de dentes... Ah, detalhe o produto podia vim em liquido e em pó, além de em pasta.


Essa imagem não é de 1887, acho que é de 1886, acho linda por mostrar tanto um homem quanto uma mulher manejando a câmera fotográfica.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Sou Fã \o/


Eu não sou uma pessoa muito imparcial, eu sou um tipo que é meio fã de muitos escritores passados, inúmeros personagens, alguns cantores, pouquíssimos atores, da minha mãe e avós, de várias tantas pessoas com as quais convivo concreta e virtualmente e atualmente eu acho que sou fã do Kevin...

E sim, claro que eu vou explicar de qual Kevin estou falando, abri esse post justamente para falar sobre ele.

O Kevin é um personagem de uma história escrita pelo jovem autor Christian V Louis, a história chama-se "Ironia do Destino" e tem uma particularidade interessante, ela não foi contada em um livro convencional, ela está sendo contada através de um blog com o mesmo nome.


Eu conheci o Ironias, durante uns dias de tensão, as vésperas de concluir minha pesquisa documental minha câmera digital resolveu quebrar, minha qualificação as portas, um nervosismo alto, sem consegui estudar. Entra em blog, sai em blog, cai nessa experiência virtual do Christian, li o prologo, gostei de cara do texto, embarquei na aventura.

Acabei lendo a história até o 10º capítulo, em menos de uma semana alcançando os leitores que acompanham desde o principio.

Detonei na leitura toda a minha tensão e virei fã do Kevin, ele deve ser o gótico mais fofo que conheci, embora eu realmente não tenha conhecido muitos góticos, é meio nervosinho as vezes, mas isso não diminui sua fofura.

Sim, a parte minha tietagem descarada com a história, tenho que dizer que o texto do Christian é organizado de uma forma muito interessante, ele me lembra as romances do séculos XIX que eram publicados nos jornais, como os livros de José de Alencar e de Dumas.

Cada capitulo/post é composto de altos e baixos emocionais sendo concluído com uma situação que deixa um sabor de quero mais, um certo suspense no ar a ser dissolvido no capitulo seguinte.

Gosto de como cada situação é trabalhada, dos diálogos dos personagens, da forma como as situações acontecem e como conseguimos visualiza-las, elas são possíveis e os personagens vão se desenvolvendo na história quase que sem pressa, naturalmente.

Acompanhar um romance capitulo a capitulo através do blog e conversar com o autor sobre o texto tem sido uma aventura deliciosa, algo inédito na minha vida blogueira. O Christian é um rapaz extremamente educado e eu já sou suspeita para falar, pois ele tem uma das qualidades que mais aprecio em amigos: ele suporta muito bem meus momentos de, nas palavras da Ana Seerig, "ataques de fofura", aquelas horas constrangedoras nas quais declaro minha afeição por ele em publico, chamo o bichinho de "Menino Velho", fofo e derivativos, a Ana foge para as montanhas...

Ah, apenas para concluir esse registro, deixo aqui minha critica ao Christian, na minha imaginação o Kevin não tem muito haver com o rapaz da foto que ele escolheu para ilustrar o blog, para mim o Kevin é um gêmeo do Kamui de X-1999.


E sim, antes que eu me esqueça, o Christian escreve o blog Escritos Lisérgicos, também é autor de 11 noites insones .

sábado, 7 de abril de 2012

O que o coelho trouxe...


Não, eu juro que não ia postar nada sobre a Páscoa e derivativos... Massssss... O coelho me fez uma visita e eu não posso deixar de comemorar, registrar... Sei lá \o/

Sim, o Coelho da Páscoa existe e ele não trás ovos ele trás livros \o/




E sim, já que acabei fazendo o post, aproveito para desejar Feliz Páscoa a tod@s!!!
Que possamos nos lembrar de Cristo, renovar nossa fé e celebrar a Esperança, afinal Ele Ressuscitou \o/

terça-feira, 3 de abril de 2012

Algo novo no ar: sobre Solano Trindade...


Solano Trindade foi um poeta recifence, todos que falam sobre ele acham muito importante dizer que ele era negro, nasceu no em 24 de julho de 1908 no inicio do século XX no bairro de São José, viveu também em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul. Além de poeta, foi pintor, teatrólogo, ator, folclorista, marxista...


Para mim o interessante de Solano é que se a gente fizer as contas e forçar a memória vai perceber o fato de que a escravidão ter chegado ao fim em 1888, logo em 1908 a memória dessa condição social era recente. Solano viveu uma época na qual homens e mulheres pobres e de cor (das diversas cores) viviam expostos a uma fragilidade social latente.

Fazendo as contas mais uma vez, perceberemos que Solano viveu sua juventude durante a época do Estado Novo, um período no qual os livros de História, em especial os didáticos, falam de um período de prosperidade econômica alavancado pelo Estado Novo, não é bem isso que a poesia de Solano registra, não é bem isso que se vivia nos subúrbios das grandes cidades brasileiras.

Eu sou fã da poesia de Solano Trindade por diversos motivos, mas o mais latente é porque ela me lembra que nós não precisamos ser vitimas de situações adversas. Nós podemos ser guerreiros, nós podemos lutar, por a boca no mundo, fazer algo.

Reza a lenda, ou assim ela me foi contada, esse poeta, nasceu pobre, além de negro, em um local no qual a escravidão foi um realidade latente, mas Solano não usa sua pena para lamentar e sim para lutar por um mundo melhor para homens e mulheres de todas as cores. Em sua poesia Solano denunciava que, a parte o mundo cor de rosa da propaganda do Estado Novo, havia gente com fome em trens sujos na Leopoldina, lançou um novo olhar sobre a história dos negros no Brasil equiparando o Quilombo dos Palmares as histórias de Homero e aos Lusíadas, ajudou a transforma Zumbi em herói da resistência negra.

A proposito, sobre o titulo do post, no qual eu falo sobre algo novo, já há alguns anos eu pesquiso sobre esse tipo de literatura engajada, produzida por homens e mulheres de cor, mas hoje pesquisando um pouco mais sobre Solano para produzir material para um nova empreitada pedagógica, descobri coisas lindas produzidas a partir de sua poesia circulando pela net, isso não estava aqui há três anos atrás.


Eu amei o que encontrei, então trago para minha Caixa com a esperança renovada na possibilidade de construir um mundo mais justo, no qual a renda seja melhor distribuída e não haja miséria espalhada entre milhares de homens e mulheres de todas as cores...





sábado, 31 de março de 2012

Blogagem Coletiva: O nosso jeito Esquisito.

A ideia dessa Blogagem coletiva não foi minha, foi da Aleska do Diários de bordo, mas eu vou divulgar a ideia. E como o texto da Aleska ficou excelente decidi transcreve-lo na integra!


"INEXISTE NO MUNDO coisa mais bem distribuída que o bom senso, visto que cada indivíduo acredita ser tão bem provido dele que mesmo os mais difíceis de satisfazer em qualquer outro aspecto não costumam desejar possuí-lo mais do que já possuem. E é improvável que todos se enganem a esse respeito; mas isso é antes uma prova de que o poder de julgar de forma correta e discernir entre o verdadeiro e o falso, que é justamente o que é denominado bom senso ou razão, é igual em todos os homens; e, assim sendo, de que a diversidade de nossas opiniões não se origina do fato de serem alguns mais racionais que outros, mas apenas de dirigirmos nossos pensamentos por caminhos diferentes e não considerarmos as mesmas coisas."
(Renné Descartes)

Não sei se já falei dele aqui, mas Descartes é um dos meus queridos mestres. Farei um post algum dia explicando meu encontro com ele.

O ponto é: como Descartes disse, todo mundo tem bom senso, mas possuem caminhos diferentes para seguí-lo. No cotidiano vemos pessoas lidando com as coisas de forma muito semelhante à nossa, mas também vemos pessoas fazendo exatamente o contrário. O que fazemos então? Taxamos a pessoa de "o esquisito", mas acredito que haja lugares onde o esquisito seja mais normal que nós, e o nosso jeito de pentear o cabelo, por exemplo, seja muito mais extravagante que o deles.

Isso já aconteceu comigo algumas vezes. Tipo quando eu descobri que comer batata frita com sorvete era gostoso. Na minha família todo mundo achou que a ideia era do outro mundo, mas no pré-vestibular encontrei gente que gostava também, e quem não gostava acabou sendo "o esquisitão".

E isso é legal. às vezes traz desconforto, mas em outras vezes dá aquela sensação boa de compartilhar algo com alguém. Você já se sentiu esquisito? Provavelmente sim, que tal contar pra gente na blogagem coletiva na segunda feira dia 12 de abril de 2012?