terça-feira, 15 de outubro de 2024

A Saga da Mulher Maravilha, vol. 1 - John Byrne


Sem sombras de dúvidas a Mulher-Maravilha é meu personagem favorito do mundo dos heróis e heroínas. Audaz, forte, digna, guerreira e diplomata, culta e valente. Amo e estou constantemente buscando boas histórias dela para ler e colecionar, então quando vi surgir no horizonte as edições da "Saga da Mulher-Maravilha" com a reedição da Clássica Fase do divertidíssimo John Byrne me senti no céu das colecionadoras.

John Byrne é um roteirista de linguagem ágil que gosta de contar histórias muito dinâmicas cheias de batalhas e aventuras. Essa não é a primeira vez que encontro ele nas páginas de quadrinhos, ele entrou na minha através da leitura do Omnibus "A Sensacional Mulher-Hulk" e ganhou meu coração sem fazer grande esforço.


Byrne gosta de escrever sobre mulheres poderosas sem desconstruir ela. E se já considerava ele um autor consciente do quanto o "Mundo do Quadrinhos" é machista, nesse vol. 1 da "Saga das Mulher-Maravilha" que reúne as edições 101, 102, 103, 104, 105 e 106 da revista mensal "Wonder Woman" publicadas entre Setembro de 1995 e Fevereiro de 1996 passei a vê-lo também como aliado na luta pelo empoderamento feminino e superação da misoginia.

Diana está um verdadeiro arraso nessas páginas. Ela enfrenta soldados armados dos pés à cabeça, bate muito em gente do mal, repele balas usando seus braceletes e tudo isso com um sorriso de satisfação no rosto. 


Tem aquele lado do fanservice mostrando todo o corpo da heroína, mas perdoo pela forma como ela parece sempre muito satisfeita ao usar sua super força com maestria para vencer os obstáculos impostos a ela. A Diana do Byrne é uma personagem que não hesita diante dos desafios e sente satisfação pela vitória alcançada. Acho esse ar de satisfação consigo mesmo da personagem uma postura inspiradora, pois sentir autossatisfação pode ser algo desafiador em si mesmo para quem é mulher dentro de uma sociedade com pessoas que ainda pensam no feminino como  algo frágil, humildade e pronto para a submissão.


Indo para as aventuras contadas neste volume, acompanhamos a Princesa das Amazonas vivendo em Gateway City ajudando a polícia local a enfrentar questões ligadas a criminalidade cotidiana quando de repente aparecem criminosos portando armas muito mais tecnológicas e poderosas do que seria esperado deles. Depois de botar os criminosos em seus devidos lugares Diana vai investigar quem é o fornecedor desse tipo de armamento e descobre ninguém menos que o Darkseid, o vilão cósmico que governa o Planeta Apokolips.


Com um vilão de nível cósmico a história ganha novas nuances e Diana tem que mostrar cada vez mais quais são os limites de sua super força e tenacidade diante das dificuldades. A luta começa na cidade de Gateway, vai para o Planeta Apokolips e termina indo para na Ilha de Themyscira com um final eletrizante e dramático. Porém, seja onde for, a Mulher-Maravilha vai mostrando seu poder, seu heroísmo, sua determinação, sua busca por uma melhor versão de si mesma, enfim seu protagonismo.
"É tempo de olhar para frente, não para trás. Fui algo a vida inteira. E, agora, finalmente posso ser... outra coisa. Suspeito que essa versão será a mais próxima do meu verdadeiro eu do qualquer outra antes." (pág. 98).

Antes da última página vamos ver o Byrne encerrando o conflito da Mulher-Maravilha com o Darkseid e iniciando outra aventura onde ela vai procurar emprego no Museu de Antiguidades Culturais de Gateway City e enfrentar a Morgana Le Fay.

"Muito abaixo, a mão cinzenta do inverso envolve a concentração urbana de Gateway City, mas aqui, acima das nuvens e da poluição da cidade, o ar é tão limpo e cortante quanto a espada de um guerreiro. E é uma guerreira que singra o vento, sentindo agora uma LIBERDADE que, ela se dá conta, lhe escapou por muito tempo. Ela passou por provas de fogo, tragédias e traições e, como dizem os sábios, se fortaleceu com a jornada. Ela perdeu sua família e seu lá, bem como o conforto protetor das tradições e história, mas conquistou muito mais. Ela é, agora e sempre, a Mulher-Maravilha." (pág. 123)


O futuro a Deus pertence, mas pretendo seguir acompanhando os próximos volumes da Saga da Mulher-Maravilha. São histórias muito bem escritas, leves, divertidas e empoderadoras.

Um comentário:

  1. eu nao sou muito de super heróis, mas gosto tb da mulher maravilha e da mulher gato. agora junto a elas a mulher rei. beijos, pedrita

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