sexta-feira, 30 de junho de 2017

Não há palavras [Citação 013]

"Não é verdade que há palavras para tudo. Também não é verdade que sempre se pensa em palavras. Até hoje há muitas coisas que não penso em palavras, não as encontrei, não no alemão do vilarejo, não no alemão citadino, não no romeno, não no alemão oriental ou ocidental. E em nenhum livro. Os meandros interiores não coincidem com a linguagem, eles nos levam a lugares onde as palavras não podem permanecer. Muitas vezes é o decisivo, sobre o que não se pode dizer mais nada, e o impulso de falar a respeito é bem-sucedido porque ele passa ao longe. A crença de que falar destrincha os emaranhados só conheço do ocidente. Falar não concerta nem a vida no milharal e nem aquela sobre o asfalto. Também só conheço do ocidente a crença de que não se pode suportar o que não tem sentido." (Herta Müller)

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Solar: História de Origem [HQs]


Um das minhas paixões literárias mais brilhantes é a tal da História em Quadrinhos, desde criança tenho vontade de ter uma coleção gigante de HQs, mas preciso confessar: nos meus sonhos a coleção era feita de mangás. Só nos últimos anos comecei a olhar com afeto para o formato ocidental e passei a colecionar Graphics Novel, Marvel, DC e os autores nacionais.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Peter Pan de J. M. Barrie [Literatura Infantil]

  
Se eu tivesse me auto-desafiado a ler e resenhar clássicos da literatura infantil e contos de fadas em 2017, não estaria lendo e resenhando com tanta frequência esses gênero. Como não me auto-desafiei, aqui estou para comentar mais um clássico da literatura infantil.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Princesas, Bruxas e uma Sardinha na Brasa [Literatura Infantil]


Sou apaixonada por contos de fadas, tanto por pura paixão literária quanto por todo potencial didático que o gênero contém em si. Além de seu potencial lúdico, sendo textos gostosos de se ler, também guardam em si muitos dos valores culturais das sociedades que os criaram e portanto são ótimos instrumentos para provocar debates e nos fazer pensar e repensar a vida.

domingo, 7 de maio de 2017

Monstro do Pântano: Raizes [HQs]


Encontrei com o vol. 1 da HQ "Monstro do Pântano: Raízes" integrante da coleção "Clássicos DC" na banca onde costumo comprar mangás e por muito ter ouvido falar desse personagem resolvi aproveitar a oportunidade de conhecer as origens do personagem pessoalmente e adorei.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Sense8 - Primeira Temporada


Não sou uma pessoa muito afeita a assistir séries, fazer maratona vendo milhares de episódios por dia e coisas do gênero. Apesar de ter interesse em várias produções, raramente me pego vendo alguma coisa, hoje, até mesmo ver filmes é uma atividade rara para  mim. Quando alguém questiona o porquê de ter assinado um serviço como a Netflix geralmente eu respondo: tenho irmãos e enquanto eles vem coisas eu fico em paz para ler.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Ícaro [Citação 012]

Ícaro do Recife. Monumento a Sacadura Cabral e Gago Coutinho na Praça 17 no centro do Recife.
"Ícaro! Não é que tenha esquecido de todos os nomes. Lembro-me de Ícaro. Voou próximo demais do sol. Entretanto, nas histórias, valeu a pena. Sempre vale a pena tentar mesmo quando falhamos, mesmo que você entre em eterna queda livre como um meteoro. Melhor ter ardido na escuridão, ter inspirado outros, ter vivido, do que ter ficado sentado nas trevas, amaldiçoando aqueles que tomaram emprestado sua vela e não a devolveram." (Neil Gaiman, em "O homem que esqueceu Ray Bradbury" do livro "Alerta de Risco")
Quando Neil Gaiman resolve escrever para homenagear Ray Bradbury, o incrível autor de Fahrenheit 451 não podia da em nada menos que um daqueles textos incríveis de fazer chorar sozinha ou na companhia serena do gato.


terça-feira, 4 de abril de 2017

Vazia...

Houve uma época na qual eu me sentia mais preenchida, então era mais fácil escrever. Agora me sinto meio vazia então é mais difícil simplesmente chegar e transformar ideias em palavras, frases, parágrafos inteiros.

As vezes também me ocorre de pensar sobre a correção das palavras, dos sinas, da pontuação, da concordância, coesão, coerência etc e isso me afasta mais ainda dos exercícios de escrita.

Sempre me embananei com pontuação, erres, esses, cedilhas e o escambau. Sempre fui de cometer erros de fazer rir e chorar, porém nunca antes minhas deficiência de escrita pesaram tanto. Nem mesmo quando eu escrevia páginas e páginas a mão nas provas imensas do curso de história.

Nessas provas era convidada a dissertar sobre isso e aquilo a luz desse e daquele autor e minha compactor 07 deslizava sobre o papel pautado com uma fúria deliciosa. Eu tinha confiança, amava aquelas provas imensas que demoravam quatro horas de relógio para serem construídas... Hoje me pergunto se seria capaz de fazer esse tipo de coisa e duvido seriosamente.

Eu também já fui amiga das cartas longas... muito longas... páginas e páginas... Nunca fui econômica com nada na vida então não via motivos para economizar palavras e escrevia e escrevia... Faz tanto tempo que não escrevo uma carta que já me causa vergonha. Faz nove meses que tento escrever uma carta para uma amiga e não consigo... escrevo uma página e jogo fora então recomeço... e recomeço... parece mentira, mas é verdade... já tive que comprar um caderno novo porque o esforço dessas reescritas levou um embora.

As vezes acho que perdi a segurança e a substancia... Ainda escrevo resenhas, mas só Deus sabe quanto trabalho cada paragrafo demanda... E o quanto olho as resenhas publicada sentindo que faltou algo e me perguntando o quanto o editor precisou intervir para o texto não ficar de dar vergonha alheia ou vergonha minha.

Eu tento me preencher das coisas aqui e ali, não perco chances de viver uma experiencia nova e quando ela surge vou lá viver... ver... andar... ler... provar... mas as vezes pareço um poço sem fundo. Nada me preenche completamente e o fluxo das palavras no papel, no blog, nos cadernos, nas cartas não anda e me sinto em divida e vazia...

Se isso for um tipo de fase, que fase difícil que é!

Digo a mim mesma "isso também passa", mas tenho dificuldades de me ouvir. Me pego, aliás, descobrindo fascinada o encanto de não ouvir minha própria voz... Uma sensação estranha para quem fala sozinha.

E sim, esse é um daqueles textos confusos que uma pessoa em sã consciência não publicaria, mas eu não mantenho um blog há tanto tempo para posar de pessoa com sã consciência.

Preciso desabafar! Estou desabafando, afinal o silêncio nunca me ajudou a tomar decisões e quebrar a banca. Sou do tipo que precisa gritar, nunca se sabe se alguém está passando pela beira do poço e de repente... sei lá o que pode ocorrer de repente... 

domingo, 26 de março de 2017

Jonas e o Circo Sem Lona


Por esses dias a Tina, que conheci através do Blog da Tina, me contou através das redes sociais a respeito do filme-documentário "Jonas e o Circo Sem Lona" em cartaz no Cinema São Luiz. Obviamente não me permitir perder a chance de ir e, como a experiencia foi significativa, também não me permito deixar de fazer um registro.

O documentário aborda como Jonas, um adolescente cuja família nasceu e cresceu no circo, porém decidiu deixar a lona e seguir outro rumo. Ele simplesmente não se adapta a essa vida sem circo, então, estimulado por seu desejo e apoiado pela avô, decide montar um circo no quintal de casa junto com seu grupo de amigos.


Ao longo do filme nós acompanhamos a experiencia mágica do Jonas de criar e administrar seu circo no quintal em meio ao banho de água fria do cotidiano vivenciado no subúrbio de uma grande cidade colonial.

Nos subúrbios as mães conscienciosas como a do nosso garoto sabem que crianças não podem ser entregues unicamente ao luxo de viver seus sonhos, elas precisam bem cedo encarar as realidades da vida, como por exemplo a necessidade urgente de obter o máximo de educação escolar possível. Toda a rotina vivenciada pelo menino e sua família me foi muito familiar, eu me senti em casa na verdade.


É comovente acompanhar a luta da mãe do garoto para prover sua família e manter Jonas na escola regular. Ela parece está constantemente nadando contra a maré dos desejos dela e dele, mas permanece firme na direção que considera a melhor possível para ele.


É desamparador perceber o quão infeliz o menino é na escola que não desperta nele interesse algum. A educação escolar para ele é um grande blá blá blá sem utilidade muito clara e, naturalmente, ele vira as costas para a escola. Aliás, acho compreensível uma criança/adolescente não compreender a importância da escola ou o quanto ter acesso a ela é um direito duramente conquistado e não uma imposição difícil de suportar. Porém, é muito irritante ver educadores não compreenderem a importância de crianças como Jonas para a escola e simplesmente optarem por carimbar ele com um "não é exemplo para ser seguido".

É muito forte o momento no qual uma das educadoras da escola convida a cineasta para ter uma conversa sobre o Jonas. É triste como o menino por não ter interesse pelos conteúdos escolares é desqualificado por ela. Também acho pesado sobrecarregar adolescente ou crianças com bom desempenho escolar como "exemplos a serem seguidos".

Sempre penso que a crianças e adolescentes deviam ter liberdade para SER e PONTO. Unicamente SER já devia bastar e Jonas É. Só isso já faz dele um personagem e tanto.

O filme está em cartaz até 29 de março nas principais capitais!


quinta-feira, 16 de março de 2017

Pequeno dialogo...


Hoje, sentada nos bancos de pedra do espaço próximo a piscina onde venho praticando natação, olhei para minha companheira de aula e disse:

"Sinto que a melhor parte da minha rotina atualmente é sentar aqui depois da aula nesse vento com essas árvores."

 Ela respondeu:

"É a melhor parte da minha também."


Só queria registrar isso mesmo...